INDÍCIOS DA GINÁSTICA (COM APARELHOS)

NO MARANHÃO

 

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Professor de Educação Física

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Ludovicense de Letras

 

Desde o século XVIII, encontram-se propostas precursoras de um tipo de Educação Física que se tornaria em modelo pedagógico para os séculos seguintes: a gymnastica, constituída como um conjunto de exercícios organizados com o objetivo de cuidar do corpo (Finocchio, 2013) [1]. Dentre seus precursores temos:

 Basedow[2], que incluiu a ginástica no currículo de sua escola-modelo Philantropinum, em Dessau, Alemanha. Anteriormente ao emprego da ginástica, eram desenvolvidas atividades físicas junto aos alunos do Philantropinum oriundas das práticas medievais, como a equitação, a natação, a esgrima, a dança e os jogos. Posteriormente, seriam acrescidos os exercícios como correr, saltar, arremessar, transportar e trepar, componentes básicos da Ginástica “natural”. (in Finocchio, 2013).

Guts Muths[3] desenvolveu as regras para as práticas da educação física, introduzindo um sistema de exercícios nas grades escolares, com os princípios básicos da ginástica artística. Em 1793, publicou Gymnastik für die Jugend, o primeiro livro escrito sistematizado da ginástica. Sete anos mais tarde, seu livro fora traduzido para a língua inglesa e publicado, na Inglaterra - onde se tornou referência no meio -, sob o título de Gymnastics for youth: or A practical guide to healthful and amusing exercises for the use of schools.

Vieth[4] atribuía importância à prática do exercício físico para a formação moral e física do indivíduo e insistia na obrigatoriedade de Educação Física nos âmbitos da escola e da universidade. Afirmando que os exercícios físicos deveriam visar ao aperfeiçoamento completo do corpo humano, os classificava de acordo com as diferentes partes do corpo, em exercícios simples e combinados. Preferia, entretanto, classificá-los em exercícios passivos (exercícios de oscilação, atitudes, fricções e massagens, banho e exercícios de endurecimento) e exercícios ativos, que se dividiam em exercícios para os sentidos e para os membros, como marchar, corridas, exercícios de trepar, saltos, dança, exercícios de tração e de repulsão, lançamentos, lutas, esgrimas, volteios e transporte de fardos, além da patinação, do tiro, da equitação e de jogos diversos.

Friedrich Ludwig Jahn[5] - pedagogo e ativista político -, por volta de 1809 adotou um princípio educacional realista, e desenvolveu um tipo de ginástica com valorização da luta. Criou aparelhos que se constituíam em representações de obstáculos naturais, o Turnen, que teve grande aceitação da classe dominante, adquirindo caráter militar e patriótico, e constituindo-se em uma primeira forma de instrução física militar destinada as massas, que corresponde às necessidades práticas da burguesia (Rouyer, 1977, citado por Finocchio, 2013) [6].

Além de criar aparelhos e novas formas gímnicas, fundou, em 1811, o primeiro ginásio ao ar livre de Hasenheide, Berlim. Daí nasceu o termo "Turnkunst" pelo qual ele substitui a palavra "Gymnastik".

A ginástica de Jahn, com um conteúdo mais social e patriótico, rapidamente superou as ideias pedagógicas de Guts-Muths, tendo por objetivo formar homens fortes para defender a pátria [7]. Embora já houvesse várias formas de ginástica, acrescentou aos exercícios já conhecidos, as barras e a barra alta.

Para Coertjens, Guazzdelli e Wasserman (2004)  [8] a utilização dos ‘turner’ entre o discurso nacionalista e a prática esportiva nos pequenos estados que, anos mais tarde, formaram o Estado alemão:

 

“[...] Nesse período, as noções de unidade pátria e povo foram idealizadas, entre outras coisas, através do esporte. Isso aconteceu com o objetivo de fomentar a resistência ‘alemã’ contra as invasões napoleônicas e, mais tarde, intensificar o processo de unificação do Estado alemão. Considerava-se que o exercício físico regular contribuía para o processo de disciplinalização e militarização da sociedade, principalmente, dos jovens. Esse ponto de vista ficou conhecido sob o nome de ‘Turnen’, ‘ginástica’, inserindo-se perfeitamente o esporte num contexto social e político mais complexo.”

 

A ginástica (turnen) se transforma em uma escola de patriotismo, educação para se preparar para a guerra de libertação; seu curso visava o "despertar da identidade nacional" (construção de uma nação).

