OS 80 ANOS DE CLÁUDIO VAZ, o ALEMÃO, por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – parte III Tweet 2 0comentário

OS ANOS 30/40…[1]

Na década de 1930, o voleibol era bastante praticado em São Luís, no meio escolar, como lembra o Sr. Glacymar Ribeiro Marques. Chegado à cidade em 1937, passou a jogar voleibol no Colégio de São Luiz, participando das Olimpíadas Intercolegiais, ao lado de Rubem Goulart; Alexandre Costa; José Carlos Coutinho; coronel José Paiva, e Raimundinho Vieira da Silva.

O COMBATE, 11 de outubro de 1931

 

O Esporte Clube Sírio Brasileiro fora fundado por descendentes da colônia libanesa no Maranhão. Alguns dissidentes do Onze fundam o Luso-Brasileiro e, de uma dissidência deste, surge o Sírio…  anos mais tarde, alguns dissidentes, não concordando com a mudança de nome, fundam o Maranhão Atlético Clube. Nesse novo clube – o Sírio -, além do futebol, desenvolveram-se também outras atividades esportivas, como o basquetebol, o voleibol, o tênis, o crocket, o bilhar, o boliche, o ping-pong (tênis de Mesa), e o xadrez:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1933 – Atletismo

1933 – Boxe

 

A juventude maranhense responde aos anseios de uma vida esportiva, com várias iniciativas que vão resultar em um desenvolvimento do esporte em especial o ludovicense, conforme noticiam os jornais da época com suas colunas destinadas à movimentação esportiva. Os alunos do Lyceu Maranhense estavam se organizando, em torno do Grêmio ‘8 de Maio’, fundado em 1932, liderados por Tarcísio Tupinambá Gomes. Fundado como entidade representativa dos estudantes junto à direção do Liceu, foi um fracasso, por falta de interesse da rapaziada, que só queria se divertir.

Os outros fundadores, dentre eles Paulino Rodrigues De Carvalho Neto [i] e Dílio Carvalho Lima resolveram levar o Grêmio para o esporte, com o intuito de jogar Voleibol, pois as opções de esportes para os jovens da época eram, além do futebol, o voleibol. O pessoal do “8 de Maio” também se envolvia com o Basquetebol.

 

 

O Combate, de 18 de maio de 1933 anuncia a (re)introdução do ‘ping-pong’:

 

Em 1934, temos o registro de um campeonato de Atletismo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A LEA – Liga Esportes Atleticos – anuncia seu primeiro campeonato de Atletismo (Pacotilha, 6 de setembro de 1934):

 

Os cronistas esportivos incitavam os dirigentes dos diversos clubes e da AMEA a se dedicarem à outras modalidades esportivas, além do foot-ball e do basquetebol, conforme e vê de nota de maio de 1935:

 

Os estudantes do Liceu Maranhense jogavam Voleibol na quadra existente na Rua do Sol – onde é hoje o Sindicato dos Bancários, e pertencia a um senhor de nome Bandeira -, foi construída pelos alunos do Liceu Maranhense, sob o comando do Professor Mata Roma. Além dessas, havia a quadra do próprio Liceu, localizado, nessa época, à Rua Direita, esquina com 28 de Julho.

As jovens estudantes do Colégio Santa Teresa, costumavam jogar Voleibol na praia da Ponta d´Areia, durante as férias escolares; a rede do primeiro jogo foi arrematada em um leilão realizado na casa do Cel. Anacleto Tavares. Nos anos 40, os jogos das estudantes já eram realizados na quadra do Liceu Maranhense.

Sem dúvidas, o nome a ser sempre lembrado é o de “Costa Rodrigues”, do médico Antonio Euzébio, nascido em 1915. Tendo concluído o secundário no Liceu Maranhense em 1932, seguiu para Belém onde se graduou em Medicina em 1938; retornando à São Luis, paralelo à sua atividade profissional, seguiu carreira política, sendo secretário de educação e saúde no período de 1947/48[2].

 

ANTONIO EUZÉBIO DA COSTA RODRIGUES

Quando Prefeito de São Luis (1948/1950; 1963/1965), destacou-se como promotor do esporte, construindo o Ginásio de Esportes atrás do Liceu, que depois recebeu seu nome: Ginásio Costa Rodrigues. Inaugurou o Estádio Municipal Nhozinho Santos em 1º de outubro de 1950. Foi membro do Conselho Nacional de Desporto (CND) no período de 1955/59. Pela sua atuação em beneficio do esporte maranhense recebeu a Medalha do Mérito Esportivo.

Em 1937, a equipe do ‘Oito de Maio’ era formada por: Zé Rosa, Manolo, Zé Heitor Martins, Reinaldo Nova Costa, Raposo, Rubem Goulart, Paulo Meireles, Zé Carvalho, Zé Meireles.

O grupo representou o Maranhão em um Campeonato Brasileiro de Basquete disputado em Belém do Pará em 1938; viajaram de navio. Paulino largou tudo em 1942, deixando o Grêmio “8 de Maio” para a nova geração, liderada por Rubem Goulart e Zé Rosa…

Rubem Goulart e Zé Rosa tornam-se professores de educação física, formados pela Escola Nacional, nos anos de 1941 e 1942…

Desde antes da década de 1920 o Basquetebol já era praticado em São Luís; SIMÃO FÉLIX – maranhense de Grajaú, onde nasceu em 03 de maio de 1908 -, um dos um dos grandes atletas do passado, praticava, além do futebol, basquetebol, voleibol, motociclismo, natação, remo, e muitas outras modalidades. Simão veio para São Luís em 1915, quando tinha 7 anos de idade, localizando-se na Rua da Palma. Como faltava um guardião para o time da Montanha Russa era encarregado de guarnecer a cidadela do Sírio; e quando não quis mais jogar como goleiro, continuou apenas com a prática da bola ao cesto, vôlei, atletismo, motociclismo, tênis, remo e outros esportes. Deixou de praticar o basquete e o vôlei em 1947.

