Na postagem anterior, vimos que a profissionalização do futebol no Maranhão começou com a contratação de goleiro Cotinto, do Clube do Remo, para defender o FAC. Corinto fora contratado como funcikonário da fábrica Santa Izabel, passando a residir em São Luis, e defender as cores de uma das quadras internas do FAC e, lógico, o FAC quando de seus encontros com outras equipes, de São Luis, e os primeiros confrontos com equipes de outros estados, Pará e Piauí… Contratação de jogadores, depois, foi iniciada pelo Sampaio Correa, e não pelo Moto, de Cesar Aboud, como querem importar, de ter iniciado a profissionalização no futebol maranhense.

Em 1947, surge no cenário esportivo maranhense um jornal – “órgão puramente esportivo” – que tinha por objetivo “incentivar ainda mais a prática dos desportos na capital maranhense, para que possamos manter a posição de prestígio que ocupamos no cenário esportivo nacional, depois das vitórias de 1946”. Tratava-se do “O Esporte“, fundado, dirigido e escrito por José Ribamar Bogéa. Sua primeira edição circulou no dia 21 de julho de 1947 e sobreviveu até 1951…

Em seu segundo número – 28 de julho de 1947, era semanário – o seu diretor apresenta uma sessão intitulada “Recordar é viver“, em que propunha contar a biografia esportiva dos grandes cracks do esporte maranhense – especial atenção para o futebol. As primeiras biografias referiam-se a atletas em atividades, em atuação nos diversos clubes da capital – Moto Clube, Sampaio Corrêa, Maranhão Atlético, e Tupan, responsáveis pelas conquistas naquele já referido ano de 1946.

Era o início do profissionalismo no futebol maranhense, com a importação de atletas de nível, especialmente do Ceará e Pernambuco.  Reinício, na verdade, pois em 1910 o FAC começa a contratação de jogadores de outros estados e foi Nhozinho Santos e não César Aboud, que começou essa prática, muito embora antes do Moto Club se profissionalizar, o Sampaio Corrêa já iniciara as importações e, o Moto – segundo se depreende do relatório de atividades de seu décimo aniversário -, fez apenas se ajustar naquilo que vinha acontecendo, para não ficar atras, tecnicamente.

Já naqueles anos reclamava-se dessa importação desenfreada, em detrimento da “prata da casa”:

PRATA DA CASA

Em 10 de setembro de 1947, com o título “um clube que honra o patrimônio esportivo de nosso estado”  é anunciado o 10º aniversário do  glorioso Moto Clube. O garboso Moto Clube fez em benefício do soccer gonçalvino.  O poderoso rubro-negro de Santa Izabel, por ocasião de seu 10º aniversario – 13 de setembro – estava passando por uma crise em seu departamento de futebol, por falta de… Técnico. No relatório da diretoria, apresentada por César Aboud – prestava contas de sua gestão iniciada em 14 de setembro de 1944 -, falava que as exigências técnicas, cada vez mais prementes, fizeram com que o clube abraçasse o profissionalismo, investindo soma apreciável na aquisição de atletas, mas os resultados foram compensadores – foram conquistados três campeonatos de futebol – 44, 45 e 46. No basquetebol, também forca campeão em 46 e vice no Voleibol. No Atletismo, o Moto participou de algumas provas, destacando-se a Corrida de São Silvestre, tendo conseguido o primeiro lugar, por equipes [7].

Mas esses eram os cracks da bola, importados de outras plagas e que iniciaram a profissionalização de nosso futebol, ganhando exclusivamente para jogar. Assim como Rinaldi, muitos outros maranhenses destacaram-se não só no futebol, mas em outras modalidades.

A biografia esportiva de RAIMUNDO ROCHA, dá-nos idéia de como foram aqueles primeiros tempos, após a inauguração do futebol e a introdução dos esportes modernos em Maranhão, após a fundação da Associação Maranhense de Esportes Amadores – A.M.E.A -. DICO, como era conhecido, além de ter sido campeão várias vezes, como futebolista, alcançou outros títulos sugestivos como campeão regional de Atletismo, Voleibol, Basquetebol, etc. Era um atleta completo. Nasceu a 11 de fevereiro de 1903 em Barro Vermelho, município de Viana. Ainda pequeno, veio para São Luís, vindo a residir na Rua da Manga, 46. Junto com um amigo, Elízio, formou o Paissandú – um clube dos pés descalços. Quatro forquilhas serviam como áreas e era transportados para os locais escolhidos para as lutas – Desterro, Madre Deus, Largo de São Pantaleão, Santiago. Logo que a turma chegava, tratava de fazer os buracos e enterrar as forquilhas, para que fossem iniciadas as disputas.

