LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – 40 ANOS DEPOIS… 0comentário

40 ANOS DEPOIS…

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Ano passado, 17 de dezembro, comemoramos 40 anos de formados. Em outubro, fizemos nosso encontro anual da turma de formandos de 1975…

AVIÃO VASP - TRANSPORTENeste ano, comemoro 40 anos de Maranhão. Membro da Equipe 49, do Projeto Rondon, aqui cheguei, junto com vários colegas da Escola de Educação Física e Desportos do Paraná – a maioria já formados – e outros das áreas de Medicina, Farmácia e Bioquímica, para a realização da segunda colônia de férias da cidade. O diretor do Campus Avançado da Universidade Federal do Paraná era o Alberto Milléo Filho, professor de educação física, e havia implantado a colônia de férias no ano anterior, além de criação da Olimpíada Colegial de Imperatriz – OCOI -, depois mudado o nome para Jogos Escolares de Imperatriz – JEI.

 

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Assim, naquele janeiro de 1976 desenvolvemos nosso trabalho – Colônia de Férias do Rondon – e apresentamos a cerca de 500 jovens, de 7 a 17 anos, os primeiros fundamentos de várias modalidades esportivas… Naquela época, na cidade, só se praticava o Futebol de poeira – pelada de rua -, o Futsal, na quadra do Mourão Rangel – escola estadual -, ou quem freqüentasse o SESI/Imperatriz, e, para as meninas, o Voleibol… Alguns poucos tinham acesso às quadras do Juçara Clube – Futsal – e às do quartel do 50º BIS.

NO ESTADIO DE FUTEBOL

A sede do Campus Avançado tinha uma quadra de vôlei – areia – e um campo de futebol. Em alguns horários, franqueado à população, principalmente jovens. E era tudo! Milleo e Roberto Gelobom – sorveteria de sua propriedade, daí seu apelido – iniciaram um movimento, em 1975, e criaram a Olimpíada Colegial, com as modalidades de – lógico – Futebol, Futebol de Salão – ainda não era Futsal -, Voleibol, Atletismo – algumas provas de corridas e salto em distância, e corrida de bicicleta, e xadrez… outras modalidades, como Basquete e o handebol, não foram disputadas, pois não houve equipe inscrita, eram desconhecidas no meio estudantil…

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Lembrando que a Prefeitura Municipal de Imperatriz encontrava-se sob Intervenção estadual; o Interventor era o Coronel PM Carlos Alberto Barateiro da Costa – o conhecido Bebeto, Cel. Bebeto. Bebeto era um dos grandes nomes do esporte maranhense, chegando a jogar profissionalmente futebol, praticante do basquete e do voleibol.

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Juntando um interventor esportista, um professor de educação física na direção do Campus Avançado, era natural o incentivo que se começava a dar às atividades esportivas, e a tentativa de implantação da Educação Física nas escolas da rede publica municipal. Por essa época, apenas o colégio do estado – Mourão Rangel -, e a escola do SESI, e uma ou duas escolas particulares mantinham aulas de educação física, dentre elas a Escola Santa Teresinha. Mary de Pinho e sua irmã, Sônia,m eram as professoras do Mourão Rangel, e para o masculino, um sargento da polícia militar – dava aulas fardado, com o revolver na cintura, e sempre, sempre, e apenas, futebol de salão… no SESI haviam dois recreadores, sendo um deles a Zezita.

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Milléo estava deixando a direção do Campus. Em 1975, de férias, em Curitiba, foi à EEFDPr convidar os alunos, em especial os do 3º ano, – formandos – para comporem aquela famosa equipe, a 49 do Rondon… Fizemos a inscrição, nos formamos, fizemos o treinamento e, na primeira semana de janeiro de 1976, desembarcávamos em Imperatriz.

