RIO 2016, CARVALHINHO E FREITAS DO PEDAL, QUESTÃO DE JUSTIÇA.
Hamilton Raposo
O Brasil vive a expectativa das olimpíadas (Rio – 2016) e como tudo que é feito no Brasil, sempre vai aparecer os portadores da síndrome do cachorro vira-lata. Não tenho a menor dúvida que faremos a melhor e mais bonita olimpíadas de todos os tempos, assim como fizemos a melhor copa do mundo.
Aqui no Maranhão já tivemos fantásticos ufanismos no esporte, mobilização em todo estado para torneios únicos, com a cara do maranhense e a empolgação própria de outros tempos.
O Torneio Início para o Campeonato Maranhense reunia o melhor do futebol maranhense, as equipes quase todas formadas por jogadores “prata da casa”, disputavam no Estádio Santa Isabel, a partir das 14 horas, sem nenhuma reclamação do calor e muito menos do sol, uma verdadeira guerra futebolística. Times como o Vitória do Mar, Ícaro, São José, Tupã, Nacional e os tradicionais Sampaio, Moto e Maranhão lutavam sem nenhuma reclamação climática ou quanto as condições do campo de futebol. A torcida acomodava-se como podia na barreira ou na pequena arquibancada. Vanlume, Salgado e Vieira apitavam e comandavam o espetáculo e não havia nenhuma separação entre torcida e o campo de futebol, acho que o Santa Isabel foi a primeira arena do Brasil.
O Torneio Intermunicipal era a maior festa do futebol amador e sempre comparecia acompanhado pelo meu pai. Tínhamos as nossas seleções preferidas, geralmente os interiores de nossa origem familiar ou de onde minha família morou, por isso torcíamos por Caxias, Buriti-Bravo, Bacabal, Pedreiras e Coroatá. A minha seleção preferida era a de Caxias por causa da minha mãe. Era um torneio disputado com a intensidade de uma final da Euroliga ou da Copa dos Campeões, o glamour estava nos atletas, ou melhor, na identificação dos atletas, assim tínhamos: marreco, feição de rato, cabeça, carapuça, pé de breque, segura no meu calção, lindoso e puxa de uma. Todos ídolos e famosos e o melhor exemplo da singularidade destes jogadores era pé de breque que batia uma falta estilo “folha seca” que Cristiano Ronaldo jamais vai conseguir algo igual.
Outra lembrança do espirito olímpico maranhense era a corrida de São Silvestre e a corrida da fogueira, ai temos o melhor atleta de corrida rústica de todos os tempos, o genial e inigualável Carvalhinho. Este atleta era capaz façanhas nunca vistas no esporte, e geralmente quando ultrapassava a linha de chegada, Carvalhinho continuava correndo e seguia o rumo de sua residência correndo e algumas vezes não recebia o merecido prêmio, ela não parava de correr.
Entretanto nada supera os recordes do ciclista Freitas do Pedal, o meu amigo de infância Antônio Raimundo, vencedor de maratonas de resistências insuperáveis e se hoje ainda estivesse na ativa estaria no Guinness Book ou conduziria a tocha olímpica na abertura da Rio - 2016. Freitas do Pedal merece um reconhecimento mundial. A única vez que Freitas do Pedal sucumbiu em uma prova, foi devido um cachorro quente consumido em uma competição, ele não resistiu as cólicas intestinas.
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