Em 1939 ocorre a disputa de um Torneio Intercolegial, envolvendo os alunos do Liceu Maranhense e dos Maristas; outras escolas participavam com suas equipes, como o Colégio Cisne, com a equipe do Brasil, formada por Ronald da Silva Carvalho.

Na década de 1940, foi criada a Colônia Agrícola Nacional do Maranhão, em Barra do Corda. Seu administrador, Eliézer Moreira, manda construir escolas em cada um dos núcleos agrícola que contasse com 50 crianças em idade escolar; foram criadas escolas nos núcleos do Naryu, Barro Branco, Unha de Gato, Cateté de Cima e Cateté de Baixo, Canafistula, Passagem Rasa, Suja Pé, Seridó, Uchoa, Conduru, Mamui, Centro do Ramos, e outros. Em períodos certos de tempo concentrava na sede do município os alunos das escolas da Colônia para as Olimpíadas Escolares da CANM. O Maestro Moises Araújo era um dos coordenadores do evento. Centenas de crianças e de jovens disputam na velha Praça da Matriz – Praça Melo Uchoa, hoje – jogos de Voleibol, Futebol, Atletismo em suas várias modalidades, e brincadeiras tais como corrida de saco, cabra cega e outras. A cidade parava para apreciar tais competições. Essas Olimpíadas iniciava-se sempre com um grande desfile das escolas que contava com a ajuda das irmãs capuchinhas (MOREIRA FILHO, 2008, p. 97/98).

Em 1942, o Governo Federal distribui bolsas para a recém-criada Escola Nacional de Educação Física e o então prefeito de São Luís, Pedro Neiva de Santana, convidou o jovem médico Alfredo Duailibe para cursar especialização em Medicina Desportiva, juntamente com Rubem Goulart, Mary Santos, Maria Dourado e Lenir Ferreira, estes, para cursarem Educação Física. Um ano antes, o hoje Coronel PM reformado, Eurípedes Bernardino Bezerra fora para a Escola de Educação Física do Exército fazer o Curso de Sargento Monitor de Educação Física. Ao regressar de seu curso de especialização (1943), o Interventor Paulo Ramos nomeou o Dr. Alfredo Duailibe para trabalhar no Departamento Geral de Instrução Pública, propondo ao Prof. Luiz Rêgo, então seu Diretor, a criação do “Serviço de Educação Física”. Em abril, dava início a uma nova fase da Educação Física no Maranhão: os alunos da rede pública e privada seriam submetidos a exames periódicos de saúde e a adoção da prática da educação física nas escolas…

Joaquim Itapary Sales de Oliveira tendo chegado de São Bento em 1946, quando o pai Joaquim Itapary assumiu o cargo de Secretário de Estado e Chefe de Polícia no governo Saturnino Bello; veio para estudar nos Maristas (aos 10 anos) e logo no ano seguinte estava no São Luís; Joaquim viveu na nova escola a prática da educação física como saúde; depois dos exercícios físicos, quem tinha alguma aptidão para algum esporte passava à prática e aprimoramento em aulas específicas, como Voleibol, Basquetebol, Atletismo e Boxe; Joaquim optou pelo Basquete, enturmando-se com os atletas da equipe escolar do São Luís e do Liceu: Janjão e Cláudio Alemão, Zé Couto, Eliézer Moreira, Vancrílio Gonçalves, Valoyzinho, Lázaro, Pacheco, Estrelinha, Pará, Luis Alvim, Hugo Fonseca, Murilo Gago… Criaram o time Os Milionários, que mais tarde, como clube, viria a disputar competições estaduais; considerando-se jogador fraco, dedica-se à arbitragem. Foi um dos maiores árbitros de Basquete que o Maranhão teve; começou a carreira de árbitro no início dos anos 50, aos 18 anos.

Em 1947, surge no cenário esportivo maranhense um jornal – “órgão puramente esportivo” – que tinha por objetivo “incentivar ainda mais a prática dos desportos na capital maranhense, para que possamos manter a posição de prestígio que ocupamos no cenário esportivo nacional, depois das vitórias de 1946”. Tratava-se do “O Esporte“, fundado, dirigido e escrito por José Ribamar Bogéa. Sua primeira edição circulou no dia 21 de julho de 1947 e sobreviveu até 1951…

 

Professor Rinaldi Maia (primeiro em pé) com o Moto Club de 1966[3]

Emblemático, desse período romântico do esporte maranhense – e em especial do futebol – é a biografia esportiva de vários “sportmen” e “craks” do futebol da época que abrange os anos 15 a 45, como se depreende do destaque que um ainda jovem atleta tinha na sociedade, e que vai se tornar, mais tarde, um dos companheiros de Dimas em sua jornada de soerguimento do esporte e da implantação da educação física em Maranhão. Trata-se de Rinaldi Maia.          Em matéria publicada no jornal “O Esporte”, edição de 25 de outubro de 1947, na sessão “Relembrar é viver”, saiu uma reportagem sobre o jovem Rinaldi Maia, em que é traçado seu perfil esportivo: Rinaldi Lassalvia Lauleta Maia – nasceu São Luís do Maranhão no dia 05 de fevereiro de 1914, filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e de Júlia Lauleta Maia.

Iniciou-se na carreira esportiva como crack de futebol, no América – clube formado por garotos do 2º ano do ginásio, e que praticava o futebol com os pés descalços. Em 1939, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, sagrando-se bicampeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. Apesar de jogar no Liceu, Rinaldi figurava em quadros da 1ª divisão da Federação Maranhense de Desportos – FMD -, primeiramente no Vera Cruz (o clube que nunca perdeu no primeiro tempo…), onde fez “misérias” ao lado de Sarapó, Genipapo, Cícero, Sales, etc. Depois, figurou na equipe do Sampaio Corrêa. No “Bolívia”, Rinaldi foi elemento destacado, muito embora jogasse ao lado de um Domingão. Foi considerado “O Menino de Ouro” da “Bolívia”.