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Milléo e sua mulher Sibonei, eram conhecidos de minha família. O pai de Sibo fora sargento da aeronáutica, do mesmo período que meu avô, Leopoldo Masson Vaz; Milléo praticara esporte durante seu compromisso com as forças armadas e é dessa época que conhecera meu pai, corredor de rua, da equipe da Aeronáutica, jogador de futebol do amador do Coritiba F.C. – chegou a se profissionalizar… Conversávamos muito e manifestou seu desejo de que alguém da turma aceitasse ficar em Imperatriz…

MILLEO

Resolvi aceitar o convite. Retornei a Curitiba para preparar minha volta ao Maranhão… nas conversas, na volta de Imperatriz, uma colega de turma, minha atleta do Clube Duque de Caxias, manifestou que voltaria, também. Chegando a Curitiba, conversamos com Milléo e acertamos nossa volta para Imperatriz.

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Eu já tinha uma atuação junto à Federação Desportiva Paranaense, o Ney Pacheco como presidente, eu ocupava uma das diretorias, além de secretariar a federação de ciclismo, onde atuava também como árbitro. Técnico de Atletismo do Duque de Caxias, também, das equipes de Voleibol, Basquete, além de jogar Faustball – Punhobol. Na EEFDPr, pertenci à equipe de Atletismo, e à de Esgrima; na da faculdade de Direito de Curitiba, além de Atletismo, Natação, Voleibol, e Basquetebol.. Atuava mais como administrador esportivo, coordenando as diversas equipes da Duque de Caxias, e das federações das quais participava…

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EQUIPE DO SANTA TERESINHA – OCOI

Essa experiência me foi útil, ao chegar à Imperatriz naquele março de 1976, definitivamente… buscava alguma experiência, haja vista que pretendia passar um ano e depois seguir para o Mestrado na Alemanha… não fui!!!

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Chegando à Imperatriz, junto com a Marilene Mazzaro, ficamos hospedados no Campus Avançado, junto com Milléo e sua família. Cumpriu sua parte, arranjando-nos emprego na Escola Santa Teresinha, como professores de educação física. Na Prefeitura, o Cel. Bebeto criou o Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação e nos nomeou para função. Passamos a organizar a segunda edição das Olimpíadas Escolares, a implantar a educação física nas escolas da rede municipal. Para isso, organizamos um Curso de Monitores de Educação Física, parceria da SEDUC com o Campus Avançado, e selecionamos cerca de 100 (cem) jovens atletas da cidade, além de outras pessoas interessadas, com alguma experiência em algum esporte… Muitos alunos dos cursos da faculdade de Educação de Imperatriz, dos cursos de Ciências, Estudos Sociais, e Letras…

ano era 1976, e a então diretora da escola, irmã Dulcinda recebe das mãos do administrador de Imperatriz, o intervent

No decorrer do curso, firmamos convenio com a Coordenação de Educação Física do Estado, que nos mandou alguns professores – Lino Castellani Filho, Sidney Zimbres, Paulo Tinoco, Zartú Cavalcante, Marcos Gonçalves…

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Formamos cerca de 60 (sessenta) monitores, que foram os primeiros professores de educação física da cidade, em um curso com 120 horas de duração… todos aproveitados pelas diversas escolas da rede publica municipal, e principalmente, pela particular. Estava formada a base para a implantação da educação física e dar prosseguimento à OCOI… e à participação da cidade nos jogos Escolares Maranhense – JEMs.

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Nas semanas que antecederam os Jogos Escolares daquele ano – 1976 – o DEFER/SEDUC ofereceu vários cursos, e alguns professores de Imperatriz compareceram – eu, para o de Atletismo; João Pires, da Escola Fortaleza, para o de Handebol; Giorvani, Sônia e Mary de Pinho – do Mourão Rangel, Escola Técnica Amaral Raposo – para o de Voleibol… o compromisso é que na volta todos transmitíssemos o que viramos para os demais professores, egressos daquela primeira turma do Projeto Rondon.

