O FUTEBOL EM SÃO LUÍS: 1907 – 1917
por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Como FRYDENBERG (1999), pergunto: Por que o futebol foi o esporte que terminou mais arraigado entre as maiores de nosso país? Esse autor, ao estudar o “espaço urbano e prática de futebol, Buenos Aires, 1900-1915”, encontrou como resposta à essa interrogação a ampla disponibilidade de recursos necessários para sua prática: um terreno usado como campo de jogo e algum elemento que se fizesse às vezes de bola.
Alguns teóricos sustentam a tese de que a força da inserção do futebol entre os setores populares se deveu precisamente à plástica recepção do espaço citadino à novidade. Assim, a relação entre a formação do espaço urbano e o processo de popularização da prática dos esportes – e em especial do futebol – será analisada tendo em conta a maneira em que os jovens usaram a cidade, a forma em que incidiram em sua produção.
Inúmeros autores, nos últimos anos, têm se preocupado em propor uma análise sociohistórica do esporte na América Latina (ARBENA, 1999; 2000, 2000b; FRYDENBERG, 1999; ALTUVE, 2000; DaCOSTA, 2000, MELO, 2000, KOWALSKI, 1996, 2000), e em especial no mais popular deles – o futebol -, ainda que o beisebol, o cricket, o basquetebol, o rugby, o voleibol, o boxe, as provas atléticas, as corridas de cavalos, as corridas de automóvel, e outros, apaixonaram a um significativo número de devotos em diferentes partes desta área geográfica. Para ARBENA (2000), “o que não fica claro são as razões de por que certos esportes nos três últimos séculos passaram a ser tão populares em alguns lugares e o significado que ditos esportes têm atualmente em seus diferentes domínios”.
Os trabalhos que se nos apresentam sugerem que os esportes modernos foram transportados desde suas áreas de origem para seus novos lugares por uma variedade de vias, e que as culturas receptoras aceitavam estas novas atividades por uma variedade de razões, que as sociedades anfitriãs não só adotaram ditos esportes senão que ademais se adaptaram a eles para acomodá-los à suas necessidades e suas complacências, e que através do tempo dita difusão se anexou ao longo do processo de internacionalização, incluindo a globalização, da qual os esportes são só um elemento. (ARBENA, 2000).
Mais adiante, ao analisar a implantação de inúmeros esportes – Arbena se refere à influência norte-americana no surgimento e desenvolvimento do esporte moderno na América latina e serve-se de outros autores – para apresentar dúvidas sobre o significado dessas experiências, e observa a implantação desses esportes como parte de um abarcador “complexo de jogo” ou “cultura de jogo” que inclui música, dança, comida, bebidas, cultos, pontos de discussão, lutas … em outras palavras, todas atividades não utilitárias, ou tudo o que não é trabalho, estabelecendo um caminho desde o religioso, passando pelo festivo, até o lúdico, questionando quais as implicações a longo prazo destas atividades jogadas ou esportivas como formas significativas de resistência às culturas dominantes:
“Apesar da singularidade do processo de difusão, adaptação e interpretação cultural em cada um destes esportes nestes cenários específicos, históricos e geográficos, em último termo formam parte de um esquema maior. Não só deixam constância das variações contemporâneas aparecidas a longo prazo, esportes ocidentais estendidos desde a esfera do Atlântico Norte, senão também, por sua vez, ilustram variados aspectos da vinculação oposta do regresso dos esportes até a comunidade internacional”. (ARBENA, 2000; 2000b).
Uma conseqüência adicional tem sido a estandardização dos esportes, especialmente o futebol, manejada pelos aspectos econômicos por sobre as considerações atléticas, conduzindo um jogo deslúcido e faltoso de imaginação:
“Estes são tempos de uniformidade obrigatória, no futebol e em todos os demais (esportes). Nunca o mundo tinha sido tão desigual em brindar oportunidades e tão parelho nos hábitos que impõe: neste mundo de fim de século, o que não morre de fome morre aborrecido”. (Eduardo Galeano, citado por ARBENA, 2000).
Embora se reconheça que o futebol possui dimensões sociais, políticas, econômicas e psicológicas grupais, não podemos esquecer que é, sobretudo um jogo … “Sua utilidade é lúdica. No futebol há algo que nos transporta à nossa infância, que nos faz permanentemente jovens, e por isso nos dá prazer” (Enrique Krause, citado por ARBENA, 2000).
Assim, temos que o esporte é um fenômeno criado pela sociedade em um momento determinado de seu desenvolvimento e que está em permanente interação com os demais fenômenos sociais e tem evoluído, mudado, na mesma medida em que o faz a sociedade e que só tem sido estudado em suas dimensões físicas, estatísticas e técnica, sendo notória a ausência de experiências onde se aborde sua análise desde uma perspectiva socio-histórica (FRYDENBERG, 1999), é que nos propusemos estudar o processo histórico de evolução do movimento e do lúdico em Maranhão, e sua progressiva substituição, em cada período, por práticas lúdico-esportivas provenientes dos centros dominantes.
A INTRODUÇÃO DO ESPORTE MODERNO EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO
Na passagem do século XIX para o século XX, os jovens portadores de “idéias novas”, gente vinda do meio metropolitano, inquieta e formada nele (KOWALSKI, 2000) – (em Maranhão encontramos Nhosinho Santos – que estudara na Inglaterra; Aluísio Azevedo – cônsul brasileiro em Europa, Japão, e o cônsul inglês Charles Clissold) – introduzem o esporte moderno em São Luís, com a fundação de clubes esportivos (MARTINS, 1989; VAZ, 2000; VAZ e VAZ, 2000).
“… teve hontem, pelas 19* horas, a primeira reunião dos sócios deste novo club sportivo.
“Perante 16 associaods foi procedida a eleição:
“Presidente – Jonas Hessen“Vice-presidente – João Teïxeira
“Thesoureiro – Fran Teixeira
“Secretário – Júlio Mário Ribeiro
“Vogaes – Lauro Lima, Izaac Filgeira, Carlos Rodrigues, João Belfort”
“Domingo, pelas 6 da manhã, realizar-se-á o primeiro exercício de treinamento e as 19 horas será discutido o estatuto.
“O club tenciona adoptar brevemente outros gêneros agradáveis de sport, como thenes, criquet, regata, etc” (O ESTADO, 20 de outubro de 1916).
Nesse início da década de 10, desaparece o hábito de repousar nos fins de semana, substituído pelas festas, corridas de cavalo, partidas de tênis, regatas, corso nas avenidas, matinês dançantes, e pelo futebol. Essas atividades, divulgadas pelos jornais, começaria a apresentar seus primeiros sinais de mudança ainda nas últimas décadas do século XIX, com o surgimento e fortalecimento gradual dos esportes:
“É nessa conjuntura que adquirem um efeito sinergético, que compõem uma rede interativa de experiências centrais no contexto social e cultural, como fonte de uma nova identidade e de um novo estilo de vida
“Os ‘Clubs’ que centralizam essas atividades surgem como modelos da elite no final do século XIX, e já no final da década de 10 e início de 20, estão difundidos pelos bairros, periferia, várzeas e se tornam um desdobramento natural das próprias reuniões sociais”. (KOWALSKI, 2000, p. 391).
Verificamos a similaridade com outros países latino-americanos – e outras regiões brasileiras -, quando da inauguração do Fabril Athletic Club. O então presidente da Província – Bendito Leite – ante o espetáculo proporcionado, lamentou não poder manter nas escolas públicas o ensino regular da ginástica …
A “gymnástica” era praticada pelas elites, que tomavam aulas particulares, conforme se depreende desse anúncio, publicado em 1904:
“PARA OS ALUMNOS DE AULA PARTICULAR DE GYMNÁSTICA
“A Chapellaria Allemã acaba de despachar:
“camizas de meia com distinctivos
“Distinctivos de metal com fitas de setim e franjas d’ouro
“Distinctivos de material dourado para por em chapéus
” Chapellaria Allemã de
Bernhard Bluhnn & Comp.
23 – Rua 28 de julho – 23″
(A CAMPANHA, 6ª feira, 8 de janeiro de 1904, p. 5).
O sexo feminino também tinha suas aulas de ginástica, pois fazia parte do currículo da Escola Normal, conforme resultado dos exames publicados, como era comum à época:
“CURSO ANEXO
“Foi este o resultado dos exames de hontem:
“GYMNÁSTICA
” Núbia Carvalho, Maria Varella, Neusa Lebre, Hilda Pereira, Margarida Pereira, Almerinda Parada, Leonor Rego, Rosilda Ribeiro, Fanny Albuquerque, Agrippina Souza, Cecilia Souza, Roza Martins, Esmeralda Paiva, Neusa Silva, grau 10
“Faltaram 12”.
(O MARANHÃO, Sexta-feira, 15 de novembro de 1907).
Em um outro anúncio, publicado em 1908, o “professor de instrucção physica” avisava que pretendia realizar “os exames de seus alumnos na próxima quinta feira” (em O MARANHÃO, Segunda-feira, 02 de março de 1908, p. 2, n. 257).
No dia 26 de dezembro de 1907, é registrada uma partida de futebol entre alunos da Escola de Aprendizes Marinheiros, como parte de sua preparação física. O futebol, além de outras modalidades e atividades, principiava a se utilizado como prática de educação física nas escolas:
“Aprendizes Marinheiros:
“Hontem, às 4 horas da tarde, os aprendizes marinheiros, fizeram exercícios de ‘foot-ball’ na arena do Fabril Athletic Club e um assalto simulado de florete, sob a direção do respectivo instructor da Escola.
“Os alumnos revelaram-se disciplinados e agiram com muito garbo e desembaraço.
“Domingo próximo, às 5 horas da manhã, haverá novo exercício no mesmo local”. (O MARANHÃO, 26/12/1907)
Em 1908, o FAC fez as reformas de seus estatutos, para incluir o manejo de armas – prática do tiro – entre suas atividades, com o fim de prestar um serviço às juventude, valendo-se da Lei do Sorteio Militar. Com a ajuda do então tenente Luso Torres, foi fundada uma seção de Instrução Militar, a fim de preparar os sócios que nela quisesse tomar parte e gozar dos favores da referida lei.
