Desporto: A harmonia do corpo e da mente

Enquanto não nos tornarmos pós-humanos, vivemos sob uma condição corporal, tal e qual como a tartaruga sob a carapaça.

 

O desporto modela e reveste essa condição de uma maneira singular.

 

Perfaz uma estrutura funcional de potencialidades biopsíquicas, genéticas, motoras, racionais, técnicas e relacionais.

 

Conjuga-as e desenvolve-as na execução sublimada de capacidades e habilidades corporais transcendidas.

 

Deste jeito o corpo sobe até onde lhe é possível, atingindo desempenhos transbiológicos, situados acima dos imperativos quotidianos.

 


No desporto a mente e o corpo atingem um estado de frutífera imbricação, intimidade e cumplicidade.

 

Para marcar um golo nem o corpo basta, nem o espírito chega; ambos são necessários em igual medida e em perfeita harmonia.

 

Ambos se misturam para revelar e celebrar a maravilha exaltante da humana competência.

 


O ato desportivo só é físico na aparência da sua execução; é essencialmente um ato espiritual, anímico e volitivo!

 

Nele as mãos e os pés tentam realizar por fora aquilo que primeiro foi idealizado e feito por dentro, pela alma, pelo coração e pela vontade.

 

Encerra, pois, um sentido abrangente e superior. Sobreleva o significado redutor das expressões ‘atividade física’, ‘motricidade’, ‘movimento humano’ e doutras afins.

 

Para ver isto são necessários olhos munidos de acuradas lentes da filosofia.

 

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