Nessa época, Dico era auxiliar de alfaiate e era quem confeccionava as bolas. Arrumava bexiga de boi no Matadouro e fazia de taboca de mamão a respectiva bomba para encher a esfera. Depois de cheias, as bexigas eram cobertas de lona, para ficarem mais resistentes. Dico fazia sempre cinco a seis bolas de cada vez, prevendo o aparecimento dos policiais e a prisão das esferas, pois quando os soldados apareciam, ninguém se lembrava da bola que estava em jogo. Todos tratavam de arrancar as forquilhas e correr para voltar depois e armar o campo, a fim de  que a luta fosse reiniciada, com nova bola.

A primeira posição de Dico foi ponta-direita. Em 1918, ele já figurava no Fênix e atuava como médio; em 1919, já era goleiro de fama e estava jogando no Luso, sagrando-se campeão maranhense. Nessa época, o time de Antero Novaes formava com Negreiros, Cantuária, Cabral, Sezão, Kepler, Santa Rosa (o velho Santa Rosa dos Correios e Telégrafos), Santana, Dantas, Joãozinho, Rochinha e outros. Com esse time, o Luso foi bi-campeão, em 1920.

Dico foi para Fortaleza, a convite do Guarani, pois iriam participar pela primeira vez de um campeonato brasileiro e precisavam de um bom guarda-metas. Jogou por três anos. Após a temporada em Ceará, Dico volta a São Luís, para o mesmo Luso, jogando uma temporada, quando o time foi extinto pelo Dr. Tarquínio Lopes…

Terminado o Luso, Hermínio Bello formou o América. Dico ficou pouco tempo, passando-se para um novo clube – o Sírio Brasileiro, onde também teve destaque como guarda-metas. O time da Montanha Russa tinha em sua   diretoria Silvio Tavares, Chafi Saback, Antoninho, Simões, Jamil Jorge, Pires de Castro, Fiquene, Benedito Metre e outros; dentre os jogadores, destacavam-se Stelman Porto, César Aboud, Ferdinando Aguiar, Toninho, Osvaldo, Amintas, e outros.

Após ser campeão pelo Sírio, Dico transfere-se para o MAC, em conseqüência da cisão que houve no grêmio dos árabes e que deu origem ao aparecimento do grêmio atleticano. Seus companheiros eram: Enes, Adolfo, Filemon, Stelman, Bombom, Babí, Silvio, Antenor, Chaves, Dribrador, etc. Depois, Dico abandonou a prática de futebol, dedicando-se ao cargo de técnico do próprio MAC, até o dia em que César Aboud tomou conta dos “cracks” maranhenses. Um ano depois, Dico figurava como técnico do FAC, em uma excursão vitoriosa à Teresina. Na volta, passou a ser treinador do Moto Clube. Não esse Moto Clube que conhecemos, cheio  de valores e elementos importados – esta reportagem foi escrita em 1947 … -; quando Dico treinava o Moto Clube, o grêmio da fabril contava apenas com Mourão, Jabá, 91, Zequinha, Barbado, Veloz, Barata…

Dico, em toda a sua carreira esportiva, ganhou 48 medalhas, sendo 35 de ouro, em futebol, corrida rústica, provas de velocidade, salto com vara, arremesso do peso, lançamento de dardo, lançamento de disco, volei, basquete e boxe. Encerrou a carreira como árbitro de futebol [8].

Outro atleta de destaque, que nos dá uma idéia de como surgiam os grandes valores do esporte no passado, especialmente do que podemos chamar de “Liga dos Pés Descalços” – as pequenas agremiações que surgiam da vontade de um grupo de garotos em praticar algum esporte – foi PAULO MELADO, como era conhecido Paulo Silva. Nasceu em São Luís em 10 de janeiro de 1912, na rua do Machado, próximo à Praia do Caju. Começou a jogar futebol no corredor da “Pacotilha”,  ao lado de Badico e outros veteranos. O corredor da “Pacotilha” não era um campo de futebol, pois era muito estreito e servia apenas para as clássicas partidas de bola de meia.

