“Esta nossa união é um progresso para o esporte maranhense”, explicou Florisaldo dos Santos.
Por Paulo de Tarso Jr.SÃO LUÍS – A modalidade capoeira está confirmada na edição dos Jogos Escolares Maranhenses deste ano. Esta será a primeira vez que as duas entidades representativas da modalidade, a Federação Maranhense de Capoeira (FMC) e a Federação de Capoeira do Estado do Maranhão (Fecaema), estarão unidas na coordenação da competição. E a definição deste trabalho em conjunto aconteceu após reunião entre os presidentes das duas federações com a Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel).
O presidente da Fecaema, Florisaldo dos Santos, o Mestre Baé, acredita que esta união inédita é importante para o progresso do esporte maranhense. “Esta nossa união é um progresso para o esporte maranhense e para a capoeira de um modo geral. Não tem fundamento as entidades divergirem com relação ao esporte. Se continuássemos separados neste momento, a capoeira só tinha a perder. Esta parceria, proporcionada pela Sedel, vem para unir os capoeiristas”, explicou Florisaldo dos Santos.
O presidente da FMC, Cláudio Rodrigues, o Mestre Cadico, também acredita que os Jogos Escolares Maranhenses de 2011 serão inesquecíveis. A parceria entre as federações irá melhorar o nível técnico da competição.
“Os atletas só têm a ganhar. Eles vão obter mais conhecimento na área esportiva porque é a primeira vez que há coordenação conjunta nos JEMs. Estamos fazendo isso pela capoeira, pelo nosso esporte”, garantiu Cláudio Rodrigues.
Confesso que nunca entendi certas coisas do esporte no/do Maranhão. Essa das federações da capoeira esportiva é uma delas. Como duas federações de uma mesma modalidade esportiva? oficialmente, reconhecida pelo COB, apenas a dirigida pelo Contra-Mestre Baé; a outra, tinha seu reconhecimento, vamos dizer assim, pela SEDEL, ao ser a responsável pela ‘arbitragem’ dos Jogos Escolares…
Mas ainda não é essa união, apenas as da regional – a esportiva – estão, ou vão atuar juntas; fica de fora o pessoal da associação da Angola. Não se consideram esporte, mas atividade cultural, do movimento e cultura negras. Ou será que estarão também participando dos Jogos?
Só sei que essa união é salutar. O que se espera, é que se fundam, ambas as federações, para que haja unicidade no seu desenvolvimento.
Tenho escrito um bocado sobre a Capoeira(gem) do Maranhão, pois temos uma Escola Maranhense de Capoeira, herdeira da arte-luta de Mestre Sapo, que elevou ainda mais à categoria de arte os ensinamentos de Mestre Canjiquinha [Washington Bruno da Silva, 1925-1994], e seu Grupo Aberrê, quando passou pelo Maranhão nos anos 60 – 1966. Retorna um seu disciplulo, depois, que quando daquela passagem tinha 17 anos de idade, e que viria a se tornar um dos maiores capoeiristas do bBrasil: Anselmo Barnabé Rodrigues, o Mestre Sapo.
Algumas notas do Atlas do Esporte no Maranhão, sobre a Capoeiragem:
ATLAS DA CAPOEIRA(GEM) NO BRASIL
André Luiz Lace Lopes (RJ); Leopoldo Gil Dulcio Vaz (MA); Milton César Ribeiro (Miltinho Astronauta) (SP)
DEFINIÇÕES
Vernaculização do tupi-guarani caá-puêra: caá = mato, puêra = que já foi; no Dialeto Caipira de Amadeu Amaral: ‘Capuêra, s.f. – mato que nasceu em lugar de outro derrubado ou queimado. Temos, assim: capoeira = capoeirista, o lutador; e capoeira = a luta, o jogo de agilidade corporal. “Por capoeiragem devemos entender: o ato de jogar a capoeira.”.
Por Capoeira deve-se entender “… Desporto de Criação Nacional, surgido no Brasil e como tal integrante do patrimônio cultural do povo brasileiro, legado histórico de sua formação e colonização, fruto do encontro das culturas indígena, portuguesa e africana, devendo ser protegida e incentivada” (Regulamento Internacional da Capoeira);
assim como Capoeira, em termos esportivos, refere-se a “… um jogo de destreza corporal, com uso de pernas, braços e cabeça, praticado em duplas, baseado em ataques, esquivas e insinuações, ao som de cânticos e instrumentos musicais (berimbau, atabaque, agogô e reco-reco). Enfocado em sua origem como dança-luta acabou gerando desdobramentos e possibilidades de emprego como: ginásticas, dança esporte, arte marcial, folclore, recreação e teatro, caracterizando-se, de modo geral, como uma atividade lúdica”. (Atlas do Esporte no Brasil, 2005, p. 39-40).
