Do Blog do Leopoldo Vaz • sexta-feira, 08 de abril de 2016 às 11:21 0comentário

Continuando com o conteudo do curso de Treinadores de Futebol, onde se procurou traçar a sua História através da História de Vida dos jogadores que fizeram fama no futebol ludovicense, e maranhense, regional, nacional e, alguns, fora do país…

 

Argemiro Martins – GEGECA

1920 nasceu no Recife, em 27 de junho. Foi outro pernambucano a ingressa no Sampaio Corrêa. No seu primeiro treino, demonstrou muita classe e entusiasmo. Também veio do Íbis, como Reginaldo. Seu primeiro clube foi o Maurití, do Porto da Madeira, passando para o Encruzilhada, onde atuou ao lado de Orlando, China e outros grandes azes do futebol nacional. Aos 17 anos deixou de jogas com os pés descalços e ingressou no Santa cruz, jogando até 1940, quando se transferiu para o Íbis. Em 1943, estava de volta ao Santa Cruz, retornou ao Íbis, lá permanecendo até receber a proposta do Sampaio Corrêa [1].

 

GALEGO

1921 Natural de Belém do Pará, onde nasceu em 26 de julho. Jjogador do Moto Clube, não se saia bem nos jogos locais, mas nos fora da cidade… chegou a ser cogitado até para a seleção brasileira; começou a joga futebol no juvenil do Paissandú, em 1937. Troca o Paissandú pelo União e em 1940 passa para o Tuna Luso Comercial. Transfere-se para o Recife, onde joga no América. Com saudades de casa, volta a Belém e, sem contrato, retornou para Recife, contratado pelo Santa Cruz. Passa a jogar pelo Maguari e quando este é extinto, vem para São Luís, jogar pelo Moto Clube [2].

 

HAROLDO Almeida e Silva

1922 nasceu em 25 de março no Rio de Janeiro.  Aos 15 anos já jogava futebol nos campos das Laranjeiras, mesmo bairro onde nasceu. Jogou no castelo Branco, clube de bairro, passando para o São Cristóvão, até 1945, quando veio para o Moto Clube, indicado por um senhor Soares, da Federação metropolitana. Em 1947, estava sem contrato e desejando voltar para o Rio de Janeiro. Motivo – vida cara e ordenado pequeno [3].

 

José Coelho Neto – COELHO

1922 nasceu em Fortaleza em 12 de abril. O avante do MAC tem três anos de profissionalismo. Começou  a jogar pelo Cruzeiro de Camocim, para onde seu pai – funcionário público – foi transferido, em 1935. Em 1939, seu pai volta a fortaleza e Coelho – já com fama de bom centroavante – parra a defender as cores do Realengo, time do bairro de Aldeotas. Em fins de 1940, deixa o time de João Bombeiro e transfere-se para o Riachuelo, onde joga até 1942, sagrando-se vice-campeão da 2ª divisão. Em 1943, esteve no Baependí e em 1944, ingressou no fortaleza, como ponta-direita. Depois de vários jogos, inclusive um campeonato brasileiro, veio para o MAC, chegando aqui em 9 de dezembro de 1945 [4].

 

NELIO VASCONELOS

1922 – nascido em 24 de fevereiro, em São Luís, filho de Almir Vasconcelos “Lapinha”, um desportista que viu a fundação do Sampaio Correia Futebol Clube em 15 de dezembro de 1923; Lapinha fazia tudo no Sampaio – torcedor, roupeiro, enfermeiro; as cores, verde, amarelo, e vermelho foram sugestão dele; 1927 – Almir Lapinha deixa o Sampaio, envolvendo-se com o Vasco da Gama, campeão estadual de 1928. 1932 – 24 de julho – surge o Maranhão Atlético Clube – MAC – e uma nova paixão; o MAC treinava num campo próximo a casa da família; os Vasconcelos viram atleticanos; 1937 – O MAC torna-se campeão estadual em cima do Tupan; Década de 50 – torna-se árbitro de futebol, a convite de Jaffé Mendes Nunes, trabalhando ao lado de Lourival Amaral, Antonio Bento Cantanhede Farias, e Leoncio Rodrigues; 1958 – abandona a arbitragem; Década de 60 – passa a treinador do MAC; em 1963 o MAC conquista o título estadual, após 13 anos.