Talvez para se beneficiar dessa Lei, e livrar os jovens da elite maranhense da instrução militar, em 1909, o Tiro Maranhense informava que já chegava a 120 o número de pessoas inscritas naquela Sociedade. Em 10 de abril é anunciada a posse da diretoria, na Câmara Municipal. (O MARANHÃO, sábbado, 03 de abril de 1909).
Embora MARTINS (1989) registre o primeiro jogo entre duas agremiações distintas como ocorrida em janeiro de 1908, entre o FAC – o grêmio fabrilense fora formada com o recrutamento dos melhores atletas que militavam nos quadros internos do ‘Black and White’ e do “Red and White’ – e o MARANHENSE FOOT-BALL CLUB – formado por rapazes empregados no comércio – encontrou-se que a inauguração dessa agremiação ocorreu apenas em 07 de fevereiro de 1909, conforme registrado em O MARANHÃO:
“Maranhense Foot-ball Club
“Programma da festa inaugural d’este Club, em 7 do corrente, na sede do Fabril Athletic Club:
“juiz da partida (fita verde) – José Alves dos Santos – juizes de chegada (fita azul) – Edmundo Fernandes, Charles Clissold – Commissão de policiamento (fita branca) – Almir Saldanha Silva, Aírton Santos Romeu, Carlos Nunes, Manoel Ribeiro L. da Silva, Antônio Sena
–
“Concurso gaiato (3 1/2 h)
“M. F. Club -J. Jones, J. Ferreira, R. Neves
“F.A.C. – J. Santos Sobrinho, M. Sardinha Ribeiro
–
“Concurso gaiato a Carnaval (3,45 h)
“M.F. Club – J. Santos, A. Figueiredo, A. Casson, A. Gonçalves, R. Nunes
“F. A.Club – F. Ribeiro, M. Sardinha, J. Alvim, J. Mário, R. Almeida
–
“Concurso Mathemático (4 h)
“M. F. Club – E. P. Souza, J. Ferreira
“F.A. Club – J. Alvim, F. Ribeiro
“Match de foot-ball entre os dois teams (às 4 1/2 da tarde)
“Green and Whyte
“goal – B. Queiroz
“Full-Backs – G. Bello C. P. Souza
“Half Backs – J. Ribeiro, Cunha Júnior, A. Lobão,
“Forwards – A. Figueiredo, R. Nunes, J. Gomes, J. Mário, A. Gonçalves
“Reserves – J. Torres, J. F. Costa
“Captain – J. Gomes
“Blue and Whyte
“goal – S. Meireles
“Full backs – F. Mendes, M. P. Santos
“Half-Backs – A. Faria, S. Pinheiro, J. Teixeira
“Forwards – A. Santos, J. Santos, J. Ferreira, P. Rodrigues, S. Bello
“Rezervas – A. M. Figueiredo, A. Casson
“Captain – J. Ferreira
“Refere – Coronel Joaquim M. Alves dos Santos
“Os sócios do F. A. Club terão entrada sem ingresso.
“A sessão solemne para declarar-se o ‘Club’ inaugurado propiciará a 2 1/2 hora em ponto”.
(O MARANHÃO, 05/02/1909)
Nas comemorações do primeiro aniversário do FAC, houve um jogo de futebol com o Maranhense, terminando em 0 x 0. Em novembro, outro jogo, e nova derrota do Maranhense, desta vez, por 3 x 0.
No dia 31 de janeiro de 1909 ocorreu outro encontro entre o Maranhão Foot-Ball Club e o F.A.C., como partida preparatória para o festival de inauguração:
“Fabril Athletic Club
“Match de Foot-ball em 31 de janeiro de 1909
“Team do ‘Fabril Athletic Club”
“Refere – Mr.
“Goal – J. Santos
“Full backs – A. Azevedo, E. Simas
“Half backs – A. Vieira, A Soeiro, J. Alvim
“Forwards – A. Neves, Ary Faro, T. R. Dowey, João Baptista, J. Santos, J. Santos Sobrinho
“Reserve – R. Martins, F. Ribeiro, M. Neves
“Team do Maranhense Foot-ball Club
“C.E. Clissold
“Goal – J. Mário
“Full backs – J. Torres, J. Ferreira
“Half backs – J. Santos, B. Queiroz, D. Rodrigues
“Forwards – A. Lobão, R. Nunes, J. Gomes, S. Bello, A, Santos
“Reserve – A. Figueiredo, A. Gonçalves
“Kick of’ às 4 da tarde
“Os jogadores devem estar no ‘ground’ às 3 horas … ” (O MARANHÃO, 30/01/1909).
Assim como ocorrera quando da constituição do F.A.C., em que seus sócios reuniram-se por cerca de dois anos, praticando o futebol – e outras modalidades esportivas -, antes da inauguração oficial do clube pretendido, o mesmo deve ter ocorrido com o Maranhense, pois em março de 1908 essa agremiação disputou um jogo com o “Derby Club”:
“Animada esteve ante-hontem a 1ª partida entre o ‘Derby Club e o Maranhense Foot-Ball Club’.
Após o jogo, houve uma pequena “soireé” em que tomaram parte gentis senhoritas e distintos cavalheiros”.
(O MARANHÃO, 31 de março de 1908).
Os preparativos para a inauguração do Maranhense de há muito vinham ocorrendo, conforme editais publicados em agosto de 1908:
“Maranhense Foot-Ball Club
“Convida-se todos os sócios, para reunirem-se na sede do mesmo Club, no Domingo próximo, as 2 da tarde.
“A Directoria”. (O MARANHÃO, 21 de agosto de 1908; 22 de agosto de 1908)
Tal como aconteceu com o FAC, o Maranhense também tinha dois quadros internos: o “Blue and White”, formado por F. Meirelles, F. Fernandes e M. Santos; Avelino Farias, J. Pinheiro e J. Teixeira; A. Santos, J. Santos, J. Ferreira, D. Rodrigues e Saturnino Belo; a outra equipe – “Green and White”, era formada por E. Queiroz, G. Belo, e E. P. Souza; J. Ribeiro, Cunha Júnior e A. Lobão; A. Figueiredo, R. Nunes, J. Gomes, M. Mário e A. Gonçalves.
Também na cidade de Alcântara o foot-ball fora inaugurado, naquele ano de 1909:
“O Foot-Ball em Alcântara
“Perante grande concorrência de senhoras e cavalheiros inaugurou-se hontem na fronteira cidade de Alcântara um club de foot-baal.
“Os teams foram animadamente disputados, sendo vencedores os do partido vermelho e branco.
“Durante o festival organizado para essa inauguração travou-se animada batalha de confetti e rodés entre as senhoras e cavalheiros presentes.
“A banda de muzica alcantarense executou escolhidas peças durante essa festa sportiva, que produziu em todos agradavelmente impressão.”(0 MARANHÃO, 08/02/1909).
Essas jornadas esportivas não se limitavam à prática do “foot-ball association”, apenas:
“Fabril Club
“Esteve brilhante a partida realizada hontem. Além de inúmeras famílias e cavalheiros, compareceram à festa a Escola de Aprendizes Marinheiros, que sob o comando de seu hábil instructor Sr. David Santos realisou exercícios de fogo e esgrima de baioneta.
“Foi este o esplendido programa cumprido à risca:
“Os jogos realisados foram os seguintes:
“1.- Corrida com ovos em colheres pelos sócios J. Mário, J. Moon, A. Vieira, J. Shipton, sendo vencedor A. Vieira.
“2.- Corrida para enfiar agulhas executadas por C. Neves, J. Mário, A. Santos e A. Azevedo, sendo vencedor C. Neves e seguido por J. Mário.
“3.- Exercício de fogo, bayoneta e esgrima pela Escola de Aprendizes Marinheiros.
“4.- Crors Cutrey (cross-country) – corrida pedestre com obstáculos por J. Mário, J. Moon, C. Neves, A. Vieira, A. Novaes, J. Shipton, J. Bastos, M. Neves, sendo vencedor J. Mário, seguido muito de perto J. Moon em terceiro logar A. Novaes, C. Neves.
“5.- Match de Foot-Ball infantil havendo resultado negativo, por se acharem organizados os teams com força igual. Tomaram parte as seguintes creanças: team Bladi & Whate: Fausto Seabra, José Seabra, Frederico Perdigão, José Lopes, Celso C. Rodrigues, Sylvio Rego, Ruy C. Rodrigues, Antônio Rego, Antônio Santos, José M. Lobo, Lúcio Bauerfeldt.
“Team Red & White: João Peixoto, Braulio Seabra, Luiz Santos, Pedro Paulo R. Araújo, Ivar C. Rodrigues, Acyr Marques, Carlos Perdigão, Gastão Vieira, Justo M. Pereira, Celso Pereira, José Vieira. Servio de Refere M. Shipton”. (O MARANHÃO, Segunda-feira, 08 de junho de 1908).
