Do desporto: Sublimação e espiritualização do corpo
A civilização começou propriamente, quando os ‘hominianos’ se colocaram duas questões fundamentais:
O que é o Ser Humano?
Qual é o sentido da vida?
Conforme o tipo de respostas dadas a estas questões, em diferentes tempos e locais, assim surgiram (e vão continuar a surgir) distintas formas de cultura, no plano geral, e de culturas somáticas ou corporais, no plano particular.
O desporto é uma dessas culturas somáticas, polissémica e polimórfica; concretiza a noção de que o ideal do Homem e o sentido da vida também se cumprem e têm que cumprir através de prestações corporais.
Iluminado pelos mitos de Prometeu, Hércules e Odisseu, o desporto tem subjacente o axioma de que o corpo constitui um palco de sublimação, superação e transcendência do animal em direção ao humano e divino.
Nele emergem os polos e valores antagónicos da dupla voz da nossa condição: a que se exprime em altura e a que se afunda em baixeza.
Por seu intermédio podemos ser para além do que nos amarra à terra e ao corpo; e tornamos este espírito incarnado.
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