Considera-se como prática do desporto formal da Capoeira sua manifestação cultural sistematizada na relação ensino-aprendizagem, havendo um ou mais docentes e um corpo discente, onde se estabelece um sistema de graduação de alunos e daqueles que ministram o ensino, havendo uma identificação indumentária por uniformes e símbolos visuais, independentemente do recinto onde se encontrarem.
Considera-se como pratica desportiva não-formal da Capoeira sua manifestação cultural, sem qualquer uma das configurações estabelecidas pelo Artigo anterior, e que seja praticada em recinto aberto, eminentemente por lazer, o que caracterizará a liberdade lúdica de seus praticantes.
Capoeira – “jogo atlético de origem negra, ou introduzida no Brasil por escravos bantos de Angola, defensivo e ofensivo, espalhado pelo território e tradicional no Recife, cidade de Salvador e Rio de Janeiro, onde são reconhecidos os mestres, famosos pela agilidade e sucessos. Informa o grande folclorista que, na Bahia, a capoeira luta com adversários, mas possui um aspecto particular e curioso, executando-se amigavelmente, ao som de cantigas e instrumentos de percussão, berimbaus, ganzá, pandeiro, marcando o aceleramento do jogo o ritmo dessa colaboração musical. No Rio de Janeiro e Recife não há, como não há notícia noutros Estados, a capoeira sincronizada, capoeira de Angola e também o batuque-boi. Refere-se, ainda, à rivalidade dos guaiamus e nagôs, seu uso por partidos políticos e o combate a eles pelo chefe de Polícia, Sampaio Ferraz, no Rio de Janeiro, pelos idos de 1890. O vocábulo já era conhecido, e popular, em 1824, no Rio de Janeiro, e aplicado aos desordeiros que empregavam esse jogo de agilidade.” (Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore).
Capoeira(s) – “indivíduo(s) ou grupo de indivíduos que promoviam acções criminosas que atentavam contra a integridade física e patrimonial dos cidadãos, nos espaços circunscritos dos centros urbanos ou áreas do entorno” (ARAÚJO, 1997, p. 65).
Para esse autor, capoeiras era a denominação dada aos negros que viviam no mato e atacavam passageiros (p. 79), em nota registrando a Decisão (205) de 27 de julho de 1831, documentada na Coleção de Leis do Brasil no ano de 1876, p. 152-153; “manda que a Junta Policial proponha medidas para a captura e punição dos capoeiras e malfeitores).
Capoeirista:“[...] os indivídos que praticam ou exercem, publicamente ou não, exercícios de agilidade e destreza corporal conhecida como Capoeira, nas vertentes lúdica, de defesa pessoal e desportiva.” (ARAÚJO, 1997, p. 70).
Capoeiragem:“a acção isolada de indivíduos, ou de grupo de indivíduos turbulentos e desordeiros, que praticam ou exercem, publicamente ou não, exercícios de agilidade e destreza corporal, com fins maléficos ou mesmo por divertimento oportunamente realizado”. (ARAÚJO, 1997, p. 69).
Capoeira: Expressão brasileira surgida nos guetos negros há mais de um século como forma de protesto às injustiças sociais, arte que se confunde com esporte, mas que já foi considerada luta, a capoeira foi reconhecida como patrimônio imaterial da cultura brasileira. A decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi concretizada terça-feira (15) [de julho de 2008] no Palácio Rio Branco, em Salvador (BA). http://www.cultura.gov.br/site/2008/07/16/capoeira-e-registrada-como-patrimonio-imaterial-brasileiro/
“Capoeiragem”, de acordo com o Mestre André Lace: ”uma luta dramática” (in Atlas do Esporte no Brasil, 2005, p. 386-388).
“CARIOCA” – uma briga-de-rua, portanto capoeiragem (no sentido apresentado por Lacé Lopes) – outra denominação que se deu à capoeira, enquanto luta praticada no Maranhão, no século XIX e ainda conhecida por esse nome por alguns praticantes no início do século XX.
