Desporto: Fenómeno antropológico e civilizador

O desporto constitui uma síntese extraordinária e ímpar de categorias antropológicas essenciais à vida: corpo, exercitação, jogo, movimento, rendimento, ação e reflexão, emoção e razão, ócio e trabalho, dor e prazer, concentração e relaxação, aflição e exultação, derrota e vitória, abatimento e êxtase, etc.


Inclui o brincar, o jogar e desfrutar, respondendo a uma necessidade existencial. Mas é mais do que isso. Pertence ao universo da ‘arte’ e cultura: cumpre fins e preceitos axiológicos, educativos, humanistas, sociais e morais.

Serve o processo civilizador, institui e melhora o índice de civilização: a autoimposição de controlos, de freios e inibições. O que nele é proibido supera, de longe, o que é permitido. No seu ensino e prática almeja-se dominar e sublimar o animal astuto e rastejante, sempre à espreita de uma oportunidade para se rebelar.


A aprendizagem das habilidades e a observância das regras inscrevem-se nesta visão. São instrumentais da ética e da estética, do comportamento gestual e relacional, da sociabilidade presencial hoje amarfanhada pela virtual. O aprimoramento técnico dos gestos e ações opõe-se à brutalidade, à rudeza e violência latentes em nós. Eis aqui a missão cimeira do desporto e dos seus professores!

 

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