Sampaio Corrêa – bola quadrada e murcha já preocupa
Fazia tempo não ia ao Castelão. A necessidade de fazer uma análise futurística sobre o meu “Alvinegro de Porangabuçu” e a possibilidade de rever alguns amigos – incluindo os daqui, me motivaram a sair de casa e enfrentar algumas atitudes ainda amadoras dos gestores do futebol maranhense.
O acesso “facilitado” (em todos os sentidos) e aparentemente gratuito num local que se pretende fazer futebol profissional, pensava eu que tivesse mudado. Nada mudou. Pessoas entram aos magotes, com carteiradas, sem carteiradas e, com certeza, sem o “bilhete” que dá direito ao acesso. Mas isso aí já é outro assunto.
No campo, o jogo. O calor das 16 horas é criminoso! A inércia e a aceitação de “tudo que a CBF quer”, nos leva a imaginar que exista algo indo para debaixo do tapete. Sindicatos e associações ligadas à prática do futebol não podem ser tão inoperantes. Nas cadeiras, para o torcedor que está sentado à sombra, a sensação térmica é superior a 40 graus. Imagine para quem está jogando, vindo de uma viagem não tão boa, noite anterior mal dormida, alimentação diferenciada por conta do regionalismo. Há que se fazer alguma coisa.
Com certeza, por conta desses desajustes, a parte técnica é visivelmente prejudicada – embora o futebol que se pratique hoje no Brasil seja uma merda. Foi isso mesmo que eu quis escrever: uma merda!
Jogador que se imagina “profissional” não pode cometer tantos erros. O cara só faz isso. Não tem o direito de errar tanto, fazer tantas bobagens, não ter noção de espaço, de tempo da bola e de outros itens que acabam somando no resultado geral e, levando à má qualidade, que vai afastar o torcedor (os pagantes – pois, de graça, há quem tome até injeção na testa) dos estádios.
O Sampaio Corrêa, mergulhado numa crise interna sem fim, entrou em campo parecendo um leão branco em extinção que enfrenta o predador, e ao final do primeiro tempo só não tomou um solavanco maior, por que o Vovô também estava de bengala numa das mãos e uma língua que mais parecia uma gravata vermelha.
Ora, dos 18 pontos disputados, sendo 9 nos seus domínios, o representante maranhense conquistou apenas 1. Unzinho para fazer a mistura da juçara com camarão seco. Ficamos imaginando nos primeiros minutos que, tivesse entrado o tricolor de São Pantaleão desde os primeiros minutos com a formação que terminou o jogo e com aquele calor insuportável para um ser humano, teria alcançado um placar mais dilatado, impondo a certeza da impossibilidade da virada aos cearenses. A partir do vigésimo minuto do segundo tempo, o que acabaria impondo as mudanças físicas – mas não táticas! – o Sampaio Corrêa, literalmente, “morreu”.
A derrota em casa – mais uma – acaba distanciando ainda mais o oásis que o elenco tricolor está procurando no deserto. Sem descanso adequado e provavelmente sem treinamentos para tentar corrigir as falhas (muitas!!!!!) apresentadas, a delegação já deve estar enfrentando problemas com viagem por conta das escalas aéreas nos céus brasileiros para enfrentar na noite dessa terça-feira, 7, o difícil CRB. Fica difícil acreditar numa recuperação total até a décima-quinta rodada. Isso, por que não se pode esquecer que, os clubes que estão na mesma situação dos maranhenses, também estão brigando pela recuperação.
Mas, tanto no frágil Sampaio Corrêa quanto no ainda desentrosado Ceará Sporting, o que se viu foi a repetição da inacreditável forma de jogar adotada por quase todos os clubes brasileiros: muita marcação com faltas que denunciam a falta de qualidade e inteligência dos próprios jogadores e um excesso imperdoável de passes laterais e para trás. Um exagero!
É comum e já se tornaram marcas registradas, essas duas jogadas: desde o grande círculo que divide o campos em dois, volantes e/ou meias atrasarem a bola para a defesa ou para o goleiro, quando têm a obrigação de tentar jogadas verticais na direção do gol adversário; a outra, prenhes das orientações idiotas de alguns treinadores, ainda que estejam com a bola dominada na meia-lua da grande área adversária, em vez de desferirem o chute ao gol como faziam Rivelino, Quarentinha, Zico, Éder e tantos outros, eles preferem passar a bola para os laterais que estão avançando, mas sem qualquer ângulo para tentar o chute, para que esses façam o cruzamento do fundo. Para que e para quem, nunca conseguimos descobrir. Isso sem contar que, na maioria das vezes, o “cruzamento” feito por um jogador profissional que treina quase todos os dias e ganha milhares de reais para fazer a coisa certa, passa quase sempre por cima de todos que estão na grande área.
É o futebol maranhense (e brasileiro)!
A bola está quadrada e murcha. E olhem que acabamos de perder Gojoba e Alencar, ambos com “Doutorado” na brincadeira de jogar bola.
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