Na postagem anterior, um alerta… referia-se ao fato de, até o momento,m a Prefeitura Municipal de São Luis não se manifestara quanto à realização dos Jogos Estudantis da fase municipal.

Desde a época do Cláudio Vaz, o Alemão – inicio da década de 1970, ainda no século passado, que o Estado realiza os Jogos Escolares – antes, FEJ, 1972! -; justificava-se, pois, os departamentos de educação física, estado e municipio, estavam sob a batuta do Alemão.  Com o advento dos JEMs – mudança de denominação… – continuou o Estado a patrocinar os jogos, em uma época que em quase nenhum município maranhense havia professores de educação física e consequente, aulas de… na rede escolar. Imperatriz e Caxias, as tinham, e Santa Rita, com o delegado Tomaz Pezão que se responsabilizava por tal.

Além desses, haviam as Olimpíadas Escolares, patrocinada pelo delegado do MEC no Maranhão, Dr. Carlos Vasconcelos – médico da antiga ETFM e do 24 BC, hoje BIL… para estes, apenas escolas convidadas, a sua maioria da Capital, com umas poucas de algumas cidades interioranas. Mas os Intercolegiais, eram abertos à todas as Escolas… Barra do Corda, na década de 1940, tinha seus jogos envolvendo as 47 escolas do municipio, área de influencia de um projeto de colonização, patrocinada pelo Governo Federal…

Na Capital, Luis Rego, junto com Alfredo Duailibe, já realizam jogos envolvendo escolares, pela sessão de educação física do Estado, SEDUC, mas apenas com escolas da capital… isso, na decada de 1940…

Registros de atividades esportivas, mas desta vez por iniciativa de alunos, se davam desde 1910, envolvendo vários colégios da capital. na d´pecada de 1930, tínhamos diversas competições, em especial as coordenadas pelo Padre Dourado, que em um dos eventos, teve 16 equipes participantes, apenas no Voleibol…

Desde o inicio das atividades esportivas, no Maranhão, e em especial, na sua Capital, se tem registro da participação de alunos das escolas municipais – e estaduais – em eventos esportivos dedicado à essa faixa etária… tivemos as Gerações dedicadas aos esportes, notadamente o escolar, pois o clubístico NUNCA existiu no Maranhão/São Luis, exceto um mal organizado Futebol, dito profissional (a partir de 1932, este…); A Geração dos “R”, destacando-se como atletas escolares na década de 30, inicio da de 40, quando já se tornaram dirigentes e professores de educação física e esportes, e a Geração de 53… essa, na década de 70, que vai revolucionar o esporte escolar maranhense, com a criação dois FEJ, depois JEMs… no final desta década, a criação da SEDEL, ente estadual dedicado à prática do esporte e do lazer, distanciando-se do esporte escolar, praticado na escola, e a cargo dos Departamentos de Educação Física, esportes e Recreação… a partir de meados da década de 80, e na década de 90, injunções políticas afastaram a escola pública dos Jogos… começa o fim do esporte escolar maranhense, campeão brasileiro, com destaques em várias modalidades… Lembrando, na década de 50, tivemos um atleta olimpico, saido dos bancos escolares de Guimarães, são Luis e depois, no Rio de janeiro, onde se destacou; vamos encontrá-li, depois, como o criador e maior incentivador dos Jogos Escolares brasileiros.

 

Houve um retrocesso! pois na década de 50, em seu final, e nos anos 60, haviam dois movimentos, em que o esporte escolar se destacava, eram os jogos interescolares coordenados pelo Estado, com a profa. Mary Santos à frente, também do estado e município de são Luis, em que havia a participação de cerca de 80% dos municípios maranhenses – à época, 110 as unidades, e 79 participavam dos jogos! Atualmente, são 217 os municípios, e nem 50% participam – para este ano, espera 100 os participes…

Pois bem, o Regulamento Geral dos Jogos, se bem aplicados e seguidos, proporcionariam um incremento enorme na participação das diversas unidades municipais, das suas escolas e, em consequência, de seu alunado… isto porque, para participar dos Jogos, é necessários, primeiro, que a escola – a menor unidade participativa!!! – realize os JOGOS INTERNOS!!! em que TODOS os alunos tenham a oportunidade de participar!!! dai exigir que esses alunos tenham, efetivamente, uma atividade física e desportiva à altura de suas necessidades, não só fisiológicas de movimento, mas de atividade escolar, com a existência da disciplina Educação Física no currículo – OBRIGATÓRIA!!!! – e a sua execução, com professores habilitados!!!