A participação de estudantes – da Escola de Aprendizes Marinheiros – e de crianças – filhos dos sócios -, dos diversos clubes constituídos, não só para a prática do “foot-ball association”, caso do Fabril e do Maranhense, e mais tarde, do Onze Maranhense, era comum, nas jornadas que se seguiam. Em setembro de 1908, era apresentado o programa de uma “matineé sportiva” que seria realizada no Domingo seguinte, na sede do F.A.C., reunindo os “Team Riachuello” – “Estrella Preta” – e o “Team Humaitá” – “Estrella Branca”-, ambos da Escola de Aprendizes Marinheiros, marcada para as 3:45 horas, seguida de outros jogos, como o Concurso gaiato, marcado para as 4:20 horas, sendo concorrentes: A. Novaes, J. Santos Sobrinho, A. Azevedo, A. Vieira; já o Concurso gaiato infantil seria disputado por: Ivar, Luiz, Celso, Bráulio, Soeiro Filho; para a quarta prova do programa, Concurso de Agilidade, estavam inscritos: Franklin, Zuza, Maneco Neves, Gui e Aluísio. Para o “match foot-ball”, entre o FAC e o Maranhense, estavam inscritos:
F. A. Club |
M. Foot-ball Club
|
J. A. Santos | A. Santos |
A. Azevedo – J. Bastos | J. Torres – J. Ferreira |
J. Santos – M. Mathias – A. Gandra – | E. Souza – R. Nunes – B. Queiroz – |
M. Santos A. Vieira – C. Neves – A. Novaes – J. Mário | A. Lobão – A. Guterrez – A. Silva – J. Gomes – I. Meireles |
– J. Belchior – R. Serra Martins – J. Santos – M. Amorim
Captain – C. Neves Captain – A. Silva
Referee – J. M. A. Santos
após a partida de futebol, seria realizada a “Tug of War” (cabo de guerra), inscritos: Fausto – Antoninho – Ruy – Zeca – Carlos Alberto – Soeiro Filho – Gastão – Yoyô – Lady – Lúcio – José – Adolpho Salles (O MARANHÃO, sabbado, 26 de setembro de 1908).
Na edição da Segunda-feira seguinte – 28 de setembro de 1908 – esse jornal apresenta o resultado dos “matchs” ocorridos: o jogo entre as duas equipes da Escola de Aprendizes Marinheiros terminou empatado em 1 x 1. Ficamos sabendo o que eram aqueles “concursos gaiatos”, em que participaram os “sportemen” ludovicences, a elite econômica e intelectual da Atenas brasileira: o primeiro deles – para adultos – foi vestir bonecas, saindo vencedor Anthero Novaes e J. Santos Sobrinho; o concurso infantil – enfiar agulha – foi vencido pelo menino Soeiro Filho, enquanto o concurso de agilidade consistiu de abrir garrafas de cola e beber o conteúdo, obtendo o primeiro lugar Manuel Neves. O jogo de futebol entre os dois clubes também terminou empatado, enquanto no Cabo de Guerra – “Tug of War” – o vencedor foi o lado encarnado.
O ano de 1908 é encerrado com um jogo entre o F.A.C. e o Maranhense, em comemoração à proclamação da República, terminando em 2 x 0 para a representação fabrilense. Nesse ano, Nhozinho Santos consegue a inscrição de “seu” clube na Confederação Brasileira de Tiro, ao mesmo tempo que implanta o “jiu-jitsu”, com um grande número de adeptos. (MARTINS, 1989, p. 313)
Os anos de 1909-10 foram anos de crise. O F.A.C., apesar de reformas introduzidas em sua sede – o campo de cricket foi inteiramente reformado -; o jogo de tênis ganhava cada vez mais adeptos, era introduzido o Tiro ao Alvo, como aprimoramento da juventude nas artes militares – sob a direção do então tenente Luso Torres -, vive uma grande crise, por falta de pagamento da maioria de seus associados. Alguns desses, ressabiados com as medidas tomadas, abandonam a agremiação e unem-se a uma outra, a ONZE MARANHENSE, que viria a se constituir na grande rival do time da Fabril, não só no futebol.
Não obstante as pressões dos associados, parte da imprensa continuava a criticar a prática do futebol pela juventude maranhense, chegando a anunciar que o futebol seria proibido nos Estados Unidos: “A equipe de ‘foot-ball’ do ‘Harward” registrou trinta e cinco casos cirúrgicos sobre sessenta e cinco jogadores. Razão por que se pensa, na América, em proibir” (MARTINS, 1989, p. 313-315) -. Nhozinho Santos já vinha rebatendo essas notícias, afirmando que se estava confundindo o “foot-ball association” com o “foot-ball americano”. Mas o que fazer ? e essas notícias apareciam nos momentos inoportunos, quando grande parte dos associados do FAC estavam inadimplentes e se cogitava na dissolução do clube, com a venda de seus bens em hasta pública.
Esse movimento era provocado por João Victor de Matos, Francklin Machado, José Castro, Dr. Joaquim Ribeiro Gonçalves Filho e Manoel Carneiro. Um outro grupo, contrário à idéia de dissolução do Fabril, cogitava, se isso viesse a ocorrer, em formar uma outra associação, com os mesmos objetivos, chegando a escolher até o nome – Clube Ateniense. Mas um grupo de dissidentes acabou se afastando, fundando o Rio Branco, havendo uma disputa entre o FAC e esse clube, com a vitória do “pesadão” – como era também conhecido – por 3 x 1, embora desfalcado de grandes jogadores, que aderiram ao Rio Branco.
Outros dissidentes transferem-se para o MARANHENSE FOOT-BALL CLUBE, que com mais esse sócios, organiza duas onzenas – o “Teodoro Jardim” e o “Belfort Vieira”.
Também em 1910, é inaugurada a Escola de Aprendizes Artífices – CEFET-MA, hoje -, instalada na Praça da República (prédio ocupado, hoje, pelo Ministério da Agricultura). Escola profissional, tinha como mestres: Almir Augusto Valente, Vicente Ferreira Maia, Hermelina de Souza Martins, Cesário dos Santos Véras, Alberto Estavam dos Reis, Alexandre Gonçalves Véras, Eduardo Souza Marques e Nestor do Espírito Santo. Como não poderia deixar de ser, entre seus alunos havia grande interesse pelas práticas esportivas, e dentre, elas, pelo futebol.
O Euterpe fecha suas portas (1910), e surge o Casino Maranhense (1911), fundado por um grupo remanescente daquele clube …
Em 1915, ao mesmo tempo em que era anunciada a criação de um clube para a prática dos esportes,
“UM CLUBE ESPORTIVO
” Fundado um club esportivo – Club Zinho – com o fim de proporcionar aos seus associados diversão como sejam passeios maritimos, pic-nic, exercícios físicos, ginástica pelos processos mais modernos.
“Presidente: Hilton Raul
“Vice presidente: Guilherme Matos”.
(O JORNAL, 05 de maio de 1915).
proíbe-se a brincadeira de empinar papagaios:
“PROIBIDO O BRINQUEDO DE PAPAGAIOS
“O coronel chefe do executivo municipal determinou o cumprimento do art. 149 do Código de Posturas que proibe a brincadeira de papagaios, no perímetro da cidadde, prejudicando as linhas telegráficas e telefônicas em que danificam os telhados”.
(O JORNAL, 04 de junho de 1915).
Graças ao empenho do cônsul inglês, a partir de 1915, houve um que renascimento dos esportes em Maranhão. Os estudantes movimentam-se para reabilitar o futebol:
“FOOT-BALL
“Um esforçado grupo de rapazes, no intuito de elevar o sport entre nós, resolvel adquirir o campo do Fabril, para as pugnas do elevado jogo britânico, ‘foot-ball’.
Existe grande animação nos preparativos, entre os sportamen, a idéia do Campeonato Maranhense de Foot-ball o qual será disputado em 15 de nowembro, contando ao ‘team’ vencedor, 11 medalhas de ouro”.
(O JORNAL, 31 de julho de 1915).
O primeiro encontro desse abnegados “sportistas” aconteceu logo em seguida
“FOOT-BALL
“No grond da Fabril, jogaram hontem, um match de trenagem. Alguns moços de nosso escol, que cogitam de fundar dois clubs desse sport, afim de diliciar o público maranhense, com algumas de suas partidas”
(O ESTADO, 9 de agosto de 1915)
Esses estudantes uniram o agradável – reorganizar os “sports” no Maranhão – ao útil, chamando a atenção da sociedade para o movimento que iniciavam. Juntam-se à Maçonaria, oferecendo-se para realizar uma partida de futebol, em benefício dos flagelados da grande seca de 1914/15, pois as lojas maçônicas desta capital nomearam comissões com o fim de arrecadar fundos para socorrer os flagelados, dentre as atividades programadas – seção de cinema, passeios marítimos – haveria um jogo de futebol, a ser realizado no mês seguinte:
“FOOT-BALL
“Um grupo de moços de nossa melhor sociedade offerecem ao comité Pró-flagelados, uma partida de foot-ball, entregando-lhe a renda verificada.
“Essa partida terá lugar no grond da Fabril e será opportunamente anunciada”
(O ESTADO, 13 de agosto de 1915).
Em função desse movimento em prol dos flagelados dos estados vizinhos – Ceará e Piauí – reuniram-se – na Cervejaria Maranhense, localizada na Praça João Lisboa – os idealizadores do Campeonato Maranhense de Foot-ball, para a organização do grande “match” que pretendiam realizar (O JORNAL, 14 de agosto de 1915). Nessa reunião ficou resolvido que
“… na impossibilidade de fundação do Clube, se organizem dois ‘team’ denominados Franco Alemão – que terá de se bater em benefício dos flagelados da seca.
“Ficam assim compostos os team
“Presidente: Carlos Alberto Moreira
“Thesoureiro: Affonso Guillon Nunes
“Secretário: Hugo Burnett
“TEAM FRANCEZ
“Forwards – Gastão Vieira; Trajano Lebre, Carlos Moreira, Hugo Burnett, Manoel Borges, Antonio Ferreira;
“Half-backs – Carlos Leite; Antonio Cunha;
“Backs – Affonso Guillon Nunes; João Torres, dr.;
“Goal-keeper – Antonio Carvalho Branco
“Captain – Carlos Moreira
“TEAM ALLEMÃO
“Forwards – Nestor Madureira; Gentil Silva, José Souza; José Cantanhede; Maralteno Travassos;
“Half-backs – João Guedes; Antonio Paiva;
“Backs – Julio Gallas; Raul Andrade
“Goal-keeper – Albino Faria
“Captain – José Souza”.
(O JORNAL, 14 de agosto de 1915)
Para FRYDENBERG (1999), a adoção do esporte estava associada à fundação de clubes. Os jovens sentiram a necessidade de ter um terreno, um espaço próprio, para ser usado como field, como campo de futebol. Assim, o processo de popularização do futebol que se iniciou contou com três ingredientes estreitamente unidos: a iniciação na prática do jogo, a fundação de um clube e a busca de uma cancha própria.