O Leãozinho F. C. da Rua Afonso Pena foi o primeiro clube de Paulo Melado; era dirigido por Carlos Moreira e eram seus companheiros: Tunico (irmão de Mourãozinho), Lúcio, Eusébio e outros. Depois do Leãozinho, foi para o Tupi, disputar a primeira divisão da antiga AMEA. Sentiu os efeitos da mudança, pois quando jogava no Leãozinho, as traves tinham apenas 4 metros de largura e uns 2 metros de altura. Entretanto, aos poucos foi se acostumando aos 7 metros – era goleiro – e se tornou ídolo da família ‘indígena’. Nessa época, jogavam pelo Tupy: Driblador, Pé de Remo, Café, Cação, João Pretinho e outros. Foram vice-campeões da cidade.

Em 1928, transferiu-se para o Vasco da Gama, jogando ao lado de Cecílio, Neófito, Massaricão, João Pretinho, até 1931, quando recebeu convite de Carneiro Maia e foi para o América. Por três anos seguidos foram vice-campeões da cidade: Paulo Melado (gol); Raiol e Grajaú; João Franco, Neófito e Vicente Rego; Santana, Papacina, Veríssimo, Cristóvão e Corea. Em 1934,  estava convocado para a seleção maranhense e em 1935, passa para o Sírio Brasileiro, jogando até a sua extinção.

Em 1938, após uma passagem pelo Itapecurú – tem uma desilusão amorosa – volta a São Luís, vindo a integrar o quadro do Sampaio Corrêa. Após algumas partidas, foi-se para Teresina. Em 1941, estava de volta, desta vez para jogar no Moto Clube, formando ao lado de Zezico, Juba, 91, Clímaco, Mojoba, barata, Mourão, Brandão, Aderson, Valter e outros; o técnico, era o tenente José Ribamar Raposo [9].

Outro crack do futebol do passado, que nos dá uma idéia de como funcionava a “Liga dos Pés Descalços”, nesses primeiros tempos, de consolidação do esporte maranhense e em especial, do futebol –  foi TANGA, como era conhecido João Geraldo Pestana; nascido em São Luís em 24 de setembro de 1901, começou a se destacar no campo do XI Maranhense, de Gentil Silva, próximo ao cais. Jogava na equipe do Maranguape, e as partidas  terminavam na hora do almoço e prosseguiam à tarde no corredor da Pacotilha. Tanga muitas vezes se encontrou com Dico…

O presidente do Fênix, em 1918, fez o convite para defender as cores do clube. A sede do Fênix, nessa época, ficava nos fundos da vacaria de D. Lúcia, na rua da Independência. O amadorismo, nessa época, era um fato, com os jogadores se cotizando para comparem as equipagens e alugar os campos de jogo. Se fazia o esporte, por esporte…

Quando foi para o Fênix, Tanga levou junto o amigo Dico. O mesmo acontecendo em 1919, quando passou para o Luso. Após Ter sido campeão, em 1920, seguiu, em companhia de Dico, para o Ceará, para defender as cores do Guarani. Lá, conseguiu um bom destaque, após um período ruim e somente voltou a São Luís quando foi convocado. Ao regressar, passou a defender as cores do FAC. Porém, disputou apenas um jogo: o grêmio “milionário” – pertencia à elite – depois de abater o Fortaleza por 3 x 0, foi sepultado, fincando em liberdade cracks de projeção como Paulo Cunha, Rivas, Astrolábio, Bacalhau, Dávila, Tanga, Guilhonzinho, Enéas. Com a morte do FAC, surgiu o Santa Cruz, clube de elite, contando com Ricardo Costa, Agenor Vieira, Luzico Guterres, Zé Ramos, Aníbal Verry, Zé Joaquim, Bernardino Cunha, Zé Melo, e outros. Após jogar no Santa Cruz, Tanga abandona o futebol [10].

