Uns anos passados, não muitos, o Vitor Teles e o Dudu estavam promovendo o MMA/UFC no Maranhão. Era moda, naquela época, quando muitas academias daqui da terrinha começaram a oferecer além do judô, jiu-jitsu e muai-tai, as artes marciais mistas – MMA. Então resolveram ‘abrir’ uma Arena de Lutas. Na ocasião sugeri a ambos os promotores batizar sua arena de ARENA REI ZULÚ/TERREIRO TARRACÁ.
Na mesma ocasião, estava havendo ampla discussão sobre o estilo praticado pelo Rei Zulu, estilo próprio, e escrevi o seguinte:
Brazilian Jiu-jitsu X Tarracá – Qual o Melhor Estilo?
ARENA ‘REI ZULU’/TERREIRO TARRACÁ – minha sugestão…
Fotos: a familia Leite, precursora do judô e do jiu-jitsu no Maranhão, anos 60… na primeira, vê-se o campeão de judô Saito…
REI ZULU dando entrevista a Mauricio Krubusly – me leva Brasil
Tenho acompanhado o empenho do Vitor Telles e do Dudu em organizar uma competição de MMA aqui na terra do Rei Zulú. Chamei atenção de ambos, dias passados, sobre os comentários que estavam acontecendo no mundo da UFC sobre o estilo de luta Tarracá, em contraposição ao Brazilian Jiu-Jitsu.
[…] ladies and gentlemen, let me introduce you to…Tarracá. It was used by a Vale Tudo fighter who called himself “Rei Zulu” in the early 80´s here in Brazil; he kicked (better yet, throwed around) quite a few asses before getting tapped out by Rickson in 1984 – in www.bullshido.net
O que é o TARRACÁ? O que se sabe? Apenas aquilo que o Prof. Mayrhon coloca, em mensagem: 1. uma luta indígena praticada em comunidades ribeirinhas; 2. uma manifestação lúdica, uma brincadeira comum entre pescadores da região (Baixada); 3. luta praticada na Baixada que foi “popularizada” pelo Rei Zulú.
MMA (Mixed martial arts – artes marciais mistas), O REI ZULÚ E SEU ESTILO DE LUTA – O ‘TARRACÁ’
Buscar a origem – do “Tarracá”, é partir da referência ao Rei Zulú, ao moderno movimento das lutas corporais, hoje corporoficadas na sigla MMA – as artes marciais misturadas modernas com suas raizes em dois acontecimentos: o vale-tudo no Brasil, e o “shoot wrestling” japonês.
O vale-tudo começou na terceira década do século XX, quando Carlos Gracie, um dos fundadores da luta marcial brasileira Gracie Jiu-Jitsu, convidou cada competidor de modalidades de luta diferentes. Isso era chamado de “Desafio do Gracie”. Mais tarde, Hélio Gracie e a família Gracie e principalmente, Rickson Gracie, mantiveram este desafio que passaram a se dar como duelos de Vale Tudo sem a presença da mídia.
WingChun Lawyer se posiciona, em sítio dedicado ao MMA: I am afraid I have no more hard data on Zulu. He fought basically relying on his impressive strength, and I was told he managed to throw Rickson out of the ring a couple of times before being submitted.[…] Mainly what I find online are posts on messageboards with no more useful or reliable information, either in english or in portuguese. I thought this was an interesting subject because, well, it DOES seem like Tarracá was created from scratch – Rei Zulu´s boxing skills are really weird, his moves are strange, and it does look rough – although some of his throws would make many a judoka envious. […] I only know he claims to have created Tarracá from scratch because I found a very short interview on a blogspot, apparently he still fights and runs a gym where he teaches Tarracá. (Eu tenho medo que eu tenho não mais dados concretos sobre Zulu. Ele lutou basicamente depender de sua força impressionante, e foi-me dito que ele conseguiu lançar Rickson fora do ringue um par de vezes antes de serem apresentados. Principalmente o que eu encontrar on-line são posts no fórum com informações úteis ou não mais confiáveis, em inglês ou em português. Eu pensei que era um assunto interessante porque, bem, ele parece que Tarracá foi criado do zero – Rei Zulu´s habilidades de boxe são realmente estranhas, seus movimentos são estranhos, e olhar áspero – embora alguns dos seus lances faria muitos uma judoca invejosos. Só sei he afirma ter criado Tarracá do zero porque eu achei uma entrevista muito curta sobre um blogspot, aparentemente ainda luta e executa um ginásio onde ele ensina Tarracá.)
