Cevnautas das Instalações Esportivas,

     Segue nota da FAPESP sobre a grama da Copa. Laercio

Laboratório analisa solo de estádios da Copa do Mundo
Por Alicia Nascimento Aguiar, da Esalq em Piracicaba - alicia.esalq@usp.br
Publicado em 13/maio/2014 | Editoria : Ciências

O Laboratório de Análise Química do Solo (LAQS) do Departamento de Ciência do Solo (LSO) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, realizou a análise de solo da Arena de São Paulo, estádio conhecido como “Itaquerão”, que receberá a partida de abertura da Copa do Mundo de Futebol, no dia 12 de junho. Os pesquisadores também estudaram outros três dos 12 estádios que receberão os times do certame: Arena Pantanal (Cuiabá), Beira-Rio (Porto Alegre) e Arena das Dunas (Natal). O estudo identificou as características dos solos, relacionando-as com as condições climáticas de cada região, de modo a orientar a colocação e manutenção dos gramados.

O professor Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni, coordenador do LAQS, explica que o gramado é uma cultura como outra qualquer e que assim como fazemos exames médicos para tomarmos remédio, é fundamental saber o quanto o solo necessita de nutrientes para a planta crescer. “As características de um gramado para campo de futebol são bem específicas”, afirma.  ”Os estudos avaliam quais são os nutrientes e em que quantidade eles estão presentes no solo para ver se o gramado está em condições perfeitas”.

De acordo com Alleoni, é preciso que o solo drene muito rapidamente para uma rápida brotação e para que a grama aguente o pisoteio constante dos atletas. “No caso de campos de futebol é importante que os primeiros centímetros do solo sejam de constituição arenosa para que a água se escoe ligeiramente e não se acumule. Isso é fundamental para a bola correr livremente”, conta o professor.

Alleoni explicou, ainda, que a grama utilizada na Arena Pantanal tem característica de suportar o clima de Cuiabá que é muito quente e muito úmido, diferente do Estádio das Dunas (Natal) que é uma região litorânea e que, por sua vez, é completamente distinta do Estádio Beira-Rio (Porto Alegre). “Na época da Copa do Mundo (junho e julho) provavelmente esteja frio e todas essas características tem que ser lembradas na hora de escolher o gramado que vai ser colocado em cima daquele solo”, concluiu o coordenador.

Análise de amostras
O estudo teve início quando a Esalq foi procurada por uma empresa que constrói e mantêm gramados esportivos. O engenheiro agrônomo e gerente de operações da corporação, André Amaral, que já vem trabalhando com a Esalq há alguns anos, enviou amostras de solos das quatro arenas em questão para serem analisadas. Ele afirma que pelo fato de ter sido aluno da Esalq, conhece toda a estrutura da Escola e a excelência do LAQS.

“Este é um resultado que usaremos para analisar todos os parâmetros da fertilidade do solo do campo”, destaca Amaral. “Como se trata de gramado esportivo faz-se necessário que essa grama se recupere com extrema rapidez, que a fertilidade do solo esteja bem equilibrada com todos os macro e micronutrientes na proporção exata para que o gramado possa responder à agressão que sofre a cada jogo”.

Segundo o professor Alleoni, que coordenado o projeto de extensão que faz análise de solo na Esalq, foi uma surpresa quando viu no cadastro do laboratório nomes de clientes como, por exemplo, Beira-Rio. Logo associou que tinha alguma coisa a ver com campo de futebol. O professor explicou que o LAQS realiza cerca de 30 mil análises por ano para produtores rurais, foco principal do serviço. Análises para produção agrícola de alimentos, fibras, madeiras. “Foi interessante quando vimos análise de solo para gramados de futebol ligados com a Copa do Mundo. Já realizamos análises para estádios como o Barão de Serra Negra, em Piracicaba, no interior de São Pau, o Centro de Treinamento do Palmeiras e o estádio do Pacaembu, na capital paulista, entre e outros. Quando fomos ver o cliente, constatamos que se tratava de um ex-aluno da ESALQ”, lembrou Alleoni.

O LAQS pertence ao Departamento de Ciência do Solo (LSO) e atua, há mais de 30 anos, realizando análises para fins de classificação e de avaliação da fertilidade do solo. Realiza, anualmente, cerca de 30 mil análises de solos de todo o Brasil e, em março de 2012, o LAQS recebeu a acreditação pelo Inmetro na NBR ISO 17025 referente a ensaios de laboratórios de análises. A partir deste reconhecimento, o laboratório consta na lista de laboratórios acreditados para realização das análises químicas citadas acima. Com isso, passa a ser o único laboratório brasileiro acreditado para realização de análise de solo que contempla simultaneamente ensaios de avaliação da fertilidade e para fins de classificação do solo.

    Mais informações: (19) 3417-2111/ 3417-2117/ 3417-2159; e-mail lso.lab@usp.br, no LAQS

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