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Semana da Pátria, a SEDUC responsável pela organização do Desfile Estudantil, eu à frente da organização… fui chamado ao 50º BIS, para o planejamento; o Cel. Comandante, recém-chegado, não admitia atraso no mesmo, colocando três oficiais à disposição, para que tudo saísse a contento. Cel. Goulart e Cel. Bebeto ‘disputando’ quem mandava mais, e eu no meio dos dois… O maior problema e queixa dos diretores de escolas, eram os atrasos e os atropelos, em especial da Escola Técnica Amaral Raposo, que sempre fazia um verdadeiro desfile – de escola de samba, com alegorias e carros… às demais, escolas pobres do município, sempre em segundo plano. Resolvemos mudar isso; o desfile iniciara pelas escolas municipais, a estadual, depois as particulares, sempre em ordem alfabética; havia limite do numero de alunos, sendo o máximo de 50 para as escolas da rede municipal – desfilariam 20 escolas, sendo 10 da sede, as maiores, e 10 vindas dos diversos povoados – a seguir, a do Estado e o SESI, com no máximo 100 alunos; e as da rede particular, com também máximo de 75 alunos. Como algumas escolas tinham suas fanfarras, os alunos das mesmas não contavam no total dos peletões que desfilariam. E sem alegorias: apenas o uniforme das fanfarras, e trajes de gala, para as que tivessem, senão uniforme do dia–a-dia. Poderia haver um pelotão de atletas, uniformizados…

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Tudo acertado, reunião no gabinete do prefeito, para provar o regulamento do desfile, acordado com a direção das escolas e do Exercito, e da PMMA. O inicio, às 8 da manhã, em ponto!!! Lembrando que no ano anterior, o desfile marcado para as 8 da manhã só começou às 2 da tarde, com as crianças aguardando as ‘autoridades’ chegarem ao palanque montado em frente à Prefeitura… Isso não poderia se repetir!!! O Interventor me deu carta branca…

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No dia 7, às 07:30 da manhã, junto com dois oficiais do 50º BIS começamos a revista às escolas, para ver se todas estavam em seus lugares… Não estavam!!! Uma delas – a Escola técnica Amaral Raposo – escola do juiz de direito da cidade… estava em uma rua lateral, toda enfeitada, com cavalos, carros alegóricos, e cerca de 500 alunos, além da fanfarra… Um dos tenentes disse: não desfila! E comunicou ao Cel. Comandante o fato… a ordem: não entra!!! As 7:50, o Cel. Acompanhado pelo Interventor saíram do palanque, em sentido contrário, para dar inicio ao desfile… ao passar por mim, a ordem do prefeito: espere até minha mulher chegar ao palanque, acaba de sair de avião de São puis, dentro de 1 hora deve estar chegando… só depois dela passar inicie… Não tive o que dizer a não ser: sim, senhor!!! O Tenente que me acompanhava como uma sombra ouviu a ordem e a repassou para o Cel. Comandante; este disse: tão logo passemos, e cheguemos ao palanque inicie o desfile!!! Sim, comandante!!! As 8:15 horas a banda do 50º BIS começou a tocar, dando inicio ao desfile estudantil daquele ano. A Escola Técnica foi impedida de atravessar na frente das outras escolas, caso não se adequasse ao regulamento… todas as escolas passaram, o Pelotão da PMMA, o carro da Marinha, e o Pelotão do Exército, o ultimo a desfilar… e a Escola técnica saoiu depois do Exército, com o desfile já encerrado, oficialmente… crise no mesmo dia, entre o Juiz-Diretor-dono, os dois coronéis, a secretária de educação, e claro, eu, no meio do rolo, coordenador do desfile daquele ano… A esposa do interventor chegou ás duas da tarde… Na opinião de todos, foi o melhor desfile de todos, saindo no horário, com distribuição de água aos alunos da rede pública, e às escolas do interior, almoço no quartel do Exército… Entre mortos e feridos, salvaram-se todos… o Interventor caiu logo em seguida…