Rei Zulu ficou famoso por desafiar lutadores do Brasil e de outras partes do mundo. Após 17 anos de competição estava invicto após 150 lutas (década de 1980). Rei Zulu lançou um desafio à família Gracie para ver quem era o melhor lutador de Vale Tudo de toda a nação. Em entrevista – antes da primeira luta contra Rickson Gracie (1980) -, disse que “seria mais um freguês de pancada e que não se preocupava com a alimentação antes da luta, pois “comia até ferro derretido”.
Rei Zulu é considerado por Rickson Gracie o mais difícil oponente com quem já lutou: […] nos anos 80, Rickson travou cerca de 231 combates (nacionais e internacionais), e afirma ter sagrado-se vencedor em todos por finalização. No Brasil, a rivalidade entre o Jiu-Jitsu e a Luta Livre era tamanha, que houve a necessidade de se provar ao público, qual arte marcial e lutador era superior, assim, foi organizada uma luta entre Rickson e o temido Rei Zulu, com isso, após Rickson Gracie vencer por duas vezes o grande Rei Zulu (que estava no auge e há 150 lutas invicto), nunca mais teve desafiantes a altura enquanto lutou.( http://pt.wikipedia.org/wiki/Rickson_Gracie) In (http://www.bullshido.net/forums/showthread.php?t=51830&page=3 (grifos nossos)
Rei Zulú é a maior referencia do “Vale Tudo” no/do Maranhão. Nascido Casimiro de Nascimento Martins, em 09 de junho de 1947 é um lutador de Vale-Tudo: “criado em Pontal, no interior do Maranhão. Lá, aprendeu a Tarracá, luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região. Como seus 17 irmãos, nunca freqüentaram a escola. Cresceu forte e brincalhão. Aos 14 anos, mudou-se com a família para a Vila Ilusão (sic), na Ilha de São Luís.” (LAROCHE, 2010) (grifos nossos). O Rei Zulu tornou-se famoso também pelas caretas que faz enquanto luta. Ele diz que as caretas são para mostrar que está feliz por estar ali. Nunca freqüentou academias de musculação, mas desenvolveu um estilo de luta próprio, e realiza seu treinamento físico diariamente com pedras pesadas, pneus, marreta e diz não gostar de freqüentar academia, por isso treina no quintal de casa: empurrar paredes, lançar pedras com mais de 5 Kg a grandes distâncias, correr entre arbustos, levantar carroças com pedras e andar com uma corda no pescoço puxando dois pneus eram instrumentos utilizados em seu arcaico treinamento. Possuía uma força naturalmente descomunal.
http://forum.portaldovt.com.br/forum/index.php?showtopic=126140
É pai do também lutador Zuluzinho. Em entrevista (Budo International, Blackbelt) Zuluzinho enumera seu jiu-jítsu (faixa-roxa) e Vale Tudo, afirma ter aprendido Tarracá com seu pai, responsável pelo método de treinamento utilizado pelo lutador em todos esses anos.