Em 1941, Rinaldi começa a praticar o Basquetebol, tendo           com Gontran Brenha e Eurípedes Chaves e outros, defendendo as cores do Vera Cruz. Nessa época, não havia campeonatos de bola ao cesto, contudo, era público e notório que o Vera Cruz era o campeão da cidade. O grêmio do saudoso Gontran apenas tinha como adversário perigoso o quadro do “Oito de Maio”. Nas disputas de Vôlei levava sempre a pior, porém, vencia todos os encontros de bola ao cesto. O Vera Cruz era um campeão autêntico…

O melhor ano do esporte para Rinaldi foi 1942. Nessa temporada o jovem atleta conquistou nada menos de três títulos sugestivos: campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; campeão invicto de futebol, pelo Liceu Maranhense; e campeão de basquetebol pelo Vera Cruz. Em 1943, coberto de louros, Rinaldi embarcou-se para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a Escola Nacional de Educação Física. Na Cidade Maravilhosa, o filho de Vicente de Deus Saraiva Maia conseguiu seu objetivo, formando-se como Professor de Educação Física.

Rinaldi voltou a São Luís em 1945. Muita gente julgou que Rinaldi ainda fosse um crack da esfera. Contudo, mero engano! O jovem atleta apenas apareceu em campo, no dia de seu desembarque, para satisfazer o pedido de amigos, mas fez ver que havia abandonado o futebol em definitivo. Seu esporte predileto passa a ser a bola ao cesto. Em 1946, Rinaldi figurava na equipe de basquetebol do Moto, sagrando-se campeão do “Torneio Moto Clube”. Quando da visita do “five” rubro-negro a Belém, Rinaldi teve oportunidade de brilhar na capital guajarina e colaborou naquela magnífica campanha dos motenses.

No ano de 1947, Rinaldi tomou outra decisão. Deixou o Moto Clube e tratou de reorganizar o Vera Cruz, seu antigo clube. O seu sonho foi realizado, uma vez que o Vera reapareceu e hoje figura na liderança do campeonato de basquetebol da cidade. E Rinaldi é figura destacada no grêmio cruzmaltense. Atua na guarda, aonde se vem destacando, juntamente com o professor Luiz Braga, outra grande figura do basquete maranhense. Cabe ressaltar que o Vera Cruz foi campeão naquele ano[4].

O Prof. Dimas – como é mais conhecido Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo [ii], chegando do interior a São Luís em 1944, para estudar, lembra-se de como eram organizadas as aulas de educação física, naquela época:

Eu tive a sorte de estar no Liceu e o professor era José Rosa; ele estava com muito entusiasmo, tinha chegado [do curso de educação física], então ele levava muito a sério e ele teve muito sucesso naquela época… [As atividades, eram realizadas] duas vezes por semana, com a duração de uma hora, no próprio Liceu; tinha espaço. A minha experiência com ele foi só ginástica e Educação Física, agora ele ia entre Calistenia e paradas, saltos de obstáculos, saltos acrobáticos.

 

Quanto aos esportes nas escolas, Dimas informa que não era praticado:

[…] se fazia naquela época, eu não tive oportunidade de participar, nem via, muito embora houvesse grupos de alunos que se reuniam para praticar esportes, mas isoladamente; então tinha os peladeiros, eu joguei futebol… Joguei futebol pelo Liceu; nós tínhamos um time que jogava futebol, era: o goleiro, dois zagueiros, três halfs e cinco atacantes; eu era center-half, Celso Coutinho era half direito e Raposa era half esquerdo… Até hoje eu me lembro disso, era nosso time do Liceu, acho que da segunda série do ginásio ou da terceira mais ou menos… (DIMAS, entrevista).

 

Mas não era só na capital que havia um movimento de ‘reinvenção’ do esporte moderno. Em São Bento, por exemplo, desde a década de 20 o futebol fora introduzido pelo estudante João Hermógenes Matos, ao trazer, em suas férias estudantis, uma bola; em 1922 (?) esse mesmo estudante, em sua segunda vinda de férias à cidade, trouxe um time de futebol formado por ele – que jogava de half – e seus colegas escolares; o jogo deu-se na Praça da Matriz. Nesse ano já existiam os times: São-bentuense, de Bernardinho Sena Martins Trinta, Dr. Urbano Pinheiro e Marçico Barros; o Tupan, de Mundico Barros, João Câncio e Isaac Lobato; o Fluminense, de Salomé Azevedo, Fernando Serrão e Augusto Comte; e o 420, dos drs. José Machado, João e José Matos. Os árbitros eram: Dr. Carlos Reis, Antenor Coelho de Sousa e Mundoca Silva.

Para esse progresso do futebol, contou com a participação de Newton Bello e Pimpo (primeiros sambentuenses a jogarem em São Luís), Florêncio Soares, Barnabé de Campos, Fernando Viana e o apoio diretivo de Bibi Muniz, Maciço Corrêa, Ignézio Corrêa, José Egídio Teixeira, os irmãos Jafé e Heitor Mendes Nunes, José Cupertino, Zezico Mururu; logo após, os esportistas Fernando Serrão, João Silva, Benedito Cirqueira, Rocio Brito, Augusto Comte e Felipe Ata fundaram mais duas equipes. Até que em 1926 surge o São Cristóvão; em 1928 no dia 21 de abril, jogou em São Bento o Sport Club Sírio Libanês, vencendo o São Cristóvão por 4×1 e na revanche, dia 23/04, por 3×0; o vice-presidente do clube de São Luís era o Dr. Carlos Reis e o representante, o estudante Newton de Barros Bello. Em 1929 aparece o Santa Cruz, o Tupy Gia; depois, apareceu o Carioca, no Bairro da Outra – Banda, atual quadra do Clube dos Jovens; de responsabilidade de Zezico Mururu. Nas décadas posteriores estiveram em atividades os times: Sambentuense, América, Maniçoba, o novo Carioca. Nessas onzenas foram revelados os craques: Zé Rosa, Alemão, Suçu, Zeno, Cascavel, Zé Silva, Baé, João Pretinho, Vicente pretinho, Benedito Tarciso, Tororó, Benizard, Dedê Pacheco, Reinaldo Pinheiro, Tolho, Zé Técnica, Bengala, Walbert Penha (jogou no Moto). Em 1945 o Moto Clube de São Luís, em 16 de março, jogou em São Bento, levado por seu diretor Ignézio Corrêa, dedicado esportista de São Bento; por não haver conseguido permissão para essa partida, o Moto jogou com o nome de “Mobel”. Além do Moto, jogaram em São Bento o Sampaio Corrêa Futebol Clube, o Canto do Rio e outras equipes menores; alunos da Escola Técnica comandados pelo professor Urbano Pinheiro e o estudante Walter Reis Pinheiro.

