Hoje ocorreu a solenidade oficial de lançamento do Projeto Xadrez nas Escolas do Maranhão.

Só tenho a agradecer por poder fazer parte desse momento histórico. Na nossa família, o xadrez é um estilo de vida e é com muito orgulho que vamos repassar as maravilhas dessa ferramenta pedagógica tão poderosa e fascinante!
(Fotos: Lauro Vasconcelos e Tarcisio Passos)

A imagem pode conter: 6 pessoas A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas sentadas e xadrez A imagem pode conter: 11 pessoas, pessoas em pé e terno A imagem pode conter: 7 pessoas, pessoas sentadas

 

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 21 de Março de 2017 às 17:05.

Leopoldo,  P4BR... x .....

Parabéns aos gestores. Tomara que o feito perdure por gerações. 

Enquanto isso, ofereço ao professores e alunos ampliarem seus conhecimentos em torno das múltiplas vantagens dessa ferramenta pedagógica. Peço que lhes repasse o que se contém no blog Procrie sob o título Xadrez e Voleibol;

Home Metodologia e Pedagogia Xadrez e Voleibol Xadrez e Voleibol   Posted under Metodologia e Pedagogia on sexta-feira, 29 janeiro 2010 by Roberto A. Pimentel

Por que não começar a ensinar o jogo de xadrez antes de qualquer desporto? O xadrez que impõe tudo aquilo que é essencial ao desenvolvimento do músculo do intelecto – “O rigor das definições, a precisão das leis e as abstrações disciplinadas” –, além do lúdico, que no caso é essencial. Não é à toa que em muitos países o xadrez é obrigatório nas escolas.

Sabe-se que as crianças têm uma “quantidade de canais“ menor que a dos adultos. Consequentemente, a sua capacidade de prestar atenção aos acontecimentos, memorizá-los e reagir a eles é menor que a do indivíduo maduro. Talvez por isso que crianças pequenas deixam de resolver muitos problemas por não dispor da capacidade de processamento de informação necessária para fazê-lo. O grande mestre de xadrez, fora do seu campo específico de perícia, sofre as mesmas limitações de processamento de informação que todos nós. Suas proezas de percepção e memória são específicas ao tabuleiro e às peças de xadrez. Ao olhar o tabuleiro, o que o perito – mas não o iniciante – “vê” são configurações de peças, ou, “nacos”, que representam padrões conhecidos e não peças isoladas. Isso também significa que ele é mais capaz de planejar e pensar com antecipação, porque sua representação ou modelo do tabuleiro é forte, precisa e perdurável. Por isso, também é capaz de pensar com maior clareza e profundidade.

Minhas experiências, certamente enriquecidas pela prática do jogo de xadrez na infância, levaram-me a aprender a interpretar o jogo, muitas delas transformadas em conselhos que transmitia aos companheiros para que “memorizassem” a posição dos adversários na quadra a cada conclusão de jogadas. Assim, a rapidez com que somos capazes de codificar o que vemos, a organização do que vemos e a quantidade de informações que conseguimos memorizar estão todas relacionadas com a estrutura de nosso conhecimento, e são sintomáticas dessa estrutura. Em inúmeros lances de uma partida de voleibol ou de qualquer desporto, há momentos em que é imprescindível esta caracterização com o auxílio da memória, só possível por um perito. Por exemplo, em jogos de peteca dos quais participo, “vejo” com muita clareza a distribuição dos adversários na quadra com o auxilio da visão periférica e, em outros momentos, quando é impossível, pela memória, o que contribui para um discernimento tático eficaz.

Um dado informal, mas importante: a incapacidade de o jogador de xadrez identificar, descrever ou expressar de forma ordenada e sistemática o modo como eles “vêem” o tabuleiro. Certamente, boa parte de nossa perícia é desse tipo. O conhecimento é ”tácito”, integrado no modo pelo qual agimos e trabalhamos, e não é fácil sistematizar ou descrever para os outros. Se não reconhecerem que os novatos não percebem as situações da mesma maneira que eles, os peritos podem considerar seus problemas com perplexidade e até com fúria. Não deve ser motivo de surpresa, p.ex., que, mesmo quando o perito indica aquilo que deve ser observado, o novato possa não ser capaz de “absorver” o que lhe é mostrado, por não ter o conhecimento anterior necessário que o habilitaria a perceber e memorizar configurações. Neste caso, também não é de admirar que a capacidade que o perito tem de agir e pensar seja mais certa, fluente e precisa que a do novato. No caso do voleibol, ter sido um atleta pode ajudar na tarefa de ensinar, mas ter sido um atleta de alto nível, nem sempre. Pelo que foi exposto, o ex-atleta não consegue entender porque seu aluno não consegue realizar determinada tarefa. O que para ele era tão fácil torna-se difícil de explicar. A visão das crianças como processadores limitados de informação, que ainda têm de aprender ou adquirir perícia, representa uma terceira imagem da criança enquanto ser que aprende e pensa. A capacidade da criança num determinado campo, seja o xadrez, a aritmética, a leitura ou o que for, pode não refletir sua capacidade em outros campos, caso sua perícia nas diferentes disciplinas e atividades seja diferente. Esta é uma concepção que admite que a percepção, a memória, o conhecimento e a compreensão estão profundamente relacionados e se modificam com a aprendizagem e o desenvolvimento.

Conclusão

Recomendo que nas aulas de qualquer esporte o professor empregue uma grande variedade de estímulos que possam vir a incrementar o desempenho das crianças na fase adulta. Ao criar condições e relações entre a especialização e a qualidade final da performance, estaremos proporcionando vivências variadas para a formação de uma memória motora ampla que, certamente, se manifestará mais tarde.

 


Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.