John Locke (1632-1704) [9], um dos mais importantes teóricos do liberalismo, sintetiza suas concepções educacionais: formação do gentleman e dos “sem propriedades”. A educação dos que possuem a propriedade privada e posses deveria ser feita por preceptores capacitados e cultos, em local aprazível e com boas condições higiênicas, com ênfase nos saberes clássicos e na preparação do jovem como bom administrador dos negócios da família, para assumir posições de comando no estamento estatal e na guerra. Aos “despossuídos” de bens cabia uma educação fundamentada na religião e nas artes manuais, capacitando-os para o trabalho (citado por Finocchio, 2013) [10].

Para a nobreza e a burguesia, propõe uma escola da vida, que se afaste da escolástica, ainda presente nas Universidades. Diz que o fundamento de uma boa educação está no desenvolvimento da civilidade, dos bons costumes, na formação da personalidade, no equilíbrio entre caráter e inteligência. À educação física, retomando o conceito de mens sana in corpore sano (Juvenal, Sátiras X), recomenda a esgrima, a equitação e passeios ao ar livre, visando a desenvolver o corpo e o espírito fortes:

 

Em Pensamentos sobre Educação (1693), Locke dá ao termo físico dois sentidos: physis, referindo-se ao estudo da natureza e vinculado à vida corporal, física. Precursor do empirismo moderno procura conciliar a teoria do racionalismo de Descartes e do empirismo de Bacon. Sobrepõe-se às tradições humanísticas e, sob a influência do antropocentrismo, mais apropriadamente do empirismo, deposita, em seu projeto educacional, além da boa formação do caráter, uma preocupação com a capacidade de desenvolver, com o conhecimento obtido pela experiência sensível, a transformação da natureza. Daí sua recomendação de uma escola para a vida, na qual se desenvolvam as virtudes práticas, vindo a educação física a obter uma importância sem precedentes na Idade Moderna, ressaltando a educação do corpo no fortalecimento moral. (citado por Finocchio, 2013).

 

Na formação do gentil homem, de Locke, a educação física tem grande destaque, voltada à formação moral, além do corpo e da higiene, com o emprego de jogos e do treinamento ao ar livre. Para ele, a educação física, sob a inspiração do modelo grego, conduziria o homem à sua formação civilizada. A formação do gentleman inglês passaria, necessariamente, pela educação física.

Immanuel Kant (1724-1804) propôs o fortalecimento das escolas públicas, em relação às domésticas, sob a consideração de que são mais propícias ao ensino de várias habilidades, e formadoras do caráter. Recomendava ainda escolas experimentais, que dariam direcionamento às várias escolas elementares. Em síntese, tinha como plano educativo [11] uma educação pela moralidade, o fortalecimento das escolas públicas e o desenvolvimento de uma experimentação educativa.

A educação era entendida como a disciplina e a instrução com a formação do homem que o afastava da condição de bruto e selvagem. Com esse propósito, Kant estabeleceu uma visão unificada de ser humano, concebendo a educação como meio de desenvolver no homem todas as suas disposições naturais. Para Kant:

 

A atividade educativa divide-se depois em “física” e “prática”. A educação física é “negativa” quando enuncia conselhos para criar os bebês (aleitamento), fazer adquirir hábitos (ao que Kant se opõe), realizar o “endurecimento” (pense-se em Locke), regular a liberdade a ser concedida às crianças e às intervenções para “vencer a teimosia”. A educação física é, pelo contrário, “positiva” quando visa à cultura, ou ao “exercício das atividades espirituais”. Nesse campo, segundo Kant, um papel fundamental é assumido pelo “jogo” (como movimento do corpo e exercício “da habilidade”) e pelo trabalho (“é sumamente importante que as crianças aprendam a trabalhar, “porque o homem tem necessidade de uma ocupação, nem que seja acompanhada de um certo sacrifício”). A instrução deve, depois, valorizar a memória ao lado da inteligência e iniciar também a educação moral através da adaptação da conduta às “máximas” que devem tender para a formação do caráter [...].(Cambi, 1999, citado por Finocchio, 2013) [12].

 

Para Finocchio (2013) em suas propostas de formação do ser humano, a burguesia pensava a educação como essencial à formação plena da personalidade do indivíduo, incluindo aí a educação do corpo como uma necessidade. A gymnastica consistia na metodização da educação do corpo, imprescindível à formação do homem, não só fortalecendo o corpo, mas enriquecendo o espírito e enobrecendo a alma.