Em 1947, com a realização do 1º. Torneio Intermunicipal, São Bento jogou no estádio Santa Izabel em 8 de julho, contra a seleção de Rosário, perdendo por 4×1; no ano seguinte, com a realização do 2º. Torneio Intermunicipal, São Bento volta a participar, novamente perdendo para Rosário, por 5×0 na prorrogação; no tempo normal, empate em 3×3. Em 1951, estreou a equipe ”Lindo Encantado da Outra – Banda” – depois alterado para Carioca – fundado por Carrinho de Mestre Bento. Reativado em junho desse ano, quando a seleção são-bentuense sagrou-se vice-campeã do 3º. Torneio Intermunicipal; inexplicavelmente, o esporte rei parou na cidade…

Já o Voleibol é introduzido no inicio da década de 30 – 1931 ou 35 – quando chega à cidade o Padre Osmar Palhano de Jesus, natural de Codó. Fundou o voleibol com duas equipes. De acordo com Vavá Melo, na página 365, ao tratar especificamente do voleibol, a introdução deu-se em 1935, com a construção de uma quadra, nos fundos da Igreja Matriz. Em 194(3) o Padre João Batista Costa, natural de São Vicente de Férrer, ordenado em 1º. de janeiro de 1943, incentivou os esportes, reintroduzindo o Voleibol com a reconstrução da antiga quadra no fundo da igreja. Em 1956, novamente o Voleibol é reativado, com a inauguração do Casino Sambentuense, com as equipes do Casino, dos Padres e Outra – Banda (bairro de São Bento); posteriormente, com o Vitória do Mar, de Tomaz Choairy e a da Petrobrás. Em 1957 chegam a São Bento os padres Italianos da Sagrada Família de Nazaré; dentre os padres chegados, estava o Padre Lourenço Franzoni; este padre, no verdor de sua mocidade, com o apoio de muitos, principalmente do seu amigo Thomaz de Aquino Pereira Choary deu ênfase ao esporte e à recreação. Nesse ano, sobressaem-se em São Luís, no Voleibol estudantil: Helena Garrido e Luis Rodrigues Bittencourt.

Eurípedes Bezerra, oficial da Policia Militar, com curso de Sargento Monitor de Educação Física pela Escola de Educação Física do Exército exerceu várias atividades, ligadas à sua condição de militar, dentre elas a de professor de educação física. Em suas andanças pelo interior do Estado, cumprindo suas missões, introduziu não só a educação física, mas a prática esportiva, em especial o Basquete, em vários municípios, nos anos 1940:

Em todas elas eu colocava Educação Física. Em Cajarí mataram o Prefeito, mataram o Delegado e mataram o Presidente da Câmara, mataram o Presidente do Correio, o homem da oposição, mataram o chefe do destacamento… Fazia tudo isso, e eu fui o delegado, mas nunca deixei de pegar de manhã de 7 as 8 uma turma de 30 a 40 meninos de educação física; quando encontro gente por aí esse filho do Jurivê Macedo (Sérgio Macedo) foi meu aluno no Bairro de Fátima [Bairro de Imperatriz]. Eu, já eleito Prefeito, dando aula de educação física lá no Bairro de Fátima dando aula para 50, 60, alunos, para ver exercício em prática e atuais e atuais evoluções, jogos e diversões e exercícios individuais e coletivos.

Eu deixava o Júlio para dar aula e assinava no final do mês. O Júlio Adis Pereira e Edmundo Soares do Nascimento e José Raimundo Sirino; eles davam aula e no final do mês eu assinava por eles, mas vinha sempre todo mês dava a minha participação direta, quase sempre.

No Brejo, no Brejo com uma turma com quase 50 alunos de 6:00 às 7: 30 e já vejo alunos até na Aeronáutica, até na América do Norte, até na VASP e em Nova York encontro aluno meu nesse Brasil todinho por aí. No Balsas, por onde passei, fizemos uma Colônia de Férias, Colônia de Férias em Pedreiras, e em Imperatriz e Colônias de Férias em Bacabal e em Japiruí onde passei lá 17 anos; em Cururupú, em Codó, em Pedreiras, essa sociedade todinha são formadas hoje que estamos integrados nos exercícios físicos, conhecer o vigor dos músculos, a potência do cérebro e a jovialidade do espírito.

 

Eurípedes Bezerra em sua passagem como delegado de Brejo (1948) é objeto de notícia pelo jornal “O Esporte”, que anuncia que ele, Eurípedes, pretendia continuar seu trabalho com os esportes; enfermeiro, em 1941 foi para o Rio de Janeiro cursar Educação Física, na Escola do Exército, a mando do Interventor Paulo, Ramos; na volta, passa a ser o responsável pela educação física na Polícia e torna-se professor dos colégios Marista e São Luís.

Já em Bacabal, até 1950, e de acordo com o Sr. Raimundo Sérgio de Oliveira – poeta trovador e escritor – nascido em 24 de junho de 1924, em Alto Bonito, município de Chapadinha, e que chegou a cidade para se fixar, ainda na década de 1950, encontrando apenas o Futebol de Campo como prática esportiva de caráter recreativo. É a partir dessa época que essas atividades – esportivas e recreativas – passam a ter uma organização maior, incentivada por dois jovens esportistas: Francisco de Paula Filho – o DePaula – e José Correia. Este é considerado o maior jogador de futebol que Bacabal já teve. O Estádio Municipal leva seu nome “Correião”.