 

DEJARD RAMOS MARTINS – jornalista

1923 – Nasceu em 14 de julho, na cidade de Manaus. Jornalista esportivo, pioneiro do Maranhão; 1951 a 1960 – promoveu as eliminatórias da Corrida Internacional de São Silvestre, como correspondente do jornal “A Gazeta Esportiva”. – Foi prefeito de São Luís. – É autor de “Esporte – um mergulho no tempo”.

 

RAUL SANTOS BOTELHO GUTERRES – Raul Guterres

1926 – nasceu em São Luís, em 31 de outubro, filho de Heitor Correa Guterres (1881-1956) e Julieta Botelho Guterres (1886-1980); sua família, de origem portuguesa, estabeleceu-se em Alcântara; Raul é o caçula, e foi o único dos filho do casal que nasceu em São Luís. 1937 – concluiu o curso primário no Grupo Escolar Barbosa de Godois; 1942 – iniciou-se no esporte com 15 anos de idade, jogando futebol, pelo Ateneu, sagrando-se campeão intercolegial, como goleiro; Além do futebol, jogava basquete, volei, futsal e praticava o atletismo. 1943 – ingressou no FAC e com a extinção deste, passou para o MAC (1943), quando foi campeão. Raul dedicou a vida ao MAC, inicialmente como atleta, chegando a presidência do clube; clube do coração da família Guterres,  seus irmãos foram atletas e dirigentes do clube; deixou o clube na condição de goleiro titular,, ocasião em que fora convidado para atuar em diversos clubes, como o Ceará Sporting (Fortaleza), Clube do Remo (Pará), Juventus e Portuguesa dos Desportos, times da primeira divisão do futebol paulista. O estudo e o quartel não o deixavam penar em futebol para ganhar dinheiro… Paralelamente ao futebol, jogou Basquetebol no “8 de Maio”, time de Rubem Goulart, campeão nos anos de 47/48/49. Era o mesmo time que jogava voleibol. Como estava na casa de João Rosa para fundar o futsal, terminou sendo goleiro da bola pesada, saindo-se campeão pelo Santelmo, nos anos de 48/49/50 (sic). 1945/48 – convocado para o serviço militar, serviu no 24º. BC, ocasião em que fez o NPOR; durante a vida militar dedicou-se a defender as cores do time do 24º. BC, envolvendo-se também com a prática do vôlei e basquetebol; 1950/1955 – Aluno do Curso de Direito (formou-se em 1955), participou dos Jogos Universitários Brasileiros, pela FAME, dos anos de 1950 (Recife); 1952 (Belo Horizonte); e 1954 (São Paulo); além do futebol, basquete e voleibol, e atletismo, nos saltos em altura e distância, assim como no arremesso do dardo. 1966 – diriu as seleção de Pinheiro, no Torneio Intermunicipal, saindo-se campeão. Fontes: BIGUÁ, Tânia e BIGUÁ, Edivaldo Pereira. ONDE ANDA VOCÊ? RAUL GUTERRES, ATLETA COMPLETO. in O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 20 de outubro de 1977, Segunda-feira, p. 4. Esportes. GUTERRES, Raul. UM MARANHENSE CHAMADO RAUL GUTERRES/ Depoimento a Frederico J. R. Brandão. São Luís: EdiCEUMA, 2005

ANTÔNIO MARIA ZACHARIAS BEZERRA DE ARAÚJO (Esportista; Educador)

Dimas – Professor Dimas – a origem de seu apelido -seu nome de família é “Tonho”, que vem de Antônio [Antônio Maria Zacharias]; no Exercito, seu nome de guerra era “Zacharias”; quando retornou ao Maranhão, em 1954, passou a morar com o irmão. Seu irmão tinha uma loja – Casa Dimas -, e as pessoas ao perguntarem quem era, recebiam a resposta de que era o irmão do Dimas; então passaram a chamá-lo de Antônio Dimas. Começando a trabalhar com Educação Física,  do dia para a noite passaram a chama-lo de Professor Dimas.

