Marçal Tolentino Serra

 
Nasci em Pacajus, mais propriamente em Queimadas, povoado que fica entre a sede municipal, Pacajus, e Fortaleza. Hoje Pacajus faz parte da Região Metropolitana de Fortaleza.
Já atingi a terceira idade. Morei anos no Rio de Janeiro e estou aqui até que o Arquiteto do Universo me permita. Tenho consciência que já fiz muito por São Luís, mas quero fazer mais. Ainda não basta nem é o suficiente.
Pois, onde morei, meus melhores amigos os fiz no dia-a-dia do futebol. Como jogador do futebol amador, como torcedor, como Árbitro Profissional (Fortaleza e Rio de Janeiro) e, depois como Cronista Esportivo.
Aqui tive a honra de fazer muitos bons amigos – e, entre esses, está o “Velho Guerreiro” Nicolau Duailibe Neto, tão maqueano quanto eu.
Meu falecido irmão Oliveira Ramos (Francisco – 1939 – 2004), estava no auge da carreira e havia sido trazido para São Luís para comandar a Rádio Educadora Rural do Maranhão, pelo então Diretor Raimundo Cutrim, hoje Desembargador aposentado. A notoriedade lhe rendeu um contrato com o Velho Guerreiro, para criar um slogan para o Café Caravellas. Tinha estreita ligação com o futebol e era veiculado principalmente nos programas radiofônicos esportivos.
Pois, foi convivendo com o futebol, que conheci e fiz segura e sincera amizade com MARÇAL TOLENTINO SERRA, nosso homenageado com a vigésima-sétima edição da série “Nossa gente – todos no mesmo pódio”. Há quem me pergunte se sou o próprio Marçal, ou se somos irmãos. Já é uma grande honra ser amigo de homem tão correto e digno.
Nascido em São Luís no ano de 1936, ainda que com conhecimento empírico, Marçal Tolentino é – ainda hoje – o “Técnico” de futebol mais vitorioso do Maranhão. Foi campeão dirigindo o Sampaio Corrêa, o Moto Club e o Maranhão Atlético Clube.
Nos conhecemos pessoalmente quando ele dirigia o Tupan, comandado por Eugênio Rodrigues e onde lançou o zagueiro Edinho como profissional. Antes, Edinho havia jogado no futebol amador dos bairros e “ganhava uns trocados” jogando em Codó.
Veja o que “pesquei” sobre Marçal: Texto extraído do livro “Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte”:
Bicampeão maranhense pelo Maranhão Atlético Clube (1969/70); pelo Ferroviário (1971); pelo Sampaio Corrêa (1972); e pelo Moto Club (1974, 1981 e 1983; Campeão piauiense pelo Tiradentes (1973); Campeão do Brasileirinho pelo (1972) e do Torneio Maranhão-Pará (1972) pelo Sampaio Corrêa; Campeão do Torneio Intermunicipal pela Seleção de Ribamar (1972) e pela Seleção de Codó (1994).

 

Treinou ainda o Vitória do Mar Futebol Clube, o Expressinho Futebol Clube, a Sociedade Esportiva Caxiense, o Nacional Esporte Clube (Codó) e o Flamengo do Piauí.

 

Foram mais de 12 títulos e seis vice-campeonatos ao longo de mais de 35 anos como técnico.Era contratado, na maioria das vezes, para tirar equipes do sufoco. E conseguia.

Dizia um jornalista cearense que ele tinha ‘um dedo mágico’.

 

Essa é o perfil do treinador Marçal Tolentino Serra, o maior vencedor dentro da história do futebol maranhense – e nenhum outro conterrâneo conseguiu brilhar quanto ele. A sua vida como treinador baseou-se muito na observação e pouco nos livros. Sua técnica restringe-se à observar seus adversários para depois traçar um esquema que possa anulá-los em campo. A fórmula de tanto sucesso parece simples. E foi. Não à toa Marçal cravou em definitivo o seu nome na galeria dos maiores desportistas que o nosso futebol já teve. E com merecimento.

O “colecionar de títulos”, ao contrário do que muitos pensam, teve uma vida muito curta nos gamados. Aos 11 anos de idade e já órfão de pai e mãe, Marçal foi internado no Colégio de Serviços de Assistência aos Menores Infratores, onde iniciou o aprendizado em motores de luz. Paralelo ao trabalho, Marçal ia aos finais de semana jogar futebol no campo do Tabocal, no Apicum, um verdadeiro celeiro de grandes nomes do nosso futebol, como Gimico e Canhoteiro.

Jogador Mediano, Marçal gostava de atuar pela meia-direita ou de centroavante.

Aos 15 anos passou pelo Esporte Clube Recife que era do centro de São Luís e aos 17 estava nas equipes inferiores do Sampaio Corrêa. No Tricolor, ele começou a jogar na condição de não-amador (equivalente a um semiprofissional), na década de 1950, quando a Bolívia Querida era dirigida por Jafé Mendes Nunes, radialista renomado na época.

Em seguida, Marçal foi para o antigo Território do Amapá, onde morou por lá durante 11 anos e montou uma oficina para trabalhar para o Governo Federal. Paralelo ao serviço, Marçal também jogava futebol no Amapá Club, equipe da capital que ainda atuava amadoristicamente nessa época. Marçal ainda foi pro Santana Esporte Clube, equipe pertencente à companhia norte-americana de mineração ícone, agora como quarto-zagueiro e por onde foi tricampeão (1960/61/62) estadual, curiosamente os seus únicos títulos como atleta.

Retornou a São Luís após pedir indenização na companhia amapaense.

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