CLÁUDIO FOI PROFESSOR DE BASQUETE…
[…] Foi, professor de Basquetebol, ai tem muitos anos atrás, nesse tempo era rapaz novo, praticava basquete, não era um praticante desses estudiosos, então me tornei professor aqui, não, não era professor, era técnico, era técnico de basquete [Você me falou de Gafanhoto, Rubinho] Foi, o menino Gilberto, o Garrido, esses foram meus atletas aqui, ai foi o começo de tudo…
[…] já em 73 foi o primeiro JEM’s, e nós fomos com a maior delegação daqui do Maranhão para o JEB’s [JEB’s em 73] nós conseguimos formar uma equipe de professores excelente aqui em um ano o Maranhão evoluiu demais, em todas as modalidades, Jacaré que era o professor de natação, professor de Teles que hoje tem Escola, o menino que ia casar com a filha de Ronald. Como é o nome dele? [Zé Lauro] Zé Lauro, todos eles são meus atletas, o menino Teles, filho de Dimas, como é o nome dele? [Osvaldo] Osvaldo, todos eles foram meus atletas, Phil Camarão, David Camarão que faleceu [Vamos relembrar um pouquinho disso, você me falou que foi professor aqui na Escola Técnica?
eu nem pensei é […] Ai, nós já fomos, como todas as equipes, Jacaré era o técnico de natação, você sabe quem é Jacaré? Ele era o técnico de natação, foi técnico de Zé Lauro, de Teles, esse pessoal todo foi pela mão dele, nós até levamos um time de pólo.[Não é o Celso Cavagnac?] Cavagnac, o nome dele era Jacaré […] Cavagnac também foi de natação e tem o Jacaré também, foi meu professor, quem foi comigo foi Cavagnac, primeiro, depois foi Jacaré que era da Coca –Cola …] Tem dois técnicos, Cavagnac foi o que me ajudou demais, era professor de natação, então nós formamos uma equipe, uma delegação de 225 atletas e com dirigentes davam 250 pessoas, nós fomos para Brasília, nessa época nós tínhamos total apoio do governo estadual e federal, 250 atletas de Boing fretado, nós não saímos daqui de avião de linha, nós fomos de dois boing de ida, dois boing de volta fretado para Brasília em 1973, em julho. Dimas era professor de ginástica olímpica na minha equipe. Ginástica Olímpica Masculino e feminino e Ginástica Rítmica que foi a mulher dele. [Dimas] É Técnico de Basquete também, tu soube disso, nós fomos a Niterói, nessa época que nós fomos a Niterói já isso, como uma pequena Federação, nós fomos participar de um Campeonato Brasileiro, Dimas foi técnico de Basquete também, era muito versátil, era Basquete, Handebol, Ginástica Olímpica, ele foi tudo, o Dimas ele era árbitro também comigo. Nos jogos sempre o nível da arbitragem era muito fraco, então esse grupo de trabalho foi que nós fomos para Brasília, já com uma equipe que nós conseguimos fazer uma boa apresentação muito boa do Maranhão. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).
HANDEBOL
– OUTRA CONTROVÉRSIA…
Para o Alemão, Dimas foi o introdutor, [mas]:
[…] agora – e a grandiosidade do handebol no Maranhão -, deve-se tudo ao Laércio, nível técnico, campeão brasileiro duas vezes, masculino e feminino, Laércio foi um monstro […] veio o Biguá, veio o Horácio como ajudante dele, assistente Horácio, Biguá […] Já em 74. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).
Fala-se muito que a introdução do Handebol no Maranhão foi do Dimas. Há indícios de que antes Darcimires do Rego Barros, um professor de Educação Física famoso na década de 50 veio dar um curso de Educação Física, e teve uma parte do curso dedicada ao Handebol. Isso já na década de 50. Dimas, 71, 72, quando começa a trabalhar como professor de educação física introduz o Handebol no Batista e no Marista que eram os Colégios onde dava aulas:
Deve ter sido um curso de 30h [esse curso ministrado pelo Major Leitão, para ingresso no CEMA], umas duas semanas. Tanto que nessa época ele falou sobre Handebol, mas nem chegou a dar aula de Handebol, andou dando alguma coisa sobre Handebol.