Francisco de Amorós y Ondeano[13] (1770-1848) é conhecido por ser um dos fundadores da Educação Física moderna. Em razão de suas ideias liberais e do apoio a José Bonaparte I, em 1814 exilou-se na França e aí desenvolveu a Escola Francesa de Ginástica. Seu método, de inspiração pestalozziana e fundamentado em Locke e Rousseau, defendia a “educação integral”. Contudo, em sua ginástica prevalecia o lado militar sobre o educativo, tal como se pode notar em seu tratado Nouveau Manuel d’Education Physique, Gymnastique et Morale, no qual propõe um soldado da Pátria e um benfeitor da Humanidade.

A Educação Física na Inglaterra tomou aspecto diverso de outras nações europeias; desenvolvida ao final do século XVIII e início do seguinte, de caráter nacionalista, e visando à disciplina e ao treinamento físico, bem como à defesa nacional; seu destaque não se deu na ginástica, mas no Esporte, em estreita relação com as transformações socioeconômicas resultantes das alterações produzidas pela Revolução Industrial, iniciada em 1760.

Ainda que adotasse a gymnastica nas escolas básicas, como meio da educação do físico, era no ensino secundário, destinado à aristocracia e à burguesia, que se aprimoravam o cuidado do físico e o cuidado da formação moral, empregando os esportes.

No começo do século XIX, o clérigo Thomas Arnold se utilizou de uma forma de ócio da classe dirigente, os jogos populares, para criar um novo modo de educação. O desporto, naquele momento, teve por função propor às classes dirigentes enriquecidas, mas em estado de degradação física e moral, uma formação mais adequada, em relação à tradicional. Apesar de grande reação religiosa e dos meios intelectuais, o desporto foi adotado para responder às conveniências práticas do imperialismo britânico (Rouyer, 1977, citado por Finocchio, 2013)[14].

A partir da segunda metade do século XIX houve, ao seu final, uma biologização da educação física (Paiva, 2003) [15], ocorrendo a migração da preocupação com a abrangência da formação humana para o estabelecimento de sua especificidade, biológica:

 

“[...] a educação physica, aquela ampla e integrante do projeto de educação integral, é submetida a uma dupla reconversão: a) foi preciso reduzi-la à gymnastica, codificando-a como disciplina escolar e a ela impondo os trâmites e procedimentos próprios dessa operação – organizar seus tempos e seus espaços, suas metodologias, seus processos de avaliação, a materialidade de suas práticas, etc.; e, b) foi preciso ressignificar, também reduzindo, educação física e gymnastica à ginástica, isto é, aos procedimentos metódicos de exercitação corporal sistematizada visando o ganho de aptidão física.” ( p. 421).

 

A educação física na escola, por força da influência médica, foi pensada como ginástica em seu sentido de cuidado com o corpo, principalmente com preocupações higiênicas de aptidão física.

Para Finocchio (2013) [16] a sociedade burguesa estabeleceu um perfil biológico de homem:

 

“[...] Sob essa perspectiva a educação física, inicialmente como ginástica, adotou uma perspectiva dominante, anátomo-fisiológica. Sob os ideais burgueses buscou-se a formação de uma sociedade constituída de homens fortes capazes de produzir e gerenciar riquezas. A Inglaterra do final do século XIX ilustra o pensamento liberal exemplarmente: utilizando-se de uma educação diferenciada, inseriu na educação básica a ginástica para a formação do homo habillis e o esporte para a formação do gentleman.

 

O método ginástico de Ling (1776-1839) [17], fundamentado em estudos anátomo-fisiológicos, com um viés médico higiênico, é composto por uma série de movimentos segmentados, com uma série racional de movimentos.

 

A consideração do processo de instituição do pensamento burguês é fundamental, pois, associada à estrutura política e socioeconômica do Segundo Reinado brasileiro, nos permite identificar, por meio do exame da organização dos Planos de Estudos da Escola Secundária (Imperial Collegio de Pedro II), como aquelas propostas educacionais de gymnasticas, originadas na Europa com o desenvolvimento da sociedade burguesa, aqui são efetivamente colocadas em prática e a que função davam atendimento.

 

De acordo com Cancella (2012; 2014) [18]; Cancella e Mataruna (2013); e Finocchio (2013) [19] a prática esportiva em meio militar foi intensificada na virada do século XIX para o XX sob o argumento de que para a estruturação das Forças Armadas era fundamental o desenvolvimento físico do pessoal militar. Estas atividades eram consideradas importantes para a formação não somente de militares mais preparados, mas também de potenciais “soldados-cidadãos” e “cidadãos-marinheiros” entre os praticantes civis. Por isso, as atividades físicas e esportivas foram gradativamente incorporadas aos currículos de instituições de ensino do país, iniciando este processo pelas escolas militares. Para Silva e Melo (2011),

 

A defesa pela ampliação da educação física no sistema de ensino baseava-se nos benefícios que trariam para o corpo e mente dos jovens. No meio militar, esta defesa era reforçada pelas observações dos cuidados de FFAA de outros países com os processos de preparação do corpo dos combatentes, considerando os exercícios físicos como um dos melhores instrumentos para a manutenção da forma e da disciplina das tropas. Com o crescimento da prática da ginástica nas instituições militares ao longo do oitocentos, muitos de seus membros passaram a atuar no meio civil como instrutores de ginástica nas escolas, uma vez que ainda não existiam escolas de formação em Educação Física no país naquele momento e os militares eram os principais promotores destas práticas no Brasil.

