JEMS, ONTEM E HOJE… UM PONTO DE VISTA.

Raimundo Nonato Irineu Mesquita
Funcionário Publico SEDEL
Mat. 806612

Ao longo dos últimos 43 anos, eu tenho participado ativamente dos Jogos Escolares Maranhenses… Como atleta, árbitro, técnico, dirigente, etc… A história e seus fundadores são conhecidos de todos. Eu quero falar agora é para aqueles que não deixam de comparar os JEMs de ontem com os JEMs de hoje!

 
Ontem… Um pequeno grupo de escolas da capital, com um grande número de atletas, que podiam disputar, no inicio todas as modalidades desde que tivessem habilidade e vontade e concentrados no centro da cidade… Com a maioria dos jogos concentrados no Ginásio Costa Rodrigues, sempre lotado!
Destes jogos sugiram todos os que posteriormente se tornariam técnicos e dirigentes e portando os donos dos destinos dos Jogos escolares Maranhenses que conhecemos hoje, bem como os nossos representantes em eventos nacionais ao longo destes anos. Sim, grandes campeões de ontem e hoje, grandes profissionais e vencedores nas profissões abraçadas; e muitos deles continuam contribuindo para a realização do evento.

 
Hoje… 83 municípios, divididos em seis regionais, que disputam 20 modalidades esportivas, em duas faixas etárias; em dois naipes, envolvendo mais de seis mil pessoas, entre atletas, técnicos e dirigentes, com as disputas distribuídas ao longo do ano e culminando com as etapas estaduais nos meses de agosto e outubro de onde saem os nossos representantes para os eventos nacionais que acontecem nos meses de setembro e novembro. Simples assim!

 
Numa rápida comparação se distingue de imediato a grande diferença dos dois momentos do mesmo evento; e que algumas pessoas teimam em afirmar que está acabando! Desculpem mas não está acabando, não! Ele está é enfrentando inúmeras concorrências. Concorrências sim! Pois hoje o universo da escola e do jovem está ocupado por inúmeras outras atividades, lhe restando pouco tempo para dedicar-se ao esporte, alem da acomodação da maioria dos diretores de escolas. Desculpem, mas é o que se tem observado. Diferente daqueles tempos de outrora, onde os diretores eram peças atuantes na promoção do evento e nós, alunos, tínhamos como obrigações únicas nas escolas, a conclusão bem feita dos dois ciclos de estudo, o que nos dava tempo para frequentar os treinos e reparem bem, eram poucas as escolas que tinham espaços destinados aos treinamentos e na maioria das vezes eram locais improvisados; outros treinavam no ginásio Costa Rodrigues, que era cedido para algumas escolas e para as escolinhas e seleções, das quais muitos dos alunos faziam parte.

 
Os JEMs de ontem eram restritos à capital e onde todas as escolas se inscreviam e participavam em uma etapa que durava até 30 dias; já que o calendário anual dos alunos não era tão exigente na quantidade de horas aulas quanto é hoje. Nos dias atuais a competição inicia na escola com o campeonato interclasses, de inteira responsabilidade das escolas e poucas fazem esta etapa; daí faz adesão à etapa municipal de onde sairão os classificados para a etapa regional; das regionais saem os representantes das regiões para as etapas estaduais.

 
Hoje envolvendo todas estas etapas, podemos afirmar que o universo de alunos envolvidos diretamente no evento supera a casa dos 50.000 participantes. – Ora bem mais do que aqueles 2 a 3.000 que participavam nos primórdios. E este formato atual procura seguir o formato do evento nacional que é os Jogos escolares da Juventude, que e disputados em 13 modalidades, com numero restrito de alunos por equipe e totalmente delineado pelo Regulamento Geral, e realizado e coordenado pelo Comitê olímpico Brasileiro.

 
Dai meus amigos que quando divulgamos o calendário de atividades anual e o Regulamento geral dos JEMs, não estamos inventando e nem “criando chifres em cabeça de cavalo”, mas, apenas nos adequando à competição Nacional e, claro que em algumas vezes temos usado de criatividade para atender as conveniências locais e não ferir totalmente as normas que regem o evento nacional. E isto ouvindo a comunidade estudantil, através dos seus representantes, que são instados a se manifestar através de propostas, que devem ser apresentadas por escrito e que são analisadas pela equipe técnica da sedel e atendidas mediante as condições que são impostas pelas limitações orçamentárias e regulamentares, mas sempre procurando atender os anseios dos participantes.