Em Dom Pedro, nos anos 40 nasce o ‘Tiradentes Futebol Clube’, tendo como Presidente Nemésio Fernandes Rocha, e o ‘15 de Novembro’ (1943). Destacam-se os jogadores José Nogueira e Abreu, que passam a jogar pelo Nacional de Codó; e Onorino, que também foi jogar em Codó. Já nos anos 50 surge o ‘Comercial Clube’, dos comerciantes da cidade, que posteriormente passou a chamar-se ‘Arsenal Futebol Clube’, equipe das elites, fundado para desbancar o velho ‘Tiradentes’, mas nunca lograram êxito. Outro esporte, Futsal, só é introduzido nas décadas de 1960/70 em duas escolas particulares, que funcionavam em prédios públicos, promoviam intercolegiais, organizados pelos Grêmios estudantis das mesmas: Colégio Dom Pedro, sob a direção de Ilzer Cordeiro, funcionava no prédio da Escola Ana Izabel Tavares; e o Colégio Rui Barbosa, sob a direção de Marlene Costa, funcionava na Escola Estado da Paraíba. Nessa época, destacou-se como melhor jogador José da Silva Lemos.

Em Guimarães, o Futebol aparece lá pelos anos 1950, organizado por Felinto Goulart de Araújo e outros articuladores. Foram formadas duas equipes: o América Futebol Clube, formado por atletas negros e o Guarapiranga, formado por brancos, elementos da elite vimarense; havia muita rivalidade entre as duas equipes. O primeiro estádio de futebol recebeu o nome de Felinto, e atualmente está extinto e o espaço físico foi cedido a construção do prédio Paulo Freire. Em 1956 Guimarães torna-se campeão do Torneio Intermunicipal, vencendo a seleção de Bacabal; os jogadores foram: Enéas, Hélio, Curuçá, Celso Coutinho, Orlando, Arnaldinho, Juquinha Goulart, Leudes Campos, Lourival, Mário Veloso, autor dos gols que levaram a vitória; o goleiro era Camundá; e em 1957 sagra-se vice-campeão do Torneio Intermunicipal, jogando contra São Vicente de Ferrer. Dizem que na partida final, o árbitro, Antonio Bento, não encerrava a partida mesmo o tempo ter-se esgotado, só o fazendo com o empate de São Vicente; na disputa por pênaltis, vence a partida, e Guimarães fica em segundo.

 

 

Guimarães deu-nos ARY FAÇANHA DE SÁ, nascido em 1º de abril de 1928. Foi atleta da Seleção Brasileira de Atletismo – e do Fluminense, do Rio de Janeiro, recordista sul-americano do salto em distância, participou de duas Olimpíadas, de 1952 e 1956. Foi Professor de Educação Física, formado pela Escola Nacional, introdutor do Interval-training no Brasil, assim como um dos idealizadores dos Jogos Escolares Brasileiros. Ainda nos anos 40, em São Luís, cursou o ginasial no Colégio de São Luiz, do prof. Luiz Rego – criador dos Jogos Intercolegias -, por onde disputava as provas de 100 e 200 metros, além do salto em distância; consegue a espantosa marca de 5,00 metros. Em 1949 foi para o Rio de Janeiro estudar – levado pelo irmão, ingressa no Fluminense Futebol Clube, como atleta. Em 1950, ingressou na Escola Nacional de Educação Física. E em 1952 tornou-se recordista sul-americano de salto em distância, com 7,57 m, o que lhe valeu a convocação para a Olimpíada de Helsinque, tendo conquistado o 4º lugar no salto em distância. Em 1955, bateu o recorde pan-americano, com a marca de 7,84 metros, a quarta marca do mundo.

 

O COMBATE, 28 DE JULHO DE 1952

 

Também de Guimarães é JOSÉ FAUSTINO DOS SANTOS ALVES, mais conhecido como J. Alves, nascido no ano de 1944, em Águas Belas, povoado de Guimarães, hoje, Cedral, em 15 do fevereiro. Na década de 60 inicia sua carreira na Rádio Timbira, redação comercial; e em 1962, entra na Rádio Difusora, e aí sim começa a desempenhar a função de repórter; no jornalismo esportivo, que começou na mesma época. J. Alves se refere aos esportes na década de 60, onde já havia “Olimpíada Estudantil”, promovidas por Carlos Vasconcelos e Mary Santos:

Inclusive, com o Carlos Vasconcelos, dirigindo essa competição, nós tivemos a honra de ser vice-campeão olímpico, pelo Liceu, na modalidade de Futebol, disputando como sempre com a Escola Técnica Federal; hoje CEFET… a competição para sua época era, o que é a competição que hoje se realiza, que são os Jogos Escolares Maranhenses, ela tinha a mesma importância que o JEM’s tem agora, agora o número de participantes era muito menor, também não poderia deixar de ser, não poderia ser diferente, é hoje a coisa cresceu se modificou, principalmente quando o Cláudio Vaz assumiu a Coordenadoria de Esporte de Prefeitura, foi que começou a mudar, porque ele tirou essa história de olimpíadas e colocou Jogos Esportivos da Juventude, realizou dois e a partir do segundo apareceu, um moço chamado professor Dimas, que já vivia no meio a muito tempo e graças a uma viagem que ele fez a Belo Horizonte se não me falha a memória, para assistir aos Jogos Brasileiros foi, viu, trouxe a informação possível dessa competição Nacional, que era promovida pelo Ministério da Educação e a partir da sua volta no ano seguinte, já foram realizados não os terceiros jogos esportivos da juventude, mas sim os primeiros Jogos Escolares Maranhenses, em cima da sigla da competição Nacional que é JEB’s, então eles só tiraram o B de Brasil e botaram M de Maranhão, nos Jogos Escolares Maranhenses, aliás Jogos Estudantis Maranhenses, que era Jogos Estudantis Brasileiros, depois Jogos Escolares Brasileiros (risos) passou para Jogos Esportivos da Juventude e hoje já tem um monte de confusão, cada ano eles mudam. Hoje tem Olimpíada, tem jogos da Juventude, tem mais não sei o que.