 

 

Finocchio (2013) entende que não tenha sido casual a designação, em 1860, do primeiro mestre de gymnastica da Escola da Marinha, o civil Pedro Orlandini (Professor italiano de diversos saberes: gymnastica, esgrima, dança, língua inglesa, francês e italiano) e, em 1861, o Alferes Pedro Guilherme Meyer, do Exército. A contratação de um especialista em gymnastica foi feita em atendimento às necessidades militares de proporcionar um aprimoramento na formação das forças armadas, por meio do desenvolvimento físico. Esse processo de profissionalização do Exército, com o treinamento militar para menores, implicou a inserção da gymnastica em suas escolas.

Finocchio (2013) emprega essa terminologia – gymnastica - para se referir a uma prática educacional em construção no século XIX:

 

Os termos gymnastica ou exercícios gymnasticos foram utilizados no interior do Collegio de Pedro Segundo para fazer referência às práticas corporais – esgrima, jogos e exercícios ginásticos propriamente ditos – que eram oferecidos aos seus alunos. (Gondra, 2000, p.125) [20].

 


 

 


[1] FINOCCHIO, José Luiz. A inserção da Educação Física/gymnastica na Escola Moderna – Imperial Collegio de Pedro II (1837-1889). 2013. 258f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Linha de Pesquisa: História, Políticas e Educação. Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2013.

[2] Johann Bernard Basedow (1723-1790) como grande admirador de Rousseau, incluiu a ginástica no currículo de sua escola-modelo Philantropinum, em Dessau, Alemanha. À disciplina deu-se o mesmo status das disciplinas intelectuais. Anteriormente ao emprego da ginástica, eram desenvolvidas atividades físicas junto aos alunos do Philantropinum oriundas das práticas medievais, como a equitação, a natação, a esgrima, a dança e os jogos. Posteriormente, seriam acrescidos os exercícios como correr, saltar, arremessar, transportar e trepar, componentes básicos da Ginástica “natural”. (in FINOCCHIO, 2013).

[3] Johann Christoph Friedrich Guts Muths (Quedlinburg, 9 de agosto de 1759 - Waltershausen, 21 de maio de 1839) foi um professor e educador alemão. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guts_Muths

[4] Gerhard Ulrich Anton Vieth (1763-1836) publicou o primeiro de três volumes de sua obra “Ensaios de uma Enciclopédia dos Exercícios do Corpo” (Versuch einer Enzyklopädie der Leibesübungen), Vieth tornou-se o primeiro professor de ginástica a demonstrar a necessidade de se proporcionar ao exercício físico uma base anátomo-fisiológica tendo em vista a sua preparação científica, que lhe permitia compreender e delinear os efeitos biológicos e higiênicos da ginástica, como também estabelecer uma relação de causa e efeito entre a atividade física e as suas influências sobre o corpo. (in FINOCCHIO, 2013).

[5] Friedrich Ludwig Christoph Jahn (Lanz, Prússia, 11 de agosto de 1778) estudou teologia e filologia na Universidade de Greifswald. No ano de 1811, sistematizou a prática da ginástica e a transformou em modalidade esportiva. Durante esse tempo, criou as associações Turnwerein – clubes de ginástica - para jovens praticantes e interessados. Por conta disso, é considerado o pai da ginástica. Com o passar do tempo, seus centros foram considerados abrigos de discussões políticas, pois lá se cultivavam a força moral e a exaltação patriótica. Foi influente na organização do movimento de Burschenschaft, que promovia os ideais nacionalistas entre estudantes da universidade alemã. Morreu em outubro de 1852, aos 74 anos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Ludwig_Jahn

[6] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[7] http://vamos_fazer_educacao_fisica.blogs.sapo.pt/10679.html

[8] COERTJENS, Marcelo, GUAZZELLI, Cesar Barcellos; e WASSERMAN, Cláudia. Club de Regatas Guahyba-Porto Alegre: o nacionalismo em revistas esportivas de um clube teuto-brasileiro (1930 e 1938). In Rev. bras. Educ. Fís. Esp, São Paulo, v.18, n.3, p.249-62, jul./set. 2004, disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rbefe/v18n3/v18n3a04.pdf

