Marco Aurelio Haikel  

Indignado, após tanto esperar e, muito mais por amor à Capoeira, importante vetor de arte-educação e cidadania, bem como, maravilhoso instrumento pedagógico – neste sentido, infelizmente, pouco valorizado – aonde por meio de inúmeros heróis anônimos – mestres/as, contramestres/as e professoras/as, que realizam verdadeiras ações sociais e de cidadania, seja nos centros ou periferias de cidades brasileiras, aonde a violência é a tônica, no que como resposta possibilitam, para alívio de pais e das comunidades, dias melhores para muitas crianças e jovens, segue esta carta aberta:

Senhor Secretário de Estado de Esportes e Lazer, MARCIO JARDIM,

Desde 2012, a Capoeira, no Maranhão, por meio do Fórum Permanente da Capoeira no Maranhão vem tentando, em parceria com a UFMA, através de seu Curso de Educação Física – tendo à frente, o Prof. Dr. Tarcisio Selektah – viabilizar e executar um projeto de extensão com vistas a capacitar mestres/as de Capoeira, na área do conhecimento voltada para o movimento.
No primeiro momento, inúmeras foram as tentativas – todas frustradas – com a então Fundação Municipal de Cultura – FunC, ainda na gestão do Prof. Dr. Francisco Gonçalves, adentrando na gestão do atual gestor Marlon Botão.
Ano passado parecia termos visto uma kuz no fim do túnel, quando Vossa Excelência, presente no Centro Matroá de Capoeira, assumiu compromisso perante inúmeros mestres e outras lideranças presentes, entre os quais, Patinho, Mestre Indio Maranhão, Alberto Euzamor, Mestrepirrita Braga, José Ribamar MestrePezão, Evandro, MestreTutuca João Carlos, Alcemir Araújo, Luis Senzala, Abelha Capoeira Angola, Luis Generoso, Mestre Baé Mestre Baé, Mestrel Militar, Marco Aurelio Haikel, e tantos outros, que nomeá-los ficaria enfadonho, aonde disse que, pessoalmente, se empenharia para que a SEDEL e a UFMA viabilizassem e executassem o referido projeto, o qual, conforme suas palavras, de enorme – como de fato é – capilaridade e abrangência social.
Estamos aguardando Vossa Excelência, no que esperamos não se torne mais uma frustração e, palavras não sejam mais uma vez lançadas ao vento.
Estou há 32 anos na Capoeira e sei muito bem o que é preconceito e falta de compromisso, sensibilidade e visão, diante do alcance social que homens e mulheres, capoeiras, fazem eplo país afora, contribuindo sugnificativamente, para que mais crianças, adolescentes e jovens não enveredem na já larga e perigosa estrada da criminalidade.
O que faço aqui, entenda-se, não é nada pessoal, apenas um desabafo diante do descaso com um dos maiores instrumentos de alcance social, educativo, artístico e pedagógico deste nosso país, porém, pouquíssimo valorizado, pelo único motivo de vir do seio do povo negro e índio, em que o branco se encantou, mas que não é dele, ou que tenha sido protagonista, a exemplo do basquete, voley, futebol – este dá dinheiro e visibilidade – e tantos outros esportes e práticas trazidos pela elite.
Para finalizar, Senhor Secretário, que essa manifestação não atice sua vaidade e, com isso retalie dando as costas para a Capoeira, pelo contrário, aguce o ser humano e homem político e de ação que é e faça por aonde esse projeto ser executado, pois Vossa Excelência bem sabe que o custo é mínimo e, o alcance social, estupendo!!!!

 

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