Cevnautas da gestão, vai aí maIS UMA análise do José Cruz: http://cev.org.br/qq/jcruzz/ . Laercio

A fartura financeira e a falência institucional do esporte2

José Cruz 04/09/2014 13:07 

Impressiona o contraste entre os recursos que abastecem o alto rendimento nacional – R$ 6 bilhões no último ciclo olímpico –   e a miséria financeira e carência administrativa nas federações estaduais.  

Esse distanciamento se fortaleceu a partir de 2003, quando o então presidente Lula da Silva criou o Ministério do Esporte, gerenciado por ministros inexpressivos para o gigantismo dos problemas do setor.  

Os recursos públicos que abastecem os clubes de ponta do país – Sogipa, Pinheiros, Minas Tênis, e por aí vai – conflitam com os destinados às confederações, levantando dúvidas sobre a real missão dessas entidades. E nessa conjugação quem se dá muito mal são os clubes menores e federações estaduais, frágeis também administrativamente, que acabam perdendo seus expoentes para os que detêm o poder financeiro.  

Evasão

Em Brasília, a evasão de judocas expõe essa realidade. A cada campeonato brasileiro, os melhores são convidados para vestir as cores de uma grande agremiação nacional. E lá vão eles, atraídos por vantagens – legais, é verdade – que aqui não têm.  

Por exemplo: a judoca Erika Miranda ganhou bronze no recente Mundial da Rússia. Ela é natural de Brasília, mas há seis anos luta pelo Minas Tênis. Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos Olímpicos de Londres e Luciano Carvalho, com pódios internacionais, também são candangos, mas lutando por Minas Gerais. E assim ocorre no basquete, no vôlei, no atletismo etc, em poderosas agremiações Brasil afora.  

Futuro

A discussão para se atualizar o sistema nacional de esporte é urgente. O problema é que estamos a ano e meio dos Jogos Olímpicos, prioridade nacional. Mas não podemos fechar os olhos para a crise institucional efetiva, a partir da falta de estruturas administrativas na base, onde se pratica o esporte que revela o atleta.  

Dúvidas

Além disso, não podemos afirmar que a Lei de Incentivo é instrumento de fortalecimento e valorização do esporte. Sete anos depois de sua criação, não temos avaliação rigorosa sobre o cumprimento de seus objetivos.  

E não há certeza de que a Bolsa Atleta seja paga para efetivos competidores, porque não se tem a elementar fiscalização na aplicação desses recursos a quem de direito. E não creio que o Conselho Nacional de Esportes se entusiasme com a necessidade de promover o debate pra mudanças radicais que se precisa.  

Terá o grupo “Atletas pelo Brasil” ânimo para centralizar o debate e levar ao futuro presidente da República um diagnóstico da realidade, sugerindo-lhe que se definam as indispensáveis competências do Estado e dos órgãos gestores?  

E o próximo governo honrará o artigo 217 da Constituição Federal, que determina aplicação de recursos públicos “prioritariamente no desporto educacional”, ao contrário do alto rendimento, como agora?  

Ironicamente, apesar da fartura financeira e do potencial de atletas de que dispomos o panorama institucional do nosso esporte é falido e com perspectivas desoladoras.  

Fontehttp://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2014/09/a-fartura-financeira-e-a-falencia-institucional-do-esporte/

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 7 de Setembro de 2014 às 08:34.

Grato Laércio,

E aqui vai uma sugestão para amenizar o descalabro nacional da Educação, especialmente da Educação Esportiva Escolar.

Atenção no momento de digitar o voto na urna! 

Conitnuamos a trabalhar no oferta de solução para os professores. Se tivermos que contar com os políticos estaremos regredindo. Poderão acompanhar as propostas que realizamos, dando ênfase à importância que os professores de Educação Física deveriam merecer, e fazer jus.

Visitem e acompanhem o Procrie (www.procrie.com.br) e debatam, critiquem e apresentem sugestões. Vejam a sinopse a respeito da notícia acima que, inclusive mereceu um contato com o José Cruz.

Professor, Principal Artífice de Transformação

Da série: O que um técnico pode ensinar a um professor - O que um professor pode ensinar a um técnico - Leigo ensinando voleibol a milhares de crianças.

Informar, Formar e Transformar, o Professor principal artífice de transformação; sua Formação Continuada a Missão do Procrie.

Política Nacional de Esporte Educacional, existe?

Reportamo-nos à brilhante análise do bloguista José Cruz sobo título A fartura financeira e a falência institucional do esporte, com os seguintes destaques: [...]

   

Por Erik ávila
em 7 de Setembro de 2014 às 15:04.

Mais uma boa a intervenção do nosso amigo José Cruz, trazida pelo nosso decâno Laércio.

Já venho de tempos falando que a nossa atividade clubística vem caíndo no ostracismo ou esquecimento (salvo raras, e bem raras excessões), pelo próprio contexto histórico em que vivemos.

Esse tipo de atividade, fruto da necessidade de juntar os grupos, principalmente os da classe média, foi perdendo força pela necessidade de se subsidiar com a própria renda, coisas que o Estado deveria prover como, saúde, educação, segurança e cultura (para dizer o menos!), então, destinamos parte da nossa renda mensal para cobrir esses gastos com, escola particular, plano de saúde e segurança de condomínios ou aqueles "noturnos" que passam com suas "buzininhas" a noite.

A atividade de clube deixou de ser importante e tornou-se superflo, fazendo com que as familias abandonassem essa prática de reunião social e esportiva.

Com isso, a base foi sendo quebrada e perdida. O garoto que tinha como oportunidade a "escolinha do clube" deixou de tê-lo, pois até mesmo para manuntenção das atividades do clube estão sendo cobradas a parte. (Para o meu filho fazer judô, dentro de um clube, estou pagando aulas a parte e o clube está "lucrando" com a carteirinha que fizemos para entrarmos no estabelecimento).

Outra coisa que eu sempre falei, a base do esporte está na escola, passando pela descoberta das qualidades e valências físicas de cada criança e encaminhando-as, sempre que possível, aos clubes desportivos para um aperfeiçoamento dessas práticas, daí sim, ganhando as federações e confederações, representando assim suas agremiações, estados e o Brasil.

A cobrança por melhores políticos também se faz necessária, mas em se tratando de clubes, recomendo a entrevista que o ex-jogador de futebol, Leonardo, ao jornal O Globo a tempos atrás, retrata fielmente (no caso do futebol, claro!) o que deveria ser feito por aqui. (http://oglobo.globo.com/esportes/leonardo-podemos-ser-nba-do-futebol-13517797)

A crise é bem essa, institucional, PESSOAS ERRADAS NOS LUGARES ERRADOS!! Vamos rever e reaver essa situação em nome da nossa causa, da causa da educação física, seja ela escolar, de lazer ou até do alto rendimento, uma é consequência da outra e sem gestão, apoio técnico, acadêmico e logístico, nada vai mudar.

[]´s

Erik Ávila


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