CAPOEIRA/CAPOEIRAGEM NO MARANHÃO - LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
1884 - em Turiaçú é proclamada uma Lei – de no. 1.341, de 17 de maio – em que constava: “Artigo 42 – é proibido o brinquedo denominado Jogo Capoeira ou Carioca. Multa de 5$000 aos contraventores e se reincidente o dobro e 4 dias de prisão”. (CÓDIGO DE POSTURAS DE TURIAÇU, Lei 1342, de 17 de maio de 1884. Arquivo Público do Maranhão, vol. 1884-85, p. 124)
2003 – Mestre Mizinho, natural de Cururupu, informa que naquela cidade também se praticava uma luta, semelhante a Capoeira, a que denominavam “carioca”:
2005 – Dilvan de Jesus Fonseca Oliveira informa que seu avô, falecido aos 92 anos, estivador do Porto de São Luís – Cais da Sagração, Portinho, Rampa Campos Melo – sempre se referia á “capoeira” como “carioca”, luta praticada em sua juventude. Mestre Diniz, nascido em 1929, lembra que “na rampa Campos Melo, quando eu era garoto, meu pai ia comprar na cidade e eu ficava no barco. Eu via de lá os estivadores jogando capoeira”.
- em Codó, entre os antigos, a capoeira é denominada de “carioca”.
1820 – registra-se nesta data referência a “punga dos homens”, jogo que utiliza movimentos semelhantes à capoeira.
1825 Em “O Censor”, edição de 24 de janeiro, Garcia de Abranches ao comentar o posicionamento político do Marques governante – Lord Cockrane – compara alguns portugueses com os desocupados do Rocio – em sua maioria caixeiros – que “pela sua péssima educação, muitos brancos da Europa são tão vis, e tão baixos, como esses mulatos que andam a espancar, a roubar e a matar, pelas ruas da Cidade…” (p. 12-13). Estaria o Censor referindo-se aos capoeiras?
1829 – registram-se certas atividades lúdicas dos negros. Nesse ano é publicado no jornal “A Estrela do Norte” a seguinte reclamação de um morador da cidade: “Há muito tempo a esta parte tenho notado um novo costume no Maranhão; propriamente novo não é, porém em alguma coisa disso; é um certo Batuque que, nas tardes de Domingo, há ali pelas ruas, e é infalível no largo da Sé, defronte do palácio do Sr. Presidente; estes batuques não são novos porque os havia, há muito, nas fábricas de arroz, roça, etc.; porém é novo o uso d’elles no centro da cidade; indaguem isto: um batuque de oitenta a cem pretos, encaxaçados, póde recrear alguém ? um batuque de danças deshonestas pode ser útil a alguém ? “(ESTRELLA DO NORTE DO BRASIL, n. 6, 08 de agosto de 1829, p. 46, Coleção de Obras Raras, Biblioteca Pública Benedito Leite)
1835 – na Rua dos Apicuns, local freqüentado por “bandos de escravos em algazarra infernal que perturbava o sossego público”, os quais, ao abrigo dos arvoredos, reproduziam certos folguedos típicos de sua terra natural:- “A esse respeito em 1855 (sic) um morador das imediações do Apicum da Quinta reclamava pelas colunas do ‘Eco do Norte” contra a folgança dos negros que, dizia, ‘ali fazem certas brincadeiras ao costume de suas nações, concorrendo igualmente para semelhante fim todos pretos que podem escapar ao serviço doméstico de seus senhores, de maneira tal que com este entretenimento faltam ao seu dever…’ (ed. de 6 de junho de 1835, S. Luís.” (ECCHO DO NORTE – jornal fundado em 02 de julho de 1834, e dirigido por João Francisco Lisboa, um dos líderes do Partido Liberal. Impresso na Typographia de Abranches & Lisboa, em oitavo, forma de livro, com 12 páginas cada número. Sobreviveu até 1836 in VIEIRA FILHO, 1971, p. 36).