Outro atleta, pertencente à Geração de 53, nascido em Guimarães, é PALMÉRIO CESAR MACIEL DE CAMPOS[iii] – POÉ. Nasceu em 1938, e em 1954, aos 16 anos, a família transferiu-se para São Luís, onde fez contato com o esporte. Jogou Futebol de Campo, Futebol de Praia, depois Futsal e Basquete, sempre se destacando como craque de bola. No ano de 1957 passa a jogar futsal pelo Santelmo – recém-criado -, convidado por Cleon Furtado e João Rosa e que contava, ainda, com Raul Guterrez, Murilo Gago, Biné (Benedito Moraes Ribeiro), Mouzart (de Sá Tavares), Ivaldo. Com esse time, foram campeões de 1958 e 1959. A final do campeonato desse ano foi entre o Santelmo e o Próton, decidida em melhor de cinco pontos; a primeira partida, disputada no Casino, o Próton venceu por 5 x 2; o segundo jogo, na AABB (sede da Rua Grande, depois vendida aos Maristas), o Santelmo saiu vencedor, por 3 x 0; e a terceira partida, também no Casino, empate em 2 x 2; e a Quarta e última, disputada no Lítero, 5 x 1, para o Santelmo. Em 1960 estava no Próton, convidado pelo Prof. Pedro Santos, jogando ao lado dos irmãos Cassas, Coronel Vieira, Cadico, Canhotinho, César Bragança. O Santelmo conquistou o tetracampeonato – 58, 59, 60, e 61. Em 1962 o Santelmo e o Próton foram extintos, fundando-se o Cometas, formando uma verdadeira seleção: Poé, Lobão, Enemê (goleiro) Dunga, Nonato e Elias Cassas, Coronel Márcio (Matos Viana Pereira), Luisinho, Canhotinho, César Bragança, Murilo Matos, e Vavá. Essa formação jogou de 62 a 66 sem conquistar nenhum título… No final de 66, deixa de jogar futsal. Os times da época eram bons demais: Graça Aranha, Atenas, Drible, Sampaio. Segundo Poé, o futsal viveu duas fases; a primeira foi da espontaneidade, onde tudo era nativo, não existindo tática, só técnica; a segunda iniciou depois que um time cearense, dirigido por Francisco Lerda, passou por aqui e ensinou tática. Juntaram técnica e tática.

Outro nome a se destacar é o de RUBEM TEIXEIRA GOULART, também nascido em Guimarães, em 1920. Um dos pioneiros da Educação Física, chegou a São Luís em 1935, iniciando sua carreira esportiva no Colégio de São Luiz, do professor Luís Rego. Em 1942, ingressou na Escola Nacional de Educação Física, junto com José Rosa, Rinaldi Maia e Valdir Alves. Na Escola Nacional de Educação Física conquistou títulos retumbantes, participando de todos os esportes ali praticados, tendo o seu lugar efetivo nas equipes de volley-ball, basket-ball e atletismo. Foi campeão interno de volley nas competições efetuadas na ENEF; vice-campeão de Halterofilismo, peso médio, além de ter participado das Olimpíadas Universitárias de 1942, nas representações de volley, basket, futebol e atletismo. Alcançou os seguintes lugares nas provas de Atletismo:

  • 2º lugar nos 100 metros rasos, com a marca de 11,2s;
  • 2º em salto em distância num espaço de 6,25 metros;
  • 2º no salto em altura com 1,70 m (igualou também o record);
  • obteve lugar em arremesso do peso com 12 metros;
  • sagrando-se ainda campeão por equipe no revezamento 4 x 100 metros.

 

Em 1943, durante as Olimpíadas Universitárias e diversas competições atléticas no Rio, defendendo as cores do Fluminense, saindo-se vice-campeão do decatlo, com 5.007 pontos:

100 metros rasos 11,0s 827 pts.
Salto em distância 6,19m 620 pts.
Arremesso do peso 10,23m 463 pts.
Salto em altura 1,70m 661 pts.
400 metros rasos 54,1s 665 pts.
110 m. s/ barreiras 19,5s 422 pts.
Lançamento do disco 30,16 m 404 pts.
Salto com vara 2,70 m 397 pts.
Lançamento do dardo 29,25 m 278 pts.
1.500 metros rasos 5m29,0s 270 pts.
Total   5.007 pts

 

Em São Luis Gonzaga desde a década de 50 o futebol é a atividade esportiva preferida da população. Lembrança dos anos 50,60, e 70, que se constituem na fase brilhante do esporte na região, quando personagens históricos como Ferro Ramos, seu A., e mais tarde Lamba Ramos registraram seus relevantes feitos prestados ao esporte local. No ano de 1956 a seleção ipixuense chegou às semifinais do Torneio Intermunicipal, desclassifica por Anajatuba pelo placar de 2×1; em 1958 conquistou o titulo de vice-campeão do Torneio Intermunicipal, perdendo a final para a seleção de Cururupu; a seleção possuía como base o destacado time do Palmeiras Futebol Clube, e contava com Walter Bandeira, Santo Reis como seus colaboradores; quando em São Luís, contava com a ajuda substancial do empresário César Aboud (Moto Clube de São Luís). Alguns destaques do Palmeiras que atuavam na seleção gonzaguense: goleiro: Pingüim; zagueiros: Zé Catita, Lamba, Albino, Seu A., Alcides, Salu, Humberto, Cabaça; atacantes: Cabo Neves, Alemão, Vavá, Ernildo, Seu Bé, Zé Pretinho. Já na década de 60 um desentendimento entre Ferro Ramos e Lamba, contra os irmãos Seu A e Seu Bé resultou na dissidência destes últimos, do clube do Palmeiras; juntaram-se a outros jogadores criando o Floresta Futebol Clube. Em sua primeira formação, o Floresta era dirigido por Seu A, Damião, Leontino, Antonio Carlos de Nilza e Genésio Caetano; era composto pelos jogadores: Zé Aquino (o Gago), Seu A, Frank, Seu Bé, João de Chica, Leontino, José de Salmato, Genésio Caetano, Maçaranduba, Raimundo Bezerra, Raimundo Nanem, Zé de Neco, Essias, Raimundo, Tontonho, João Baixinho, João Mandi.