No Domingo, dia 15 de agosto, foi realizado um jogo-treino:
“FOOT-BALL
“Conforme noticiamos, realizou-se hontem, às 16 horas, o primeiro match de trenagem da série instituída.
“O público já principia a tomar interesse pelas partidas, tanto que a concorrência foi animadora. ”
(O ESTADO, 16 de agosto de 1915).
Estavam envolvidos os alunos do Liceu Maranhense, do colégio Marista Maranhense e do Instituto Maranhense (este, inaugurado um ano antes). Segundo MARTINS (1989),
” … promoveram sessões, usando as próprias salas de aula, estimulados pelos mestres. Graças a essas reuniões, surgiram os quadros do Brasil F. Club, do S. Luís F. Club, do Maranhão Esporte Club, e do Aliança F. Club. Essas entidades, aos poucos, foram agrupando-se, tornando-se clubes. A cada dia, os estudantes melhor se integravam, e para exercitar-se utilizavam o velho ‘field’ da Fabril, que tinha sido desativado pela FAC. Estávamos com o campo da rua Grande muito mal, mato tomando conta de todas as dependências, inclusive das arquibancadas.” (p. 328).
Foi realizado um jogo entre os estudantes dos Maristas contra os do Brasil F. Club. Para poder assistir à partida, os espectadores deveriam se apresentar vestidos decentemente:
“FOOT-BALL
“Amanhã, às 8 horas, vai jogar uma partida no ground da Fabril contra o team dos irmãos Maristas um outro do club ‘Brasil’.
“A entrada será franca a todas as pessoas que se apresentarem decentemente vestidas”.
(O ESTADO, 28 de agosto de 1915).
Percebe-se que haviam dois grupos, ou mais, grupos envolvidos no soerguimento das atividades esportivas, pois “o grande match de foot-ball” entre os partidos “Francez” e “Allemão”, em benefício dos flagelados da seca, era anunciado para o dia 12 de setembro. (O JORNAL, 02 de setembro de 1915). No Sábado anterior, é anunciado novamente a realização do jogo, no campo do Fabril, “com entrada franca a todas as pessoas que se apresentarem decentemente trajadas”. O jogo teria início às 16 horas, devendo os jogadores se apresentarem com meia hora de antecedência, “realizando-se antes exercícios de ginástica por uma turma dos Aprendizes Marinheiros”. É apresentada novamente a escalação dos dois times, e designados o “referee” – McDowal; os “Line Man”- Clissold e Fellowe; e o enfermeiro – Garrido.
Segundo MARTINS (1989), o movimento estudantil havia ganho as ruas, tudo se fazendo para reanimar o futebol. Gentil Silva tinha retornado do Amazonas – onde havia trabalhado pelo esporte amazonense, ajudando ao Manaus Sporting Club – e integra-se ao movimento estudantil, tendo-o acompanhado nessa jornada um caixeiro viajante conhecido como “Zé Italiano”, muito estimado pelos estudantes. Dessa união, foi fundado o “GUARANI ESPORTE CLUBE”, que recebeu esse nome do proprietário do “Bar Guarani”, sr. Gasparinho. É que as reuniões eram realizadas neste bar, situado na esquina da rua Grande com a Godofredo Viana, em frente ao cine Éden. Formaram-se duas onzenas, denominadas “Alemão” e “Francês”, formando-se, também, duas torcidas, uma apoiando os “aliados”, e a outra, formada pelos “germanófilos”. Essa torcida ainda tinha o incentivo dos tripulantes dos navios alemães, abrigados em nosso porto, devido à Primeira Guerra Mundial.
Outra partida de futebol fora disputada no dia 19 de setembro, desta vez entre os times do BRAZIL FOOT-BALL CLUB 0 x 1 SÃO LUIZ FOOT-BALL CLUB, no campo da Fabril, por uma grande quantidade de espectadores, que muito aplaudiram os dois times. (O JORNAL, 20 de setembro de 1915). O Brazil Foot-Ball Club tinha seu campo no Gasômetro – hoje, Mercado Central -. Segundo MARTINS (1989), era um campo bem acanhado.
Dada essa movimentação da mocidade da “melhor sociedade”, os remanescentes do FABRIL ATHLETIC CLUB retornam às atividades esportivas, pois no dia 05 de outubro de 1915, num prédio da rua Grande, n. 220, reuniram-se
“… os incorporadores de uma nova sociedade esportiva em vias de organização, sob os mesmos moldes do extinto Fabril Athletic Clube.
“Presidindo a sessão o sr. Joaquim M. Alves dos Santos, secretariado pelos srs. S. Bello e J. F. Belchior.
“Ficou deliberado que a nova sociedade se denominará FOOT-BALL ATHLETIC CLUB, sendo nomeada uma comissão para elaborar os seus estatutos. Compõe-se esta comissão dos srs. P. Mendes, H. Pinho, E. Fernandes, Joaquim M. A Santos, C. E, Clissold, J. B. Morais Rego, júnior, S. Bello.
“Haverá no próximo Domingo, e no mesmo edifício, uma nova assembléia, para rediscutir e aprovar os estatutos, e também eleger os corpos dirigentes. Instalar-se-á logo a sociedade, cuja inauguração final se marcará para breve.
“A sede social será na mesma propriedade em que funcionou o antigo Club Fabril Athletic”.
(O JORNAL, 04 de outubro de 1915)
Dejard MARTINS (1989), dá como sendo essa data o dia 17 de outubro de 1915, com os estatutos publicados no Diário Oficial no. 44, de 22 de fevereiro de 1918 (p. 329). A comissão de elaboração dos estatutos reuniu-se (07/10) para a sua redação durante a semana, e deliberou-se que a sede do clube estaria liberada aos associados durante todo o Domingo próximo e a quem mais quisesse se inscrever. Programados para a tarde, jogos de “tennes”, “croquet”, e “foot-ball”. (O JORNAL, 08 de outubro de 1915). Durante alguns dias, foi publicado o edital de assembléia geral, para a provação dos Estatutos e eleição da nova diretoria, a se realizar dia 12 de outubro. Os estatutos foram aprovados, mas a eleição foi adiada para o Domingo próximo, às 4 da tarde (O JORNAL, 11 de outubro de 1915).
No dia 13 de novembro, são publicadas duas fotos, com a legenda INTERNACIONAL FOOT-BALL CLUB, em que eram apresentados “alguns rapazes dos teams francez e allemão, que se bateram em benefício aos flajelados a 12 de setembro findo” (O JORNAL, 13 DE NOVEMNRO DE 1915). Na coluna dedicadas a – Os Desportos -, é dado o resultado de um jogo o “Black & White”, do FAC contra o “Red” do Brazil, terminando empatado. Foram destaques, pelo “Black”, Napoleão, e pelo “Red”, Maia.
Nessa mesma edição, é apresentada uma notícia da Argentina, sob o título “O foot-ball e o tiro”, publicada pelo jornal “La Nacion”, criticando a
“… consignação de uma verba de 100.000 pezoz, votado pelo Congresso para o desenvolvimento do foot-ball, ao passo que as verbas para o tiro de guerra foram reduzidas de 600.000 para 170.000 pezoz”
(O JORNAL, 13 de novembro de 1915).
O mundo esportivo maranhense estava em ebulição, havendo grandes movimentações, fundando-se várias agremiações. É nesse período que surge nesse cenário o vice-cônsul inglês no Maranhão, Mr. Charles Clissold, um grande amante dos esportes – em especial, do futebol. Junta-se aos dirigentes do FAC, incentivando a prática de vários esportes. Muitos jovens tinham feitos suas inscrições, com o clube revivendo seus grandes dias e sendo oferecidas várias modalidades, como salto em altura simples, com vara, distância; corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos; lançamento de peso, de disco, do martelo; placekick (pontapé na bola, colocando-a na maior distância); cricket; crockt ; ping-[ong (Tênis de mesa); bilhar; luta de tração, etc. (MARTINS, 1989, p. 334).
As eleições do novo F. A. Club – agora, Foot-ball Athletic Club – reconduziram Joaquim Moreira Alves dos Santos – Nhozinho – à presidência do clube da Fabril, com Saturnino Bello como primeiro secretário e Humberto Fonseca, como segundo secretário. Edmundo Fernandes, tesoureiro, e Diretor de Esportes, Charles Clissold. Como suplentes, João Rocha Guimarães, João B, de Moraes Rego, Carlos Moreira. A inauguração ficou marcada para o dia 14 de novembro (sic), ficando marcada para o Domingo próximo, um “match de foot-ball”, com a inscrição dos sócios nos respectivos “team”, “Black and White” e “Red and White”, como havia no antigo FAC. (O JORNAL, 22 de novembro de 1915).
Ainda nessa semana, é anunciado um “match trainning” no “groud” do Internacional Foot-ball Club entre os “teams” Franco e Allemão, e a reunião dos sócios do Brazil Foot-ball Club. (O JORNAL, 23 de novembro de 1915).
Nesse mesmo Domingo, além desses confrontos, ocorreu naquele campo do Internacional uma outra partida, pela manhã, entre o BARROZO 1 x O FLAMENGO FOOT-BALL CLUB. (O JORNAL, 25 de novembro de 1915)
A movimentação esportiva nesse final de ano – 1915 – estava bem movimentada. O Brazil Foot-ball Club convocava seus sócios para a partida de final de temporada (O JORNAL, 12 DE DEZEMBRO DE 1915). Haveria um outro jogo entre o “team” Allemão, do Internacional e os jogadores da Escola de Aprendizes Marinheiros. Eram convocados, pelo time Alemão, Branco, Fereth, Guillon, Albino, Paiva, Guedes, Trajano, Leite, Travassos, Madureira e Cunha. (O JORNAL, 13 de novembro de 1915). O Barrozo Foot-ball Club desafiara o “team” infantil dos Aprendizes, com o jogo terminando em 2 x 1 , para o Barrozo (O JORNAL, 22 de novemnro de 1915). É anunciado um jogo do Internacional no campo da fabril (O JORNAL, 18 de novembro de 1915).
