Santo, soldado e desportista: conheça a história de Mesquita
  •  Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte
  •   10/06/2016 às 09h01

Ex-atleta realiza sonho ao fazer parte da história dos Jogos Olímpicos.

  Santo, soldado e desportista: conheça a história de Mesquita Apaixonado pelo atletismo, Raimundo Mesquita conduzirá a tocha olímpica. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

SÃO LUÍS – Quando os pais escolhem o nome de um filho, eles, na maioria das vezes, pensam na força que ele dará à criança. Quem nunca ouviu um pai ou uma mãe explicar que decidiu por um determinado nome por ele ser “forte”? Raimundo Nonato Irineu Mesquita é um exemplo de tal força e de inúmeros significados. Se você o chamar de Raimundo Nonato, ele dirá que é por causa do santo. Se preferires chamá-lo de Irineu, ele responderá que serviu ao Exército. Mas, se você preferir chamá-lo apenas por Mesquita, saiba que estarás diante do desportista apaixonado pelo atletismo e condutor da tocha olímpica em São Luís.

Aos 59 anos, Mesquita terá a honra de participar do revezamento da tocha da Olimpíada do Rio de Janeiro. Como condutor, o desportista terá de percorrer 200 metros nem que seja “arrastado”.

“Até arrastando dá para ir os 200 metros. Não tem problema nenhum não. Vão ser 200 metros que você vai guardar para a vida toda. Aqueles 200 metros vão representar toda a sua vida esportiva”, disse Mesquita ao Imirante Esporte.


Mesquita dedicou boa parte da sua vida para o atletismo. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

E, como desportista, conduzir a tocha é um sonho que se realiza. “O sonho de todo desportista, de todo atleta é ir a uma Olimpíada. Quando ele não consegue isso, e consegue ser convidado a conduzir o símbolo maior da olimpíada, que é a tocha, isso é coroar toda uma vida dedicada ao esporte. Para mim foi uma surpresa. Eu não esperava isso de jeito nenhum. Sonhava, claro, mas não esperava. Recebi o convite com muita surpresa e muita emoção”, afirmou.

Apaixonado pelo esporte, Mesquita é daquelas pessoas que certamente não saberiam viver sem o esporte. Começou no atletismo a convite do professor Manoel Furtado. O ex-atleta garante que “não era de ponta”, mas o atletismo foi tão marcante que norteou sua existência. Foi dirigente, técnico e árbitro. Hoje, segue atuando na comissão técnica dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs), cargo que faz por prazer a mais de trinta anos.

“Comecei no esporte convidado pelo professor Furtado para treinar atletismo. Eu não sabia que diabos era atletismo. Não fui atleta de ponta, de jeito nenhum. Eu fui um praticante do atletismo, mas gostei tanto que continuei. E, daí, passei a ser dirigente, técnico, árbitro e vi conduzindo e pautando minha vida dentro do esporte. Hoje, eu milito mais no esporte escolar, conduzindo a parte técnica dos Jogos Escolares Maranhenses”, revelou.


Mesquita garante viver do esporte e para o esporte. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte)

Tanto tempo tendo o esporte como parte fundamental da vida não seria desgastante? Muitos diriam até que tanto tempo militando para o esporte se tornaria chato. Mas não para Raimundo Nonato Irineu Mesquita.

“Quem está de fora acha que é tudo a mesmice, que é a mesma coisa, é a repetição constante. Ao contrário. O esporte é muito dinâmico. A cada momento é um problema diferente que você se depara e que tem que ser superado. Isso só é motivação pra gente. Então, a todo momento, tem um novo objetivo e isso pra gente é o estímulo. Eu me sinto bem a vontade dentro do esporte porque eu vivo do esporte e vivo para o esporte”, explicou Mesquita.

 

Comentários

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 10 de Junho de 2016 às 15:04.

Leopoldo Vaz

10/06/2016 - 15:04

Quando cheguei à São Luis, em 1979, para dar aulas de Atletismo na então Escola Técnica Federal do Maranhão, vim substituir o Prof. Juarez, do Handebol. Com a aposentadoria do Prof. Furtado, o substituíra como técnico das equipes de Atletismo, no ano anterior.
Ao assumir as turmas, ‘herdei’ o Mesquita… aluno da então ETFM, dedicava-se aos arremessos, por essa época. Fora da idade para participar dos Jogos escolares, por sua dedicação, interesse e, sobretudo, vontade de aprender, acabou virando meu Monitor, acompanhando os mais novos nos treinos.
Inteligente, e como ele mesmo diz, atleta medíocre – como eu fora! – só restava ser ‘técnico’… e assim foi.
Explicava os treinamentos e aperfeiçoava a técnica, e ele se encarregava em acompanhar o treinamento e aprender cada vez mais… sempre interessado em detalhes, acompanhava-me em tudo. Comecei a ensinar os regulamentos das provas, para ajudar na arbitragem. Quando fundamos a federação, passou para o quadro de árbitros, depois, dirigente, por fim, presidente…
Ao sair da Escola, dedicou-se à modalidade, passando a treinador de atletismo – naquela época, podia… e sempre aprendendo… Seu irmão Roberto também foi meu aluno na ETFM… aos sábados, sempre vinha acompanhar os treinamentos.
Quando Trajano chegou, junto com a aparecida, logo se entrosou com ambos; na Federação, permaneceu como meu Vice-presidente, quando assumi a direção; depois, com o Trajano, a Aparecida, sempre trabalhando em prol do Atletismo, até ser levado para a SEDEL pelo Trajano, devido à sua capacidade de trabalho… está lá até hoje!
Época boa, de dinheiro farto, pelos bingos, conseguiu fazer um a boa administração, levando o Atletismo para vários cidades do Interior.
As competições, haviam melhor, ocorriam todos os meses, com participação de clubes, escolas, um calendário completo, onde todos participavam, com alegria e empenho, pois sabiam que, por mérito, o atleta viajaria… Norte-Nordeste, Brasileiros, JEMs, JEBs, CEBs, Olimpiadas Escolares… se via o atletismo maranhense em todas as competições… enfim… Parabéns, Mesquita…


Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.