Eu vim realmente ver Handebol mesmo nos JEB’s, quando tive contato com a Ginástica Olímpica, tanto que quando eu vim de lá, dos III JEB’s, eu vim na minha cabeça, Handebol e Ginástica Olímpica, agora tem que dizer que anteriormente o professor Darcimyres [do Rego Barros] esteve aqui no Maranhão, e deu um curso de Handebol. Ele deu um curso de Handebol, antes de tudo isso, antes de tudo isso, antes mesmo de voltar do Rio [de Janeiro], na época de Carlos Vasconcelos, de Mary Santos, ele deu um curso aqui de Handebol – 51 ou 52 (sic), por ai, não tenho ideia do ano não, mas deve ter sido pouco antes de eu vir para cá, tanto que eu cheguei aqui ninguém nem falava em nada, não existia nada sobre Handebol.
Quem fez esse curso com ele, não aproveitou nada, nem levou porque também não existia Handebol no Brasil, não tinha divulgação…
O Handebol veio despontar mesmo do JEBS para cá, então ai a história é brava, daí tem muita coisa, daí para frente tem muita coisa boa…
Nesse ano de 69, ai é importante, estava acontecendo os primeiros JEBS em Niterói, foi exatamente na época em que eu cheguei aqui, voltei do Pindaré, Mary Santos, já me conhecia de nome, inclusive ela sabia que em Pindaré Mirim tinha um professor de Educação Física formado, e aqui em São Luís não tinha nenhum… Não tinha nenhum, na época, trabalhando com ela, por isso que ela fez este comentário,
- Em Pindaré tem um professor, e eu não tenho nenhum aqui…
Por que nessa época ela era diretora de alguma coisa. Mas nessa época tinha… Nessa época Rubem Goulart já tinha morrido, eu cheguei aqui na época que Rubem Goulart morreu, tanto que eu assumi no Batista no lugar dele, e José Rosa não era professor de Educação Física, já era da Escola Técnica, também acho que não estava mais trabalhando com Educação Física. Devia ser isso. O [Professor Luis Gonzaga] Braga trabalhou até a morte dele, até 74, ele morreu como professor, mas era só Escola Técnica e a Mary Santos era no nível de Estado, Município. Eu sei que ela fez esse comentário. (DIMAS, entrevistas).
José Maranhão Penha
O Prof. José Maranhão Penha, um dos maiores especialista em Handebol no Maranhão[i] ao me fazer uma visita trouxe-me valiosos documentos que contam a introdução do Handebol no Maranhão: “HANDEBOL” [ii]. De uma rápida leitura, vi que continha a confirmação de dados já coletados, e publicados nos Atlas[iii]… Mais algumas informações novas, e a confirmação de outras. Publiquei, então, “Handebol no Maranhão: novos achados” [iv]:
Mary Santos, carioca, jornalista e formada em Educação Física, pela Escola Nacional de Educação Física, veio para o Maranhão para ser Diretora do Departamento de Educação Física da Secretaria de Educação do Estado, cujo objetivo era divulgar a Iniciação Esportiva em nosso Estado, tendo apoio de José Sarney que era o Governador do Estado naquela época.
Em 1967, o Professor Nelson Gomes da Silva, contratado através de um convenio entre os Estados de São Paulo e do Maranhão, ministrou o primeiro curso de Handebol, em 120 dias, com uma turma de 25 candidatos; após o término de curso foi realizado o primeiro jogo de Handebol entre os participantes do mesmo. Relação dos Participantes:
Ana Rosa de Sousa Silva; Benedita Duailibe; Clarice Barros Rocha; Dinorah Pacheco Muniz; Elena da Conceição Pereira; Florileia Tomasia de Araujo; Felicidade Mendes de S. Nascimento; Ivete D´Aquino Castro; Ivone da Costa Reis; Julio Elias Pereira; Maria José Reis Maciel; Maria das Graças R. Pereira; Maria da Conceição Sá Melo; Maria da Gloria Castro Fernandes; Maria de Jesus Carvalho de Brito; Maria do Rosário Silva Maia; Maria do Rosário Silva; Maria da Conceição Santos Sousa; Neide Moreira da Silva; Odineia Trompa Falcão; Pedro Ribeiro Sobrinho; Reginaldo Heluy; Sebastiana de Carvalho Pires; Sonia Maria dos Santos Rezende.