1928 – nasceu em 30 de julho na cidade de Mirador; Filho legítimo de Fernando de Araújo Costa e Eloína Bezerra de Araújo, maranhenses.)

Os estudos e os primeiros contatos com os esportes e a educação física: Seu pai era fazendeiro, pequeno proprietário – criador de gado plantava cana, mantinha um pequeno engenho, para o fabrico de rapadura. Sua infância, passada na fazenda localizada num lugar chamado Mumbuca, ficava 12 léguas a cavalo da cidade, pois não havia estradas. 1939 – Para estudar, tinha que ir para a casa de tios, na cidade. Os pais continuaram lá, na Fazenda Mumbuca. Aos 11 anos, em 1939, sua tia Delcina o trouxe para Mirador, para estudar. Daí mudaram para Coroatá; depois, Timbiras e Coelho Neto, onde permaneceram até 1942. 1942 – Seu primeiro contato com o esporte foi em Coroatá; seu tio era o Prefeito. Fez amizades e teve sua primeira experiência em jogar futebol. 1944 – Quando estava no quarto ano, veio para São Luís, submeter-se ao exame de admissão – era 1944 – no Colégio Ateneu Teixeira Mendes; não conseguindo passar, que sua base era muito pequena; então fez para o Colégio de São Luiz. Estudou um ano no Colégio São Luís, depois conseguindo transferência para o Liceu Maranhense, lá permanecendo até 47. Também estudou no Colégio Maranhense, dos Irmãos Maristas. – Terminou  o ginásio no Rio de Janeiro, no Colégio Frederico Ribeiro. No Liceu começou a sua vida esportiva, participando do time de futebol, e tendo como professor de Educação Física, José Rosa. Esse professor foi quem despertou no jovem Tonho o gosto pela Educação Física. Participava até de demonstração de Educação Física; foi quando começou a se desenvolver – pegar corpo -; as aulas eram de Ginástica Geral e Calistenia; no Liceu, só futebol e ginástica de um modo geral, muitos exercícios acrobáticos, salto, mas sem as característica de ginástica – o nome era esse, ginástica acrobática. É no Exército que continua a sua vocação esportiva, embora não tivesse experiência nenhuma antes; passou a se envolver mais com os esportes -, participava nas aulas de preparação física, com destaque; jogava futebol, bola militar, mas não chegou a ser destaque nenhum.  Antes de estudar no Liceu Maranhense, Dimas estudou no Marista e teve um primo distante, Eurípedes Bezerra, como professor de educação física Nas aulas de educação física, utilizava-se o método francês, a modalidade de ensino era: os exercícios preparatórios e propriamente ditos, constituía-se evoluções de marchas e depois os exercícios  de saltar, trepar, levantar, e despertar, correr, atacar e defender e volta a calma, exercícios progressivos sem solução de continuidade. Era o mesmo método trazido pela Colônia Francesa, pela Missão Francesa em 1922, para o Brasil.