 
Outro detalhe que não devemos esquecer: Os JEMs em alguns anos foram disputados em três modalidades: infantil, infanto e juvenil, alcançando jovens dos 10 aos 18 anos e eram realizados em três ginásios esportivos durante 20, 30 dias, o que não acontece mais hoje, já que foram racionalizados e se resumem a duas categorias, infantil e infanto e com as varias etapas distribuídas ao longo do ano, e a etapa final de cada categoria se resumiu a sete dias cada uma. Muitos técnicos reclamam que apenas cinco dias de competição na etapa final dos JEMs não representam a dimensão que é o evento e que as equipes deveriam jogar mais.

 
Nós entendemos que esta vontade de jogar mais, reflete a falta de competições promovidas para atender a demanda dos técnicos e das equipes haja vista que as federações, com raríssimas exceções, poucos eventos realizam e isto faz com que os JEMs se transformem em vitrine para todos os que militam na área, o que por sua vez transforma a sedel em promotora de evento quando a sua principal razão de existir seria o apoio e a elaboração de políticas publica voltada para o esporte, apoiando as realizações das Federações especializadas e mantendo a estrutura das praças esportivas pertencentes ao estado.

 
Para encerrar queremos afirmar que os JEMs não acabaram eles agigantaram-se, e se espraiaram por todo o estado, ainda não é a forma ideal, pois muitos municípios estão ausentes, mas eles um dia estarão inseridos no contexto. Por enquanto vamos levando a boa nova do esporte a todos aqueles que se acham capazes e possuidores de dotes esportivos e sonham em se apresentar e defender as cores das suas escolas, do seu município e do seu estado e quiçá do seu país, e aqueles que tenham uma proposta a respeito de como realizar esta grandiosa competição que a apresente por escrito à SEDEL, e com certeza esta proposta será analisada pela equipe e apresentada à comunidade esportiva estudantil, quando da realização do seminário de avaliação dos JEMs, realizados todos os anos, ao final do exercício.

Comentários Leopoldo Gil Dulcio Vaz Leopoldo Gil Dulcio Vaz Raimundo Nonato Irineu Mesquita você só esqueceu que não temos mais educação física e esportiva nas escolas; que a atividade esportiva é restritiva a quem pode pagar as famigeradas escolhas – fonte de renda paras as escolas – e hoje terceirizadas – veja o Dom Bosco…. apenas três modalidades nas escolinhas. .. às demais feitas em academias fora da escola e aproveitadas como EF… nas escolas públicas são poucos os professores que tem um interesse e sabe porque? Representa trabalho! !! E ninguém quer maus trabalhar só aula teórica e se conformam com uma aula por semana, pois na SEDUC não há coordenação ou departamento! !! Não que funcione…. tenho visto e conversado. .. falta de cobrança de incentivo de local de material e boa vontade tanto de dirigentes como dos professores. … sem contar que na nossa época as federações atuavam e algumas escolas participavam de todas as competições, se preparando para is JEMS. .. e vai por aí

 

Rosana Motta Rosana Motta Leopoldo, concordo com vc. Nós, professores de Educação Física somos os grandes responsáveis pela extinção da cultura esportiva nas escolas. Delegar a culpa de falência dos Jogos a sedel é cômodo. Enquanto somos incapazes de olhar a nossa própria omissão.
O novo formato dos Jogos é democrático é gigante, como Mesquita explicitou. Porém, na nossa realidade, está longe de funcionar. Gestores que não enviam suas equipes, modalidades já quase extintas nas escolas, federações que não massificam sua modalidade e perdem um enorme tempo em disputas de ego.
Se os professores não tiverem uma mudança de atitude dentro das escolas, não sairemos dessa realidade.   Bruno Oliveira Do Nascimento Bruno Oliveira Do Nascimento Só posso dizer uma coisa como ex-atleta e atualmente prof. de educação física e amante do esporte. É que hoje sou o que sou devo muito ao sonho de eu poder disputar pelo menos um JEMS, e graças a Deus de 1997 até hoje eu não parei. E vejo esse mesmo sonho nos olhos de muitos alunos meus que almejam ter essa oportunidade. Por isso acho que esse evento está é longe de terminar e só tenho a agradecer tudo que aprendi nesses anos de vivência de JEMS, me moldou como profissional e principalmente como pessoa pelos valores e amizades que fiz ao longo desses quase 20 anos de jogos.

 

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