Em 1970 foi realizado outro curso de handebol, ministrado pelo professor Wilson Carlos dos Santos.
Em 1971 chega ao Maranhão o professor piauiense Jamil de Miranda Gedeon Filho, que veio ministrar um curso de atualização em handebol, tendo como consequência deste curso difundido o handebol no nosso Estado, sendo também coordenador de Handebol e organizador dos IV Jogos Intercolegiais, tendo como participantes onze colégios da capital (Liceu Maranhense, Normal, Santa Teresa, Conceição de Maria, Cardoso Amorim, Nina Rodrigues, São Luis, Luis Viana, CEMA, SENAC) e 82 municípios, tais como: Imperatriz, Balsas, Barra do Corda, Passagem Franca, Timon, Coroatá, Pedreiras, Bacabal, Santa Inês, Chapadinha, Itapecuru-Mirim, Humberto de Campos, Rosário, Ribamar, Viana, Pinheiro, Carutapera, e Guimarães, sendo vencedor no Handebol feminino este ultimo município [v].
Em 1972, no governo de Pedro Neiva de Santana os Jogos Intercolegiais foram substituídos pelos FEJE (Festival Esportivo da Juventude). Nesta mesma época chega ao Maranhão os professores Laércio Elias Pereira e Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araujo (Dimas) que vão dar continuidade ao trabalho da professora Mary Santos. Claudio Vaz dos Santos foi convidado pelo Governador Pedro Neiva de Santana, para fazer parte da sua equipe de governo no setor da Educação especificamente na área de Educação Física, ficando responsável pela divisão das modalidades e pela organização dos jogos.
Em 1973, os professores Edivaldo Pereira da Silva e Horacio Pires coordenam o 1º. JEM´S. Neste mesmo ano a equipe do Maranhão participa do 1º. Campeonato Brasileiro de Handebol Juvenil, masculino, ficando em 3º. Lugar.
Em 1974, a equipe maranhense participa do 1º. Campeonato Adulto Masculino, realizado em Fortaleza – Ceará, ficando também com a 3ª. Colocação. A delegação era formada por Álvaro Perdigão, Luiz Fernando, Luis Philip Camarão (Phil), Sebastião Sobrinho Pereira (Tião), Rubem Goulart (Rubinho) Vicente Calderone Filho, Edivaldo L. da Silva (Biguá), Manoel de Jesus Moraes, Antonio Luis Amaral Pereira, Joel Gomes Costa, José Maria e Raimundo Nonato Vieira.
Em 1976 realizou-se o 2º Campeonato Brasileiro de Handebol, no Rio de Janeiro, sendo a equipe do Maranhão a Campeã, que tinha como técnico o professor Laércio, que só podendo comparecer nos últimos jogos, sendo substituído pelo professor Maranhão. A delegação era formada por: Luis Fernando, Mangueirão, Álvaro, Gilson, Rubinho, Ricardo, Joel, Moraes, Tião, Vicente Calderone e Ivan.
Em 1979, foi realizado o 2º Campeonato Brasileiro Juvenil Masculino de Handebol, em São Luis, sendo campeão a equipe maranhense, que tinha como técnico Vicente Calderone.