Rei Zulu nunca praticou artes marciais, desenvolveu seu estilo próprio que se aproxima de brigas de ruas: Eu só sei que ele afirma ter criado Tarracá a partir do zero, porque eu encontrei uma entrevista muito curto em um blogspot, aparentemente, ele ainda luta e corre uma academia onde ensina Tarracá. (WingChun Lawyer)[ http://www.bullshido.net/forums/showthread.php?t=51830&page=3
Havia em São Luís do Maranhão uma “arena de lutas”, denominada de “Terreiro Tarracá”, no Bairro do João Paulo, onde era disputado um campeonato semanal de Vale Tudo, conforme se vê em “O encontro de Magapi com Rei Zulú”: 1997 São Luis – MA – tem uma faixa lá no João Paulo (bairro) chamando as pessoas para assistir o (pásmem!!!) semanal campeonato de vale tudo do Tarracá e dizendo que o Rei Zulú vai lutar movimentadas com uma média de 3 minutos para cada uma […] nesse local tinha luta todo final de semana mesmo […] Era um sábado, o local era escuro, a entrada era R$5,00 e no programa estavam confirmadas 6 lutas. O nome do local é Arena do Tarracá ou Baixada do Tarracá. MAGAPI, Marc “O encontro de Magapi com Rei Zulú” disponível em http://magatown.br.tripod.com/antigas.htm; Ver também http://www.sherdog.net/forums/f2/closed-door-underground-fights-389143/
As it happens with natural opponents, luta livre absorbed elements from jiu-jitsu as well, just as jiu-jitsu absorbed elements from luta livre in the process of becoming “BJJ”. Many jiu-jitsu experts fought professionally in the pro-wrestling context. Among some of the fighting cultures present in the Brazilian context having some impact upon Brazilian luta livre, we may consider huka-huka wrestling (from the Amazonian indigenous people), marajoara wrestling (practiced on the sands of the Marajó Island), tarracá (practiced at Maranhão) and capoeiragem (especially from the tradition practiced in Rio de Janeiro). As some early experts came from the “Graeco-Roman” wrestling context, luta livre also received some of its influence. (Notes on the History of Brazilian Luta Livre)(grifos nossos). in http://www.facebook.com/topic.php?uid=136381899755284&topic=70 (“Como acontece com os adversários naturais, Luta Livre elementos absorvidos do jiu-jitsu, assim, como jiu-jitsu elementos absorvidos luta livre no processo de tornar-se “Bjj”. Muitos especialistas do jiu-jitsu lutaram profissionalmente no contexto pro-wrestling. Entre algumas das culturas de luta presentes no contexto brasileiro, tendo algum impacto sobre a luta livre brasileira, podemos considerar wrestling huka huka (dos povos indígenas amazônicos), marajoara wrestling (praticado nas areias da Ilha do Marajó), tarracá (praticado no Maranhão) e capoeiragem (especialmente a partir da tradição praticada no Rio de Janeiro). Enquanto alguns especialistas mais antigos vieram do “greco-romano” wrestling contexto, a luta livre também recebeu algumas de suas influências”)
Mestre Baé – da Federação de Capoeira – me responde e informa sobre o “ATARRACAR” em correspondência eletrônica: Recebi seu Email, Com relação ao tema ATARRACAR; posso lhe adiantar o seguinte: desde criança tenho ouvido falar,assim como quase todos que também como eu sou da Baixada maranhense, grande parte da minha família é de Viana, Penalva, e Municípios vizinhos. Minha família sempre foi voltada para criação de gado e pescaria no interior, quando éramos crianças sempre a gente se atarracava um com o outro na beira do curral ou do rio e até no campo para ver quem era melhor de queda e isso porque a gente via os mais velhos fazerem também ,meus avós e tiso/avós falavam que isso sempre existiu o nome ATARRACAR e conhecido em vários interiores do Maranhão mas nunca ouvir dizer que era uma LUTA ou eu tenho lido algo afirmando ser luta, sempre foi o nome dado a forma de nos pegarmos para dar uma queda no outro em um corpo a corpo mais nunca foi denominado como luta até porque era baseada mais na força física e jeito de cada um pegar e arremessar o outro no chão através de uma queda.Luta pelo que eu tenho conhecimento possui técnica, bases, nomenclatura de movimentos, regras e etc..
Então, é uma tradição na Baixada, uma forma de movimento agonístico, em forma de luta, conforme Baé guarda em suas memórias. Este Mestre Capoeira não considera aquela brincadeira como luta, dado seu conhecimento da Capoeira, e sua sistematização.