MASSARIQUINHO – Jaime Damião da Costa – nasceu em São Luís no dia 12 de fevereiro de 1906. Começou a jogar bola no 18 de Novembro, de Alfredo da Bateria, equipe do Gazômetro, e contava com o concurso de Paulo Melado e João Canhoteiro; depois, Jaime ingressa no Leãozinho F.C. No dia em que fundaram o Sampaio Corrêa, na casa de Inácio Coxo, na Praça da Alegria, Jaime estava presente, sendo sócio-fundador do tricolor de São Pantaleão. No dia da estréia do Sampaio, compareceu ao campo, mas com a camisa do Leãozinho para jogar contra o Iole, na preliminar – não era bom o suficiente para jogar no clube que ajudara a fundar -; Inácio Coxo, Rochinha, Vítor, João Catá, Nhá Bá e Teodorico também jogaram pelo Leãozinho e venceram por 1 x 0, gol de Jaime. O Sampaio, jogando contra o Luso, também venceu por 1 x 0 e formou com Rato; Zénovais e João Ferreira; Roi Bride, Chico Bola e Raiol; Tunilinga, Mundiquinho, Zezico, Lobo e João Macaco. Jaime só estreou no Sampaio em 1928, contra o Tupan – 7 x 4 para o Sampaio. Prosseguiu com sua jornada no Sampaio até 1937, sendo campeão em 28 e 29; vice em 30 e 31; campeão em 32, 33 e 34; vice em 35. Em 36, não houve campeonato na cidade, devido a uma dissidência. Em 1937, está no MAC, sagrando-se campeão; 38, vice-campeão – o título foi do Tupan -; em 1939, volta para o Sampaio, sagrando-se campeão nesse ano e em 1940; vice em 41; campeão em 41 e vice em 43, ano em que o Moto Clube alcançou o ponto máximo pela primeira vez.

Jaime formou na seleção maranhense de 1930 a 1941, sempre com boa atuação, não sendo “barrado” uma vez sequer [11].

CARLOS VARELA nasceu em São Luís no dia 1º de novembro de 1906. Começou a jogar futebol nas peladas do Largo da Conceição, conhecido como Estádio Varela, ponto de exibição de Severino, Pé de Remo, Mourão, Agenor Vieira, Carlos Tajra, João Almeida … Depois das peladas do Largo da Conceição, Varela passou a jogar no São Luiz, do Colégio dos Maristas, transferindo-se, em seguida, para o União, de Saladino Cruz, onde tinha a companhia dos caras Sarrabulho e Almeida. Depois do São Luiz, passou para o Baluarte F.C., se exibindo no campo do Onze maranhense, no Cais, juntamente com João Almeida, Cabelo de Ouro, Kenard, etc. Em 1922, com 16 anos, Varela ingressou no juvenil do FAC.

Em 1924, juntamente com Hilton Monteiro, funda o Dublin F. Clube, contando na estréia com Belmiro, Alemão, Gregório, Zé da Quinta, Valério Monteiro, Severino, Delfim Nunes, Clarindo, e outros. Foi no Dublin que Varela encerrou a sua carreira esportiva em 1927, quando o clube foi extinto [12].

VITAL FREITAS, nasceu em São Luís e começou a bater bola no campo da igreja São Pantaleão, contra os times do catecismo do Desterro, Conceição, Carmo, Sé e outras igrejas. Depois, Vital passou a atuar no quintal de Chico Rocha, no Apicum e num terreno de Manduca, à rua do Outeiro, onde nasceu o Sampaio Corrêa. Nos campos da Camboa, Madre Deus, Quinta do Barão, Praça da Alegria, Largo de Santiago, Praça Clodomir Cardoso, ele aperfeiçou a sua “chuteira” !… e tinha como parceiros naqueles tempos, os cracks Manoel Beleza, Nhá Bá, Virador, Inácio Coxo, Pedro Gojoba, Daniel Rocha, Nemézio, Zé Novais, Valdemar Sá, Coelho, Paulo Lobo, Antônio Benfica e outros. Esses elementos, sob a orientação de Vital e Natalino Cruz, fundaram o Sampaio Corrêa em 1923, inspirados pelo grande feito do aviador patrício Pinto Martins que com Valter Hilton, fez o “raid” das duas Américas num hidroavião que tinha o nome de “Sampaio Corrêa II”.

Vital Freitas sentiu-se bem em Ter oferecido a primeira camisa em que o esquadrão “boliviano” envergou no retângulo de grama e que tinha a gola verde, todo o corpo amarelo e uma bola vermelha no peito esquerdo.

O Sampaio Corrêa estreou em uma partida contra o Luso Brasileiro, à época o líder invicto do futebol maranhense. Foi árbitro o veterano Antero Novais e o Sampaio venceu por 1 x 0.

Além de diretor do Sampaio, Vital foi árbitro da AMEA, da qual foi fundador juntamente com Guilhonzinho Coelho e Antônio Carneiro Maia, tendo trabalhado para a fundação do Moto clube, ao lado de Vítor Santos [13].