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Quando da ida à São Luis, para o curso de aperfeiçoamento em atletismo, lá fiquei para acompanhar os JEMs; o coordenador da modalidade, Prof. José Luis Fernandes, teve problemas familiares e teve que retornar para São Paulo; eu acabei assumindo a coordenação do atletismo dos JEMs daquele ano…

basquete do feminino da EST, campeão de um torneio realizado na quadra da UEMA - Miriam Salomoni, Cássia Silva Miranda Godoy, Fernanda Rocha, Adriana Galletti, Maria Alice, Erlane

Retornando à Imperatriz, eu e João cumprimos nosso compromisso… ministramos cursos de Atletismo, de Handebol e de Basquetebol; não houve de Voleibol, que seria de responsabilidade dos irmãos Pinho; depois, ministramos um de Voleibol, do qual Giorvani participou. Ao termino de cada curso, realizamos um campeonato específico, em que cada professor dos cursos montava suas equipes, nas escolas em que atuavam e a prova final, era a participação dessas equipes nos diversos campeonatos que organizamos, através do DEFER/SEDUC com o Projeto Rondon e o 50º BIS e SESI… tendo em vista a participação na OCOI…

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Em 1977, a educação física estava funcionando em 27 escolas da rede municipal, e em mais de 15 escolas da rede particular e confessional. A terceira OCOI foi um sucesso, parando a cidade… Vieram árbitros de São Luis, que ministraram cursos de arbitragem nas diversas modalidades… formamos um quadro de árbitros, com aqueles nossos alunos que já ultrapassaram a idade de participar dos jogos como atleta, muitos deles nossos monitores de educação física, alunos do ensino de 2º Grau e os da Faculdade… Nesse ano, fui admitido na faculdade de educação, como professor de educação física… aulas aos sábados pela manhã, saindo dessas turmas vários professores de educação física – formandos em Ciências, em Letras e em Estudos Sociais, mas que atuavam na Educação Física, mudando o nível dos professores que atuavam na área, agora, com curso superior, na área da educação… Meu contrato com o Projeto Rondon acabara em maio, e só atuava, agora, na FEI, no Santa Teresinha e na Prefeitura…

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Em 1978, prosseguimos com a expansão da educação física e dos esportes, novos cursos, em São Luis. Realizamos a OCOI, mas a Prefeitura não teve recursos para mandar as equipes para São Luis. Já havia mudado o Interventor; assumira um médico, Herbert Leitão, e houve mudanças na Secretaria de Educação, saindo Loreta Salvatori e assumindo o Prof. Batista. Andei dando algumas declarações sobre o estado da educação e fui exonerado. Mary de Pinho assumiu meu lugar, mas logo em seguida o DEFER foi extinto. Naquele ano, novos cursos em São Luis, novamente o aperfeiçoamento em Atletismo, novamente fiquei para coordenar a modalidade nos JEMs; então recebi convite para ir para São Luis, com contrato de trabalho na Escola Técnica Federal do Maranhão, pois o professor de atletismo da escola se aposentara…

HONRA AO MERITO - LEOPOLDO

Fiz o curso de Especialização em Metodologia do Ensino Superior, junto com os demais professores da FEI, para o reconhecimento dos Cursos de Licenciatura Curta. Houvera concurso para professor do Centro de Ensino de 2º Grau Graça Aranha, a ser implantado em Imperatriz. Passei e fui nomeado professor do Estado. Com o problema na SEDUC e minha exoneração, resolvi aceitar o convite da Escola Técnica. Já casado, minha mulher também professora concursada no estado, para o Graça Aranha, e demetida de sua função na SEDUC, também, resolvemos que era hora. Vim para São Luis, fiz o concurso – de títulos – para a ETFM, pedi transferência do Estado para São Luis e passei para o Plano de Governo, na equipe de implantação da Secretaria de Desportos e Lazer – SEDEL. Em janeiro de 1979 estava já residindo em São Luis, iniciando as aulas na ETFM.

