Hoje, recebi a cronica da Ceres Fernandes para inclui-la na Revista da Academia Ludovicense de Letras; há a havia publicado, a Ceres, no Jornal O Estado MA. Essas publicações, aparecem na Revista eletronica da ALL na sessão ALL NA MÍDIA, onde costumo, como editor, resgatar tudo o que foi publicado pelos nossos sócios-atletas, inclusive aquelas nas redes sociais… Os mais assíduos são a própria Ceres, o Brandão, e o Aymoré…
Ceres faz uma critica aos dias atuais, em que as amizades e a comunicação inter pares ou entre pares, se faz através do já familiar zapzap, e as correções automaticas daquilo que escrevemos, gerando o pensamento dele, zapzap, deturpando o que escrevemos… mas um dia ele, zapzap aprenderá…
Resolvi continuar com a ‘Vista de meu ponto’, apresentação da Revista, que aos poucos vou escrevendo, enquanto construo a revista, ao longo do trimestre. Este é o ‘estado-da-arte’ dessa cronica – se é que podemos chamar assim – que escrevo sobre os acontecimentos, e meus sentimentos, meu estado de espirito naquele momento…
Vamos lá… lembrete: ainda estou escrevendo!!! vem mais coisas por ai, até o final deste primeiro trimestre de 2017:
A VISTA DO MEU PONTO
INICIAMOS mais um ano, e um novo número da “ALL EM REVISTA”, previsto, este também, em quatro números, correspondentes aos trimestres do ano, sendo n. 1 janeiro-março; n. 2 abril-junho; n. 3 julho-setembro; n. 4 outubro-dezembro.
Em que pese o sucesso da publicação, com uma média de 15 mil baixas na internet, em vários países ao redor do mundo, continua a sofrer críticas; alguns consideram que tudo o que é publicado pelos membros ou alguns de nossos ‘sócios-atletas’ eleitos, não deveriam constar da mesma, por se tratar de ‘artigos’ sem grandes pretensões literárias; ‘apenas’ memórias ‘pessoais’…
Considero que ‘essas memórias pessoais’ dão ensejo ao resgate da vida que se leva, ou se levou, e as lembranças de um tempo que não mais vai voltar, essenciais para os futuros escrivinhadores; relatam um tempo vivido, uma forma de se relacionar com o entorno, e servem de registro que irão possibilitar o resgate da História de uma vida privada… servirá, por fim e sim, de base para narrar um romance, uma crônica, uma reflexão… Mesmo aqueles que dão conta do pensamento econômico, ou mesmo jurídico… quais as angustias de nosso tempo vivido? O que nos preocupa? O que levou àqueles acontecimentos e o reflexo na vida particular de cada, e como foi sentido…
Ao colocar meu pensamento e reflexões, emito minha opinião. E nisso, não admito censura! Como querem fazer, ao pedirem que ameniza o que digo, disfarce, não deixe transparecer alguma contrariedade… ‘pinte a tela apenas com cores alegres’… deixe as contrariedades de lado, ‘não lave roupa suja’, como se tudo esteja correndo as mil maravilhas, sem discussões, se submetendo à vontade de poucos… a vida não é assim, e se faz do confronto dos contrários… Como gritaram nas ruas: ‘censura, nunca mais’… não me submeto e tenho minhas opiniões… mas não revido, quando derrotado, aceito a opinião da maioria, democrática, quando tomadas; não ajo voltando sempre à mesma tecla, quando ‘minha’ opinião – meu desejo – não é aceito pela plenária, até reverter a situação naquilo que é ‘meu desejo e vontade’, mesmo contrariando a todos…
Interessante, que reclamam, esperneiam, tentam me fazer mudar de ideia, quanto ao ‘lavar a roupa suja em publico’, mas não oferecem alternativa, nem se propõem a fazer a revista… que deveria ‘apenas’ refletir o ‘pensamento oficial’. Mas esta coluna é opinativa, e reflete o pensamento de seu autor, por isso o titulo de ‘a vista do meu ponto’; não é o pensamento oficial!!! Desde o inicio propus ‘uma palavra do Presidente’, que nunca foi utilizado! Cabe lembrar que, quando autorizado a construir uma revista, foi autorizado apenas uma eletrônica, oficiosa!!! Não é ‘a oficial’, que deveria ter uma periodicidade, ao menos, semestral, e aparecer em papel, por uma Comissão própria, definida estatutariamente. Nunca funcionou, a tal da Comissão, e nem a revista – que deveria estar já com pelo menos seis números publicados, apareceu no universo literário ludovicense/maranhense… Daí faço minha parte, da forma como foi proposta, e aprovada, com inteira liberdade e independência… se não está servindo… Mas vamos em frente.