Pede-se o comparecimento dos sócios inscritos nos “team Black and White e Rede and White”, do FAC, para escolha de seus respectivos “captains”, e marcar o jogo da partida oficial de inauguração, prevista para o mês de janeiro próximo. Na mesma ocasião, estavam previstos jogos de “croquet”, “tennis”, e palestras desportivas (O JORNAL, 03 de dezembro de 1915). O “Red” seria formado por Carvalho, Gallas, Andrade, Borges, Paiva, Guedes. Travassos, Brurnet, Tompson, Guillon e Carvalho; já o “Black”, Madureira, Scholobach, Lebre, Anaquim, Cunha, Reinaldo, Ferreira, Totó, Luciano e Faus. O “Kic-off”, marcado para 16 1/2 (O JORNAL, 11 de dezembro de 1915). O jogo termina em Black 3 x 1 Red. Apresentaram-se 110 sócios (O JORNAL, 13 de dezembro de 1915). Para MARTINS 1989, p. 331), o número de sócios eram 245.
Para o domingo seguinte, é anunciado um jogo entre Veteranos do F. A. Club (O JORNAL, 18 de dezembro de 1915). Apesar do mau tempo, o jogo recebeu boa presença de público, com a segunda partida do dia terminando em “Black”1 x O “Red”, gol de Anequim. “Os foot-ballers esfriaram com a baixa temperatura”, por isso o resultado em um gol apenas. Foram ainda disputadas partidas de bilhar e “croquet”. (O JORNAL, 20 de dezembro de 1915).
Promoveu-se um jogo entre os quadros do FAC, a pedido da Maçonaria, em benefício dos pobres:
“F. A. CLUB
“Esta bem organizada corporação sportiva, attendendo ao pedido de uma commissão de Assistência aos Necessitados, realizar-se-á Domingo próximo uma esplendida partida jogando dos teams.
“O público, certamente, saberá corresponder para que tenha ella o exito desejado.
“Amanhã, daremos o programma …”.
(O ESTADO, 23 de dezembro de 1915).
Conforme anunciado, O ESTADO apresenta a programação, ao mesmo tempo em que convoca os jogadores dos dois times:
“F. A. CLUB
“São estes os teams que irão disputar no próximo Domingo, 26 do corrente, o match de Foot-ball organizado pela sociedade esportiva F. A. Club para a festa de caridade promovida em benefício dos necessitados:
“Pelo team Red jogarão:
“C. Branco – Raul – Soeiro – J. Carvalho – Pereira – Nava – Burnett – Faria – Guilhon – Galois – Travassos; rezervas: Cassio e Salles
“Pelo team Black & White:
“Faria – Totó – Luciano – Ferreira – Leite – Reinaldo – Scholabach – J. Mário – Lebre – Anequim – Madureira; rezervas: Cunha – Vicente
“Servirá de referee o sr. J. Santos
“Em vista desse attraente programma é de prever-se de já a maior concorrência”.
(O ESTADO, 24 de dezembro de 1915).
O jogo termina em 2 x 1, para o “Red”, sendo tiradas fotografias das equipes (O JORNAL, 27 de dezembro de 1915), publicadas na edição de 30 de dezembro. (O JORNAL, 30 de dezembro de 1915).
MARTINS (1989) afirma que Gentil Silva esteve a um pé do novo FAC:
“Contudo, aconteceu que, para ele, o futebol deveria ser altamente popularizado, no que não estavam de acordo os associados, na sua grande maioria, embora não discordando de um dos pontos definidos: a necessidade de pugnar pelo aperfeiçoamento físico. Não concordavam em abrir os portões para receber o grande público com pagamento de ingressos, porque o propósito do novo FAC era não vulgarizar a prática desportiva.(p. 331).
Aqueles que tinham o mesmo pensamento de Gentil deixaram o clube da Rua Grande e o Guarani tinha se esfacelado. Não foi abandonada a idéia de popularizar o futebol. O grupo dissidente reativou o “ONZE MARANHENSE”, com sede no Parque 15 de Novembro (avenida beira Mar), nas proximidades do Beco do Silva. O campo foi construído numa área livre – no Baluarte – “longe das vistas do grande mundo de curiosos e aficcionados”, informa MARTINS (1989). O terreno não era cercado e reclamava muito trabalho de nivelamento e outras medidas, tendo sido tudo feito com muito sacrifício, pois o terreno era pantanoso, necessitando-se de algumas carradas de entulho, cedidas pelo intendente de São Luís, tenente-coronel Luso Torres. Nivelado o terreno, foi feita a gramagem e tudo ficou como ambicionavam. E
“… Nas tardes domingueiras, o povo estava reunido. Famílias da vizinhança e outros amantes do esporte, vindos de longe, postavam-se para ver o jogo. Jogavam Brasil F. Clube, Vasco da Fama E. Clube, Santiago Esporte Clube e Fênix F. Clube. O sonho de Gentil Silva tornou-se realidade.” (MARTINS, 1989, p. 331).
Para esse autor,
“foi, sem qualquer sombra de dúvida, Gentil Silva o responsável pela popularização do futebol em terra maranhense, no momento que, deixando as hostes do FAC, achou oportuno desenvolver a prática do apreciado esporte aos olhos do povo, num campo que, de princípio não possuía cercas”. (MARTINS, 1989, p. 332)
Além do futebol, o ONZE MARANHENSE desenvolveu outras atividades esportivas: tênis, crocket, basquetebol, bilhar, boliche, ping-pong (tênis de Mesa) e o xadrez (MARTINS, 1989, p. 396).
Ainda segundo Dejard Martins, a efetiva existência do “Onze Maranhense Foot-ball Club” serviu para despertar o nosso futebol, porque firmar-se-ia a rivalidade entre os dois clubes. Novas dissidências entre o FAC e o próprio Maranhense, viria mais tarde formar o “ESPORTE CLUBE LUSO-BRASILEIRO”.
O F. A. Club é (re)inaugurado em 30 de janeiro de 1916 – agora, como Foot-Ball Athletic Club. Foi realizado a tradicional soireé, ao som de polkas e valsas, e antes, aconteceu o jogo (match) de foot-ball. As senhoritas presentes vibravam com as jogadas de seus “sportman” favoritos, destacando-se Guilhon, Gallas, Paiva, Anequim, Ribeiro, Cláudio, e Schleback. A vitória coube ao “Red”, que no primeiro “half-time” alcançou um “goal”, por um descuido do seu Carvalho, mas no segundo “half-time” portou-se de modo digno de admiração permitindo ao seu valoros partido conseguir fazer três “goals”, contra dois do adversário, que no primeiro “half-time” havia feito varar o “goal” com passes habilmente lançados pelo “center-forward” Ribeiro.
Ainda ao “Red” coube a vitória da luta de tração tendo vencido o grotesco maçã em água salgada o Travassos, e Nava a disputa da quebra potes cheio d’água, com olhos vendados. Dos chamados “concursos grotescos” – no início das atividades do FAC, em 1907, eram chamados de gaiatos – constava: frutas em água salgada – que deveriam ser tiradas com a boca, ganhando com conseguisse cinco primeiro -; boxe com olhos vendados (disputado em um tempo de cinco minutos, e não houve vencedores); quebrar potes cheios de água com os olhos vendados. Constavam como provas de Atletismo, o place-kick (chute à bola) e a luta de tração (cabo de guerra). (O ESTADO, 02 de fevereiro de 1916).
Em junho, aparece uma nova agremiação – o ATENIENSE FOOT-BALL CLUB -. Em uma reunião em sua sede social – rua de Saavedra, 23 – os sócios desse novel clube aprovaram a indicação dos senhores Wilson Vieira e Antonio Correa para o quadro social e foram divididos os “teams”, denominados “São Luiz”, “Caxias”, e “Alcântara”. Ainda foi providenciado o “iníciar-se o mais breve possível os serviços do novo campo de match, encarregando da direção dos mesmos o jogador Raio”. (O ESTADO, 08 de junho de 1916).
Ainda de acordo com MARTINS (1989), em meados de 1916, já era regular o número de clubes:
- BANGU FOOT-BALL CLUBE;
- FLUMINENSE FOOT-BALL CLUB;
- PAYSANDU FOOT-BALL CLUB;
- ATENIENSE FOOT- CLUBE;
- ONZE MARANHENSE F. CLUBE;
- MARANHÃO ESPORTE CLUBE;
- FOOT-BALL ATHLETIC CLUB;
- BARROSO F. CLUBE;
- CABRAL F. CLUBE;
- IPIRANGA F. CLUBE;
- GUARANI ESPORTE CLUBE;
- SÃO PAULO F. CLUBE
e outras associações menores (p. 344).
Nas datas importantes, o jogo de futebol aparece como parte das programações, como as comemorações da Batalha do Riachuelo, pela Escola de Aprendizes Marinheiros, quando seriam executadas “Gymnástica Sueca com armas, Gymnástica sueca sem armas, corridas com três pernas, corrida do sacco” e uma partida de futebol, entre os “teams” “Marcílio Dias” e um formado por representantes do F. A. Club. Jogaram pelo FAC: Travassos, Vieira (do Red); Euclides, Lebre e Kenard (Black); Wilson, Admar, Guedes (White); Roberto, Wall, Lisboa (Blue); o árbitro – referee – sr. J. M. Santos e os linesman: Leite e o Aprendiz 20. (O ESTADO, 10 de junho de 1916).
Na edição de O Estado, de 12/06 (Segunda-feira), sob o título “A Batalha de Riachuelo”, faz-se comentários sobre os festejos do 11 de junho, em que o ponto alto das comemorações foi o jogo de futebol, após os exercícios de esgrima. Segundo o redator, “foi uma das mais interessantes que se tem assistido”, havendo grande entusiasmo, pois estavam em luta os valentes do FAC e os esforçados Aprendizes. A partida ocorreu com disciplina, destacando-se o “goal-kelper” dos Aprendizes. O jogo terminou 1 x 1. (O ESTADO, 12 de junho de 1916).