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Quando de minha saída de Imperatriz, sai do Santa Teresinha e da FEI. Agora, em São Luis, continuava como professor do estado, lotado no Liceu Maranhense, e à disposição do Plano de Governo, na equipe que estava preparando a criação/implantação da primeira secretaria de esportes e lazer do Brasil… e começava minhas natividades na Escola Técnica Federal do Maranhão. No meio do ano, sou chamado à FESM – Federação das Escolas Superiores do Maranhão, hoje UEMA – Universidade estadual do Maranhão. O Reitor, Dr. Fiquene – Juiz de Direito, de Imperatriz, dono do Amaral Raposo, e Reitor da FEI – convidou-me para reingressar no ensino superior; como o processo de reconhecimento dos cursos de Imperatriz estava adiantado, e meu nome constava como professor (titular) de educação física, não havia como substituir-me; sugeriu a anulação de minha demissão – o que aceitei – e a transferência para São Luis. Aqui, estava-se providenciando o reconhecimento dos cursos da FESM; já havia saído a portaria reconhecendo os cursos da FEI – eu como titular de educação física – e por essa razão meu nome foi incluído no reconhecimento dos cursos de Engenharia e Medicina veterinária, como titular da cadeira de educação física; o que foi aceito, e passei a ser professor titular da FESM/UEMA.

LEOPOLDO E CHARLES

Assim, fiquei com uma jornada de trabalho de 20 horas no Estado – agora já na SEDEL; 20 horas na ETFM; e 20 horas na UEMA. Começava minhas aulas às 6:00 horas da manhã. Na ETFM cumpria meus horários as 3ª./5ª./Sab, manhã e tarde, com os treinamentos de Atletismo – por 10 anos as equipes infanto-juvenil e juvenil, foram campeãs dos JEMs, até que deixei a função em 1989…; na UEMA dava aulas às 2ª./4ª. Três turmas pela manhã e três pela tarde, começando às 7:00 horas. Terminado o expediente, por volta das 9:00 horas, na ETFM e na UEMA, ia para a SEDEL, onde estava na Coordenação de Desportos; depois passei para a Assessoria do Secretário, quando sai, em 1982, retornando para a SEDUC. Quando pedi exoneração. Ao sair da SEDEL/SEDUC imediatamente passei a 40 horas na ETFM; além de professor de atletismo, assumi a Coordenação de Atividades Formativas – responsável pelas disicplinas do antigo art. 7º da 5692: Educação Física, Educação Artística, Ensino Religioso e EPB, depois juntando Filosofia e Sociologia… a seguir, passei a Coordenador de Ensino.

 

5181632          Por três anos, fui técnico de atletismo das seleções estaduais que participaram dos Jogos Escolares Brasileiros – JEBs; no período em que passei na SEDEL – 1979/1982; como atuava como técnico da ETFM, não podia mais coordenar os JEMs; na SEDEL uma de minhas funções era de preparar toda a documentação necessária para regularizar as federações especializadas – havia a FMD, eclética, que ficou só com o futebol, FMF; havia a de Basquwtebol criada nos anos 50, mas sem quaisquer atualização ou registro junto ao CND ou à confederação brasileira, totalmente irregular; a federação de handebol, apenas fundada, sem quaisquer outro registro; e a de voleibol na mesma situação. Parti para regularização, atualização dos estatutos segundo a legislação vigente, registro em cartório e eleição das diretorias; em seguida a fundação de várias federações, iniciando pela de Atletismo, Ciclismo, Judô, Desportos Aquáticos, Tênis de Mesa… Em 1982, tomei a decisão de sair da SEDEL, por não compactuar com certas práticas… Voltei para a SEDUC… cabe lembrar que quando a SEDEL foi criada todos os professores de educação física do estado, do quadro da SEDUC foram relotados na SEDEL, menos eu, que não aceitei a relotação, mas fui colocado à disposição daquela nova Secretaria (em 1979, mês de maio, quando de sua criação…). Na SEDUC fui para a Assessoria do Secretário preparar projetos na área da educação física.