1948 – O SARGENTO ZACHARIAS – Tonho já estava com 19 anos de idade, e serviu o Exército, no 24º Batalhão de Caçadores, unidade do Exército Brasileiro em São Luís. Deixa de ser “Tonho” e passa a ser “Zacharias”, seu nome de guerra no Exército. Durante seu tempo de quartel, fez exame de admissão para a Escola de Sargentos. Já havia dado baixa, quando chegou a convocação:  havia sido aprovado. Segundo Dimas, naquela época, não tinha faculdade, não tinha nada, as opções dos maranhenses ou era ir para o comércio, ou trabalhar nas Forças Armadas.  Ele foi para as Forças Armadas, mas não para a Escola de Oficiais, pois não tinha mais idade, nem tinha estudo – ainda não terminara o ginásio – cursara até a terceira série, no Liceu. Naquele ano de quartel, não estudou, perdendo mais um ano. A salvação foi a Escola de Sargentos; e de 200 candidatos, foram selecionados apenas 12. Em fevereiro de 49, pega um navio – da linha ITA – e viaja 12 dias e 12 noites, para o Rio de Janeiro. Dimas encontrou um conterrâneo, maranhense de Guimarães, no Rio de Janeiro: Ary  Façanha de Sá, que já morara com ele na pensão da Rua Afonso Pena, quando ambos chegaram a São Luís para cursar o ginásio. Quando Dimas foi para o Rio de Janeiro, Ary já era estrela. A vida do jovem militar era muito diferente da do jovem estudante, por essa razão tinham pouco contato. Por ser militar, Dimas não tinha vida esportiva civil; só no Exército disputava campeonatos das Forças Armadas, chegando a participar de alguns jogos de Basquetebol em um time do  bairro de Realengo. Dimas faz uma carreira brilhante no Exército, como Sargento. Pertenceu ao Batalhão de Guarda Presidencial, onde começou a se destacar em tudo, não só nos esportes, mas na carreira, tendo subido muito rapidamente em prestígio com seus comandantes. Depois foi para a Polícia do Exército, onde passou a treinar sistematicamente, então melhorando não só nos 400 m, passando a correr também 1.500m e a partir daí a sua vida esportiva foi cada vez mais se ampliando. Seu destaque mesmo foi no Atletismo e nas demonstrações de Educação Física. A PE dava demonstrações constante de ginástica Calistenica e ginástica acrobática. Dimas destacava-se na Pista de Aplicações Militares, era como uma atividade de preparação física, pois levara já alguma experiência daqui: corridas, e jogos de volei e basquete. No 24 BC, especializou-se em Tiro ao Alvo – fuzil -. Já no Rio de Janeiro, disputou o Campeonato das Forças Armadas, de tiro rápido de pistola – segundo lugar de todas as Forças Armadas, com uma pistola do dia a dia, de fazer patrulha. O Pentatlo foi uma conseqüência dos seus pré-requisitos, pois quando  terminou o curso de Educação Física, e voltou para a PE, a equipe já estava treinando, se preparando para este Pentatlo, e um dos sargentos caiu do cavalo, se machucou e teve que ser substituído, já estava próximo das provas; precisavam de uma pessoa para substituir aquele sargento que adoeceu. Como tinha vindo do curso de Educação Física, lá teve natação, esgrima, já tinha experiência de corrida e de tiro, faltava hipismo – cavalo -; sua experiência com cavalos vinha do sertão, correndo atrás de vaca; ainda teve a oportunidade de fazer uns dois cross-country, a cavalo, só para se adaptar, que nunca tinha montado num cavalão daquele – salto obstáculo, em altura e distância, são dois mil metros de cross-country -, então descia ladeira, subia ladeira, saltava; esgrima e natação, só havia feito no curso; não era nem nadador, nem lutador de esgrima,  não era preparado para competir, mas mesmo assim o jogaram na fogueira… Saiu-se bem na prova de equitação – caiu uma vez só, porque o cavalo refugou em cima do obstáculo -, 1954 – Dimas deu baixa no começo de 54, e retorna a São Luís, já como civil – Oficial do Exercito da reserva, mas sem nenhum direito a remuneração. Tendo conseguido registrar seu diploma no MEC, por intermédio de um advogado, chegando a São Luís seu meu primeiro emprego foi exatamente no Ateneu, como professor de Educação Física. Sua pretensão era voltar àquela origem de fazendeiro, de criador, pois antes de retornar ao Maranhão fez – como pretendia, com o meu irmão, explorar  agropecuária, – cursos de Agricultura, nas férias. Paralelamente, passou a trabalhar como professor de Educação Física, no Ateneu, na Academia de Comércio. Naquela época, a Educação Física se dava às 05:00 horas da manhã, com muita dificuldade, sem muita perspectiva; as atividades eram só calistenia e um joguinho, uma coisa, e a motivação era um pouco pequena, porque não tinha quadra, não tinha nada; as aulas eram dadas no campo do Moto, Campo do Santa Izabel. Atuava também como Professor de Natação, no Jaguarema – foi o primeiro professor de natação do Jaguarema, em 55 ou 56. Lá foi a primeira escola de natação. Nessa época também começou a dar aula em duas piscinas que existiam aqui na época, da família Domingos, na Rua Grande; e a outra piscina era do senhor Almir Moraes Corrêa, perto da Igreja de São Vicente de Ferrer, que existe ate hoje a casa dele, no  lado da Igreja. Nessa mesma época, jogava Basquetebol pelo Moto Clube, no Campo do Santa Isabel. Em 54, foi seleção maranhense, indo disputar o Brasileiro em Recife – Dimas, Rubem Goulart; Antônio Bento; Vieirão, Major Vieira; Bebeto, também da Policia; Willame Najas… Jogava voleibol menos, mas jogava … não se lembrando de alguém que se destacasse, por exemplo, assim como tinha seis, sete clubes de basquetebol, não tinha de voleibol. O voleibol veio se destacar já mais para a frente, no Cassino Maranhense;  Dimas lembra de algumas pessoas, que estavam sempre jogando –  Murilo Gago, Rubem Goulart, Braga que jogava, Alemão, Mauro…

