Nossa gente – todos no mesmo pódio

Alexandre Nina

por José de Oliveira Ramos

A culpa e a responsabilidade cabem sempre ao Governador. Sempre, e seja ele quem for. Nacionalmente, a responsabilidade pelos resultados (alguns pífios) alcançados nas competições internacionais, cabe ao Presidente – por que, por via mais que direta, a obrigação da manutenção, que, na culminância vai apresentar também bons resultados, é do governante.

É inaceitável que governantes – que frequentaram escolas, mas infelizmente não aprenderam nada, nem na teoria – não tenham conhecimento que, o crime praticado pelo homem, em qualquer idade, é fruto do ócio, do não fazer nada, da desocupação. Mais ainda, que a prática esportiva é o mais forte aliado para combater esses erros humanos.

E, por que o governante (ou os governantes) é o culpado e o responsável?

Porque, a prática esportiva é uma forma de aprender. É uma forma de educar e fortalecer a convivência entre os seres humanos, minimizando os atritos comuns e normais que a vida impõe. E, para “cuidar” dessa área, o governante não pode “escolher qualquer um” ou pensar apenas politicamente e no cumprimento das parcerias partidárias feitas na campanha eleitoral. E, infelizmente, é só o que se tem visto no Brasil e, principalmente no Maranhão.

Faz tempo isso. Faz tempo que é assim. Não é coisa de agora. São tão poucos os acertos das escolhas, que a minimização se perpetua.

Claro que não nos incomoda muito a atitude do governante e/ou gestor de Goiás, do Acre ou de Santa Catarina. Preferimos nos ater ao Maranhão, que é onde vivemos e pagamos nossos impostos – para termos direito, inclusive, de falar e criticar os equívocos.

Como toda regra tem suas exceções e como o “futi” não é ruim para todos, nos 30 anos que residimos neste Estado, os destaques e os acertos não preenchem os cinco dedos de uma única mão.

Voltem a fita do filme, entrem no Túnel do Tempo e vejam as conquistas individuais e coletivas – sem contar o ganho de destaque na mídia nacional – dos JEBs realizados em São Luís na gestão Epitácio Cafeteira e no trabalho desenvolvido pelo esquecido Carlos Guterres que, com a eficiência do seu trabalho encheu o Maranhão de conquistas e de medalhas. Os ginásios ficaram superlotados em quase todos os jogos e decisões. Chamamos a atenção do Brasil inteiro para a qualidade do “nosso” atleta de várias modalidades, principalmente do Handebol, do Futebol e da Natação.

O que seria hoje do Castelão, não tivesse sido a providência guiada por Deus e exercida por Alim Maluf, para a interdição do estádio? Esqueceram Phil Camarão, Marly Abdalla e Antônio Araújo?

Pois, agora, desliguem a máquina do filme do Túnel do Tempo e entendam a situação do Ginásio Costa Rodrigues e o “por que” de estar ali jogado e sem utilização por pelo menos 6 anos. Olhem o estado do Parque Aquático do Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz. Quem não for puxa-saco ou não estiver tirando proveito de alguma forma, vai ver com os olhos de crítico. E as respostas continuam sendo as mais idiotas possíveis.

Tudo isso para dizer que, quem envereda pelo caminho da prática da Natação – um forte aliado na recuperação da saúde física de quem tem problemas respiratórios e cardíacos – encontra mil dificuldades. Sequer estamos tentando falar de “quem vive” dessa prática enquanto esporte.

Para os leigos no assunto, informamos que a Natação pode ser praticada em muitas águas. Como esporte competitivo e organizado, apenas em piscinas e mar aberto. Na piscina, é praticada em duas medidas: 50 metros, a piscina olímpica; e 25 metros. No Maranhão existem apenas duas piscinas com formato olímpico: a piscina do Parque Aquático do Outeiro da Cruz e a piscina da Duvel, particular e construída pelo empresário Miguel Duailibe.

Por medidas que não nos cabe comentar, a piscina da Duvel acabou. Foi aterrada. Os atletas maranhenses ficaram na dependência apenas da piscina do Castelinho, literalmente desativada “só Deus sabe por que”. Sabemos, mas não queremos nos referir e o assunto não merece sequer uma crítica.

Assim, no Maranhão, fazer Natação competitiva ou recreativa tem sido uma ação heroica. Para Ulisses e Don Quixotes. Há pelo menos 15 anos atletas maranhenses levam a bandeira do estado ao lugar mais alto do pódio, apenas por honradez e diletantismo. Até para satisfação pessoal tem sido difícil, haja vista que precisam sair do seu lar, da sua terra para outros estados ou países. Nem isso tem recebido e merecido respeito dos gestores maranhenses.

Por isso, neste texto queremos render homenagem como parte da série “Nossa gente – todos no mesmo pódio”, ao Professor ALEXANDRE NINA que, com trabalho digno dos melhores seres humanos tem ultrapassado com honradez, todos os obstáculos que até hoje apareceram pela frente, e tem colocado inúmeros atletas maranhenses da Natação no lugar mais alto do pódio, no Brasil e no exterior. E, nem como contrapartida não tem merecido respeito de quem tem obrigação constitucional da manutenção dos bens físicos do Estado.

Alexandre Nina, maranhense, filho do também Professor de Natação, Gilson Nina, na juventude foi também jogador de futebol, e vestiu com a mesma honradez e dedicação a camisa do Maranhão Atlético Clube, na excelente participação do clube na Copa São Luís de Futebol Júnior realizada na gestão Conceição Andrade – que, infelizmente, também não serviu de espelho para as gestões que vieram depois. Uma pena, e uma demonstração de incompetência.

Alexandre é um dos “tocadores” da Natação maranhense e brasileira. Já presidiu a FMDA (Federação Maranhense de Desportos Aquáticos) e viu de mais perto e com uma lupa, as entranhas desse espetacular esporte. É o responsável direto por muitas boas apresentações e conquistas de atletas maranhenses.

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