Hoje, domingo, 27 de março, iniciamos a publicação de uma série de pequenas reportagens que pretendem mostrar o que muitos esqueceram: “Nossa gente”. Aquela pessoa que, ainda que para sobreviver ou garantir o próprio sustento e da família, colocou o seu tijolo na construção da cidade – e não teve o reconhecimento do gestor público que, em vez disso, rende homenagem a estranhos que sequer sabem que São Luís é também a “Ilha do Amor”. Nem vamos perder tempo citando exemplos.
Iniciamos esta série com o chargista JOSÉ DE RIBAMAR CORDEIRO FILHO, maranhense de São Luís, nascido e criado no antigo e populoso bairro do Anil.
Filho de José de Ribamar Cordeiro e de Nadir Reis Cordeiro, CORDEIRO FILHO como é mais conhecido, foi criado nas proximidades da Igreja Nossa Senhora da Conceição e cresceu jogando peladas nas proximidades e nos arredores da Fábrica Rio Anil. Conhecedor palmo a palmo da Avenida São Sebastião, do Cutim Anil e dos campos do Botafogo e do Nascente. Como toda criança de classe média, foi emérito soltador de pipas, jogador de petecas, campeão dos torneios de pião e não deixar de pular a cerca dos sítios para “pegar” mangas, cajus, goiabas e armar alçapão para pegar passarinhos.
Por conta do excelente relacionamento pessoal e das boas amizades feitas no bairro, CORDEIRO FILHO, foi funcionário da antiga SUCAM, hoje Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), onde ingressou em 1970 e se aposentou em 2000. Foi ali que iniciou de forma oficial a profissão que hoje lhe dá mais prazer: Chargista.
O conhecimento próximo das pessoas do bairro acabou lhe garantindo também um mandato de Vereador de São Luís pela sigla MDB (atual PMDB) com 1.680 votos para o mandato de 1982/86, praticamente a mesma quantidade de votos que lhe garantiriam uma reeleição, agora para o mandato até 1992.
CORDEIRO FILHO é hoje funcionário da Câmara Municipal de São Luís, onde responde pela chefia do Departamento de Documentação e Informação daquele órgão.
Residindo atualmente no bairro Cohafuma, CORDEIRO FILHO é pai de Carolina Borges Cordeiro. Apesar de estar fora da atividade política há mais de 20 anos (sem mandato), Cordeiro Filho realiza importante trabalho social na capital maranhense.
Chargista de alto nível e atualizado, já prestou serviço como colaborador para vários jornais de São Luís. Foi uma das primeiras pessoas de São Luís a se submeter a um transplante de fígado – cirurgia que realizou em São Paulo com grande sucesso.
Como se tudo isso por si só não fosse suficiente, CORDEIRO FILHO é irmão de uma mulher linda e da melhor cepa que atende pelo nome de Sílvia. Sílvia Cordeiro!
LAMENTÁVEL – Há alguns meses tentamos iniciar esta nova fase, após merecido descanso do jornalismo diário por aposentadoria. A ideia inicial é mostrar pessoas até então anônimas que, com seu trabalho ajudaram – a seu modo – construir e a manter São Luís. Esbarramos inicialmente na dificuldade que existe para obtermos informações que saiam do círculo do “eu acho” ou do “parece”. Em que pese a existência de jornais que se aproximam do primeiro século de circulação, nenhum tem arquivo fotográfico de qualidade e que se disponha a colocar fotos a disposição de quem deseja trabalhar a cidade de São Luís.
Com o advento da tecnologia e do uso da informática, jornais “jogaram fora” (sem escanear) fotos de instituições, logradouros e pessoas – “é imperdoável que existam centenas de milhares de fotos de lampiões, janelas, sacadas e não exista uma única foto de Guará do Caldo de Cana do abrigo da Praça João Lisboa; de João do Caldo; de Bota pra Moer; de Ray Santos; de Gerente; de Seu Ramos da Padaria Santa Maria na Rua dos Afogados; de Rei dos Homens; de Zé Carlos Companheiro do Cachorro Quente – todos com sua impagável existência e colaboração para a Ilha do Amor.”
O que é mais imperdoável ainda, é que a Prefeitura Municipal de São Luís não tenha um Departamento apropriado para arquivar e identificar logradouros e muitas dessas pessoas.
Quando iniciamos esta nossa tarefa, sem esperança de qualquer tipo de remuneração, encontramos as primeiras dificuldades e resolvemos não desistir. Afinal, é o meu tijolo na construção da cidade que adotei para viver e construir família.
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