Passagem pelo Futebol – nessa época, era professor de dois colégios, do Jaguarema e jogava Basquetebol no Moto; e teve uma passagem pelo futebol também: foi Técnico da Seleção Maranhense de Futebol, mas só para dar o nome, não se lembrando se era um Campeonato Brasileiro, se era um campeonato regional; lembra que foram ao Pará e perderam  Embora o Coronel Eurípedes afirma ser ele o introdutor do Futebol de Salão em São Luís, e que Dimas continuou o seu trabalho, quando retornou do Rio de Janeiro, Cláudio Vaz, o Alemão, esclarece que, quem deu o início do Futebol de Salão, foi João Rosa – um desportista que comandou a liga, era presidente da Liga.

 

 

1955/1956 – tinha um Basquete muito bom, Rubem Goulart, Ronald Carvalho, Fabiano, Cláudio Alemão, aquele pessoal do Oito de Maio, dos Milionários mas só adulto, a nível de colégio mesmo, não tinha nada, porque esses adultos já tinham terminado o Colégio e continuaram em faculdade, em clubes, em quartéis; muitos serviram o Exército – eram as experiências vindas de fora, não era como hoje que os esportes do Maranhão vem tudo do colégio -, naquela época não, está o inverso hoje. 1957 – Após essa primeira passagem pela Educação Física e nos esportes, antes de ir para o Pindaré. Dimas casa-se e seu sogro, um alto comerciante da época  entendeu de montar uma Usina muito grande no Pindaré, naquela época, o celeiro da produção de arroz no Maranhão; era mato ainda, estava sendo descoberto. Dimas  vai para construir a Usina, a maior Usina daquela época, Usina Uirapurú, com uma produção de arroz muito grande.