Em outra correspondência, recebida de Mestre Marco Aurélio, em que indaguei sobre a busca da origem do “TARRACÁ”, estilo de luta livre (hoje seria MMA) adotado pelo lutador maranhense Zuluzinho, que aprendera com seu pai, o Rei Zulú; Zulu, criado em Pontal, no interior do Maranhão, onde aprendera uma luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região: o Tarracá: Quanto ao Atarracado, desconheço sua presença no centro-sul do Maranhão, apesar de poder haver, mas é uma prática muito comum no centro-norte, pelo menos na região do Pindaré e na Baixada, nesta última, pelo que já ouvi de alguns capoeiras originários daquela região das águas falarem-me a respeito. No que diz respeito à sua presença na região do Pindaré é fato, pois eu mesmo a praticava bastante, tendo sido ao longo do tempo, na qualidade de menino, e aí vai até meus doze (12) anos, a base de tudo o que sabia nas minhas ”brigas de rua”. Apesar de ter nascido em São Luís, me criei, desde bebê, até os sete (07) anos de idade, na cidade de Pindaré-Mirim, outrora, Engenho Central, e em sua origem, Vila São Pedro. Como toda criança ribeirinha, as brincadeiras eram em torno do rio, dos lagos e igarapés, ou então nas várzeas, e aí, não faltavam os embates.
Lembro-me que a minha afinidade com a prática era bastante estreita, talvez, por desde pequenino ter sido corpulento, de maneira que não era muito afeito à briga “corpo fora”, como se dizia, mas, mais no “atarracado“, ou “corpo dentro”, o que se dava a partir de uma cabeçada. A ponto de quando ousava me aventurar pelo “corpo fora”, na maioria das vezes saía perdendo… Foi na Capoeira, que fui aprender o embate, digamos, “corpo fora”, a partir da ginga, de peneirar… – por favor, deixo claro que “corpo fora” e “corpo dentro”, não é nem um tipo de modaliade de luta, mas somente para fins, talvez, de didática, consoante dizíamos no interior.
Quanto à origem do Atarracado – Tarracá -, Mestre Marco Aurélio diz: […] não sei afirmar, se indígena ou africano, quiçá, até mesmo européia, nesta senda, somente pesquisando-se para buscar referências. Posso afirmar, no entanto, o que não quer dizer que a priori seja africana, é que tive oportunidade de ver, em um evento internacional de lutas de origem africana, em Salvador/BA, em 2005, quando levamos daqui, a “Punga dos Homens”, uma prática que existe rasteiras e desequilibrantes, no tambor de crioula, um pessoal de Angola/África, apresentar a Bassúla, uma luta, a despeito de alguns golpes diferentes, muito semelhante ao Atarracado, pois imediatamente, quando vi os angolanos praticando-a, eu achei bastante parecida com o Atarracado, impressão esta, também denunciada pelo Mestre Alberto Eusamor, que lá estava comigo, assim como tantos outros, representando o Maranhão.
No que diz respeito a uma influência indígena direta, e que é uma brincadeira da região do Pindaré e, acho, da região Norte como um todo, é o “Cangapé”, uma espécie de rabo de arraia e outros molejos que se pratica lançando-se para cima do contrário, na água.
Em outra mensagem eletrônica, Mestre Marco Aurélio acrescenta: Falei de como o atarracado tem semelhança com a Bassúla, luta de um país africano (Angola) e, no entanto, não me lembrei, na oportunidade, de falar de uma luta de origem indígena, o que se faz necessário, para ponderarmos, trata-se do Uka-Uka, um embate indígena, que consiste em fazer com que o contrário ponha um dos ombros no chão, hoje, ocorrente durante o “Quarup” um grande evento-cerimonial existente entre os povos do Alto-Xingú. Mas poderiam perguntar o que uma prática existente entre povos indígenas do Alto-Xingú tem a ver com uma prática ocorrente no Maranhão? Segundo Roberto da Mata, desculpem-me não dispor da referência bibliográfica, os povos Krahô e Xavante saíram em uma corrente migratória, a partir do Maranhão, para onde se encontram hoje, respectivamente, Tocantins e Alto-Xingú. Daí há de notar-se que o Maranhão em razão de ser banhado por inúmeras e grandes bacias hidrográficas era e é um celeiro de alimentos, o que deve ter sido berço de inúmeros povos indígenas, entre atuais, extintos e migrantes. Talvez, esse berçário, para os que possuem uma visão míope, e consideram que o maranhense tenha uma cultura ”preguiçosa” é por desconhecerem exatamente esse manancial de alimentos que é e, que outrora, tenha sido ainda mais.