     Em Cantanhede, desmembrada de Itapicuru em 1952, na década de 1950 a cidade foi palco de grandes jogadas de futebol, com muitos nomes destacando-se como craques; existiu um negro (sobrinho de Vovó Josina) de nome Hermano que jogava de lateral-direito, e era observado com admiração por toda a torcida, pois jogava descalço; nas tarde de jogo, João Capa-Bobe ia com a orquestra para a beira do campo e a fogueteira explodia! Benedito Buzar, jornalista político, no prefácio do livro de Abraão Teixeira (fonte) lembra que ainda estudante secundarista, aproveitava as férias de julho, para com outros colegas e contemporâneos de Itapecuru organizar um time de futebol para jogar contra a seleção cantanhedense. Existiam duas equipes de futebol: o Onze Amigos e o Bagaço; Zuilio, Chico Preto, Lúcio, Vadico, Pedro Lopes, Manduca, Martinho Lopes, Baixinho, Bernardo Caldas, Hermano, José Rego, Andreíno, Luiz Souza, Padeirinho, Paraguaçu, Dico Nere, Manoel Guarda-Fio, Quinzinho, Raul, Alexandre Lopes, João Baima, etc.

     De Codó, em referencia ao esporte, e segundo Machado, 1999, p. 172/175) temos a informação de possui um dos melhores futebóis do Estado; – possui o Estádio Municipal René Bayma, e o Ginásio de Esportes Deolindo Rodrigues. Em 1928 é fundado em 28 de novembro o FABRIL – Sociedade Recreativa Fabril – entre seus fundadores, Palmério Cantanhede, Anadilino José Bayma, Sebastião Archer da Silva, Deolindo Rodrigues, Raul Serra Martins (Bigodão); e outros; Em 1947 surgiu em 15 de agosto o NACIONAL – Sociedade Esportiva Cultural Nacional – fundadores: Walter Zaidan Gonçalves, Jamil Murad,José Merval Cruz, Emílio Murad, Antonio Muniz, Reinaldo Zaidan e outros; o Nacional, como clube esportivo, tem obtido os maiores êxitos; sacrou-se pentacampeão em campeonatos intermunicipais; Outros clubes de destaque: América, Cruzeiro. Paralelamente ao futebol, vem se desenvolvendo o Voleibol, Basquetebol, Handebol; Codó ainda tem a Capoeira, que alguns dos antigos chamam de “carioca”.

 

 

Vasco da Gama 1929: em pé: Tinoco, Brilhante, Itália, Jaguaré, Fausto e Mola;

agachados: Pascoal, Oitenta-e-Quatro, Russinho, Mário Mattos e Santana http://pt.wikipedia.org/wiki/Fausto_dos_Santos

 

     FAUSTO SANTOS – o Maravilha Negra, nascido no povoado Eira, em 28 de janeiro de 1905, filho de José de Deus Belford e Maria José de Jesus; tinha como irmãos Raimundo Nonato Belfort, Rufino Nonato Belfort, Maria de Jesus Muniz, e Maria Angélica Belfort; em companhia de sua tia Rosa Elvira Giudice dos Santos muda-se para o Rio de Janeiro; apaixonado por bola, jogava pelada com os amigos de rua, quebrando vidraças das casas; seu primeiro contrato deu-se com o Esporte Clube Bangu, como meia-direita; do Bangu, transferiu-se para o Vasco da Gama, como centroavante. Em 1929 Fausto Santos torna-se campeão carioca, pelo Vasco da Gama, que além do codoense, contava com Jacaré,Brilhante, Itália,Tinoco,Moises, Pascoal,Oitenta e Quatro,Russinho,Mário Matos e Santana; Em 1930 participou da Copa do Mundo, chamando a atenção, recebe propostas para jogar na Europa; percorreu toda a Europa, participando de grandes eventos esportivos, fixando-se na Espanha, atuando pelo Barcelona; deslumbrado com os prazeres da vida noturna de Barcelona, colheu sérios problemas físicos que lhe abalaram a saúde. 1934 Fausto regressa ao Brasil, contratado pelo Flamengo, porém não toma parte da Copa de 1934; dirige-separa a República do Uruguai, onde é contratado para defender o Nacional de Montevidéu; o pulmão já estava comprometido; volta ao Brasil, jogando no Flamengo como zagueiro central, ao lado de Domingos da Guia e Jarbas. Em 1939 Fausto morre na cidade mineira de Santos Dumont, em 28 de março; fora em busca de recuperação física e da saúde perdida.

Voltando a São Luis dos anos 50, eram disputados os Jogos da Primavera, na quadra do Casino Maranhense. E em 1952, tem-se a realização dos Jogos Olímpicos Secundaristas, organizado pelo jornalista Mário Frias.

     Luís Carlos Motta, nascido em 1941, é considerado, até hoje, um “mestre do futsal”. Estudante do Colégio Ateneu de 1952 a 1956 (ganhou uma bolsa de estudos, pela sua habilidade com a bola), passou para o Liceu Maranhense, foi sete vezes campeão do Campeonato Maranhense de Estudantes – tetra pelo Ateneu, e tri pelo Liceu. Sua habilidade técnica como pivô valeu um convite para ingressar no Drible (1959), time dos irmãos Saldanha, recém-inaugurado (1958). Em 1961, deixa o Drible e passa para o Santelmo, sagrando-se campeão naquele ano; retorna ao Drible (1962), após uma temporada, conquistando diversos títulos, como o de campeão invicto do Torneio Carneiro Belfort (62); do Torneio do Jaguarema (63); além dos Torneios Major Mota e do “3º aniversário do Elmo” (65). Pelo Drible, foi ainda, heptacampeão – 66 a 72 -, ano em que o Drible encerrou suas atividades. Motta, em 1974, abandona os esportes, devido a um acidente – foi atropelado por um ônibus.