É o próprio Prof. Maranhão[vi] quem diz que o Handebol foi introduzido no Maranhão pelo Prof. Luiz Gonzaga Braga e o professor José Rosa, ambos da ETFM, hoje IF-MA, ainda na década de 60. Após participarem dos Jogos Estudantis Brasileiros do Ensino Industrial – JEBEI – como técnicos, e como a modalidade seria introduzida nos Jogos seguintes, fizeram um curso no Rio de Janeiro e, ao retornarem, preparam um grupo de alunos. O jogo-exibição foi realizado no aniversário da ETFM, a 23 de setembro, na quadra interna. O Prof. José Geraldo de Mendonça participou dessa apresentação:
[…] A primeira exibição de Handebol no Maranhão foi realizada na quadra da Escola Técnica em 1960, por dois grupos de atletas que o prof. Braga treinou, no dia 23 de setembro. Prof. Braga foi participar de um treinamento de professores das Escolas Técnicas fora do estado e quando veio trouxe uma bola de handebol, selecionou dois grupos de atletas alunos dele de educação física. Marcou na quadra interna aqui onde hoje é o prédio grande, com esparadrapo no chão as áreas de gol do handebol e fez no dia 23 de setembro uma exibição; até então era desconhecido no Maranhão, mas só ficou nisso; ele trouxe a ideia, treinou dois grupos de educação física, e no dia 23 de setembro… eu estava nesse grupo; lembro, Edil (Edir Muniz, sobrinho do Prof. Braga); Edir (Carvalho) estava, é de Codó, Braga é de Codó está entendendo; deixa eu me lembrar… não sei se Abdoram participou, mais Abdoram era do grupo, Abdoram, Frazão, deixa eu me lembrar quem mais era do nosso grupo aqui, parece que Walmir também estava, Walmir, da Mecânica, não… Valderez, não era metido a esportista, Valderez não gostava; metido a esportista aqui nessa época era eu e Eldir nós éramos quem vibrávamos com esse tipo de coisa… Me parece que o Macário (da Costa) também era deste grupo” (in Entrevistas).
Retomando: em 1972 no Governo Pedro Neiva de Santana os Jogos Intercolegias foram substituídos pelos FEJ – Festival Esportivo da Juventude, criado por Cláudio Vaz dos Santos, que substituíra Mary Santos na direção dos esportes tanto no Município quanto no Estado; Cláudio Alemão contou com a colaboração de Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo – o Prof. Dimas.
Uma das primeiras providências foi fazerem convênios, sendo então ministrado curso pelo MEC – antigo Curso de Suficiência, para formação de professores; o maranhense Ary Façanha de Sá[vii] era o Coordenador. Diversos professores e técnicos participaram desses cursos e foram dadas aulas das mais variadas modalidades esportivas.
Um dos professores não veio e um antigo jogador de basquetebol – ex-seleção brasileira – ministrou as aulas de Handebol (Laércio afirma que esse curso pode ter sido dado antes deste ano).
Em outro curso, no Governo Nunes Freire – sendo Coordenador de Esportes Cláudio Vaz dos Santos -, veio uma equipe do Rio de Janeiro, com três professores, para ensinar Basquete (Rui); Atletismo (José Teles da Conceição); e Handebol (um professor de nome Wilson (sic, Maranhão diz que esse professor esteve aqui em 1970, Laércio, em 1971).
A versão corrente é que se credita a Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo, o Prof. Dimas, a introdução do Handebol no Maranhão, após assistir a modalidade nos JEB´s de Belo Horizonte, em 1971. Ao retornar a São Luís, começa a ensinar a modalidade e a introduz a partir dos II FEJ, idealizados por Cláudio Vaz dos Santos, o Cláudio Alemão.
A segunda escola a praticar o Handebol, segundo essa versão, foi o Colégio Batista “Daniel De LaTouche”, do qual Dimas era professor, muito embora o Prof. Rubem Goulart (também professor da ETFM, nessa época) já houve feito uma apresentação da modalidade naquela escola. Logo a seguir, o Colégio Maranhense, dos irmãos Maristas (Dimas também era professor), e foi organizada uma Escolinha no Ginásio Costa Rodrigues.
Dimas é, na realidade, o grande responsável pelo desenvolvimento do Handebol do Maranhão, junto com Laércio Elias Pereira.
No ano de 1973, o Prof. Laércio faz sua primeira visita ao Maranhão; tendo voltado da Olimpíada com vários cursos de Handebol e sendo treinador da General Motors EC, da Seleção Paulista Feminina que iria para os JEBs, e da Escola Superior de Educação Física de São Caetano; convidado a dar cursos pelo Brasil pela ODEFE, houve um circuito de cursos que incluía Maceió, São Luís e Manaus.
