“Nosso” brasileirão e a tocha olímpica José De Oliveira Ramos

 

A quantas andam o futebol e o esporte maranhense?

 
Marcando passo entre o profissionalismo e o amadorismo – e uma federação que não consegue atingir o nível de competência administrativa que possibilite socorrer a magérrima receita dos clubes sem os caraminguás oriundos da CBF, para tentar reforçar a esmola que cai (sem exigência de contrapartida) das mãos do governo estadual – o futebol maranhense vive a verdadeira sina do “João Teimoso”. Ora sobe, ora desce – descendo mais do que subindo.

 
Nossos três principais clubes estão envolvidos com as disputas do Campeonato Brasileiro de duas séries. O Sampaio Corrêa disputa a Série B e não soube avaliar e encontrar o caminho certo para dar a vida pelo acesso em 2015. Por várias rodadas esteve a apenas 1 ponto do G4 e, portanto, imaginamos que também do tão sonhado acesso.

 
E foi nessa transição da perda do acesso em 2015 para a montagem do elenco para a disputa de 2016, que se viu aflorar a placa do amadorismo do Sampaio Corrêa (e dos que respondem por ele).

 
Por uns caraminguás, permitiu-se a debandada da “boa base” montada para a temporada passada. E, hoje, o que se vê é um sobe-e-desce de crises que escudam a credibilidade tão necessária para ser vista pela torcida.
O Sampaio Corrêa disputou 33 pontos, em 11 jogos. Ganhou apenas 6, conquistando apenas uma vitória (3 pontos) em casa. Carrega na bagagem um saldo negativo de 14 gols.

 
Para concluir a disputa da primeira fase, ainda restam ao Sampaio, 8 jogos. Desses, 4 são em casa; e mais 4 fora de casa. Desses quatro jogos que tem à disputar em casa, dois são contra Bahia e Goiás, candidatos fortes ao acesso. Não acreditamos que o time maranhense ganhe esses jogos – embora isso não seja algo impossível. Da mesma forma, achamos impossível que o Sampaio perca pontos para Tupy e Paysandu, os outros dois adversários dos jogos em casa.

 
Nesse fim de semana o Sampaio joga em Barueri/SP, contra o Oeste que, na semana passada vendeu caro uma derrota por 1 a 0 diante do Ceará Sporting, com o jogo tendo acontecido em Fortaleza. Terá mais três jogos fora de casa: Joinville, Londrina e Atlético/GO. Acreditamos que, desses 9 pontos disputados fora de casa, o time maranhense conquiste um máximo de 2 pontos.

 
Temos absoluta certeza que o Sampaio Corrêa não será rebaixado para a Série C, mas, também vemos o acesso como algo impossível neste momento. Serão mais 57 pontos a serem disputados na segunda fase, e, nesse momento, como um fênix, o time mostra que a recuperação não é coisa do outro mundo.

 

MOTO CLUB
O Moto Club, campeão estadual de 2016 está em ascensão técnica e psicológica. Disputou dois jogos e, dos 6 pontos disputados conquistou 4 (um fora e três em casa). Tem um saldo positivo de 2 gols e ocupa a liderança isolada numa chave disputada por 4 clubes. Dos 18 pontos a serem disputados nessa atual fase, acreditamos que, se conseguir conquistar pelo menos 10, terá garantida uma das duas vagas, ainda que na segunda posição.

 

MAC
O Maranhão Atlético Clube tem situação diferente do Moto. Disputando mais uma vez o Campeonato Brasileiro da Série D, pecou na demora da montagem do elenco e da contratação do Treinador. Isso criou uma instabilidade que levou a um resultado negativo em casa, na abertura da competição. Menos mal, que conseguiu uma boa recuperação jogando fora de casa. Em dois jogos disputados (6 pontos) conquistou 3 pontos. Terá uma boa resposta se, no próximo jogo desse final de semana, conseguir marcar pelo menos mais um ponto. Tem um saldo negativo de 2 gols e ocupa atualmente a segunda posição na classificação do seu grupo.

 

A TOCHA OLÍMPICA
Não vamos citar nomes por entendermos ser algo desnecessário. Acompanhamos por vários anos a luta de alguns atletas maranhenses para garantir uma subida ao pódio da satisfação, que vislumbrasse representar o seu País – e, por conseguinte, o seu Estado – numa edição dos Jogos Olímpicos.

 
Acordar na madrugada (muitos faziam isso porque estudavam pela manhã) para treinar numa piscina com água fora da temperatura normal, anos a fio, para baixar 10 ou 20 segundos – ou menos – no tempo que consegue marcar para tentar atingir a meta traçada e limitada pela FINA, é tentar tirar leite da pedra. Treinar horas, dias, meses a fio para melhorar e atingir marcas no Atletismo; ver sangrar as mãos e as bolhas provocadas pela luta na Ginástica; sem contar o esforço hercúleo para garantir vagas e participações em outras modalidades e, depois disso, num momento ímpar que poderia lhe diminuir o cansaço pelo esforço despendido, ver tolhida e menosprezada a sua luta em prol da representatividade do seu Estado ou do seu País – por uma indicação inconsequente de algumas pessoas que, se caírem numa piscina morrem afogados ou se correrem 50 metros numa pista de Atletismo morrem enfartados, é algo que não dá para entender e aceitar e, por cima ficar de boca calada.

 
O que pretendia justificar, quem “indicou” tantos não-atletas para conduzir a tocha olímpica?

 
Por isso, sem entrar em detalhes (pois não adiantará de nada nem conseguiremos atingir o conhecimento e a sensibilidade de quem indicou os portadores da Tocha), assino forte na nota de indignação de China. Isso é uma forte desmotivação para as gerações vindouras.

 
O esporte do Maranhão (e seus gestores) precisa compreender que, sopa se toma com colher, e não com garfo; e abandonar definitivamente o empirismo. Gestão é algo que tem que ser feito por técnicos – ou tudo escolherá a bifurcação equivocada.

 

Foto de José De Oliveira Ramos Oliveira Ramos.  

 

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