Esporte e Lazer em Pindaré – Quando foi para o Pindaré, levou na minha bagagem uma rede, uma bola de voleibol e uma vaca de leite. Criou um time de voleibol, de futebol de salão, um clube social, futebol de campo Além de se dedicar aos esportes, Dimas dava aulas nos colégios primários da cidade, “… mas tudo isso altruisticamente, sem fins lucrativos; organizou parada de 7 de setembro, desfile de colégios, mas  isso só pela boa profissão, pelo bom desenvolvimento…“Quiseram me fazer Prefeito” – Quando José Sarney estava fazendo a campanha para Governador do Maranhão, esteve na casa de Dimas, levado pelo seu sogro, José Espicho, que era conhecido dele. Nessa ocasião, convidou Dimas para ser prefeito de Pindaré Mirim e o apoiando ele para ser governador. Nessa época, Sarney estava tentando derrubar o Vitorinismo  e Newton Bello. O último canto da Uirapurú: a falência da usina – O sogro de Dimas que um audacioso comerciante, contando muitas vezes com a sorte. Investiu demais no Pindaré Mirim; montando três Usinas, uma de arroz, uma de algodão e uma de madeira. Nessa época para a comercialização, tinha que ter muito capital de giro para ser manter, e contavam com os bancos. Essa ajuda, devido as circunstâncias políticas da época, faltou. Veio a quebra… 1969 – Dimas, com seis filhos e sem mais nenhum patrimônio, larga o Pindaré e vem embora, devendo três bancos. Tinha ainda algum gado, que trouxe. Vende uma parte, paga alguns débitos, mas não deu para pagar tudo. Leva três anos para pagar o que ficou devendo, usando para isso o salário de professor de Educação Física: passou três anos trabalhando no CEMA, sem receber um tostão pois o meu dinheiro ia direto da tesouraria do CEMA para o Banco do Estado do Maranhão, num contrato que eu fez para pagar as contas… Quando voltou do Pindaré, em 69, no começo do ano, foi procurar emprego, indo trabalhar no Colégio Batista Daniel de La Touche e no Colégio Maranhense, dos Irmãos Marista, e fez um curso para ir para o CEMA. No CEMA, fez uma carreira como a do Exército, tendo passado por todas as funções- começou dando aulas de Educação Física, em cima da piçarra; depois foi para o Parque do Bom Menino; depois passou a dar aulas pela televisão; depois, programador; e curriculista. Quando saiu do CEMA, já tinha passado por todas as funções… Primeiras notícias sobre o Handebol… Dimas é considerado o introdutor do Handebol no Maranhão. Teve contato com o esporte em um curso, ministrado pelo Major Leitão; nessa época,  ele falou sobre Handebol, mas nem chegou a dar aulas de Handebol. Veio realmente ver Handebol mesmo nos JEB’s, mesma época em que teve contato com a Ginástica Olímpica.

1969/1970Os Professores de Educação Física … Segundo Dimas, em 1970, atuam como professor de Educação Física, em São Luís: no Batista: Rubem  Goulart tinha morrido, e Dimas assume seu cargo; no Marista: Eurípedes, Nego Júlio e Furtado; no Ateneu não tinha mais ninguém; mas haviam outros professores, trabalhando nessa época: Odinéia; Clarice; Maria José; Ildenê Menezes, Dinorah; Clarice Lemos; Celeste Pacheco; Graça Helluy, Luiz Aranha; Rui Guterres; Batista; Cavagnac… … e as aulas – Em 1969, ao voltar do Pindaré, Dimas já encontra o setor de educação física organizado, Mary Santos, no Departamento de Educação Física do Estado, e havia um outro no Município; já se cumpria a obrigatoriedade da lei, com as três horas semanais, mínimo de 45 minutos, dentro da legislação vigente. Dimas foi dar aulas no Batista – onde o professor Rubem Goulart que dava aula, era recém falecido. As aulas no Colégio Batista, encontrou-as muito rudimentar, só mesmo na base da ginástica, futebol de salão e um voleibolzinho. O Currículo já era voltado para o esporte, agora se existia alguma deficiência deveria ser de instalações dos colégios e talvez dos próprios  profissionais de Educação Física. A chegada de Dimas no Marista modificou substancialmente a concepção que se tinha da educação Física, pois pela experiência, ele passou a funcionar como conselheiro dos demais professores – ex-atletas -, que trabalhavam empiricamente, de improviso, e o Dimas chegou, com os conselhos que deu, esses professores passaram a dar um cunho mais de profissionalismo na educação física; muitos fizeram o curso de Suficiência. Dimas começa a ter influencia junto à instituição organizadora dos esportes, na época era o DEFER. Os esportes: Quando Dimas retornou a São Luís, vindo do Pindaré, encontrou os esportes de competição muito fraco, devagar, só Futebol e Futebol de Salão, mas de Colégio era só isso, tanto que houve um jogo de Basquetebol, entre Batista e São Luís, na época de Rubem Goulart, que terminou de 1×0, uma cesta de lance livre, isso é uma história do folclore dos esportes, o Basquetebol do Maranhão, a nível de Colégio, era esse nível aí;