Em resposta ao Mestre Marco Aurélio, coloquei que o Xavante é originário do Maranhão, forçado a migrar, indo para os lados do Tocantins, subiu o Araguaia, se estabelecendo na Ilha do Bananal, forçado pelas ‘guerras justas’ do período colonial. As frentes de penetração, mais modernas, têm forçado essas migrações. É um fato histórico. Sobre o Uka-uka, andando por esses interiores, fui encontrar em Carutapera o estilo ‘onça pintada’, introduzido na região por um mestre paraense – Mestre Zeca – baseado em luta de antiga tradição marajoara – o agarre marajoara; lembrando que muitas das nações indígenas que se estabeleceram na Ilha do Marajó foram ‘desterradas’ do Maranhão durante o período colonial; inclusive, há certa semelhança entre as cacarias encontradas nas estearias do lago Cajari com motivos marajoaras: Já retornei de Caratupera, região do Alto Turi, fronteira com o Pará… conversei com alguns capoeiras da área – Caratupera e Maracassumé – que estão ligados ao Pará, através do Mestre Zeca… não consegui informações, ainda, sobre a “capoeira carioca”, pois, muito jovens não conhecem a história da região. Turiaçu fica bem próximo de Carutapera, na mesma região do Turi. O grupo de Carutapera denomina-se ACANP – Associação Capoeira Arte Nossa Popular – fundada por Mestre Zeca, de Belém do Pará – Jose Maria de Matos Moraes (33 anos). A ACANP é filiado da Federação Paraense de Capoeira; o estilo praticado é o “Angola com Regional”, estando desenvolvendo, em Maracassumé, e introduzindo em Caratupera, o estilo desenvolvido pelo Mestre Zeca, que denominam de “Onça Pintada” – que seria uma fusão da Regional com o Agarre Marajoara. De acordo com Álvaro Adolpho, de Belém do Pará, ex-diretor do Departamento de Educação Física do Pará, o “Agarre Marajoara” é uma luta desenvolvida pelos índios da Ilha do Marajó – que guarda uma certa semelhança com o Uka-uka – havendo registro de sua pratica ha mais de 300 anos. De acordo com o Prof. Álvaro, talvez seja a primeira luta-esporte com registro de sua pratica no Brasil.
Além da correspondência do Marco Aurélio, recebo outra, do Javier, desde as Astúrias/Espanha, indicando um sítio, da Biblioteca da Federação Internacional de Capoeira – FICA, da qual é Presidente -, em que aparece uma luta semelhante à que o Rei Zulu e Zuluzinho praticam – o tal estilo Tarracá -, disponível em vídeo do link anexo: E “Batuque duro” do Kalahari -1930.
Rei Zulú, que praticava o que denominou de “tarracá” em sua infância, como atividade corriqueira, jogo/luta de sua infância, e dada suas características físicas, em um dado momento, ainda no quartel, vale-se de ambas – a forma de ‘luta’ e a força – para conquistar um espaço, que vem a se tornar uma profissão. Para justificar seu estilo peculiar – força bruta – e por não ‘pertencer’ a uma escola do então Vale Tudo, ‘inventa’ a tradição de luta aprendida dos índios, TARRACÁ – atarracar, segundo Baé, ou atarracado, segundo Marco Aurélio – que vai se constituir em um estilo – maranhense – disseminado tanto por Zulu, em suas investidas no mundo da luta livre pelo mundo afora, como por seu filho Zuluzinho, quando coloca que seu estilo fora criado por seu pai – quem o treinava – e se chamaria ‘Tarracá’, de tradição indígena e negra, maranhense… Aguardemos a continuidade da pesquisa, a ser feita pelo Prof. Mayrhon José Abrantes Farias, do GEPPEF-UFMA, que provocou essa curiosidade, indo direto às fontes: Rei Zulu e Zuluzinho.