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Cabe esclarecer que as aulas de educação física, naquela época, em função dos Jogos Escolares eram, na realidade, aulas de esportes. Os professores eram ‘técnicos esportivos’, que davam as diversas modalidades, daquelas que eram disputadas nos JEMs. Tinham-se vários professores atuando em várias escolas, como técnico de Atletismo, Basquete, Handebol, Voleibol, Ginástica Olímpica, Judô, Natação, Futebol de Salão, Futebol de Campo, Tênis de Mesa, Capoeira… professores da rede publica atuavam também na rede particular. Pouquíssimos professores formados em Educação Física; a grande maioria – como até hoje!!! – leigos, ex-atletas, que passavam a treinar nas escolas, mesmo nas da rede publica, nomeados. Cito o caso de um professor, da cidade de Caxias, na modalidade de atletismo, do centro de Ensino de 2º Grau (hoje, ensino médio), que, quando fui dar um curso lá, acabei descobrindo que era analfabeto!!! Não respondia às provas, entregava-as em branco. Ao indagar se não havia entendido, fui informado que não sabia ler nem escrever… e era professor nomeado pelo Estado e dava aulas em diversas escolas da rede particular… encontrei muito dessa situação nas minhas andanças pelo interior do Maranhão dando cursos de atletismo.

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No inicio dos anos 1980, o CND começou um projeto de construção de praças esportivas, a serem instaladas em diversos municípios. O Maranhão foi contemplado com 40 delas e a SEDEL, CRD, e a ETFM assinaram um convenio para a formação dos técnicos em educação física e esportes que iriam administrar essas praças. Cada prefeitura deveria mandar um representante. Curso Técnico em Educação Física, duração de um ano,tempo necessário para a construção das praças. A maioria das prefeituras não tinha como manter o funcionário na Capital por esse período, então a solução foi recrutar interessados em cursar e depois se transferir para o interior… não precisa dizer que não funcionou. Mas o Curso de Educação Física da ETFM fora criado. Depois, a SEDUC deu continuidade, para a qualificação de seu quadro de professores. Foram formadas duas turmas, de 40 alunos cada. Mantivemos o curso por alguns anos, até quer o estado deixou de passar os recursos. Mas foram mais de 500 tecnicos formados, habilitados a atuar até a 6ª seria do antigo 1º grau – Parecer 45, adicional ao magistério, que formava professores normalistas especializados e podendo atender da 1ª à 6ª serie do 1º grau. Mas… a maioria passou a atuar em todo o 1º grau e quase todos no 2º grau… O Curso de Educação Física da UFMA não atendia à demanda. Até hoje temos nossos antigos alunos atuando nas diversas escolas públicas, nomeados, como professores de educação física.

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Fui professor de Atletismo e de História da Educação Física. Mais tarde, com a criação do Curso Seqüencial de Educação Física da UEMA, passei a dar aulas – contratado – de Atletismo, História e Metodologia do trabalho Científico, em São Luis e em algumas cidades do Interior. Foi quando comecei meu trabalho de pesquisa e resgate da memória dos esportes, da educação física e lazer no Maranhão.

prof. José Augusto, Reitor da UEMA, Prof. José Nilson, Chefe do DEF/UEMA, e o Autor, durante o lançamento do Atlas

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Nesse mesmo período, fiz um curso de especialização em Lazer e Recreação, pela UFMA. Dos 35 alunos, apenas eu conclui… foi o primeiro curso do gênero no Brasil. Minha segunda especialização… Na UEMA, além dos cursos do seqüencial de educação física, ministrei aulas no de especialização em qualidade e produtividade, de metodologia do trabalho científico. No CEFET-MA, como tinha dois pareceres como professor de educação física para lecionar no ensino superior, fui indicado como titular de educação física dos cursos superiores do CEFET-MA, as Licenciaturas então oferecidas, além de professor de Didática Geral e de metodologia do Ensino, além de Metodologia da pesquisa Científica, esta, inclusive, nos curós de especialização então oferecidos pelo CEFET-MA. Também dei aulas na UFMA, de Sociologia do Lazer, e de Planejamento de Eventos, no Curso de Turismo, como professor visitante.

