O CREF/MA está criando o CINE CLUBE MA, que acontecerá todas as primeira e terceira quintas-feiras de cada mês, tendo como local o Auditório da Viva Água - Rua das Gaivotas, quadra II Renascença (Accademia Viva Água). As exibições se darão a partir das 19:30 horas e debates às 21 horas.
O filme inaugural será A ONDA.
O sitio do CEV será o caal de comunicação entre os interessados - http://cev.org.br/comunidade/maranhao
Maiores detalhes na primeira apresentação, dia 03.12.2009, quinta feira!!!!!!!!
Coordenação é do Sidney Zimbres e do de Osvando Telles.
Público alvo são profissionais de educação física, academicos de educação física e pessoas interessadas em atividades físicas e esportes.
A criação do CINE CLUBE MA é resultado das discussões havidas com o Prof. Dr. Laércio Elias Pereira, quando de sua visita ao nosso estado, e de sua palestra sobre a Informação e Comunicação em Educação Física, Esportes e Lazer. Citou o filme, e como ninguém o havia assistido, resolveu-se pela criação de um espaço onde se pudesse usar o filme como elemento no processo ensino-aprendizagem, como já se faz em outros centros, especialmente na UFRJ, sob a coordenação dom prof. Dr. Victor Mello.
A ideia é a de projeção de um video, tendo o esporte e o lazer como tema e, após, abrir uma discussão - debates - sobre o mesmo.
Para os que não puderem estar no horário determinado para seu inicio, a recomendação é de que possa alugar o " filme da semana", assisti-lo e comparecer aos debates e participar... Esses debates acontecerão sempre às 21:00 horas...
Comentários
Por
Sidney Forghieri Zimbres
em 3 de Dezembro de 2009 às 08:21.
O CREF/MA estará inaugurando seu Cine Clube hoje, às 19:30 horas, com o file "A Onda". Convidamos todos os professores para estarem na sala de video da Academia Viva Água, no Renascença. Abaixo, os comentários sobre o filme.
A ONDA ( The Wave )
Direção: Alex Grasshof País: EUA Ano: 1981 ( crítica de Raymundo Lima, professor do Depto Fundamentos da Educação, Universidade Estadual de Maringá/ Revista Espaço Acadêmico, no. 65 – outubro de 2006. WWW.espacoacademico.com.br/065/65lima.htm )
O filme tem início com o professor de Educação Física e Ciência Política Burt Ross explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos levam o professor a realizar uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade” e um gráfico para representar “A onda”. Feito para a televisão, “A onda” foi baseado em um incidente real acontecido em uma escola secundária norte-americana em 1967, em Palo Alto, Califórnia.
O desfecho do filme é dado pelo professor ao desmascarar a ideologia totalitária que sustenta o movimento “A onda”, denuncia aos estudantes o sumiço dos sujeitos críticos diante do poder carismático de um líder e do fanatismo por sua causa.
Embora o filme seja uma metáfora de como surgiu o nazi-facismo e o poder de seus rituais, pode conscientizar os estudantes sobre o poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos e religiosos. O uso de slogans, palavras de ordem e a adoração a um suposto “grande líder” se repetem na história da humanidade: aconteceu na Alemanha nazista, na Itália facista, e também no chamado “socialismo real” da União Soviética, principalmente no período stalinista, na China com a “revolução cultural” promovida por Mao Tsé Tung, na Argentina com Perón, etc. Ainda recentemente, líderes neo-populistas da América Latina, valendo-se de um discurso tosco anti-americano, conseguem enganar uma parte da esquerda resistente a aprender com a história.
Outros exemplos: atos criminosos da Ku Cklux Klan, o macartismo que desencadeou a “caça às bruxas” perseguindo todos os “comunistas” nos EUA, os governos de direita da América Latina, o regime de apartheid da África do Sul ( antes de Nelson Mandela), o processo de “limpeza étnica” conduzida pelos Bálcãs, os grupos neonazistas skinheads espalhados pelo mundo, os carecas do ABC paulista, e o movimento separatista do Iguaçu, no Paraná, entre outros menos conhecidos.Devem ser, ainda, incluídos os líderes com traços protofascistas ( Eco, 1995) ( ler As “Chávez” do protofascismo , Revista Espaço Acadêmico, no 79, dez. 2007): Berlusconi, que passou pelo governo da Itália, e líderes totalitários com traço imperial, como King Jon II (Coréia do Norte), Assad (Síria) ou de milícias que ocupam o espaço vazio do Estado ( Hamas, FARC, PCC ). No Brasil, o período da ditadura militar, depois de 1964, A TEP (Sociedade de Tradição, Família e Propriedade) e o CCC ( comando de Caça aos Comunistas).
Raymundo Lima focaliza quatro linhas de análise para comentários visando estimular o debate: (1) o nazi-fascismo como ideologia política totalitária de direita, (2) a psicologia de massas e a servidão dos indivíduos a um líder, grupo ou causa mítica; (3) a propaganda política e ideológica e (4) o recurso da “experiência pedagógica” como meio de ir para além do mero aprendizado de conceitos teóricos.
O filme é um sério alerta para: a) o risco do “sujeito” perder a “liberdade” e “autonomia” submetendo-se incondicionalmente ao poder do grupo; b) problematiza a possibilidade de ressurgimento do nazi-fascismo, ou dos totalitarismos de direita e de esquerda e c) conscientiza a formação de grupites e gangues potencialmente intolerantes e criminosas.
(filme assistido em 03.12.09, na Academia Viva Água, encontro promovido pelo CREF/MA)
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