Em São Luis, enquanto dava o curso, ajudava o Prof. Jamil Gedeon a treinar o time de Handebol que ia para os JEBs. Deu problema no curso de Manaus e o Cláudio Vaz pediu que ficasse treinando no tempo que estaria em Manaus – com essa demora em retorna a São Paulo, o seu auxiliar como técnico da seleção paulista foi efetivado… Depois, pediu para que acompanhasse a equipe nos JEBs em Brasília. Acertou a ida para Brasília – pois o seu substituto o fez permanentemente -, conseguindo classificar a equipe para as quartas de finais; mas no dia que ia começar essa fase, o Basquete levou todos os atletas para jogar o Campeonato Brasileiro em Fortaleza; o Maranhão ficou em oitavo.
Quando da realização dos – agora – JEM´s, Laércio veio para arbitrar os jogos, tendo apitado uma memorável partida entre Batista e Marista, ambos treinadas pelo Prof. Dimas; Laércio trouxe um seu atleta da GM para auxilia-lo na arbitragem: Edivaldo Pereira, o Biguá,; além do Handebol, Biguá apitou várias outras modalidades. Terminado os JEM´s, Biguá se estabelece no Maranhão – primeiro, como atleta, a seguir como técnico, depois como jornalista e dirigente esportivo; acabou virando cidadão maranhense.
Em janeiro de 1974, o Prof. Laércio Elias Pereira volta para morar no Maranhão; é estabelecida a “Missão” do Handebol, com a chegada posterior de Horácio e Viché (Vicente Calderoni Neto); o Projeto Handebol – a “Missão do Laércio” – foi estabelecida pelo Cláudio Vaz e apoiada pelo Secretário de Educação Magno Bacelar.
Dimas, compreendendo suas limitações na modalidade, se afasta, passando a dar todo o apoio aos “paulistas” que estavam chegando, e se dedicando a sua outra paixão, a Ginástica Olímpica.
É dessa época a grande rivalidade do Handebol Maranhense, entre o Batista e a Escola Técnica (IF-MA), nascida de um jogo entre o Batista – base da seleção maranhense que foi aos JEB’s – e a Escola Técnica – no final dos JEM’s. O primeiro técnico da ETFM foi Aldemir Carvalho de Mesquita, posto assumido depois pelo Laércio Elias Pereira, e depois Prof. Juarez Alves de Sousa; assumiu a equipe o Prof. José Maranhão Penha.
Voltemos para as memórias do Cláudio:
Em 72, Luis Fernando Figueiredo, Phil, Alberto Carlos, Vieira era o goleiro, Chocolate, Chico praticamente a base do Batista e Marista. Aí o time tem um destaque muito grande no JEB’s, em compensação no JEM’s nesse mesmo ano, eles perdem para a Escola Técnica; A Escola Técnica tinha um timaço…
O Handebol no Maranhão evoluiu tanto que jogo de futebol era obrigado no intervalo, ter handebol em campo, alguém já te falou disso? Pois Elias fazia, Elias Pereira, dentro do Nhozinho Santos, botava as traves e fazia Handebol.
Foi do Dimas para cá que realmente passou a ser um esporte competitivo, um esporte escolar mesmo e de alto. Foi nessa época o esporte número um no Maranhão…
O Handebol tomou conta, o basquete, o vôlei, tudo era secundário, o futebol; o handebol era o esporte mais assistido no Maranhão. Era a maior loucura. Era uma festa mesmo de alto nível
[…] ai entra essa fase da importação de técnicos e atletas; eu fui muito criticado porque disseram que eu estava trazendo todos de São Paulo para cá e não prestigiava o pessoal do Maranhão, que não tinha professores no Maranhão…
Eram uns quatro professores, dois na ativa e dois já não praticavam mais. Um era meu assessor de gabinete, não tinha força mais para comandar; tinha aquele professor que era da FESM e que depois foi trabalhar no Banco do Brasil, sempre esqueço o nome dele [Prof. Iran].
Na ativa só tinham dois, aí veio o Laércio, veio Búzio para o Basquete, então eu fiz um curso de reciclagem aqui. Trouxe o Domingos Salgado e ai logo depois veio o Marcos.
