Gustavo Franceschini
Em Guadalajara (MEX)
Diego Hypolito, ao que tudo indica, vai chegar às Olimpíadas de Londres, em 2012, com o status de favorito que já tinha em 2008, em Pequim. Para evitar a perda de medalha por conta de um tombo, como há três anos, o melhor ginasta do país trabalha o lado psicológico e diminui a cobrança sobre ele mesmo antes das competições.
“Antigamente eu só queria o ouro. Focava só no primeiro lugar, e isso não me fazia muito bem. Hoje eu quero uma medalha. O grande sonho da minha vida é uma medalha olímpica, seja de que cor for”, disse Diego Hypolito após a segunda de suas três medalhas de ouro no Pan de Guadalajara.
O desempenho no México confirma a boa forma do ginasta. No início do mês, Diego já havia garantido sua vaga em Londres ao conquistar o bronze na disputa do solo, no Mundial de Tóquio, no Japão. No Pan, foi decisivo na vitória do Brasil na competição por equipes e ganhou sem sustos os ouros no solo e no salto.
O atleta do Flamengo só tem de se preocupar para não repetir o roteiro de Pequim. Em 2008, ele já era bicampeão mundial do solo, em 2005 e 2007. Na final na China, o grande favorito vinha muito bem até cair no último salto de sua apresentação. A expressão de surpresa de Diego após o erro fez muita gente temer até pelo seu futuro no esporte, por conta do trauma da medalha perdida.
Ele parece ter dado a volta por cima após um ciclo olímpico turbulento. Entre 2008 e 2011 fez três cirurgias graves e suou para voltar à velha forma. Hoje treina no Flamengo, mas tem um grupo multidisciplinar que cuida de sua preparação, contando até com um psicólogo.
A preparação para Londres ainda tem, no caminho, a classificação por equipes. Diego estabeleceu como um de seus objetivos a participação no evento-teste que acontecerá na Inglaterra, em janeiro. O Brasil precisa estar ser um dos quatro melhores entre oito países para estar nas Olimpíadas com o time completo.
“Esse é um evento super importante. Eu quero muito que todo mundo vá para Londres. Os meninos são muito bons e se dedicam muito. Foi muito legal a união que a gente conseguiu. Sempre disse para eles que a ginástica masculina não é só o Diego”, disse o atleta.
Individualmente, ele ainda quer melhorar sua série de salto. Na ginástica, cada atleta estabelece um grau de dificuldade para a sua apresentação, que determina a sua nota de partida, que fica mais alta à medida que os movimentos são mais complexos de se executar. A partir desse número, os juízes vão descontando os erros e chegam à nota final.
Diego avalia que sua série de saltos não é difícil o suficiente para ganhar uma medalha. “Eu já aumentei o grau de dificuldade dela com relação ao Pan do Rio, mas acho que dá para aumentar um pouquinho mais”, disse o ginasta.
Comentários
Nenhum comentário realizado até o momentoPara comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.