1843 – o Diretor da Casa dos Educandos Artífices do Maranhão em relato ao Presidente da Província informava que havia “um outro problema”: a segurança dos alunos e do patrimônio da casa, em razão da existência de vários capoeiras, entre eles negros escravos, alguns fugitivos do interior da província e outros alforriados, o que resultava em atos de violência cotidianos, pela falta de intervenção policial no local. Sobre os Capoeiras reclamava esse Diretor: “Capoeiras que nem os donos das tavernas derrubam, nem a Câmara Municipal os constrange a derrubar, apesar das proximidades em que estão a respeito da Cidade cometessem por aqui crimes de toda a qualidade que por ignorados ficam impunes, tendo já sido espancado gravemente um quitandeiro, e já são muitas as noites em que daqui ouço pedir socorro, sendo uma destas a passada, na qual, às nove horas e quinze minutos, estando todos aqui já em repouso, ouvi uma voz que parecia de mulher ou pessoas moças, bradar que lhe acudissem que a matavam, e isto por vezes, indo aos gritos progressivamente a denotarem que o conflito se alongava pelo que pareceu que a pessoa acometida era levada de rojo por outra de maiores forças, o que apesar da insuficiência dos educandos para me ajudarem, atendendo as suas idades e robustez, e não tendo mais quem me coadjuvasse, não podendo resistir à vontade de socorro a humanidade aflita e não tendo ainda perdido o hábito adquirido na profissão que sigo, chamei dois educandos dos maiores e com eles mal armados, sai a percorrer as mediações desta casa, sem que me fosse possível descobrir coisa alguma, por que antes que pudesse conseguir por os ditos educandos em estado de me acompanharem, passou-se algum tempo e durante ele julgo que a vítima foi levada pelo seu perseguidor para longe daqui. Estes atentados são praticados pelos negros dos sítios que há na estrada que em conseqüência da má administração em que os tem, andam toda a noite pela mesma estrada, praticando tudo quanto a sua natural brutalidade lhe faz lembrar, e se V. Exa. se não dignar de tomar alguma providência a este respeito parece-me que não só a estrada se tornará intransitável de noite, como até pelo estado em que existem só os negros dos sítios e os vindos da Cidade se reúnem, entregues à sua descrição, podem trazer conseqüências mais desagradáveis [...] o que falo é para prevenir que este estabelecimento venha a ser insultado como me parecesse muito provável em as cousas como se acham. (FALCÃO, 1843). (citado por CASTRO, 2007, p. 191-192). A Casa dos Educandos Artífices estava alojada em um edifício construído ainda no Século XVIII, situado num ambiente de “ares agradáveis, liberdade própria do campo, vista aprazível e fora do reboliço da cidade”, entre o Campo do Ourique e o Alto da Carneira – hoje, Bairro do Diamante, ocupado pelo Ministério da Agricultura. O Autor do relatório, José Antônio Falcão, era tenente-coronel reformado do Exército, e havia assentado praça em São Luís, juntamente com seu irmão Feliciano Antônio Falcão, em 1831, como cadete no Regimento de Linha. Antônio Falcão foi o organizador da Casa dos Educandos Artífices, e seu diretor no período de 1841 a 1853. Já Feliciano Antônio Falcão, seu irmão, comandou a força expedicionária para combater os Balaios em Icatu e comandou a terceira tropa por ordem de Luis Alves de Lima e Silva, depois Duque de Caxias, entre as localidades de Icatu e Miritiba (hoje, Humberto de Campos), até o fim da Balaiada. (CASTRO, 2007, p. 184). Cumpre lembrar que estes alertas foram feitos no ano de 1843, apenas um ano após o término da Balaiada – iniciada em 1838, originada com as lutas dos quilombolas na área de Codó (Distrito do Urubu) como antecedentes à eclosão da Revolta, até a condenação do Negro Cosme, em 1842[1], estando envolvidos vários capoeiras, entre eles negros escravos, alguns fugitivos do interior da província e outros alforriados. Seriam esses Capoeiras remanescentes da Balaiada?
1863 – Josué Montelo, em seu romance “Os degraus do Paraíso”, em que trata da vida social e dos costumes de São Luis do Maranhão, fala-nos de prática da capoeira neste ano de 1863 quando da inauguração da iluminação pública com lampiões de gás; ao comentar as modificações na vida da cidade com as ruas mais claras durante a noite: “Ninguém mais se queixou de ter caído numa vala por falta de luz. Nem recebeu o golpe de um capoeira na escuridão. Os antigos archotes, com que os caminhantes noturnos iluminavam seus passos arriscados, não mais luziram no abandono das ruas.”
O que é confirmado por VIEIRA FILHO (1971) quando relata que no famoso Canto-Pequeno, situado na Rua Afonso Pena, esquina com José Augusto Correia, era local preferido dos negros de canga ou de ganho em dias de semana, com suas rodilhas caprichosamente feitas, falastrões e ruidosos. Em alguns domingos antes do carnaval, costumavam um magote de pretos se reunirem em atordoada medonha, a ponto de, em 1863, um assinante do “Publicador Maranhense” reclamar a atenção das autoridades para esse fato.