Antes de a colocar ‘na nuvem’, submeto à apreciação da Presidência e da Comissão Editorial. Como não se dão ao trabalho de lê-la, não emitem parecer, favorável ou não, daquilo que consta de seu conteúdo e, como tenho prazo – todo ultimo dia do trimestre referente – não aparecendo o dito parecer, a coloco no ar. Depois é que veem as críticas e ‘censuras’…
Aguardemos as ‘bombas’ que virão, sobre minha opinião… lembro, são opiniões e minhas, e abaixo assinadas!
Temos Ceres, Brandão, e Aymoré como sócio-atletas constantes. Ceres e Brandão com suas crônicas semanais, publicadas em O Estado-MA; Aymoré ‘devezenquando’ com suas memórias e causos no facebook… ‘arroz de festa’, como se dizia no antigamente… E a crônica da Ceres – quem se comunica, se trumbica – invertendo a frase chacriniana, é bem o reflexo de nossos tempos… A Internet – a nuvem – veio para criar novas formas de comunicação – esta própria revista, como exemplo, só existe na nuvem… Daí ser possível publicar-se quatro números anuais, com cerca de 400 páginas cada edição, sem custos; apenas o de meu trabalho!
Por estes dias estava a discutir com o Mestre Sergiunho, sobre a renda do capoeira. Disse-lhe que não se costuma precificar o trabalho voluntário, como se nada custasse, que não tivesse um custo… dei-lhe exemplo de que os capoeiras costumam aceitar alunos sem pagar-se-lhes pelo serviço de ensinar a arte; em troca, ajudam na limpeza, na conservação dos instrumentos, como se tudo fosse gratuito. Mas não, tem um preço, sim, mesmo que não envolva moeda. Quanto custa minha hora de trabalho? Pela tabela do MEC, R$ 180,00 reais… quantas horas doo, ou dedico à revista? Todos os dias, pelo menos duas horas, sete dias na semana… vamos ‘cotar’ a 12 horas semanais, 48 horas mensais, a R$ 180,00 a hora, é essa a minha contribuição ‘gratuita’ na feitura da revista… tem um custo, sim!!! Só que essas horas, são ‘doadas’.
Assim somos todos, aqui na República do Bananão, ops, Maranhão, ops, Brasil… Aprendi, ao pertencer à uma ONG internacional – foi secretário por 15 anos, na sua filial do Maranhão – que todo trabalho tem um custo e deve ser calculado, mesmo o voluntário! É essa precificação que dá conta – ou presta conta – de quanto custou determinada ação… mesmo as voluntárias, pois para execução da tarefa, houve, sim, trabalho e esse trabalho, comutado em horas, tem um preço! É esse o preço que se paga e se deixa de receber… convertido em benefício de uma coletividade. Meu trabalho tem um preço!!! E sigo a tabela!!!