[9] John Locke (Wrington, 29 de agosto de 1632 — Harlow, 28 de outubro de 1704) foi um filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. Locke rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos. A filosofia da mente de Locke é frequentemente citada como a origem das concepções modernas de identidade e do "Eu".  O conceito de identidade pessoal, seus conceitos e questionamentos figuraram com destaque na obra de filósofos posteriores, como David Hume, Jean-Jacques Rousseau e Kant. Locke foi o primeiro a definir o "si mesmo" através de uma continuidade de consciência. Ele postulou que a mente era uma lousa em branco (tabula rasa). Em oposição ao Cartesianismo, ele sustentou que nascemos sem ideias inatas, e que o conhecimento é determinado apenas pela experiência derivada da percepção sensorial. Locke escreveu o Ensaio acerca do Entendimento Humano, onde desenvolve sua teoria sobre a origem e a natureza do conhecimento. Suas ideias ajudaram a derrubar o absolutismo na Inglaterra. Locke dizia que todos os homens, ao nascer, tinham direitos naturais - direito à vida, à liberdade e à propriedade. Para garantir esses direitos naturais, os homens haviam criado governos. Se esses governos, contudo, não respeitassem a vida, a liberdade e a propriedade, o povo tinha o direito de se revoltar contra eles. As pessoas podiam contestar um governo injusto e não eram obrigadas a aceitar suas decisões. Dedicou-se também à filosofia política. No Primeiro Tratado sobre o Governo Civil, critica a tradição que afirmava o direito divino dos reis, declarando que a vida política é uma invenção humana, completamente independente das questões divinas. No Segundo Tratado sobre o Governo Civil, expõe sua teoria do Estado liberal e a propriedade privada. http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke

[10] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[11] KANT, Immanuel (1724-1804). Sobre a Pedagogia. Trad. Francisco Cock Fontanella. Piracicaba: Unimep, 1996.

[12] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[13] Francisco Amorós y Ondeano (Valência, 1770 – Paris, 1848) foi um professor e militar espanhol, naturalizado francês. Iniciou seu trabalho na Espanha, e em 1814, desenvolveu suas ideias no contexto da ginástica. Seu trabalho consolidou-se na França, no século XIX, na Escola de Ginástica Francesa. Em 1818, criou o Ginásio Militar, no qual deu origem a ginástica eclética, que misturou as técnicas e ideias de Guts Muths e Jahn. Após, idealizou uma série de itens que considerava essencial para sua obra, entre eles, a ênfase à resistência à fadiga, o andar e o correr sobre terrenos fáceis ou difíceis, o saltar em profundidade, extensão e altura, com ou sem ajuda de materiais, a arte de equilibrar-se em traves fixas, o transpor barreiras, o lutar de várias maneiras, o subir com auxilio de corda com nós ou lisa, fixa ou móvel, a suspensão pelos braços, a esgrima e vários outros procedimentos aplicáveis a um grande número de situações de guerra ou de interesse público geral. Amoros faleceu em 1848, aos 78 anos de idade. http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Amoros

[14] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[15] PAIVA, Fernanda Simone Lopes de. Sobre o pensamento médico-higienista oitocentista e a escolarização: condições de possibilidade para o engendramento do campo da Educação Física no Brasil. 2003. 475 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

[16] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[17] Pier Henrich Ling, militar e instrutor de esgrima na Universidade de Luna, desenvolveu um método sob uma concepção anatômica, com exercícios corretivos, com base nos preceitos e princípios científicos incorporados ao sistema de educação e, portanto, à gymnastica.

[18] Cancella, Karina. A defesa da prática esportiva como elemento de preparação dos militares por meio das publicações institucionais “Revista Marítima Brasileira” e “Revista Militar”. Anais do XV Encontro Regional de História da ANPUH-RIO, 2012. Disponível em http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338498190_ARQUIVO_ANPUH2012_KarinaBarbosaCancella.pdf

Cancella, Karina. O ESPORTE E AS FORÇAS ARMADAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA – das atividades gymnásticas às participações em eventos esportivos internacionais. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2014.

[19] Cancella, Karina Barbosa; MATARUNA, Leonardo.  Liga Militar de Football e a Liga de Sports da Marinha: uma análise comparativa do processo de fundação das primeiras entidades de organização esportiva militar do Brasil. In HOFMANN, Annette; VOTRE, Sebastião (organizadores). Esporte e Educação Física ao redor do mundo – passado, presente e futuro. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 2013, p. 119-132.

FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[20] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

 

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