1877 – MARTINS (1989, in MARTINS, Dejard. ESPORTES: UM MERGULHO NO TEMPO. São Luís: (s.n.), aceita a capoeira como o primeiro “esporte” praticado em Maranhão tendo encontrado referência à sua prática com cunho competitivo por volta de 1877. “JOGO DA CAPOEIRA “Tem sido visto, por noites sucessivas, um grupo que, no canto escuro da rua das Hortas sair para o largo da cadeia, se entretém em experiências de força, quem melhor dá cabeçada, e de mais fortes músculos, acompanhando sua inocente brincadeira de vozarios e bonitos nomes que o tornam recomendável à ação dos encarregados do cumprimento da disposição legal, que proíbe o incômodo dos moradores e transeuntes”. (MARTINS, 1989, p. 179)
1889 - No mês de julho desse mesmo ano teriam ocorrido outras duas conferências em que os republicanos foram apedrejados pelos libertos de 13 do maio (denominados capoeiras) insuflados pelos monarquistas. (Fonte: Luiz Alberto Ferreira – Escola Caminho das Estrelas O MOVIMENTO REPUBLICANO NO MARANHÃO – 1888-1889)
………….
1966 – Mestre Canjiquinha [Washington Bruno da Silva, 1925-1994], e seu Grupo Aberrê passam pelo Maranhão, apresentando-se em Bacabal, no teatro de Arena Municipal; e em São Luís do Maranhão: Palácio do Governador; Jornal Pequeno; TV Ribamar; Residência do Prefeito da capital; Ginásio Costa Rodrigues. (in REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. Salvador: Itapuã, 1968). Acompanhavam Mestre Canjiquinha Sapo [Anselmo Barnabé Rodrigues]; Brasília [Antônio Cardoso Andrade]; e Vitor Careca, os três, ‘a época, menores de idade.
1968 – Mestre Sapo retorna ao Maranhão, para ensinar capoeira. Vai se tornar a maior referência da capoeira do Maranhão, formando inúmeros alunos e graduando vários mestres, até sua morte, em 1982.
ANOS 1970 – A partir de 1970, Mestre Sapo começou a formar seu grupo de capoeira, passando a ministrar aulas em uma academia de musculação, localizada na Rua Rio Branco; é também nesse ano que se dá a morte de Roberval Serejo; seus alunos, da academia Bantú, passam a treinar com Mestre Sapo.
Em uma de suas viagens, no final dos anos 70, Mestre Sapo, conheceu o Mestre Zulú, em Brasília. Foi quem o graduou Mestre. A partir de então, Mestre Sapo implantou em São Luís o sistema de graduação, através de cordas ou cordel, seguindo as cores adotadas pelo Mestre Zulú. Mas quem o iniciou na capoeira foi Mestre Pelé de Salvador [Natalício Neves da Silva, nascido em 1934]
Lembrando que o “Renascimento” da capoeira em São Luís, se dá com a chegada de ROBERVAL SEREJO no início dos anos 60 e com a criação do Grupo “Bantus”, do qual participavam, além de Mestre Roberval Serejo (graduado por Arthur Emídio); Mestre Diniz (aluno de Catumbi, de Alagoas), Mestre Jessé Lobão (aluno de Djalma Bandeira), de Babalú; Gouveia [José Anunciação Gouveia]; Ubirajara; Elmo Cascavel; Alô; Patinho [Antonio José da Conceição Ramos]; e Didi [Diógenes Ferreira Magalhães de Almeida].
1965 – Mestre Paturi (Antonio Alberto Carvalho, nascido em 1946, o Mestre mais velho em atuação, hoje), inicia-se na Capoeira com os Mestres Manoelito e Leocádio, e após a chegada de Mestre Sapo, passa a treinar com este. Foi o primeiro a registrar uma Associação de Capoeira (?).
Em 1979 , Mestre Robervaldo Sena Palhano funda, no bairro da Alemanha, a “Associação Cativos de Capoeira”, com estilo e características próprias, com o objetivo de divulgar e motivar a prática da capoeira;
1982 – Morte de Mestre Sapo. Encerra-se um ciclo na capoeira no Maranhão, inciado por ele.
Nos anos 90, em 26 de julho, é fundada a Federação Maranhense de Capoeira, pelo Mestre Robervaldo Sena Palhano, com as seguintes associações fundadoras: Cativos da Capoeira; Filhos de Aruanda; Capoeira Cordel Branco; Grupo de Apoio à Capoeira. Sua primeira diretoria foi assim constituída: Presidente: Robervaldo Sena Palhano; Vice: Jorge Luis Lima de Sousa; Primeiro Secretário: Roberto Edeltrudes Pinto Cardoso; Segundo Secretário: Antonio Alberto Carvalho.
- Após a primeira gestão, assumiram a Federação: Jorge Luis Lima de Sousa e depois Evandro Costa.
– a Capoeira volta aos Jogos Escolares Maranhenses por interveniência de Mestre Robervaldo Sena Palhano, da Associação Cativos de Capoeira.
qua, 16/02/11 por leopoldovaz | categoria Sem CategoriaComentários
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