Lembrando que o péssimo costume de cortar carga horária daquelas disciplinas consideradas não essenciais é praxe!  dai, para se ajustar à carga horária anual minima, -mínima, não máxima!!!! – cortam-se horas de atividades, e não se acrescentam as que estão faltando!!!  a carga horária a ser ministrada, no ano letivo, de 200 dias letivos, é mínima, podendo, à criterio da direção, ser acrescidos dias e horas. Mas para que complicar? as direções – em especial a pedagógica!!! – esquecem-se que é dada à escola a decisão, pois cada uma delas tem – ou deveria ter – seu PPP – Projeto Político Pedagógico próprio e pode – e deveria – decidir pelo que será ministrado aos alunos. Mas… comodismos à parte, seja da Direção, dos professores, que pouco se lhes dão pelo futuro dos alunos que se lhes são colocados às mãos… depois, se reclama…

Pois bem, com as constantes mudanças dos projetos de como deverá ser conduzida a educação nacional – os planos decenais – as reformas, contrarreformas, minirreformas… não se sabe mais em que lei se esta enquadrado, pois não se consegue terminar um ciclo… não mudou uma coisa: a lei da vida, biológica, fisiológica, de esforço… ainda vale a exigência de, no mínimo, tres aulas semanais, de educação física…

Ocorre que a maioria das escolas – senão todas!!! – leu um parecer de forma errada, que se destinava à educação física e pratica esportiva no ENSINO SUPERIOR  e resolveu aplicar nos niveis anteriores, restringindo à uma aula semanal, e esta, ultimamente, apenas teórica!!!

As Leis não mudaram – tanto as de ensino, quanto as da fisiologia do esforço – não mudaram: para ter o efeito necessário e as exigências de atividade motora, desenvolvimento físico, prevenção de doenças, pelo menos tres aulas semanais!!! e ainda termos as atividades extraclasse… mas não, não se cumprem… uma explicação ou justificativa dos estabelecimentos comerciais dedicados ao ensino – as escolas particulares e agora, as confessionais – pelos custos, de espaço – a sala de aula do professor de educação física – e de pessoal – afinal, teriam que ter em seu quadro os ditos professores -, mas ao Estado?

Mas deparamo-nos com um fato: a culpa maior é dos professores de educação física, que, dada as características e circunstâncias, preferem se omitir e ganhar sem trabalhar! mais fácil dar uma aula semanal, teórica, e depois dizer que não tem condições de trabalho!!!

Trago como exemplo a professora da escola daqui de perto de casa. Por cerca de tres meses fui semanalmente à escola, para propor uma parceria, de desenvolver uma atividade – Miniatletismo! eu me responsabilizaria pelas atividades extraclasse, de trabalhar com as crianças; por tres meses não a encontrei na escola, em seu horário de trabalho!!! faltara!!! e ela mora na quadra de cima de minha casa, a apenas 200 metros da escola!!! mas, no horário em que deveria estar dando as aulas de educação física, estava dando aulas particulares de natação e hidroginástica, em uma casa ao lado da sua, particular!!! não deu para efetivar o projeto do miniatletismo lá… e a diretora? essa nem se manifestava e ainda dizia, Graças a Deus, assim essa criançada não fica por ai correndo e fazendo barulho…