Senhoras e senhores, permitam-me apresentar-lhe… Tarracá. Ela foi usada por um lutador Vale Tudo que se autodenominava “Rei Zulu” no início dos anos 80 aqui no Brasil, ele chutou (melhor ainda, jogou cerca de) um grande bundas poucos antes de começar batido para fora por Rickson em 1984.)
in http://www.bullshido.net/forums/archive/index.php/t-51830.html
Bom, Vitor e Dudu… se voces chegaram até aqui, conhecem agora a História do Vale-Tudo do Maranhão e seu principal expoente. Permita-me sugerir a vocês que façam uma homenagem ao Rei Zulú. Mais, que dêem o nome de ARENA REI ZULU/TERREIRO TARRACÁ. Prestem essa homenagem e chamem atenção para a importancia do Maranhão nesse novo mundo do esporte/competições de lutas, e que voces estão recriando,agora, no Maranhão…
Algumas lutas de Zuluzinho: http://www.youtube.com/watch?v=2RZtRfylWqA; http://www.youtube.com/watch?v=twbmb_i5YNk LAROCHE, Marília de. “Conheça Rei Zulu e Zuluzinho, os lutadores do Maranhão, disponível em http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_13/2010/11/15/ficha_ragga_noticia/id_sessao=13&id_noticia=30972/ficha_ragga_noticia.shtml e em http://forum.portaldovt.com.br/forum/index.php?showtopic=126140
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rei_ZuluC
Carlos Gracie (Belém, 14 de setembro de 1902 – 7 de outubro de 1994) foi um mestre do Jiu-Jitsu no Brasil. Filho de Gastão Gracie e aluno de Mitsuyo Maeda, ele é considerado o criador do sistema de luta marcial brasileira Brazilian Gracie Jiu-Jitsu (BJJ) e o precursor de todos os lutadores que tornaram a família Gracie mundialmente famosa. Seu aluno mais famoso é o irmão mais jovem, Hélio Gracie. (In http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Gracie)
Jiu-jitsu brasileiro ou Gracie jiu-jitsu – é uma luta marcial brasileira e estilo de jiu-jitsu desenvolvido pela família Gracie, que tornou-se a forma desse esporte mais praticada no mundo.
Rickson Gracie (Rio de Janeiro, 20/11/1958) é um artista marcial praticante do Jiu-Jitsu Gracie (ou Jiu-Jitsu Brasileiro) e ex-lutador de MMA e vale-tudo. Atualmente mora nos Estados Unidos e é conhecido mundialmente. Possui 487 lutas entre desafios de Vale tudo, MMA, Torneios de Jiu-Jitsu, Sambô e Luta livre, e afirma ter vencido todas por finalização. (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Rickson_Gracie)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciais_misturadas
Mestre Baé – FECAEMA – Federação de Capoeira do Estado do Maranhão. Mestre/Presidente do Grupo Candieiro de Capoeira Ver Orkut;Mestre Baé ou baecapoeira@hotmail.com
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. In Blog do Leopoldo Vaz, disponível em: http://colunas.imirante.com/platb/leopoldovaz/2011/03/22/em-busca-do-elo-perdido-historiamemoria-da-educacao-fisica-nodo-maranhao/
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Notícias do Maranhão in JORNAL DO CAPOEIRA – 05/06/2005 – disponível em – http://www.capoeira.jex.com.br/noticias/capoeira+maranhao+agarre+marajoara
Rickson Gracie, em recente entrevista, declarou que só teve medo, até hoje,de um lutador: Rei Zulú, do Maranhão!!! e de seu estilo singular de luta, a qual denominou de Tarracá.
dom, 25/09/11 por leopoldovaz | categoria A VISTA DO MEU PONTO
ComentáriosPor Rafael Alves
Pelo que observei o Tarracá é uma luta de cultura indigena, que vem sendo praticado há muitos anos. Acho que não podemos definir assim o melhor estilo e sim nos alegramos que temos estilos de lutas que podem ser consideradas os melhores do mundo, seja ela cultural ou com um intuito para um campeonato, etc. O jiu-jitsu brasileiro que veio pra o Brasil pela família Gracie e um estilo único e diferente de se lutar ou praticar. O tarracá uma luta indigena, cultural que tem suas regras, sua importância para os índios e povoado aos arredores, tem um história por parte disso, pode até sido uma base de um estilo de luta para surgir outra como no caso do Schwingen, que é um estilo suíço de wrestling que tabém lembra um pouco o sumô. Ficamos agraciados por isto e temos que nos orgulhar e manter estas tradições, seja ela indigenas, seja ela trazida por outros povos, mantendo um padrão bem ao estilo brasileiro de ser.