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Com a expansão do CEFET-MA, atendendo 56 municípios do interior, com cursos superiores na área da ciências e tecnologias, a disciplina educação física fazia parte do currículo. Então passei a dar aulas em diversos municípios, e em vários deles implantando a educação física, como em Itapecuru – no povoado de magnífica, experiência piloto na implantação de atividades de extensão do CEFET-MA. E em Barreirinhas, onde a partir dessas aulas, demos continuidade a projeto de capacitação de professores de educação física para o Municipio, e implantação da educação física e praticas esportivas – participação nos Jogos Escolares Maranhenses. Começamos o trabalho em 2001…

MEMBROS DA EQUIPE 49 40 ANOS DEPOIS - Marilene, Eliane, Leopoldo e Verinha

MEMBROS DA EQUIPE 49 40 ANOS DEPOIS – Marilene, Eliane, Leopoldo e Verinha

Quando da transformação da ETFM em CEFET-MA – 1989 – passei a atuar como Assistente do Diretor de Relações Empresarias, respondendo por diversos períodos pela Diretoria, na ausencia do titular quando de seus afastamentos para tratamento de saúde. Foi nesse período que se iniciou a interiorização do CEFET-MA e a oferta dos cursos superiores nos diversos municipios maranhenses e a atuação da educação física como precursora dos projetos de extensão. A qualificação dos professores, com a saída de muitos para o mestrado e doutorado. A criação de nosso mestrado e do doutorado em educação profissional.

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Estabelecido o programa de qualificação, foi quando fui para o Mestrado em Ciência da Informação, na Universidade Federal de Minas Gerais – 1992/1993. Já atuava na área de documentação esportiva, havia criado, junto com o Prof. Laércio Elias Pereira, um Centro Referencial em Informação e documentação em Educação Física, Esportes e Lazer – CEDEFEL-MA. Precisamos de um referencial teórico para atuar melhor. Foi aberto o curso de Ciencia da Informação e lá fui eu, para Belo Horizonte, aluno da segunda turma, primeiro a concluir. Em um ano! Fiz todos os créditos. Área de concentração: informação em ciência e tecnologia.

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Quando de meu retorno, assumi, na nova administração, a Diretoria de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão. Foi uma época que entrava na escola às 6:30 da manhã, dava minhas aulas de educação física até as 9:30 e ia para o expediente burocrático, até as 19:30, e iniciava o terceiro expediente com as aulas no ensino superior – que funcionavam apenas à noite. Aulas de educação física 3ª./5ª./Sabado. Terças e quintas pela tarde, a partir das 16 horas até as 18:30, educação física… Segunda, quarta e sexta, à noite, de Didática, metodologia do Ensino e Metodologia do Trabalho Cientifico… foram três anos nesse regime.