 

AS IMPORTAÇÕES

PAULO KRUGER DE OLIVEIRA nasceu em São Luís em 28 de fevereiro de 1901, no Bairro do Diamante e pertencia à família Ramos de Oliveira. Começou a jogar futebol no Instituto Maranhense, de Oscar de Barros. Em 1916, na casa de Manoel Guimarães, na Rua Rio Branco, fundou o Barroso Futebol Clube. Este clube tinha entre seus craques Carlos de Moraes Rêgo – irmão do professor Luis Rêgo – e Tasso Serra. Depois que terminou o Barroso em 1918, Paulo atende convite de  Saturnino Bello e Antero Matos e transfere-se para o FAC, ao lado de Agenor Vieira e Joaquim Carvalho.

Oliveira passa a jogar no gol da equipe “milionária”, ao lado de Cantuária, Roxura, Saracura, Enéas, Carlito, Danilo e outros. Em 1920, Paulo Kruger abandona o FAC, passando a dirigir o Santa Cruz. Três anos depois volta a jogar, até 1925. Abandonando o gol em definitivo. Foi secretário da AMEA e a presidiu em 1930 [14].

Barbosa Filho, em reportagem publicada dia 28 de julho de 1947, apresenta-nos a “biografia de um crack”: ZUZA, conhecido como “o professor”, meia canhoto do Moto Clube e considerado o melhor meia do norte em sua posição. José Ferreira Filho, seu nome de batismo, nasceu em 16 de agosto de 1916. Começou a jogar futebol em sua cidade natal, ingressando no quadro infantil do Central de Caruaru, passando em 1935, para o quadro de aspirantes e em seguida, para o de titulares. Em 1937, conquista o vice-campeonato do torneio inter-municipal. No ano seguinte, o Caruaru participa  do campeonato da primeira divisão, mas não vai até o final, licenciando-se, mas Zuza passa a integrar o time do América.

Em 1938, passa para o Ferroviário, atuando por duas temporadas. Nos anos de 1941 a 1945, vamos encontrá-lo no Ceará Sporting Clube. Como o Ceará fora suspenso pela FCD, o Moto Clube vai buscá-lo – naquele ano, o Moto Clube forma seu time com profissionais -. Além de Zuza, vem também Rui. Zuza participou daquele cérebre jogo entre Mineiros 3 x 7 Maranhenses…

REGINALDO do Carmo Menezes nasceu no Recife, em 16 de julho de 1915. Começou com o futebol aos 12 anos no Norte América e depois no Oceano, quadros “dos pés descalços”  do subúrbio de Santo Amaro. Reginaldo passa a jogar bola em troca de algumas cambadas de peixe, doadas pelo presidente do Norte América. Depois, passa a jogar pelo Íbis. No ano de 1947, REGI já defendia as cores do Sampaio Corrêa e seu maior prazer era vencer o MAC [1]

GEGECA – Argemiro Martins foi outro pernambucano a ingressa no Sampaio Corrêa. No seu primeiro treino, demonstrou muita classe e entusiasmo. Também veio do Íbis, como Reginaldo. Gegeca nasceu no Recife, em 27 de junho de 1920. Seu primeiro clube foi o Maurití, do Porto da Madeira, passando para o Encruzilhada, onde atuou ao lado de Orlando, China e outros grandes azes do futebol nacional. Aos 17 anos deixou de jogas com os pés descalços e ingressou no Santa cruz, jogando até 1940, quando se transferiu para o Íbis. Em 1943, estava de volta ao Santa Cruz, retornou ao Íbis, lá permanecendo até receber a proposta do Sampaio Corrêa [2].

AREL – “ele aprendeu na mesma escola de Expedito e Ubaldo”- a reportagem começa exaltando o fato de o MAC, apesar de não Ter grandes títulos, tem a fama de celeiros de caras. Isso, já em 1947 !, já era tido como uma grande “fábrica” de elementos que se destacavam no cenário nacional, como Expedito e Ubaldo, que brilhavam naquele ano no Rio de Janeiro e São Paulo e que haviam defendido o Sampaio Corrêa em 1943. Outro elemento que poderia estar entre os grandes azes do futebol nacional era o médio Arel. Tendo passado pelo Maranhão Atlético Clube em 1938, depois jogou peladas no campo do Luso Brasileiro, do Vasco da Gama e no Tupan. Foi campeão pelo MAC em 1943. Era natural do Pará, embora tido como maranhense [3].