Por Fernando Ferreira da Silva
Segundo o que constatei ao assistir algumas lutas de Tarracá, sendo realizadas pelo lutador de nome Rei Zulu, creio que não podemos definir o melhor estilo de luta, pois como podemos notar cada estilo de luta possui seus pontos fortes e pontos francos, sendo impossível considerar um estilo de luta como perfeito, embora pelas lutas que assisti pude notar até alguns pontos em comum entre essas duas modalidades de luta, como a luta sendo levada para o solo que é muito comum no Jiu-jitsu e o uso de algumas chaves em articulações, o que também é muito comum no Jiu-jitsu..
Por Gustavo Ribeiro
Na verdade Casimiro de Nascimento Martins, conhecido por Rei Zulu, nunca praticou luta alguma pois primeiramente falou que aprendeu a luta no exececito lutando Boxe. Em seguida falou que lutava Tarracá. Depois falou que lutava abafa. Mais podemos ve no seu estilo de luta que o mesmo nunca lutou. Ele treinava segundo ele próprio em casa carregando pedra e empurrando parede. Depois falou que lutava abafa uma luta indígena. Mais podemos ve no seu estilo de luta que o mesmo nunca lutou. Ele treinava segundo ele próprio em casa carregando pedra e empurrando parede. Ele não tinha estilo algum pois quando seu filho foi luta Vale Tudo o mesmo teve que aprende com Ricardo “Bull Dog” a luta Jiu Jitsu. Vemos em vários confrontos que Zulu não sabia luta como na luta contra Enson Inoue no Shooto-Reconquista 2 e contra Wellington Dourado Ginásio Verdão: Evento Independente no Piau. Na primeira apanhou e nem esboçou reação na segunda foi apenas empurrado por Wellington Dourado sem nada fazer. Felizmente o Maranhão contra com grandes lutadores como James Adler, Claudionor Fontinelle, Alexandre Breck, Adilson Costa Ferreira Blidado,Carlos Buiu, Handerson Martins, João Carvalho entre outros.
Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
Recentemente – após a derrota primeira, e ante anuncio de sua volta – Anderson Silva colocou, em entrevista, que estava se aperfeiçoando no estilo de luta Tarracá, do grande Rei Zulu. Ainda, como coloquei, estava havendo uma ampla discussão – na Ásia – sobreb o Tarracá, haja vista que Anderson se comportava, ante os adversários, de maneira debochada, fazendo – como se dizia de Zulu – maquaquices… aquelas provocações, com as mãos abaixadas, sorrindo, ‘debochando’ do adversário, movimentando-se no ringue e ‘chamando’ o advrsário, com o intuito de o distrair, abrir a guarda, ao reclamar ao árbiutro da luta, daquele comportamento, digamos, até, antidesportivo… e ai ele atacava…
Vemos, em algumas formas de lutas praticadas em África essem comporrtamento, e segundo alguns pesquisadores, de agi9r como determjinados animais, imitando-os – ao que me parece em algumas modalidades de artes marciais asiáticas também aparece essa forma, de imitação de animais… Há um video, na realidade, filme, de uma roda em que os contendores agem da mesma forma que Zulu, filmado na decada de 50; Zulu, por ser bronco, certamente não tinha conhecimento, pois somente depois dele que se começou a achar semelhanças nas formas de lutas ancestrais africanas e com as formas indigenas marsanhense.
Refiro-me, ainda, ao Aku-Aku, dos xavantes, à Maluta, açoeana, trazida para o Maranhjão ainda no periodo colonial, e que ainda é praticada no interior, em especial na baixada ocidental, região em que Zulu nasceu… consistia em agarrar o adversário e o imobilizar no chão… de certa forma também parecida com o sumô… e o agarre marajoara, também tradicional, na região para aqueles lados… enfim, pelos contatos dosm indios, com negros e açoreanos, Zulu certamente viu, melhor, conheceu essas formas, e brincou de agarre, atarracar, tarracá em seu linguajar… unindo o boxe que aprendera no quartel, as formas de lutas da infancia e a oportunidade de aparecikmento do vale-tudo, criou seu proprio estilo de luta – se podemos assim determjinar – e que hoje está sendo estudado como eficiente, mais que o jiu-jitsu, dado as declarações do Gracie e do Anderson …
Rei Zulu vive!!!
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