Professor de Educação Física

Pertenço ao número dos que cuidam da transcendência do corpo, de vestir a sua nudez, de diminuir as suas debilidades, de acrescentar as suas forças e virtualidades. De lhe dar asas, para que ele voe e levite; e, assim, nos leve a sobrepujar a desídia que puxa para baixo, para o chão raso da dignidade mínima.

 
Eu canto o fascínio do corpo, os seus anseios, o amor que nele habita, o coração que nele arde, a razão que nele labuta contra as traições que o consomem. Canto a filosofia que jorra do esforço e suor dos seus braços e pernas, e lhe enche de fulgor a alma e o peito, e de utopias a boca. Canto o corpo olímpico, iluminado por um esplendor que nos maravilha e atrai para a admiração do céu estrelado, inatingível, mas percetível aos olhos e tangível às mãos e aos pés. Canto a lealdade absoluta ao corpo, a sua dignidade, a fé na vida e na vontade de viver. Nele vivo e revivo, torno-me ‘pontífice’, teço pontes para o absoluto, o impossível e o infinito, saio do pasmo, e convivo com o espanto. Nele sou Eu!

 

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