Um dado período, essa professora entrou com licença médica. Veio um professor substituto!!! e milagre: as crianças passaram a ter aulas de educação física!!! todos os dias!!! todas as turmas!!! o que fez o professor substituto? pegou os mesmos horários de aulas, e ministrou as aulas; onde? no campinho de futebol no largo da Igreja, em frente à escola! na quadra de basquete e volei e futsal, na praça do bairro, à menos de 100 metros da escola, que se encontrava livre o dia todo!!! dava gosto de passar ali, logo as primeiras horas da manhã, ou às ultimas da tarde, e ver o campo, quando era no campo, e na quadra, quando era na quadra, cheios!!! as turmas tendo suas aulas, e as demais esperando a sua hora… durou menos de tres meses, as aulas, pois quando a titular voltou, acabou!!!

Vi professores do município apresentarem projetos excelentes, para as atividades e serem cerceados pela direção das escolas, também!!! pois há, poucos, mas há, os que se importam e são honestos…

Vejo professores do estado com projetos excelentes, com ótimos resultados, mas devido ao mseu esforço pessoal, e sobretudo, apoio da direção, como é o caso de handebol de uma dada escola estadual. E ainda há os que conseguem algum apoio e fazem alguma coisa…

Mas não seria suficiente para participar nos Jogos… exigem, sim Planejamento, dedicação, apoio, material, e observância das exigências.

A principal, a realização dos Jogos Internos, em que todos possam participar e, dai, retirar aqueles que vão representar a escola nas diversas modalidades…

Em seguida, à realização dos Jogos Internos, o treinamento da “seleção” da escola, visando os Jogos Municipais; a segunda fase dos JEMs. Classificando nesta, a terceira fase: a fase Regional. Para então só ai, a fase Estadual, também classificatória para a Regional – participação dos Estados com seus representantes, a escola vencedora das etapas anteriores – e a fase Nacional, depois as que se lhe sucedem: sulamericana e mundial… Portanto, a Educação Física e Desportiva, num dado momento, a partir da fase Estadual, se torna Esporte de Alto Nível… mas até a fase regional, dentro do estado, dos JEMs, é ESPORTE ESCOLAR!!! poderia ser melhor, ESPORTE NA ESCOLA… conteúdo da uma disciplina obrigatória, a Educação Física!!!

Mas a pergunta é: porque não se prepararam? sabe-se que a fase Estadual ocorre no final de agosto e setembro. A fase Regional, julho; a fase Municipal, entre maio e junho. E quando deveria ocorrer a fase Interna, das Escolas, para se cumprir esse calendário? março? abril? na maioria das escolas, março ainda nem começou o ano letivo!!! como se organizar??? como planejar???

Naquela escola que ei o exemplo, pelo menos dois dias na semana não tem alas: causa – falta de água, falta de merenda, quando não as duas coisas… e haja atraso no ano letivo… hoje, 12 de fevereiro de 2017, o ano letivo de 2016 terminou apenas no dia 10, e isso, para algumas turmas!!! e quando iniciará 2017?  e isso, é a regra, não a exceção!!! na maioria das escolas municipais e em muitas das estaduais, o ano letivo do ano anterior ainda não terminou!!! como cumprir um calendário? e diz o Sr. Secretário Municipal, cheio de orgulho, que, em 2018, estaremos com o calendário ajustado dentro do ano fiscal!!!

E ai?

Recomendo a leitura de ‘EM NOME DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO DESPORTO NA ESCOLA: legitimação, considereções e orientações pedagógico-didáticas, de Jorge Olimpio Bento, da editora Cada da Educação Física, Belo Horizonte, 2017…

Para organizar os Jogos Internos, recomendo este interessante manual: OS JOGOS DE MINHA ESCOLA, de Lino Castellani Filho & Rafael Moreno Castellani, da Autores Associados, Campinas, 2009

 

E mais este: caso não tenha local, nem equipamento, pode utilizar qualquer espaço para o MiniAtletismo… bem aplicado, as crianças vão adorar: para as de 7 a 12 anos… depois é so aperfeiçoar…

MA – SAO-LUIS – 12/06/2016 – REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 – Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Fernando Soutello

 

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