A Federação Maranhense de Basquetebol foi fundada em 1950, tendo Ronald da Silva Carvalho como um de seus fundadores. Ronald foi um exímio jogador de Basquete – esporte que praticava desde 1939; fundou ainda a Associação Atlética do curso de Direito (1951), base para a Federação Atlética Maranhense de Esportes – FAME. Mas a primeira referência que se tem da prática do Basquetebol em São Luís deve-se ao jornalista Dejard Martins (1989), quando fala sobre a fundação do “ONZE MARANHENSE”, em 1910, de uma dissidência do FAC.

Outro presidente da Federação Maranhense de Basquetebol foi Cesar Alexandre Aboud – nasceu no Acre, na cidade de Cruzeiro do Sul, em 23 de fevereiro de 1910, filho de Júlia Drubi (viúva) e de Alexandre Aboud (com quem casa em segundas núpcias). Quando contava dois anos, a família muda-se para São Luís; aqui, foi alfabetizado por dona Santinha e mais tarde passa a estudar no Colégio dos Maristas, onde fez o curso primário. Com o falecimento do pai, Alexandre Aboud, a família muda-se para Buenos Aires, em 1920; na Argentina, César estudou na Escola Bartolomeu Mitre e, aos 11 anos, estava trabalhando na firma de José Gasard, como transportador de mercadorias. Em 1922, a família está de volta a São Luís, passando a estudar no Colégio Gilberto Costa, e, com 14 anos, empregou-se na firma Chames Aboud. Após anos de trabalho, já se transformara em um comerciante sólido e industrial, vindo a adquirir a Fábrica Santa Izabel, de Nhozinho Santos, em 1938.
A devoção de César pelo esporte encontra-se em sua infância, quando começou a formar sua personalidade de esportista. Em Buenos, dedicava-se ao boxe, chegando a ser pugilista de renome. Quanto ao futebol, aos 14 anos de idade (sic) já tinha organizado em São Luís um time – o Botafogo – que saia pela cidade a desafiar a garotada. Na adolescência fez parte do Esporte Clube Sírio Brasileiro, formado à base de descendentes libaneses, do qual foi dirigente e jogador. Anos mais tarde, depois de liderar uma dissidência do Sírio Brasileiro, fez-se técnico do Maranhão Atlético Clube. Faleceu em 1996.

Em 1939, Cesar Aboud recebe convite do capitão Vítor Santos para dirigir o Moto Clube de São Luís (fundado em 1932) uma de suas maiores paixões, tendo sido seu presidente por 15 anos. Procedeu às mudanças no clube, começando pela camisa, que mudou a cor, de verde e branca para vermelha e preta por causa do Flamengo. Reestruturou o clube, ampliou o quadro associativo, criou os departamentos de Voleibol, e Basquetebol.
Em 10 de setembro de 1947, com o título “um clube que honra o patrimônio esportivo de nosso estado” é anunciado o 10º aniversário do glorioso Moto Clube, o poderoso rubro-negro de Santa Izabel. O garboso Moto Clube, por ocasião de seu 10º aniversario – 13 de setembro – estava passando por uma crise em seu departamento de futebol, por falta de técnico.

No relatório da diretoria, César Aboud prestava contas de sua gestão iniciada em 14 de setembro de 1944, e falava que as exigências técnicas, cada vez mais prementes, fizeram com que o clube abraçasse o profissionalismo, investindo soma apreciável na aquisição de atletas, mas os resultados foram compensadores – foram conquistados três campeonatos de futebol – 44, 45 e 46. No basquetebol, também fora campeão em 46 e vice no Voleibol. No Atletismo, o Moto participou de algumas provas, destacando-se a Corrida de São Silvestre, tendo conseguido o primeiro lugar, por equipes.

De 1950, o desafio de Jiu-Jitsu; voltamos a ouvir falar dessa modalidade em São Luis, iniciada já na primeira década dos 1900:

 

            Ainda em 1956, estavam ocorrendo esses encontros:

 

1956 – Vale tudo

 

Abertura da temporada de 1957

 

[1] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. JOGOS ESCOLARES NO MARANHÃO. In LECTURAS: EDUCACION FÍSICA Y DEPORTES, Revista Digital, Buenos Aires, n. 61, junho de 2003, disponível em www.efdeportes.com;

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. In REVISTA DO IHGM, São Luis, N. 30, agosto 2009 ed. Eletrônica 86-107

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ASPECTOS HISTÓRICOS DO ESPORTE E DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO MARANHÃO; in REVISTA DO IHGM, No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 124 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011

[2] SANTOS, Herbert de Jesus. Centenário do dr. Costa Rodrigues: é a história que conta e muito bem!. IN Jornal Pequeno, São Luis, 29 de maio de 2015, Caderno e Turismo, p. 3, coluna Sotaque da Ilha.

SANTOS, Herbert de Jesus. 100 anos de Costa Rodrigues: é a própria história exitosa que conta. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luis, 2 de junho de 2015, Caderno Alternativo, p. 5

[3] http://futebolmaranhenseantigo.blogspot.com.br/2012/07/rinaldi-lassalvia-lauletta-maya-um.html

[4] O Esporte, São Luís, 25 de outubro de 1947, p. 2. Recordar é Viver.

[i] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Paulino, fundador do 8 de Maio. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 8 de novembro de 2000, 2ª feira, p. 4. Caderno de Esporte.

[ii] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAUJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. Querido Professor Dimas, in LECTURAS: EDUCACION FISICA Y DEPORTES, http://www.efdeportes.com/ Revista Digital – Buenos Aires – Año 8 – N° 48 – Mayo de 2002

[iii] Palmério César Maciel de Campos. Corregedor Regional Eleitoral do Maranhão no período de 30/03/1960 a 22/01/1961. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão nos períodos de 04/10/1950 a 01/10/1954 e 11/05/1960 a 30/01/1963. http://www.tre-mg.jus.br/imagens/fotos/tre-ma-galeria-de-corregedores-foto-02-palmerio-cesar-maciel-de-campos

 

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