A minha arbitragem do JEB’s veio toda de Belém, toda aquela equipe veio para cá, e de Recife; Expedito, para a natação [de Belém]; Iran Junqueira, handebol de Brasília… Desde a participação de pessoas de fora; os árbitros ficavam esperando a hora de serem convidados, era hospedagem, dinheiro na hora, eu não sei como eu conseguia, eu não tinha um tostão no meu orçamento.
[Aa causa de tudo isso é a ‘Geração de 53’], foi Jaime, Haroldo, todos tinham altas funções no estado. Aí o Jaime telefonava para o Duailibe que era diretor do D.E.R, e disse:
– o Alemão tá com um problema aí, ele tá precisando de 300 agasalhos: manda ele vir falar comigo;
Comprava pelo D.E.R (Dep. de Estradas e Rodagens), não tinha nada a ver com o Dep. de Ed. Física porque tínhamos a facilidades de amizades.
O Jaime era Secretario da Fazenda, então o que Jaime falava era uma ordem:
– Zé Carlos, Alemão tá precisando de 30 bolas; Zé Reinaldo, o Ginásio tem de reformar, o Zé Reinaldo Secretário de Viação e Obras; uma semana o estádio ia reformar…
[…] o que eu precisasse eu não tinha dinheiro em espécie, mas eu tinha todo o apoio logístico, tudo o que eu queria eles me davam; vamos viajar, passagem aérea, o Maranhão passou quatro anos viajando por esse Brasil inteiro, não tinha um campeonato brasileiro que o Maranhão não praticasse. Por quê?
Material à vontade, técnicos à vontade, uma constância de trabalhos, o Costa Rodrigues não tinha porta fechada, começava 4 horas, 4, 5 horas da manhã, ia até meia noite ou uma hora e continuava de novo e era uma hora e continuava de novo e era numa dedicação dos professores…
Teve um lance gozadíssimo, eu tinha uma equipe na Coordenação, eu trabalhava na coordenação e no departamento de Ed. Física. O Bordalo que era o Secretario resolveu resumir nossa folha – nesse tempo era 100 mil reais passou para 50.
Eu reuni meu pessoal todinho e nesse tempo não tinha esse negócio de leis trabalhistas:
– vocês são meus professores eu não quero perder nenhum, reduziram o meu custeio de 100 mil para 50, eu não quero perder nenhum de vocês; eu não sei se vocês vão aceitar mas a única maneira que eu posso fazer eu quero todos vocês aqui, eu vou reduzir 50% o salário de todo mundo aqui,
Não saiu nenhum, ficou todo mundo ganhando a metade do salário. Gafanhoto vai te contar essa história e ele morre de rir.
É que na equipe houve uma irmandade, todos tinham o prazer e brigar; para você pegar uma hora no Cota Rodrigues, era uma guerra, todo mundo querendo trabalhar.
Foi assim uma motivação maior que fez esse trabalho aparecer, eu tive uma equipe muito boa, meu professor era meu árbitro, meu professor era meu conselheiro; então tinham um trabalho coletivo e todo mundo querendo essa grandeza de educação física e do desporto e surgiram os colégios, se empolgaram, o colégio que não tivesse participação no JEMS, não tinha aluno, a vibração dos colégios que aguardavam o ano todinho se preparando…
Então foi aí que surgiu… (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).
Sobre a repercussão do Handebol no Maranhão[viii], vamos ao fato narrado de que, nos intervalos dos jogos, no Estádio Nhozinho Santos re realizavam partidas de handebol de campo:
[…] na tarde do dia 08 de Dezembro de 1974, no Municipal. As duas equipes [Moto e Sampaio Correa] também empataram no jogo de demonstração de handebol, realizado antes da partida pelo campeonato de futebol. O jogo, que serviu apenas para apresentação ao público e marcou a fundação da Federação Maranhense de Handebol do Maranhão, terminou com o placar de 8×8, chegando a agradar e movimentou as torcidas dos dois clubes, que vibraram a cada gol. O Sampaio começou ganhando e esteve sempre à frente do marcador com o Moto empatando nos instantes finais, para maior alegria da torcida rubro-negra. O jogo foi dirigido pelo próprio Presidente da Federação, o professor Laércio Elias Pereira, e o público que compareceu ao Municipal foi de exatos 10.027 pagantes. Sobre a instituição de handebol, um destaque: naquele ano, 1974, foi fundada a Federação Maranhense de Handebol (FMAH), não legalizada, tendo o professor Laércio como o seu primeiro Presidente.
