Retrospectiva 2016: BGH: Formando campeões para o esporte e para a vida
Retrospectiva 2016: BGH: Formando campeões para o esporte e para a vida
“Me chamo Gabriel Silva, mas todos me chamam de Dante! Tenho 21 anos, sou acadêmico de Administração e atleta da equipe Barbosa de Godóis Handebol (BGH). Na minha vida, o handebol representa parte de quem sou, parte da história da minha vida, uma escolha que fez diferença, um caminho que me indicou quem eu seria. Não melhor que alguém, mas uma pessoa que tenta melhorar a cada dia. Quando estou na quadra penso: mais um dia que vou ser feliz, vou dar o meu melhor! ”
“Eu sou Jorge Gabriel, tenho 14 anos, sou estudante da U.I. Barbosa de Godóis! Desde que o handebol entrou em minha vida, muita coisa mudou. De imediato me afastei das ruas, onde acontece de tudo, e na região onde moro acontece de tudo mesmo! O projeto desenvolvido pelo meu professor e segundo pai, Eduardo Telles, me salvou do tráfico de drogas e de uma vida bandida, me proporcionou um caminho diferente, me proporcionou ser um aluno e um filho melhor, mais disciplinado. Me proporcionou escolher viver! ”
As palavras de Gabriel Silva e Jorge Gabriel refletem a alma e a essência do Barbosa de Godóis Handebol (BGH), uma espécie de projeto de inclusão social por meio do esporte e que atende alunos e ex-alunos da U.I. Barbosa de Godóis, escola da Rede Estadual de Ensino. “Nós queremos descobrir potenciais, incentivar a prática esportiva entre os nossos alunos, para quem sabe, formar atletas para as quadras do Maranhão, do Brasil e do Mundo. Mas, mais do que isso, queremos preparar cidadãos equilibrados, conscientes, capazes de fazer escolhas corretas e de ser campeões na vida”, afirma Eduardo Teles, coordenador do projeto.
O começo
O projeto de Handebol Barbosa de Godóis foi iniciado em 2009 pelo professor Eduardo Teles que, na época, incomodado com as aulas de educação física, pouco atrativas para os estudantes, decidiu colocar movimento e desafios na vida da turma. “No início o projeto envolvia 41 alunos. Era um desafio porque a escola não tinha quadra, os treinos ocorriam na rua, ou em espaços emprestados. Não tinha em bola de handebol. Eu ensinei a eles como se faz bola de meia. Os improvisos eram desafiadores para a equipe. Acredito que os meninos se motivaram a vencer, inicialmente, por uma questão de honra, de vencer uma dificuldade”, destaca Eduardo.
Com três meses de treino, o Handebol BGH já conquistava o terceiro lugar nos JEM’s de 2009. E as conquistas vieram, também, na estrutura para treinar. A escola ganhou quadra coberta, mais estruturada. O projeto ganhou a confiança da comunidade escolar e das famílias, e hoje, abraça a 280 meninos e meninas que estão experimentando os sabores das vitórias e alimentando os sonhos de trilhar por caminhos mais seguros na vida, como Leona Bertholdo, atleta da equipe BGH Juvenil. “O Handebol me trouxe muitas coisas e uma delas foi uma família, que me apoia e que me ajuda. Sou uma pessoa melhor, uma aluna mais aplicada em sala de aula, por conta do handebol, que me mostra que eu posso chegar além do que eu imagino”, afirma Leona.
Em sete anos de história, além de ajudar a dezenas de crianças, adolescentes e jovens a encontrar um norte para suas vidas, o BGH conquistou mais de 150 troféus e algumas centenas de medalhas coletivos e individuais. Este ano teve um capítulo especial.
Conquistas 2016
O ano de 2016 foi especial para a escola que se torna cada vez mais referência no handebol. O BGH participou 13 competições, entre estaduais, regionais e nacionais. Conquistou 22 medalhas de ouro, 17 medalhas de prata e 04 de bronze. A última competição realizada este ano, foi a ‘Taça-Campina Grande Handebol’, em Campina Grande – PB, maior competição da modalidade no Norte-Nordeste e uma das maiores do Brasil. Com 10 equipes, o BGH chegou em sete finais e ganhou cinco, com as equipes Juvenil Feminino, Adulto Feminino, Infantil Masculino, Cadete Masculino, Juvenil Masculino e Júnior Masculino.
A escola trouxe ainda medalhas de prata com o Infantil e o Adulto Feminino, e bronze com as Cadete Feminino e Mirim Masculino. Apenas uma equipe não conquistou medalhas. E mais, em seis, das 10 categorias que participou, a escola conquistou troféus com melhores jogadores e jogadoras, goleiros e goleiras, e melhor técnico. “Foi uma evolução crescente. No nosso primeiro ano, de participação (2009) levamos seis equipes e não ganhamos uma partida. Sete anos depois, a gente conquista o tricampeonato da classificação geral. Isso me diz muito do esforço, da superação e da perseverança destes nossos campeões no esporte e na vida”, disse Eduardo.
“Os Títulos que nós conseguimos não representam apenas a vitória de campeonato, e sim, de uma batalha, que nós travamos todos os dias. Sem contar que o handebol me livra da preguiça de estudar. E me ensina a ter orgulho do que sou”, enfatiza Leona.
O BGH levou para Campina Grande a maior delegação de handebol maranhense já vista em uma competição fora do estado. Foram 135 atletas, 10 pais e 4 técnicos e teve apoio do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), da Secretaria de Estado de Saúde e Caema. “A história de conquista e superação do BGH me emociona por tudo o que este projeto representa para estes atletas, um caminho, uma possibilidade de crescimento como cidadão, de encontrar um norte da vida. O esporte tem uma capacidade gigantesca de ser ponto de equilíbrio na vida de uma pessoa, ajuda na formação do caráter, ajuda a dar perspectiva de futuro. Por isso, o incentivo ao esporte faz parte das políticas educacionais do governador Flávio Dino, e nós estamos incrementando a prática de esporte nas escolas”, disse o secretário de educação, Felipe Camarão.
Exportando atletas
Hoje, a escola exporta atletas para outros estados. No total, nove ex-alunos do BGH estão em clubes fora do Maranhão: Gilvana Nogueira, no Português do Recife (PE) e na Seleção Brasileira Juvenil; Thalita Nery, no Campinense de Campinas (SP) e Seleção Brasileira Júnior; Wagner Nunes, no Londrina (PN) e Seleção Brasileira Júnior; Vitoria Silva, Geovana Eduarda e Nayara Martins jogam no Montes Claros (MG); Nágilla Pereira, Jéssica Almeida e Bianca Evelen estão no GHC de Teresina (PI).
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