Faz pouco tempo, na Pedagogia do Futsal, perguntei aos leitores se o jogo do goleiro-linha seria "imarcável". Perguntei se seria imarcável e não que o considero imarcável. Considero-o difícil de marcar; muito difícil. E continuo achando.
Para tanto, basta revisar os jogos da Liga. Invariavelmente, o jogo do goleiro-linha, se bem realizado, empurra o adversário para trás e aumenta o volume de ataque (o número de finalizações). Isso não será assim em qualquer categoria. O é no âmbito da Liga, entre os profissionais, em virtude da leitura de jogo dos jogadores (cognitivo) associada à qualidade técnica (gestual).
Por favor, me entenda: não quero com isso dizer que o jogo do goleiro-linha não é possível de ser realizado em outras categorias, mas apenas que, entre os profissionais, vemos, de fato, seu potencial ofensivo e eficácia.
Como diz um amigo meu, o Fred, auxiliar técnico do Minas, habituado a montar e treinar defesas contra o goleiro-linha dos melhores times do Brasil, "o passe dos caras passam ’na unha’ dos defensores". Isso expressa a dificuldade defensiva!
Pois é. Entre os jovens, o passe, de modo geral, ainda não tem a mesma precisão; tampouco as decisões são tão acertadas; tampouco tem o volume de treino; tampouco o mesmo controle emocional. Luta-se, e muito, contra a precipitação!
Portanto, se houver um bom raciocínio e sistema defensivo, é mais fácil marcar o goleiro-linha num jogo de jovens do que no de profissionais. Apesar de ser difícil ainda; muito difícil.
Comentários
Por
Enio Ferreira de Oliveira
em 31 de Dezembro de 2010 às 08:00.
Bom dia prof Wilton e demais participantes da comunidade Futsal.
Eu fui um dos que comentaram que nenhum sistema de ataque é "imarcável", mas confesso que tenho que me render e concordar com as colocações do prof. Wilton e eu ilustro com o fato que presenciei há poucas semanas atrás.
Fui assistir a final do campeonato paulista adulto feminino entre as equipes Kurdana/Cotia e Palmeiras/Jaguaré. Na primeira etapa do jogo o domínio da equipe Palmeiras foi notório dando a impressão que o jogo estava totalmente controlado. Na segunda etapa a equipe Kurdana, já no primeiro minuto, iniciou com goleiro linha e assim permaneceu o tempo todo, mudando totalmente a história do jogo, o volume de jogo passou totalmente para a equipe de Cotia, ficando o Palmeiras só se defendendo, tentando nos 20 minutos restantes manter o placar favorável. Para resumir a história, a equipe Kurdana, num fato não esperado, visto que a equipe do Palmeiras tem no seu elenco muitas jogadoras recém-campeãs mundiais pela seleção brasileira, sagrou-se campeã paulista de 2010.
No adulto o goleiro linha faz muita diferença, creio que por este motivo a regra deve ser alterada futuramente, mas nas categorias abaixo, tenho visto sim muitos treinadores expondo suas equipes numa situação em que os atletas não estão preparados emocionalmente para executa-la.
O prof. Marco Antonio (Batata) relata o porquê com as seguintes afirmações:
Situação alto risco (medo);
Sofrendo gol (insegurança);
Ter que recuperar resultado (estresse);
Grau de responsabilidade é elevado (estresse);
Falta de qualidade técnica individual (insegurança);
Conscientizar a equipe que o passe é o principal recurso a ser utilizado (mentalidade conservadora).
Em se confirmando a alteração nas regras quanto ao goleiro-linha, creio e espero que os treinadores vão ser desestimulados a implementar esta manobra nas categorias iniciantes, ou não.
Por
André Luiz de Souza Araújo
em 3 de Janeiro de 2011 às 11:54.
Pessoal;
nesse vídeo é possível perceber o exemplo citado sobre o "o passe dos caras passam ’na unha’ dos defensores"
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