O BRAZIL tinha sua sede à Praça 1º de Maio – onde seus sócios se reuniram em assembléia geral – no campo do Sant’ Iago. Já na Praça 13 de Maio, em frente ao Cemitério dos Ingleses, em julho de 1916, estava sendo construído outro campo para foot-ball, “que funcionará em breve”. (O ESTADO, 17 de julho de 1916).
Ainda em julho, o jornal “O ESTADO”, muda o título de sua coluna dedicada à divulgação dos “SPORT”, para “VIDA SPORTIVA”, e se refere a um AMAZONAS FOOT-BALL CLUB. Pela nova coluna era anunciada um “match trainning” a ser realizado no espaçoso campo do “ONZE MARANHENSE” entre os 1º team – Osimir, Lauro, Salvac, Gonçalves, Macedo, Cezarino, Jonas, Juca, Ricamon, Lima e Cunha; e o 2º team deste club: Intolerável, Nataniel, Sivoca, Evandro, Bôlo, Duquesne, Humberto, Cassinho, Guterres, paulo e Ozark. Será juiz Esoj Acesnof (José Fonseca, ao contrário). (O ESTADO, 22 de julho de 1916)
No mês de agosto, Nhozinho Santos, após um longo período no sul do país, retorna a São Luís e é programada uma recepção digna desse “sportman”, introdutor do esporte moderno em nossa cidade. O futebol continuava sendo praticado com entusiasmo e vibração, e outras modalidades esportivas desenvolviam-se: tênis, crocket, basquetebol, jogos olímpicos (atletismo), bilhar, boliche, ping-pong (Tênis de Mesa), e outras mais (MARTINS, 1989).
Mais uma vez o “Red”, do Onze Maranhense, enfrenta o “Black”, do FAC, terminando o jogo em 3 x 2, para o team fabrilense. O comentarista d’ O Estado elogiou muito os atletas dos dois times, pela forma educada com que se portaram em campo. Após o jogo, houve uma soireé, com a apresentação de uma banda musical, sendo ressaltada a participação dos atletas, em clima de camaradagem (O Estado, 02 de outubro de 1916). Na edição do dia 09/10, é comentado o jogo realizado entre o team do “Benjamim Constant” 1 x 3 FAC. O time visitante pertencia ao navio-escola Benjamim Constant, da Marinha, em visita à nosso Estado.
Mais um clube surge: o BRAGANÇA SPORT CLUB, com sede na chácaras Bragança, na rua Madre Deus:
“AS ATRACÇÕES DO FUTEBOL” – sob este título, toma-se conhecimento de um outro campo, para a prática do futebol, denominado de “MARCÍLIO DIAS”, localizado em frente à Praça da Justiça. No Domingo, houvera um jogo, com as pessoas que transitavam por aquele local – fato curioso – “… não deixavam de se deter apreciando uma praça do exército mettida entre os jogadores, respectivamente fardada, mostrando a sua habilidade no agradável sport. Incorrecta e contra o regulamento”. A nota saiu nos “Factos policiaes”(O ESTADO, 23 de outubro de 1916).
O Bragança Foot-ball Clube aprova seus estatutos, decidindo-se, também, pela criação de seus quadros infantis de foot-ball, com a denominação de “Paraná” e “Santa Catharina”. (O ESTADO, 07 de novembro de 1916). As equipes recebiam seus nomes influenciados pelos acontecimentos do momento. As do Internacional, dos partidos “Francez” e “Allemão”, em função dos beligerantes da Primeira Guerra Mundial; os do Bragança, certamente, em função da Guerra do Contestado, que estava em seu auge, entre aqueles dois estados sulistas. Eram os acontecimentos políticos “influindo” nos sports …
No “Parque 15 de Novembro”, é realizada uma matineé infantil, para os atletas do “Onze Maranhense”, em comemoração à Independência. Foram colocadas 400 cadeiras ao redor do campo, todas ocupadas – foram cobrados ingressos – e houve sorteio de prêmios. A nota de destaque foi que o “poeta das matrandações” Sátiro Cardozo, não pode tomar parte do jogo por Ter recebido um violento bolaço, que o prostou desalentado e ferido. Esse jogo – de adultos, com seu “início às 13,5 horas”, terminou em 2 x 2. Às 16 1/2 horas houve o jogo infantil, entre os teams Norte 3 x 1 Sul. (O ESTADO, 16 de novembro de 1916).
Enquanto isso, no campo do Bragança, era realizado outro jogo, entre os “Team 1” 3 x 1 “Team 2” (O ESTADO, 21 de novembro de 1916).
Nesse jornal, no dia 28 de novembro, é publicado uma matéria destina “AOS FOOT-BALLERS MARANHENSES”, em que E. Peake, do Liverpool & W. Z. dão lições sobre o jogo de foot-ball: “quando e como se deve passar”. Com a frase “não há interesse para o jogo saber quem fez o ‘goal’, o essencial é que elle seja feito”, em artigo de página inteira, sob a forma de entrevista, são feitos comentários sobre como jogar o futebol, dando ênfase ao sistema tático do jogo, em que o passe de bola é essencial. O entrevistado refere-se à aparente falta de combinação entre os jogadores, pois os passes são feitos sem qualquer objetivo. O tema do artigo é – como e quando passar. O sr. Peake dá lições a quem queira jogar, bem, o futebol, discorrendo sobre a função de cada jogador e como aproveitar melhor os passes, com objetivo do gol. (O ESTADO, 28 de novembro de 1916).
Nesse final de ano, é anunciado para o dia 3 de dezembro a inauguração do Bragança Sport Club, contando a programação com uma regata entre as equipes 1 e 2, a se realizar no Rio Bacanga, às 7 horas da manhã. Às 15 horas, estavam programados exercícios militares pelos alunos do Instituto Maranhense; às 16 horas, haveria um “Momento Literário”, com recitação de poesias e monólogos, pelos sócios, e ,às 17 horas, a partida de foot-ball entre os teams 1 e 2. Às 19 horas, a sessão solene de inauguração, seguida de soireé dançante. (O ESTADO, 30 de novembro de 1916).
A partida de foot-ball seria realizada no campo de Sant’ Iago, cedido pelo “SANT’ IAGO SPORT CLUB” (O ESTADO, 02 de dezembro de 1916). Os dois times estavam assim escalados:
TEAM 1
Mundico
Joca Luiz
Felippe Diniz Sena
Zuza Xavier Zezico Cardozo Mundico
Reservas
Esteves José Barbosa
Juiz de linha – Benedito Silva
TEAM 2
Carlos
Deja Miguel
Vila Polary Julio
Thiago Lauro Chico Paulo Joaquim
Reservas
Elpidio Zedec
Juiz de Linha – Teixeira
No Domingo, 10/12, o campo do FAC foi (re)inaugurado, com um jogo entre os “Team A” 4 x 0 “Team B”. Ao mesmo tempo, no campo campo do Sant’Iago, o Bragança Sport Club enfrentava o “THE ELEVEN SPORT CLUB”, em torneio de futebol. Saiu vencedor o Bragança, pelo placar de 2 x 1. Informa o articulista que foram tiradas fotografias dos dois times. No Domingo seguinte, novo confronto no campo do FAC, reunindo as equipes “Verde” 5 x 4 “Amarelo”. Enquanto no Bragança, era esperado o The Eleven para a partida de desafio – revanche. O Eleven não compareceu. Já no Anil, no “field” do “UBIRAJARA” houve a partida revanche pedida pelo “TYMBIRA” – segundo MARTINS, fundado em outubro de 1916 – terminando com a vitória deste por 6 x 0. (O ESTADO, 11 de dezembro de 1916).
O ano de 1916 termina com o UBIRAJARA SPORT CLUB, do Anil, realizando sua festa esportiva de encerramento do ano, para seus associados. Foram disputadas:
- Corrida a pé, saindo vencedor Mamede Uta;
- Corrida com Obstáculos, vencida por Jorge Marinho;
- Corrida com saco, vencendo-a Mamede Uta;
- Pulo, vencida por Raymundo Souza
- O pote, João Nascimento
- Agulha, Mamede Uta e a senhorita Maria Carramilho.
(O ESTADO, 28 de dezembro de 1916).
No dia 31 de dezembro de 1916, os foot-ballers do CLUB DO REMO, do Pará, chegam para uma série de disputas com o F. A. Club. O primeiro jogo termina em 6 x 0 para o team paraense, destacando-se o “perigoso” Duca e o “terrível” keeper Corintho. Nosso primeiro encontro interestadual…(O ESTADO, 02 de janeiro de 1917).
No meio da semana, é anunciado para o dia 04 de janeiro de 1917 um jogo entre o Bragança Sport Clube e o Club do Remo (O ESTADO, 03 de janeiro de 1917), logo a seguir desmentido pelo presidente do Bragança, em visita à redação d’O Estado (04 de janeiro de 1917), que
“adiantou-nos não ter fundamento a nossa notícia com referencia ao desafio feito pelo seu club ao club do Remo, para uma partida de foot-ball, no campo da Fabril.
“O que se deu foi Ter elle falado com um dos membros do club paraense para um treino, o que aquelle membro disse que poderia ser feito no campo do F. A. Club, não ficando, porém, isso resolvido definitivamente.
“Assim,, portanto, a informação que nos deram foi destituída de verdade, pelo, que nos apressamos em rectifical-a”.
Nesse mesmo dia, a delegação paraense – composta pelos srs. Francisco Azar Saltão (delegado), Carlos Berneaud (secretário) e Adolpho e Abílio Silva (membros), acompanhados pelo sr. Joaquim Moreira Alves dos Santos, presidente do FAC – faz uma visita à redação do jornal.
