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Leio no imirante que foi firmada parceria entre as Secretarias de Igualdade Racial (SEIR) e de Esporte e Lazer (SEDEL) para vai promover atividades esportivas e culturais em bairros da periferia de São Luís e comunidades indígenas e quilombolas.

Já me referi, aqui, que a realização de eventos pontuais e de marquetingue deve ser de responsabilidade dos Municípios, através de suas Secretarias e/ou Departamentos, com o apoio do Estado, principalmente no estabelecimento de uma Política de Estado. Que não há!

A ação, conjunta, das duas Secretarias poderia vir a ser, se dentro de um Programa de Governo, uma boa iniciativa, mas sem esse caráter imediatista de ‘mostrar serviço’ ou “a que veio”. Não concordo. Desperdício de dinheiro público. Seria mais conveniente, no momento, a recuperação de nossas praças e parques esportivos, para dar suporte à essas ações.

O objetivo é desenvolver atividades que envolvam basquete de rua, hip-hop, encontro de capoeiristas, olimpíadas em comunidades indígenas e quilombolas, além da formação de jovens quilombolas como agentes de lazer.

Aqui, chamo atenção para ‘basquete de rua’ – não disse que seria a era do basquete? pois é; e por que não incentivar o Atletismo? o Handebol de Praia? o Volei de Areia? o Ciclismo? Cultura ‘americana’ importada e imposta, com a união de basquete e hip-hop; certamente que o Sr. Joaquim se inspirou no programa da Angélica, vendo os Bial – os dois irmãos – em Miami, tecendo elogios aos basquete de rua americano e o jogo promovido pela apresentadora com os dois irmãos jogando no mesmo time; tudo isso ao som de DJs e Hip-Hop… nada mais maranhense do que isso… o J.R. Reis deve estar se revirando em seu túmulo… além de Jamaica, agora querem nos impingir Miami brasileira?

Encontro de Capoeiristas – recomendo ao Sr. Secretário dar uma lida nas proposições do Mestre André Lacé Lopes, sobre eventos capoeiristicos. Pergunto: qual capoeira? a dos Mestres baianos? a Carioca? Angola? Regional? Contemporanea? qual capoeira? a da Escola Maranhense de Capoeira?  

Olimpíadas em Comunidades Indígenas e Quilombolas – iniciativa elogiável… mas que tal garantir, também, a participação das escolas públicas em eventos esportivos do tipo? revisão e revitalização dos Jogos Escolares, com participação democrática, em igualdade de condições?

Formação de jovens quilombolas como Agentes de Lazer – lembrando, apenas, que existe uma Legislação,vigente no País (Brasil…), que para exercício de função de educação física o profissional deve ter formação em nível superior, obtida em instituição de ensino, lógico, superior. E é regulamentada em Lei. Se a SEDEL não tem em seus quadros profissionais legalmente habilitados nem para dar conta de um mínimo de atividades, como vai garantir os profissionais necessários para implantar estas, que se propõem?

Essa parceria vai fomentar ações afirmativas nas áreas de esporte e lazer com crianças e jovens negros, quilombolas, indígenas e comunidades tradicionais”, assinalou a secretária de Igualdade Racial, Claudett Ribeiro, ao lado da secretária-adjunta Benigna Almeida.

Os campeonatos de basquete e hip-hop reunirão jovens que residem em área de maior risco e vulnerabilidade social, caso da Liberdade, Coroadinho e Barreto. Segundo o projeto, as partidas dos campeonatos serão realizadas nesses bairros após as 22h, pois é a partir deste horário que é registrado o maior número de ocorrências criminais.

Uma pergunta: quem garante a segurança desses jovens? segunda, após as 22 horas… certamente que após a frequencia às aulas – noturnas – ou antes de saírem para as baladas? Não seria mais producente para o Estado (poder estadual e municipais) equipar as escolas com condições mínimas de instalações mínimas e material suficiente para as aulas de educação física, com professores efetivamente atuantes, garantindo o cumprimento da legislação - o curriculo obrigatório? Não teria um efeito educativo melhor e maior? as aulas de educação física… e ainda, possibilitar à população do entorno da escola o uso de suas instalações para recreação pública, nos horários em que não estivessem em uso, no cumprimento das atividades curriculares e extra-curriculares?

Certamente os Senhores Secretários não costumam visitar essas regiões. Que as quadras esportivas, onde as há, estão tomadas por agentes do tráfico? Que os diretores e professores têm que negociar com os mesmos ‘donos do pedaço’ o seu uso pela própria escola? Que não há garantia de vida a profesores, funcionários e alunos, em alguns desses locais, por falta de efetivo policial? e vamos promover atividades físicas e esportivas e culturais, após as 22 horas, em área de alto risco, em horários e lociais em que a população honesta e trabalhadora não se arrisca a pisar?

A proposta de Olimpíadas nas Comunidades Indígenas incluirá atividades culturais inerentes aos índios, como disputas de arco e flecha e levantamento de toras, entre outras.

Aqui, o Sr. Secretário não se apercebe da total falta de informações e conhecimentos que a iniciativa requer… será que sabe que o correto seria ‘CORRIDA DE TORAS’?  só para exemplificar? atividade típica dos indios da etnia do macro-filo Jê, resistencia cultural dos índios Canelas, do Maranhão – principalmente -, atividade que resiste à investida dos brancos, aqui realizadas a pelo menos 7 mil (+ ou – anos), e que o atual Governo vai ‘implantar’? é desconhecer parte da história do Maranhão e de suas populações. Se desejar, Joaquim, posso encaminhar a voce estudo, que venho realizando desde o meado dos anos 80 do século passado, sobre as atividades da lúdica e do movimento dos índios canelas finas, do Maranhão (1989). Publicado pelo MEC (1994), e revisto, agora, para justificar algumas futuras iniciativas da CBAt, a pedido do Prof. Trajano e do Prof. Martinho.

Aliás, faço de já o convite a Vossa Excelencia, e a sua Assessoria, bem como aos demais interessados, para a palestra que farei no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM – na última quarta-feira do mês de fevereiro, próximo dia 23/02, com inico as 17:30 horas (Rua de Santa Rita, 230 – Auditório do IHGM), por tema: “A CORRIDA ENTRE OS ÍNDIOS CANELAS’…

Essa é a primeira das inúmeras parcerias que serão firmadas entre a as duas secretarias, pois ambas trabalham visando levar ações de cidadania e elevar a qualidade de vida do maranhense”, observou o secretário de Esporte e Lazer, Joaquim Haickel.

O projeto é respaldado no artigo 19 do Estatuto da Igualdade Racial, segundo o qual a população afro-brasileira tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, esportivas e de lazer, adequadas a seus interesses e condições.

Mas antes do referido Estatuto – apoio e elogio a iniciativa – deve-se respeitar a Cosntituição Brasileira, a Constituição Estadual, que fala no direito de TODOS à Educação, ao Lazer, Aos Esportes, à uma vida digna e justiça social.

Mesmo porque, segundo os dados do IBGE 2010, o branco deixou de ser maioria… agora, pertence às minorias – nestas terras de Santa Cruz, de Vera Cruz, do Brasil…

Rumo a 2016… será dessa forma?

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