JOGO DEMONSTRAÇÃO DE HANDEBOL NO ESTÁDIO NHOZINHO SANTOS 1974
MOTO 8 x 8 SAMPAIO
Fonte: http://futebolmaranhenseantigo.blogspot.com.br/2015/02/sampaio-correa-e-moto-club-empataram-em.html
[i] ingressou na Escola Escola Técnica Federal do Maranhão – hoje IF-MA – em 69 como aluno; em 72 não foi para aquele JEB’s pois tinha ‘estourado’ a idade; em 1972 ainda era aluno e, ao mesmo tempo, professor.
[ii] Trabalho apresentado na UFMA por Ana Cátia; Carlos Marques; Célia; Claudia; Cléa; Jose Ribamar; Lyana; Suilan; Teresa. Sem identificação da cadeira, ao professor, e sem data. Provavelmente lá dos anos 1988/89 – século passado, com informações prestadas pelos professores Vicente Calderone e Álvaro Perdigão.
[iii] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luís: SEDEL; IHGM, 2013.
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PENHA, José Maranhão. Handebol no Maranhão. In DaCOSTA, Lamartine Pereira (editor). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro; Belo Horizonte: SHAPE; 2006; 2007 (edição digital disponível em www.atlasesportebrasil.org.br
[iv] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. IN BLOG DO LEOPOLDO VAZ. 27 de agosto de 2013. HANDEBOL NO MARANHÃO – NOVOS ACHADOS… Publicado em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2013/08/27/handebol-no-maranhao-novos-achados/; e http://cev.org.br/biblioteca/handebol-maranhao-novos-achados/
[v] Fonte: SANTOS, Mary. Educação (Crônicas). São Luís: SIOGE, 1988, p. 111-112.
[vi] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PENHA, José Maranhão. HANDEBOL. In VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luís: SEDEL; IHGM, 2013.
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PENHA, José Maranhão. Handebol no Maranhão. In DaCOSTA, Lamartine Pereira (editor). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro; Belo Horizonte: SHAPE; 2006; 2007 (edição digital disponível em www.atlasesportebrasil.org.br
[vii] ARY FAÇANHA DE SÁ – Atletismo, dirigente esportivo. Nasceu em 1º de abril de 1928, no município de Guimarães, Em São Luís, cursou o ginasial no Colégio de São Luiz, do prof. Luiz Rego – criador dos Jogos Intercolegias -, por onde disputava as provas de 100 e 200 metros, além do salto em distância; consegue a espantosa marca de 5,00 metros. Em 1949 – foi para o Rio de Janeiro estudar – levado pelo irmão, ingressa no Fluminense Futebol Clube, como atleta. 1950 – ingressou na Escola Nacional de Educação Física. 1952 – recordista sul-americano de salto em distância, com 7,57 m, o que lhe valeu a convocação para a Olimpíada de Helsinque, tendo conquistado o 4º lugar no salto em distância. 1955, bateu o recorde pan-americano, com a marca de 7,84 metros, a quarta marca do mundo. – atleta da Seleção Brasileira de Atletismo – e do Fluminense, do Rio de Janeiro; recordista sul-americano do salto em distância, participou de duas Olimpíadas, de 1952 e 1956. Professor de Educação Física, formado pela Escola Nacional, foi o introdutor do Interval-training no Brasil, assim como um dos idealizadores dos Jogos Escolares Brasileiros. Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : EPP, 2013.
[viii] Sampaio Corrêa e Moto Club empataram em jogo de Handebol do Nhozinho Santos. BLOG FUTEBOL MARANHENSE ANTIGO. http://futebolmaranhenseantigo.blogspot.com.br/2015/02/sampaio-correa-e-moto-club-empataram-em.html
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