Estava programa a realização de quatro partidas entre as duas agremiações. Realizadas as duas últimas, o Remo as vence por 5 x O – jogo no Sábado – e 4 x 0, o jogo do Domingo:
“Mas não se deve inferir daí que os nossos players tenham feito, nestes, pior figura do que no segundo assalto, em que os seus adversários conseguiram apenas três pontos para o seu team. É que, nas primeiras pugnas, os nossos vanguardas se limitaram a auxiliar a defeza, ao passo que hontem, como ante-hontem, investiram em audazes e sucessivos embates contra a meta contrária, ameaçando-a seriamente por duas vezes, em que Corintho foi posto por terra; talvez a tivesse mesmo vazado, se não fôra a barreira inespugnável que lhes ofereceu Duca o excelente beck, com os seus shoots infalíveis e firmes, e quiçá, quem sabe ! com o respeito que só por si infunde a sua figura hercúlea.”
(O ESTADO, 08 de janeiro de 1917).
Tomamos conhecimento de duas outras agremiações, através do anúncio do jogo entre o FLUMINENSE FOOT-BALL CLUB versus o SÃO CHRISTOVÃO, FOOT-BALL CLUB, no campo da praça 1º de maio:
FLUMINENSE | SÃO CHRISTOVÃO |
Justino | João |
Belfort | Newton |
Thiago | Dico |
Paulo | Carlos |
Oliveira | Luz |
Vianna | Mario |
Lauro | ? |
Zeca | Agenor |
Zuza | Vieira |
Vasconcelos | Cunha |
|
Reservas eventuaes |
Linesman:
Cavalcanti ?
Referee – Teixeira
(O ESTADO, 12 de janeiro de 1917).
Os srs. Francisco Saltão, chefe da delegação do Club do Remo do Pará e o sr. Luiz Paulo Martins, representante da “Folha do Norte” junto à mesma delegação, foram à redação d’O Estado para as despedidas, pois estavam de partida para Belém. No Sábado, pela tarde, a delegação paraense faria ainda um match treino de foot ball contra o “Black and White” do F A Club, sob a direção do sr. J. Santos e juizes R. Cunha e D. Cortez, despedindo se assim a rapaziada paraense (O ESTADO, 13 de janeiro de 1917). O jogo amistoso entre o Club do Remo e o “Black”, “campeão de 1916 da importante associação do Caminho Grande”, enfrentou de igual para igual o clube paraense, “embora mais fraco que este”, marcando o primeiro goal e único da temporada:
“… o Black desenvolveu um jogo mais ordenado, o que lhe valeu a glória de vazar a meta de Corintho, em conseqüência de um corner habilmente tirado por Leite e que Rego aproveitou de maneira admirável. Mal a bola tocava a rede contrária, uma estriptoza salva de palmas se fez ouvir na reduzida platéia.
“Desapontados com o impacto do brilhante feito, os adversários atiraram-se com furor contra a nossa méta; e como encontraram resistência, uzaram de força bruta, pondo Fritz fora do campo, victima de um perigozo sadwich, que por pouco lhe custava a vida. Diante disso, os ‘meninos’ do Black, receiando serem esmagados com o rezistir, deixaram o campo livre aos seus ‘amáveis’ contrários, que, uns após outros, marcaram oito goals”.
(O ESTADO, 13 de janeiro de 1917).
Resultado da temporada:
FAC 0 X 6 Remo
FAC 0 x 3 Remo
FAC 0 x 5 Remo
FAC 0 x 3 Remo
Black 1 x 8 Remo
e como acontece até hoje – e após muitas reclamações contra a arbitragem do referee paraense, em três das partidas disputadas, ” … à noite, um animado saráu dansante, na séde do FAC, coroou a vitória moral do ‘Black”. Éramos derrotados por culpa do juiz, mas éramos os campeões morais … isso, já em 1917. Qualquer semelhança com os comentários de nossa imprensa esportiva de hoje …
Foi após esse jogo contra o Club do Remo que os dirigentes começaram a admitir que a melhoria não dependia apenas do intercâmbio, mas da “importação” de alguns jogadores de centros onde o esporte estava mais adiantado. O FAC deu a partida, trazendo o primeiro reforço: o goleiro paraense Corintho. Para MARTINS (1989), a presença de Corintho marcava o início da introdução do “amadorismo marrom”, uma figura que predominou, por muito tempo, em nosso futebol, antes da instituição do regime profissional no Maranhão.
O encontro entre os infantis do – mais dois clubes conhecidos – BOTAFOGO FOOT-BALL CLUBE e o do P.F. termina em 1 x 1, em jogo realizado no campo do Ubirajara, no Anil (O ESTADO, 16 de janeiro de 1917).
A nota “chic” do Domingo, foi o jogo entre o Bragança Sport Club e o Ubirajara Foot-Ball Club: os jogadores do Bragança, às 14 horas, apresentaram-se na gare da ferro Carril para dirigirem-se ao longínquo Anil em bond especial. A viagem durou uma hora … o jogo, terminou empatado em 2 x 2, frustando o grande público e as senhoritas presentes, que esperavam uma vitória do Ubirajara, para ofertar aos players, bouquets de flores.
Na cidade, enfrentaram-se os teams do “PORTUGAL SPORTE CLUBE” 3 x 1 “CRUZEIRO SPORT CLUB”. (O ESTADO, 31 de janeiro de 1917). Outros dois clubes aparecem: “ATHENAS” e “GUARANY”, programa para a Praça 1º de Maio (O ESTADO, 1º de fevereiro de 1917).
Mais um Domingo esportivo bastante movimentado, neste início de fevereiro. No Caminho Grande, enfrentaram-se o Ubirajara 1 x 3 FAC.
“O jogo foi bastante prejudicado pela chuva, precisando ser interrompido várias vezes. Serviram de referee os srs. Joaquim A. Santos e Júlio Gabas, 1º e 2º tempos, respectivamente. Destacaram-se, pelo Ubirajara, Castelo Branco, e pelo FAC, alguns; os demais eram principiantes”
Outro jogo foi entre duas equipes do FAC, recrutados entre os jogadores que não participaram da temporada interestadual: Corintho, “o terrível goal-keeper” do Club do Remo, formou em um dos teams. Sem o auxílio de Duca e Onias, o goleiro paraense fez defesas admiráveis, embora prejudicado pela chuva que tornou o gramado escorregadio. Repeliu brilhantemente três ataques seguidos, até que escorregou e Anequim marcou um goal … com a vitória do “Club do Remo”, cujo keeper Avelino Avelino neutralizou as poucas investidas dos adversários.
Pela tarde, no ground do antigo Tiro Maranhense, os teams infantis do SANTA CRUZ FOOT-BALL CLUB venceu o do BOTA-FOGO FOOT-BALL CLUB por 2 x 0.
“Como um novo sol refletindo nas paragens longínguas do azul, appareceu o Club Sportivo ‘José Floriano'”, fundado por um grupo de rapazes de nossa terra com o fim único de “cultivar o physico e revestir de ganho e belleza todas as linhas plasticas do corpo”.
Com essas palavras era saudada a fundação de mais um clube esportivo em São Luís. O nome, em homenagem ao maior dos mestres da cultura física do país,
“inflamando-se de enthusiasmo e de energia para combater o enfraquecimento de uma geração e dar vida e armonia aos músculos, admirados com embevecimento, nos grandes athletas e nas antigas estátuas de mármore guardadas nos velhos museus de Roma e Grécia”
- dizia F. de Souza Pinto, ressaltando o quanto era importante a boa forma física em Grécia e Roma antigos, nos estados Unidos e na Alemanha atuais, como exemplo de uma raça:
“E o Brasil, a terra verdejante de palmeiras e bosques floridos tem também os seus representantes e mestres de luta e acrobacia em que figura como principal elemento de nossa raça o afamado José Floriano Peixoto, cujo nome cercado de sorrisos e de feitos foi escolhido por patronimico do club, que acaba de apparecer nesta terra tristonha do norte, que há-de um dia figurar nos campeonatos, tendo para saudar as suas victórias a música melodiosa dos cântigos cheios de saudade e poesia dos nossos queridos sabiás”. (F. de Souza PINTO, in “O ESTADO”, 15 de fevereiro de 1917).
O match de foot-ball entre o Bragança e o Ubirajara reunia os seus melhores quadros, em jogo realizado no Anil. Os jogadores de ambas as equipes partiram da gare da ferro Carril em bond especial. Era esperada uma tarde esportiva muito chic:
BRAGANÇA SPORTE CLUB | UBIRAJARA SPORT CLUB |
Cavalcante
Silva Dejas Trajano Vianna Macaco Marques Lauro Dudú Thiago Carvalho Pereira Zuza Carlos Geraldo |
Veríssimo
Jupira Kenard Simião Mário Silva Marcelino Bongoin Rubem Jonas Manoel Rubens Torreão Benevenuto Raymundo |
Referee – Jonas Hersen
O jogo termina em 3 x 0 para o Bragança.
(O ESTADO, 22 de fevereiro de 1917).
O Club Sportivo Luso-Brasileiro realiza sua eleição, em 24 de fevereiro, assumindo os destinos do clube:
Assembléia Geral:
- Presidente: Gioto Pereira Tribuzi
- Vice-presidente – José Francisco Ferreira
- 1º secretário – Antonio d’Almeida Saraiva
- 2º secretário – Manoel Nunes Santos
Diretoria:
- Presidente – Manoel Antonio Araújo
- 1º secretário – Diamantino Nunes D’Oliveira
- 2º secretário – Flavio Pereira Tribuzi
- Thesoureiro – Abilio augusto Pinto
- Director de Sports – Albino Augusto Pinto
(O ESTADO, 27 De Fevereiro De 1917)
De passagem para Pernambuco, onde iria disputar a taça do Tricentenário da Revolução Pernambucana, o 1º team do Club do Remo do Pará passa por São Luís e disputa um match-treino com o FAC, vencendo por 2 x 0, apesar das boas defesas de Corintho, “o proclamado ex-goal-kepper remista” (O ESTADO, 07 de março de 1917).
Surge o “CLUB UNIÃO BRASILEIRO”, havendo treino inicial no campo de Sant’Iago (O ESTADO, 10 de março de 1917).
A última semana desse abril de 1917 esteve movimentada. Além do surgimento da Liga Maranhense de Foot-Ball, houve um jogo entre o Ubirajara 1 x 0 Brazil, no Anil, com o sr. Acrísio José Tavares sendo empossado na presidência do Anilense Foot-Ball Club, e aclamado como seu captain o sr. Kenard Tavares da Silva, pelos relevantes serviços prestados.
