Acabo de publicar post no CEV – www.cev.org.br/comunidade/capoeira refererindo-me às biografias de Mestres Capoeiras que inicio, ao lado d´Os Esportistas… ainda faço referencia ao livreto do Roberto – também objeto de inumerros comentários, no Papoeira, sobre meu posicionamento – isso, porque naquele sítio os posts aqui deste Blog são replicados… atingindo um outro público, para além fronteiras…
Sérgio, Laércio, demais Comunitários… replico aqui meu último post em meu Blog na Imirante.com, aqui do Maranhão, sobre a nossa (do Maranhão…) Capoeira.
Refere-se às discussões que estamos tendo, por aqui, sobre um livro recém-lançado por um Capoeira e Historiador Roberto Augusto A. Pereira – “Roda de Rua – memória da capoeira do Maranhão da década de 70 do século XX” – EDUFMA, 2009, 32 p. – dentro de um projeto do MinC Capoeira Viva…
Fiz um comentário, baseado na sinopse do livro, publicadas em dois jornais da terra; depois fui ao lançamento do mesmo e, lá, tanto o autor, quanto o Reitor de nossa UFMA – menino-capoeira – falaram ser ’estudo inédito de nossa capoeira’… vozes se alevantaram, quando chamei a atenção de que não é bem assim… mesmo o uso de memória oral para construir a história da capoeira no Maranhão – vejam bem, ’no Maranhão’, e não ’do Maranhão’, conforme o titulo do Roberto, pois ele se refere à capoeira baiana, pós Serejo e Sapo… mas servindo-se da memória de outros capoeiras, anteriores à vinda desses dois Mestres, não é inédita – refiro-me à metodologia de pesquisa, já que pretende ser trabalho de pesquisa, o relatório apresentado em forma de livro, disponibilizado à comunidade … essa a questão!
Continuando, e procurando ainda mais elevar o debate, estou com o livreto à minha frente e, em resposta às colocações da Jaqueline e da Carla, estou relendo o trabalho do Roberto – em tempo, na apresentação do livro, corrigiu não ser ele, Roberto, Mestre Capoeira, como saira nos jornais…
Pedindo a benção ao ‘Velho Diniz’, Roberto diz tratar da história de três capoeiras: Serejo, Diniz e Sapo, nessa ordem. Dois deles, mortos trágicamente; o segundo – “Velho Diniz” -, ainda bem vivo nos seus 81 an0s e, em depoimento que tenho, desde os oito anos na capoeira…
Conheceu-a observando um capoeira de apelido Caranguejo – de profissão catador de… – que costumava tocar berimbau na “venda” de propriedade de sua mãe, localizada no bairro do Tirirical. Vez por outra costumava, também, dar surras em alguns ‘meganhas’…
Mestre Diniz, ainda criança, era levado por seu avô, de canôa – meio de transporte daquelea época, décadas de 30, 40 - fazer compras para abastecer o comércio que a família mantinha; no Portinho enquanto aguardava o avô – fazendo compras no Mercado das Tulhas, ou da Praia Grande -, ficava na canôa, e observava os estivadores jogando ‘capoeira’.
Do depoimento que tenho de um ex-estivador (morreu há uns tres anos) com mais de 95 anos, essa capoeira que j0gavam no cais, enquanto aguardavam serviço, era denominada por eles de ‘carioca’ – jogava-se ‘ carioca’…
(OBS. depoimento prestado a seu neto, que à época estava cursando Educação Física, na UEMA, e fazia um trabalho para a disciplina História da Educação Física, sobre a Capoeira; eu era o professor dessa disciplina…).
Mestre Diniz ainda se refere a dois tios seus, que eram jogadores de ‘capoeira’: Zé Baianinho e Mané. (SOUZA, 2002, citado por MARTINS, 2005, p. 30)[1].
Mestre Diniz teve suas primeiras lições no Rio de Janeiro com “Catumbi”, um capoeira alagoano. Diniz era o organizador das rodas de capoeira e foi um dos maiores incentivadores dessa manifestação na cidade de São Luís. (MARTINS, 2005, p. 31).
Sapo chegou a freqüentar as rodas de capoeira de Mestre Diniz, assim também como jogava na academia Bantú, de Roberval Serejo.
Jaqueline, e Carla, insistem que eu teimo em dizer que a capoeira iniciou no Maranhão na década de 70. Muito pelo contrário: chamei atenção de que a capoeira no/do Maranhão é bem anterior à década de 1970… tem, pelo menos, mais uns 150 anos da chegada de Roberval Serejo e Sapo… é isso que discuto… certamente ambas as comentaristas não observaram o próprio título do livreto do Roberto – “Memória da Capoeira do Maranhão da década de 70 do século XX”.
Volto a chamar a atenção quanto ao uso de “do” e “no”… Roberto refere-se à Capoeira ‘no” Maranhão, pois quer tartar da capoeira introduzida por Roberval Serejo e Sapo – baiana – a partir daquele período; e em sua prórpia obra, refere-se àqueles capoeiras que já a praticavam antes da chegada desses dois Mestres: começa por Diniz, de quem apresenta um ‘retrato’; depois, Babalu, Ribaldo Branco; pois havia outro Ribaldo, Preto; Cara-de-Anjo (Dr. Naasson); Gouveia; Índio do Maranhão; Jessé; Alô; Leocádio; Ribinha Sururu; Alan; Gordo; Elmo Cascavel; Manoel Peitudinho; De Paula; Açougueiro… só para lembrar alguns praticantes à época da chegada dos Mestres retratados por Roberto…
Pois é, a Capoeira ‘do’ Maranhão é bem mais velha de que Sapo e Roberval… e ela existiu com outros nomes – como era natural, à época, como o Batuque, a Punga, a Umbigada, a Rasteira, e mesmo ‘A Carioca”…
Voltaremos ao tema…
[1] SOUZA, Augusto Cássio Viana de. A capoeira em São Luís.]: dinâmica e expansão no século XX dos anos 60 aos dias atuais. São Luís : UFMA, 2002. Monografia de graduação em História, citado por
MARTINS, Nelson Brito. UMA ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DE MESTRE SAPO PARA A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS. São Luís : UFMA, 2005. Monografia de Graduação em Educação Física (Licenciatura), defendida em abril de 2005.
sex, 08/01/10 por leopoldovaz | categoria A VISTA DO MEU PONTO, Atlas do Esporte no Maranhão, Capoeira, VISITANDO O MARANHÃOComentários
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