Leopoldo, sem ofender, você é um verdadeiro sonhador.
O Maranhão não tem futebol, Léo. Tem jogador, bom de bola. Tem jogador nascido no Maranhão. Mas, futebol, o Maranhão não tem.
No que tange às ações federacionistas, qual diferença está acontecendo entre a de hoje e a de dez anos atrás? Mudou o que? Só os que morreram que, evidentemente, não estão mais aqui. Mas, as raízes ficaram. Como tubérculos de batatas, de bananeiras.
Não é diferente no comando da Fumdel e muito menos no comando da Sedel – e o nome disso é incompetência, e quem quiser que tire as calças pela cabeça.
Por cerca de 15 anos, com nojo do que chamam de futebol profissional, trabalhando para o Jornal Pequeno, escolhi com a direção do matutino trabalhar na cobertura do chamado “esporte amador”. Me realizei.
Ali encontrei pessoas dispostas, pessoas honestas e com bons propósitos – pena que muitos ainda tirem do sustento da família para comprar uniformes, chuteiras, meiões e pagar taxas de Arbitragem e outras coisas pequenas que acabam sendo o sustentáculo dos departamentos de bairros. E, irmão, o que tem de jogador bom e de futuro nesses bairros, é uma enormidade.
E a incompetência de quem dirige esses clubes, exige, sem razão de ser, que um jogador desses vindo dos bairros, ao chegar num clube, tenha comportamento “profissional” – o que é uma verdadeira idiotice. Foi hilário o meu primeiro contato, alguns anos atrás, quando produzi e divulguei matéria com o ainda desconhecido Kléber Pereira. O cara estava treinando às 13;30h no campo do Nascente, e o “Fisicultor” pediu alguns minutos para libera-lo para a entrevista, porque estava fazendo o ESQUENTAMENTO.
Por anos, só eu eu o maravilhoso Alfredo Meneses cobrimos Natação, Futsal, Voleibol, Atletismo, Basquetebol, JEMs, JEBs e eu ainda cobria vários campeonatos amadores dos bairros. Só nós dois, com apoio do Zeca Violinha e do Garrincha.
Os jovens que chegam no profissional, provenientes dos bairros precisam ser tratados de forma diferenciada. Lembro do zagueiro Edinho, que se consagrou no Santa Cruz de Recife, depois de ter jogado no Tupan, Moto, Sampaio e Maranhão; o atual Curuca, que jogava ali no São Bernardo e outros e outros. Eu passaria meses e meses escrevendo sobre isso.
No dia que o Governador ou o Prefeito descobrir e tiver ciência (porque interesse eles não tem) que o apoio ao futebol dos bairros é um forte componente para combater o ócio, o consumo de drogas, o tráfico, os assaltos e resolver nomear pessoas competentes e de visão para as secretarias afins, a coisa muda.
Enquanto estiverem nisso aí, pensando apenas em retribuir parceria eleitoreira, nada vai mudar.
Pare de sonhar, Leopoldo!
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