Um grupo de rapazes, pretendendo fundar uma nova associação de foot-ball, convidava aos associados para comparecerem à rua do Passeio, 28, residência do sr. Eustáquio Cortez, para tratar do assunto. Estava sendo fundado o “AMÉRICA FOOT-BALL CLUB” (O ESTADO), 24 de abril de 1917).
O “SÃO PEDRO FOOT-BALL CLUBE” é outro clube fundado por essa época, com sede à rua Jacintho Maia, 47, tendo como presidente Walmore Vianna, com os treinos iniciados no largo da Madre Deus. (O ESTADO, 28 de abril de 1917).
“Texas” faz chegar à redação d’O Estado mais um artigo, comentando a “Vida Sportiva” em Maranhão – São Luís -. Escreve, com entusiasmo, que assiste com agradável surpresa o desenvolvimento do sport entre nós, já parte dos costumes. Seus comentários saudavam a inauguração oficial, no dia 20/05, do “Anilense Sporte Club”, no aprazível arraial do Anil. Ao acordar, o articulista recebera a notícia de que mais um clube esportivo havia surgido – o “CALIFÓRNIA SPORTE CLUB”, “dele fazendo parte diversos rapazes que moirejam na imprensa da terra”, sendo escolhido por sede a Ponta do São Francisco, onde já se providenciava a construção de um campo para a prática do foot-ball.
O “Vasco da Gama Sport Club”, formado por
Américo
Piahuí Mathias
Maurício Homem Domingos
Frede Nilo Louzeiro José Pedro
e o “Bragança Sporte Club”, formado por
Henrique
Lauro Agenor
Bernardino Fernando Pires
Vianna Neco Correia Zuza Silva
se enfrentariam em match-treino no campo “Marcílio Dias”. Serviria de referee o sr. João Belfort. (O ESTADO, 19 de maio de 1917).
É noticiado em O Estado (06 de julho de 1917) a breve fundação, em nossa capital, do “CLUBE SPORTIVO J. P. MULLER”, por um grupo de rapazes,
“… adeptos do desenvolvimento physico, uma sociedade para exercícios sportivos que observará rigorosamente as regras do compêndio ‘O meu systema” do grande hygienista dinamarquez J. P. Müller”.
Mais um final de semana bastante movimentado, sendo realizado um jogo entre o “GRAPHICOS” 3 X 2 “PANTHER”; em outro jogo, o “Panther” venceu o “São Luís” por 8 x 1, enquanto no Anil, o “Anilense” comemorava o 14 de julho com uma ampla programação esportiva:
- jogo de futebol, entre o “Anilense” 0 x 0 “Luzo-Brasileiro”;
- corrida de velocidade, vencida por Carneiro Maia, seguido de Trajano e, em terceiro, Justo;
- corrida de resistência, também vencida por Carneio Maia, e em segundo, Justo.
Muito embora Dejard Martins se refira a um primeiro Torneio Maranhão-Piauí-Pará de Futebol, com as participações do Internacional Futebol Clube (Piauí) e do Paysandu Sport Club (Pará) – patrocinado pelo Foot-ball Athletic Club – o que houve foram jogos distintos, entre Paysandu e FAC, primeiro, depois Internacional x Paysandu, e depois Internacional x FAC, pois a delegação do Piauí não chegou a tempo para o início das competições (O ESTADO, 11 de dezembro de 1917).
O Pará – que no princípio do século sofreu considerável influência britânica, dada as inúmeras empresas ali sediadas, para a exploração de madeira e borracha – conheceu o futebol bem antes que o Maranhão. Os jogos eram realizados no Largo de São Brás, destacando-se duas equipes, a do “Pará Foot-ball Club”, constituído por elementos da colônia britânica; e o “Pará Club”, formado por ingleses e gente da terra. Em 1906, o estado vizinho já tinha a sua “Pará Foot-ball Leagne”, porém logo se dissolvendo, surgindo, em 1908, a “Nacional Foot-ball Association”, composta por quatro clubes. Nesse mesmo ano, é fundada a Liga Paraense de Foot-Ball, realizando-se o primeiro campeonato de futebol, aparecendo neste, os Clube do Remo e o “Time Negra” – que a partir de 1914 viria a ser o Paysandu Sport Club. (MARTINS, 1989, p. 167; VALLINOTO e DaCOSTA, 2000; DaCOSTA, 2000).
Já no Piauí, o futebol surgiu em Parnaíba, por volta de 1901/11, sendo o primeiro clube criado o Internacional Foot-ball Club, constituído por jovens estrangeiros e brasileiros. O campo foi construído em um terreno da Casa Inglesa. Em 1913, surgiu o seu grande rival, o Parnaíba Sport Club, fruto de uma dissidência dos “internacionais”. Quando os clubes chegaram ao número de seis, foi fundada a Liga Esportiva Parnaibana e o seu primeiro torneio foi realizado em 1915 (MARTINS, 1989, p. 172).
O Internacional jogou duas vezes contra o Paysandu, perdendo ambas as partidas por 15 x 0 e 9 x 0. Já contra o FAC, o resultado foi FAC 8 x 2 Internacional; a segunda partida, Internacional 4 x 1 FAC.
Os jogos entre FAC e Paysandu terminaram, FAC 0 x 7 Paysandu, o primeiro. Havendo empate em 2 x 2 no segundo. Em 11 de dezembro, o Internacional ainda estava sendo esperado…
Nesse ano de 1917, o esporte em Maranhão se consolida. Além do surgimento de inúmeras outras associações esportivas e de clubes de futebol, inicia-se o intercâmbio com os dois estados vizinhos, com a visita do Clube do Remo, no início do ano, e de um torneio envolvendo o Paysandu, do Pará, e o Internacional, da cidade de Parnaíba-Piauí, no final do ano. Começam as “importações” de jogadores…
Sem dúvidas, o fato mais importante para a consolidação do foot-ball association em Maranhão – e de outras modalidades esportivas, foi o surgimento da Liga Maranhense de Foot-Ball, nos meados do ano. Um leitor, usando o pseudônimo de “Texas”, escreve ao jornal O Estado, relatando o acontecido, ao mesmo tempo em que fazia um breve histórico da implantação do futebol em São Luís:
“Há um punhado de anos, que já ia longe”, ouvia falar de esportes no Maranhão, especialmente do foot-ball, “chegando mesmo a crer que ele existisse a esse tempo, mas” …
Afirma Texas que, se ele – futebol – existisse, era atacado por uma grande debilidade que o impossibilitava de progredir. Projetavam-se alguns matchs entre teams dos dois clubes existentes, mas por um motivo ou outro, não assumia o jogo as excelentes projeções que criavam. “Texas” condenava os despeitados que diziam, boa a boca, que ”
“… o futebol era um jogo bruto e que não merecia ser cultivado com tamanho afinco, por uma quantidade regular de moços patrícios”.
Viam um jogo bruto porque uma pequena parcela de rapazes metiam-se a executa-lo sem método algum, cometendo as maiores extravagâncias e daí sofrendo as conseqüências desagradáveis. Mas, por que isso ? – perguntava-se. Os únicos culpados era esses mesmos rapazes, que se entregavam ao esporte sem uma regra sequer que os guiasse.
“Passada essa temporada de desânimo, surgiu entre nós, com grandes surpresas, assentado em bases sólidas um excelente clube esportivo”,
que, transpondo todas as barreiras que haviam sido edificadas para embaraçar os passos do foot-ball começou logo “arrebanhar para o seu sítio uma porção de rapazes dispostos a trocar e a desenvolver o sensacional jogo”.
“D’hai existir a temporada sportiva maranhesne, cujo pavilhão foi valentemente desfraldada pelo F. A. Club, que ainda vive, são e forte”
com os maranhenses começando a compreender o verdadeiro desenvolvimento “não só o intelecto, mas também o físico, através da prática do esporte”, o futebol começa a servir como o elemento aglutinador da juventude. Os clubes começam a surgir, tornando-se cada vez mais chic e atraindo a atenção das senhoritas. O foot-ball deixava de ser uma coisa bruta. O Maranhão contava já com nove clubes constituídos oficialmente.
“Mas faltava ainda uma medida alta que merecia ser posta em prática, com urgência, para que o desenvolvimento do jogo bretão, aqui, fosse mais além. E essa medida não se fez por esperar muito. Não se fez esperar muito, afifirmam, porque ahí a temos, unificando, num grande abraço maternal, todos os clubes locais que lhe são filiados: – a Liga Maranhense de Foot-Ball”.
(O ESTADO, 16 DE ABRIL DE 1917).
Ao final desse período – a I Guerra Mundial estava terminando – estabeleceu-se uma sintonia entre a quebra da identidade colonial e a construção da identidade nacional, coletiva, cultural, brasileira
“… no surgimento dos rituais comunitários, responsáveis pelas transformações de sensações encadeadas por impulsos amplos, que vêm de fora: do remo, do futebol, as corridas de carro, o carnaval, o espetáculo da emoção e o delírio das multidões” (KOWALSKI, 2000, p. 392).
Para esse autor, o esporte é então concebido como uma escola de coragem e de virilidade, capaz de ajudar a modelar o caráter e estimular a vontade de vencer, que se conforma às regras, que adota um atitude exemplar – o fair-play, jogo justo e honesto, comportamento cavalheiresco.
“Por outro lado, as exigências econômicas e culturais para praticar as novas modalidades esportivas … reforçariam ainda mais a conotação de que esta prática cultural se afirmava como um signo de distinção social”. (p. 393).
É nesse sentido específico que certos esportes aparecem como elemento de diferenciação do estilo de vida. A prática esportiva torna-se um indicativo de pertencimento social, tendo em vista que a prática de certas modalidades (tênis, crickt, crockt, remo) estava condicionada, em Maranhão, à participação em associações esportivas (os clubs), enquanto outras (foot-ball) vinham alcançando uma maior difusão social, irradiando-se por todos os lados.
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