Se país civilizado, temos como precificar o trabalho voluntário, e a doação desse tempo customizado, deveria servir para abate de nosso Imposto de Rendas… desde que, claro, certificado e comprovado sua execução, e registrado através de um processo… mas como aqui é um país do faz de conta… não iria funcionar, mesmo. Mas um dia, chegaremos lá… espero viver para ver…
Da mesma forma, na conversa que tive com os dois Mestres Capoeiras – Patinho e Serginho, numa tarde agradável na Praia Grande, em um encontro fortuito – conversamos sobre a Capoeira maranhense… Patinho falava-me das dificuldades de seu novo DVD documentário e da dificuldade de editá-lo e colocar à disposição do mundo. Serginho, pensando em como, afora os afazeres de sobrevivência ‘dando’ aulas em vários colégios e atendendo ao seu projeto de vida de preservar a memória da Punga – está morrendo, professor!!! – e do Tambor de Crioula do Mestre Felipe – está acabando, professor, nossa memória está morrendo…. – na tentativa de cursar um Mestrado… ambos, e ai o trio na roda de conversas, onde me incluo, falávamos das dificuldades de um professor editar um livro… falávamos, agora, de meu livro sobre a capoeiragem – Cronica da capoeiragem -, o qual eles ainda não tiveram acesso, mesmo disponibilizado na ‘nuvem’… e quando disse-lhes que já havia sido ‘baixado’ por mais de 85 mil – sim, 85 mil!!! – pessoas, ao redor do mundo, acharam que 10.000 seria um numero já absurdo… mas os Mestres maranhenses – e brasileiros – não se deram conta da existência do trabalho, que me consumiu, já, pouco mais de 20 anos de pesquisas e atualizações… quanto tempo – e dinheiro – desperdiçados… desperdiçados? Não, pois escrevo para aprender… Patinh0o afirma que não se liga nessas modernidades, pois nem celular tem e nem sabe usar, quanto menos baixar alguma coisa da nuvem… Serginho, diz que vai buscar e depois me dar sua opinião… é assim que a roda, roda… roda de capoeira, ou como diria o Paulão, papoeira… papo sobre capoeira… aprendi mais alguma coisa, ganhei o dia…
Na conversa com Patinho, falei que ele não poderia deixar morrer a Capoeira maranhense! Herdeiro de Sapo, bem sabe que a Capoeira aqui deixada pelo Mestre não era nem Angola, nem Regional, era uma síntese de ambas, apresentada através de um grupo folclórico, que rodava o país, com Canjiquinha – Patinho diz que seu mestre, também, era Canjiquinha, além de Sapo… Sim, a capoeira que Canjiquinha/Sapo nos deixou sofre a influencia – do que chamo – das capoeiras primitivas, da capoeiragem que se praticava no Maranhão, já, de há muito; tenho indícios de que desde 1829 já se falava nas manifestações de lutas e de movimentos dos negros, pelas praças de São Luis, em locais que os negros costumavam se reunir, fruto da urbanização… Tão antiga, ou mais, que as capoeiras que se praticavam no Reconcavo – que é diferente da que se pratica em Salvador – ou da do Rio de Janeiro ou mesmo Recife… cidades portuárias, de entrada de negros e marinheiros… daí terem se desenvolvido as varias formas de lutas de defesa corporal, resultando na ‘nossa’ capoeira, inclusive, uma singular, que é a Maranhense; Sapo soube interpretar os ensinamentos de Canjiquinha e ‘ajuntar’ com as manifestações maranhenses, nas suas variadas formas – desde a Punga, a Carioca, o Tambor de Crioulo – note, crioulo, não crioula, como hoje… – e criar uma capoeira genuinamente maranhense… essa a herança… esse o registro que faço em meu livro… do universal para o local, e deste, para o universal… a capoeira maranhense sobrevivendo pelo mundo, através das diversas grifes espalhadas pelas europas… Abelha, Mizinho, agora Baé… Falamos, Serginho e eu, da contribuição da capoeira para a composição do PIB ludovicense… ficou espantado, quando fiz alguns cálculos – apresentados em monografia de graduação em Economia do curso da UFMA, sob orientação de um dos nossos mais conceituados economista, o Capoeira Felipe de Holanda, e de autoria da economista, hoje, Loreta Brito Vaz… tem, já 15 anos esse trabalho, e deveria ser atualizado, pois mais Mestres maranhenses partiram para o mundo, levando a capoeira e trazendo inúmeros estudiosos e praticantes, para visitar a cidade e seu porto de origem… produto de exportação e de atração turística, só que desconhecido pelos nossos gestores…
Continua…
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