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No começo dos anos 80, como disse, inicio do curso de educação física da ETFM e foram contratados alguns professores. Dentre eles dois professores especializados em atletismo, que também passaram a atual na SEDEL. Com a chegada desses professores – marido e mulher – deixei de atuar como técnico de atletismo das seleções estaduais; mas continuava na ETFM. Dei aulas no curso de educação física e, juntos, atuávamos na Federação de Atletismo. Eu, presidente, Trajano diretor técnico e aparecida vice-presidente. Trajano foi indicado, por mim, para acompanhar uma seleção brasileira em um campeonato mundial. Na volta, começou a pressão para que ele assumisse as equipes da Escola. Em 1989 houve um problema na organização dos JEMs, em que várias escolas se afastaram, em especial das disputas do Atletismo. Eu tinha aproximadamente 250 alunos, dentre os do ensino médio e superior além dos ex-alunos que treinavam na escola. O Chefe do departamento achou por bem que eu dividisse a equipe com o Trajano, afinal ele fora técnico da seleção brasileira e merecia uma chance na Escola. Então, entreguei as equipes – todas! – para Trajano (juvenil e adulto), para Carvalhinho (infanto) e para Aparecida (feminino). E fui dar aulas de natação e voleibol… não mais participaria do esporte de competição! Foi o fim das equipes da escola… naquele ano de 1989, não houve alunos-atletas para disputa dos jogos escolares, interrompendo uma seqüência de 16 títulos estaduais consecutivos, dez dos quais comigo como técnico.

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Afastei-me do atletismo de competição. Inclusive da Federação. Voltei a ser ‘apenas’ professor de educação física.

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Na volta do Mestrado, assumindo a Diretoria de Apoio e, na reforma da estrutura do CEFET-MA, esta extinta, passei a Diretor de Ensino. Cargo, ambos, equivalentes à pró-reitor. Foi quando fui responsável pela criação dos cursos de mestrado e doutorado no CEFET-MA, na área de educação profissional, em convenio com Cuba. Inscrito e aprovado no Doutorado, fiz os créditos, quando por injunções políticas, foi o mesmo modificado – o que alterava o meu projeto substancialmente -, decidindo-me por abandoná-lo, já com a tese pronta e os créditos concluídos. Justifiquei, como o fizera Estevão Rafael de Carvalho, que o fizera em busca de conhecimentos, e não de títulos ou láureos. Mesmo porque não tinha um orientador para me atender e queriam que eu modificasse minha área de estudos, para me adequar às disponibilidades da nova entidade, de Cuba, encarregada dos cursos de pós-graduação no Brasil… devíamos atender a eles, e não à legislação brasileira. Já antevia as dificuldades que viriam, com as mudanças propostas. Resultado: 98% dos professores ainda não conseguiram a revalidação dos diplomas; no CEFET-MA, foram 63 no mestrado e 19 no doutorado… E olha que avisei que aconteceria!

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Me envolvi no projeto de expansão do ensino técnico, no projeto da pesca, e cada vez mais apenas com a educação física, até a aposentadoria, em 2008. Virei vagabundo oficial!!! E deixei o IF-MA após 30 anos de atuação. 42 anos de contribuição com a previdência, 38 deles como professor…

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Diplona de Honra ao Merito dado a Fran Pacheco, como um dos propugnadores da Educação Física no Maranhão, em 1904. Por que não temos mais educação física curricular nas escolas?

Diplona de Honra ao Merito dado a Fran Pacheco, como um dos propugnadores da Educação Física no Maranhão, em 1904. Por que não temos mais educação física curricular nas escolas?

Aposentado, voltei para a UEMA, através de concurso, em 2012. Não agüentei um ano… e não renovei o contrato de trabalho. Não havia mais o que fazer, nada modificara nesses anos que ficara fora, a mesma burocracia, a mesma falta de estrutura, as mesmas “sacanagens’…

Prestei algumas consultorias, ao SEBRAE-MA, na área de qualificação profissional, na área do petróleo e gás…

Em 2008, ingressei no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; em 2012, ajudei a fundar a Academia Ludovicense de Letras – membro fundador.

Continuo estudando, escrevendo, publicando… sobretudo, aprendendo!!!

Pois é, 40 anos passam rápido…

MEU NETO PEDRO LUCAS

MEU NETO PEDRO LUCAS

DAVI GIL - LOCAL NA PRAIA DO FUTURO

MEU NETO DAVI GIL – LOCAL NA PRAIA DO FUTURO

 

 

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