Os III Jogos Estudantis Brasileiros, em Belo Horizonte – Em 1971, estavam acontecendo os III JEB’s, em Belo Horizonte; Dimas toma a  iniciativa de ir a para Belo Horizonte, por sua conta, para assistir os III JEB’s, para poder trazer alguma experiência. Saber o que eram os JEB’s. Chegando em Belo Horizonte com pouco dinheiro no bolso, foi para o Comitê Central e procurou por Ary Façanha de Sá, e relatou a situação – sua e do Maranhão – que passara dez anos fora, voltando a trabalhar com Educação Física, e a professora Mary Santos vivia o desafiando para trazer a equipe e  estava desatualizado; que fora a Belo Horizonte para ganhar experiência, ver e se atualizar; Ary o recebeu muito bem, não só com maranhense, mas como a necessidade do Maranhão entrar no esquema; deu-lhe uma credencial de delegado do Maranhão, colocou em Hotel, e acesso a tudo, passando a assistir tudo; foi quando voltou a ter contato com a Ginástica Olímpica e com o Handebol… Voltou a São Luís apaixonado pelos dois esportes e com material de Handebol, dado pelo Ary; as primeiras bolas de Handebol que chegaram no Maranhão foram essas e foram com elas que começou a trabalhar no Colégio Batista, no Colégio Marista e no CEMA. Dentro de pouco tempo, o Handebol tornou-se um esporte muito bem aceito nos três colégios que trabalhava. Nessa época Cláudio Vaz que tinha assumido o lugar de Mary Santos. Quando retornou, informou-o do que eram os JEB’s, que tinha trazido aquele material e que já estava começando a trabalhar. Nesse mesmo ato teve FEJ [Festival Esportivo da Juventude] que naquela época era festival, e foi quando Handebol entrou pela primeira vez. o Governador era Pedro Neiva de Santana, com quem  o Cláudio Vaz tinha tudo; Haroldo Tavares era o Prefeito; e Jaime Santana, filho de Pedro Neiva, era o Secretário de Finanças; e foi daí que o Maranhão foi para o JEB’s pela primeira vez, de avião fretado, com muito dinheiro exatamente por isso. Naquele primeiro Festival o Handebol entrou pela primeira vez, foram quatro equipes, três minha (Batista, Marista e CEMA) e Liceu, que naquela época tinha uma turma também de rapazes que faziam tudo, jogavam futebol, futebol de salão, volei, basquetebol e que inclusive se meteram para jogar Handebol também; então eram os quatro times, que disputou a primeira vez e a final, o ultimo  jogo para sair o campeão foi entre Batista e Marista, meus dois times. Dimas, em parceria com o Cláudio Vaz, foi o grande mestre do Festival da Juventude, que virou JEM’s em 1973.

A “importação” de professores, técnicos e atletas – Cláudio Vaz começou a trazer técnicos e atletas de fora, para continuar o trabalho iniciado por Dimas. O primeiro a chegar, foi Laércio Elias Pereira, depois,  Marcão, Biguá, Vitché…. Com a chegada de Laércio, Dimas passa o Handebol  para ele e passa a me dedicar mais à Ginástica Olímpica; com Natação, principalmente em aulas particulares, em piscinas particulares e à outras coisas. Dimas e Laércio procuravam entre os melhores alunos, os preparavam, e os deixam nos diversos estabelecimentos de ensino, para atuarem como técnicos, formando toda uma geração de atletas-professores. A influência de Dimas em toda uma geração de jovens atletas foi tamanha, que até hoje, trinta anos após, estes pequenos ginastas de outrora tornaram-se os responsáveis pelo esporte no Maranhão, e continuam honrando a posição de destaque ocupado pela Ginástica Olímpica maranhense no Brasil:

A EDUCAÇÃO FÍSICA NA UFMA – Quando a prática de Educação Física se tornou obrigatória no terceiro grau, nossa Universidade teve necessidade de implantação do curso. O reitor solicitou do MEC que mandasse uma pessoa para fazer a implantação, e foi indicada uma maranhense e como já eram conhecidos, ela convocou Dimas para ajudar na implantação. Eu entrei na Universidade logo na implantação das práticas de Educação Física. Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

[1] O Esporte, São Luís, 10 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.

[2] O Esporte, São Luís, 31 de agosto de 1947

[3] O Esporte, São Luís, 17 de agosto de 1947, p. 2

[4] O Esporte, São Luís, 24 de agosto de 1947, p. 2

 

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