Estudos do Diesporte- Diagnóstico Nacional do Esporte.
Sedentarismo no Brasil em comparação com outras pesquisas realizadas em outros países.
Ailton Oliveira ( UFS) ; Antonio Mussino (Sapienza de Roma -Itália) e Ministério do Esporte
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Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 9 de Outubro de 2016 às 15:53.
Uma pesquisa do Ministério do Esporte apresentada nesta quarta-feira na Casa Brasil apontou que 45,9% dos brasileiros são sedentários. O dado é o último levantado pelo Diagnóstico Nacional do Esporte, que tem o objetivo de ampliar e detalhar as informações sobre a cultura esportiva no país e de incluir o esporte no cotidiano dos brasileiros
» 50,4% dos praticantes de esporte são mulheres
Entre os praticantes de esporte (54,1%), as mulheres têm leve vantagem: 50,4%. Foram considerados sedentários os entrevistados que declaram não ter feito nenhuma atividade física em 2013, no universo de 8.902 entrevistas domiciliares. Além do perfil dos praticantes de esportes, o diagnóstico investigou mais três grandes variáveis: a infraestrutura, o financiamento e a legislação.
"O Brasil estava desprovido de dados. Os países europeus fazem um trabalho há mais de 20 anos para saber exatamente qual é o perfil de praticantes e sedentários. Fizemos uma rede de seis universidades federais. O ponto de partida foi entender o grau de desenvolvimento do esporte no Brasil", explicou Cássia Damiani, à época diretora do Departamento de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte. A parceria foi realizada com as universidades federais do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Goiás, do Amazonas, de Sergipe e da Bahia. A pesquisa foi coordenada pelo professor Ailton de Oliveira, da Universidade Federal de Sergipe.
Foto: Rafael Azeredo / Casa Brasil"Nós detectamos que quanto menor a escolaridade, menor é a prática esportiva. Apresentamos também a questão do abandono. A entrada no mercado de trabalho ou na universidade está levando o jovem a abandonar a prática esportiva. Precisamos repensar também a política de trabalho. São informações que precisam ser debatidas", disse o pesquisador.
A estudante Ana Carolina Costa não pratica qualquer atividade física e aponta a falta de tempo como o principal obstáculo para deixar o sedentarismo: "Já tentei fazer Muai Thai, mas era mais por estética. O horário não bate. Tenho vontade de voltar, mas acho que 24 horas é pouco para um dia", contou.
Já o contador Rafael Simão, que joga futebol e faz musculação, listou benefícios da prática esportiva: "Além da saúde, sinto a disposição, a tranquilidade. Sem praticar me sinto cansado. Recomendo e vou continuar praticando", garantiu.
Equipe Casa Brasil
Por
Roberto Affonso Pimentel
em 10 de Outubro de 2016 às 12:44.
Leopoldo,
Peço desculpas por tomar a postagem acima como modelo para algumas observações a respeito da interpretação de estatísticas. Pode ser que em compartilhando conhecimentos, todos nós nos beneficiemos e dúvidas sejam esclarecidas.
Justifico-me: tenho como livro de cabeceira uma “obra prima”, qualificação oferecida pelo jornal Financial Times. Tem como título Rápido e Devagar, duas formas de pensar, de Kahneman Daniel, prêmio Nobel em Economia. Em suma, o autor apresenta uma visão inovadora sobre como nossa mente funciona e como tomamos decisões.
Esclareço que não ponho em cheque o que foi apurado e divulgado pelos competentes funcionários, mas estranho e não concordo com algumas conclusões, sendo uma delas: “Nós detectamos que quanto menor a escolaridade, menor é a prática esportiva”.
Em um dos inúmeros capítulos destaquei o que se segue.
Falando de coisas e estatísticas
Para ensinar a alguém alguma psicologia que não sabiam antes, você deve surpreendê-los. Mas que surpresa vai funcionar?
Não podemos presumir que os indivíduos vão aprender alguma coisa de fato a partir de meras estatísticas. Vamos lhes mostrar um ou dois casos representativos individuais para influenciar seu Sistema 1”. (uma das duas formas de pensar)
Há um profundo abismo entre o que pensamos sobre estatísticas e o que pensamos sobre casos individuais.
Descobriu-se que ao mostrar para alunos um fato estatístico surpreendente, eles não conseguiram aprender coisa alguma. Mas, quando surpreendidos por casos individuais fizeram a generalização na mesma hora e inferiram algo que é mais difícil do que haviam pensado.
Em testes preponderantemente científicos na esfera da Psicologia observou-se que os participantes têm relutância em deduzir o particular do geral, o que só se comparava à sua predisposição a inferir o geral do particular.
É mais provável que você aprenda algo vendo coisas surpreendentes em seu próprio comportamento do que ouvindo falar de fatos surpreendentes sobe as pessoas de modo geral.
Historinha... Há algum tempo, realizando um curso de voleibol para crianças e jovens no Morro do Cantagalo (Rio), ouvi algo interessante do coordenador, um italiano que prestava serviço para a Isabel (do Vôlei), mentora do curso. Dizia-me ele da admiração em ver tantas crianças esguias, ao contrário do que vira no mês anterior em sua visita à terra natal. Lá havia abundância em crianças obesas.
Observação... A coleta de dados é um momento muito crítico para se repensar o que fazer e a tomar decisões. Muitas vezes o agente coletor e o respectivo intérprete dos dados carecem de maior profundidade nessa ciência. As pesquisas colocam em xeque a ideia de que a nossa tomada de decisões é essencialmente racional.
O excesso de confiança no momento de escolhas estratégicas, a dificuldade de prever o que vai nos fazer felizes no futuro e os desafios de identificar corretamente os riscos no trabalho e em casa só podem ser compreendidos se soubermos como as duas formas de pensar moldam nossos julgamentos.
De forma envolvente, o autor revela quando podemos ou não confiar em nossa intuição. Oferece insights práticos e esclarecedores sobre como tomamos decisões nos negócios e na vida pessoal, e como podemos usar diferentes técnicas para nos proteger contra falhas mentais que muitas vezes nos colocam em apuros.
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