Continuando as Breves Anotações sobre a Punga dos Homens…
4ª Parte
Quando do seminário supramencionado, ao serem questionados por qual razão em São Luís não ocorria a prática da Punga dos Homens, os mestres deram como resposta que sendo esta de movimentos fortes, intensos e vigorosos aplicá-la em ambiente de pessoas que não eram da mesma esfera de amizade, ou seja, entre brincantes de turmas ou lugares de origens diferentes poderia ocorrer confusões, razão pela qual os mais velhos neutralizavam ou desestimulavam-na.
Uma vez na roda, os baiadores que nela interagem estão sujeitos a levar a punga, sendo que pode vir a ser aplicada sem que determinada pessoa se dê conta, pois nem todas as vezes impõe-se sinalizar ao outro que o mesmo receberá a punga. Geralmente, quem deverá recebê-la fica posicionado de uma forma que se prepare para tomá-la, enquanto quem a aplicará, antes realizará uma série de caqueados, volteios, meneios e negaceadas, para em dado momento lançar o “coice”.
O certo é que depois de avançada a hora, com a cachaça no sangue – sim, pois se trata de uma festa acontecendo e quanto mais tarde for, mais o álcool faz efeito e mais intensas são as pungas – qualquer um que se encontre na roda está sujeito a ser derrubado. Daí que no entender dos mais velhos, uma vez em São Luís, com tambozeiros dos mais variados lugares do Maranhão, um embate entre baiadores desconhecidos poderia causar contendas e brigas de proporções nada interessantes.
Diante de tal situação, a prática da Punga dos Homens foi desestimulada na Capital ficando restrita às localidades e ambientes em que as pessoas se conheçam, ou pelo menos, de comunidades que interajam entre si.
Com isto, em São Luís sobressaiu-se a Punga das Mulheres, ou a umbigada, em que a beleza, a sensualidade e a desenvoltura femininas se tornaram a tônica.
Comentários
Nenhum comentário realizado até o momentoPara comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.