HAROLDO Almeida e Silva nasceu em 25 de março de 1922, no Rio de Janeiro.  Aos 15 anos já jogava futebol nos campos das Laranjeiras, mesmo bairro onde nasceu. Jogou no castelo Branco, clube de bairro, passando para o São Cristóvão, até 1945, quando veio para o Moto Clube, indicado por um senhor Soares, da Federação metropolitana. Em 1947, estava sem contrato e desejando voltar para o Rio de Janeiro. Motivo – vida cara e ordenado pequeno [4].

COELHO – o avante do MAC tem três anos de profissionalismo. José Coelho Neto nasceu em Fortaleza em 12 de abril de 1922. Começou  a jogar pelo Cruzeiro de Camocim, para onde seu pai – funcionário público – foi transferido, em 1935. Em 1939, seu pai volta a fortaleza e Coelho – já com fama de bom centroavante – parra a defender as cores do Realengo, time do bairro de Aldeotas. Em fins de 1940, deixa o time de João Bombeiro e transfere-se para o Riachuelo, onde joga até 1942, sagrando-se vice-campeão da 2ª divisão. Em 1943, esteve no Baependí e em 1944, ingressou no fortaleza, como ponta-direita. Depois de vários jogos, inclusive um campeonato brasileiro, veio para o MAC, chegando aqui em 9 de dezembro de 1945 [5].

GALEGO – jogador do Moto Clube, não se saia bem nos jogos locais, mas nos fora da cidade … chegou a ser cogitado até para a seleção brasileira… Natural de Belém do Pará, onde nasceu em 26 de julho de 1921, começou a joga futebol no juvenil do Paissandú, em 1937. Troca o Paissandú pelo União e em 1940 passa para o Tuna Luso Comercial. Transfere-se para o Recife, onde joga no América. Com saudades de casa, volta a Belém e, sem contrato, retornou para Recife, contratado pelo Santa Cruz. Passa a jogar pelo Maguari e quando este é extinto, vem para São Luís, jogar pelo Moto Clube [6].

[1] O Esporte, São Luís, 03 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.

[2] O Esporte, São Luís, 10 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.

[3] O Esporte, São Luís, 13 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.

[4] O Esporte, São Luís, 17 de agosto de 1947, p. 2

[5] O Esporte, São Luís, 24 de agosto de 1947, p. 2

[6] O Esporte, São Luís, 31 de agosto de 1947

[7] O Esporte, São Luís, 14 de setembro de 1947

[8] O Esporte, São Luís, 28 de novembro de 1947, p. 2

[9] O Esporte, São Luís, 30 de novembro de 1947, p. 2

[10] O Esporte, São Luís, 14 de dezembro de 1947, p. 2

[11] O Esporte, São Luís, 14 de janeiro de 1948, p. 2

[12] O Esporte, São Luís, 18 de janeiro de 1948, p. 2

[13] O Esporte, São Luís, 05 de abril de 1948, p. 2

[14] O Esporte, São Luís, 29 de fevereiro de 1948, p. 2

 

 

Bibliografia:

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Jornais

“O IMPARCIAL”, São Luís, edição de 29 de outubro de 1907, p. 5

“O MARANHÃO”:

Fabril Athletic Club. Edição de no. 151, São Luís, 24 de outubro de 1907.

Fabril Athletic Club. Edição de no. 177, São Luís, 25 de novembro de 1907.

Aprendizes Marinheiros. Edição de no. 202, São Luís, quinta-feira, 26 de dezembro de 1907

Carnaval. Edição de no. 251, São Luís, Segunda-feira, 24 de fevereiro de 1908, p. 2

Fabril Athletic Club. Edição de no. 281, São Luís, 31 de março de 1908

Fabril Atlhetic Club. Edição de no. 326, São Luís, 23 de maio de 1908

Fabril Club. Edição de no. 339, São Luís, Segunda-feira, 08 de junho de 1908

Maranhense Foot-Ball Club. Edições de no. 399, São Luís, 21 de agosto de 1908, p. 2;  no. 400, 22 de agosto de 1908, p. 2

Programma da Matineé Sportiva a realizar-se em 27 do corrente mez no F. A. Club. Edição de no. 426, São Luís, sábado, 26 de setembro de 1908

Fabril Atlhetic Club. Edição de no. 430 (?), São Luís, Segunda-feira, 28 de setembro de 1908

  1. A. Club. Edição de no. 471, São Luís, Segunda-feira, 16 de novembro de 1908

Fabril Athletic Club. Edição de no. 531, São Luís, 30 de janeiro de 1909

 

 

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