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1. O Portal Terra deu uma notícia interessante (sem citar a fonte), certamente replicando uma nota de algum serviço de divulgação.

2. Um cevnauta esforçado achou o artigo que deu origem à notícia e está postando aqui

3. A tarefa agora é publicar a revista e o resumo na biblioteca do CEV, em português, contando com a adoção do resumo (o autor recebe o crédito no próprio resumo). Quem topa adotar esse? Pode postar a tradução direto aqui e eu dou a notícia quando estiver no ar com o crédito. Laércio

Atividade física na terceira idade pode prevenir encolhimento do cérebro

A atividade física regular na terceira idade pode ajudar a evitar o encolhimento do cérebro e outros sinais associados à demência, revela um novo estudo.

A pesquisa foi feita pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, e analisou dados de 638 pessoas com 70 anos que foram submetidas a exames cerebrais.

Os resultados mostraram que aqueles que eram fisicamente mais ativos tiveram menor retração do cérebro do que os que não se exercitavam.

Por outro lado, os que realizavam atividades de estimulação mental e intelectual, como fazer palavras cruzadas, ler um livro ou socializar com os amigos, não tiveram efeitos benéficos em relação ao tamanho do cérebro, constatou o estudo, publicado na revista Neurology.

Deterioração

A ciência já provou que a estrutura e funcionamento do cérebro se deterioram com o passar dos anos.

Também são inúmeros os registros na literatura médica de que o cérebro tende a encolher com o envelhecimento.

Tal encolhimento está ligado a uma perda de memória e das capacidades cerebrais, dizem as pesquisas.

Os estudos têm mostrado que as atividades sociais, físicas e mentais podem contribuir para a prevenção desta deterioração.

No entanto, até agora não tinham sido realizados amplas pesquisas com imagens cerebrais para observar essas mudanças na estrutura do cérebro e seu volume.

Segundo o estudo, que levou três anos para ser concluído, o médico Alan Gow e sua equipe pediram aos participantes que levassem um registro de suas atividades diárias.

No final desse período, quando completaram 73 anos, os participantes passaram por scanners de ressonância magnética para analisar as mudanças no cérebro.

Depois de levar em conta fatores como idade, sexo, saúde e inteligência, os resultados mostraram que a atividade física estava "significativamente associada" com a menor atrofia do tecido cerebral.

"As pessoas de 70 anos que fizeram mais exercício físico, incluindo uma caminhada, várias vezes por semana, apresentaram uma retração menor do cérebro e outros sinais de envelhecimento da massa cerebral do que aqueles que eram menos ativos fisicamente", exlicou Grow.

"Além disso, nosso estudo não mostrou nenhum benefício real no tamanho do cérebro com a participação em atividades mental e socialmente estimulantes, como observado por imagens em scanners de ressonância magnética durante os três anos de estudo", acrescentou.

Segundo o pesquisador, a atividade física foi também associada a um aumento no volume de massa cinzenta.

Esta é a parte do cérebro onde se originam as emoções e percepções. Em estudos anteriores, essa região está relacionada à melhora da memória de curto prazo.

Quando os cientistas analisaram o volume de substância branca, responsáveis pela transmissão de mensagens no cérebro, descobriram que as pessoas fisicamente ativas tinham menos lesões nessa área do que as que se exercitavam menos.

Causas

Embora estudos anteriores já tenham mostrado os benefícios do exercício para prevenir ou retardar a demência, ainda não está claro os motivos por que isso acontece.

Os pesquisadores acreditam que as vantagens da atividade esportiva podem estar ligadas ao aumento do fluxo de oxigênio no sangue e de nutrientes para o cérebro.

Mas uma outra teoria é que, como o cérebro das pessoas encolhe com a idade, elas tendem a se exercitar menos e, assim, acabam tendo menos benefícios.

Seja qual for a explicação, dizem os especialistas, os resultados servem para comprovar que o exercício físico é benéficio para a saúde.

"Este estudo relaciona a atividade física à redução dos sinais de envelhecimento do cérebro, sugerindo que o esporte é uma forma de proteger a nossa saúde cognitiva", disse Simon Ridley, da entidade Alzheimer's Research no Reino Unido.

"Embora não possamos dizer que a atividade física é o fator causal deste estudo, nós sabemos que o exercício na meia idade pode reduzir o risco de demência futura", acrescentou.

"Vai ser importante acompanhar tais voluntários para ver se essas características estruturais estão associadas com maior declínio cognitivo nos próximos anos", disse.

"Também será necessário mais pesquisas para saber detalhadamente sobre por que a atividade física está tendo esse efeito benéfico", afirmou.

Já o professor James Goodwin, da organização Age UK, que financiou a pesquisa, disse: "Este estudo destaca novamente que nunca é tarde para se beneficiar dos exercícios, seja uma simples caminhada para fazer compras ou um passeio no jardim", concluiu.

"É crucial que, se o fizermos, permanecer ativo à medida que envelhecem", acrescenta.  FONTE: http://bit.ly/terra_neurologia34

neuroprotective lifestyles and the aging brain: activity, atrophy, and white matter integrity. - Gow, Alan, Bastin, Mark, Munoz Maniega, Susana, Valdes Hernandez, Maria, Morris, Zoe, Murray, Catherine, Royle, Natalie, Starr, John, Deary, Ian, Wardlaw, Joanna. Pages: 1802-1808

Abstract

Objectives: Increased participation in leisure and physical activities may be cognitively protective. Whether activity might protect the integrity of the brain's white matter, or reduce atrophy and white matter lesion (WML) load, was examined in the Lothian Birth Cohort 1936 (n = 691), a longitudinal study of aging.Methods: Associations are presented between self-reported leisure and physical activity at age 70 years and structural brain biomarkers at 73 years. For white matter integrity, principal components analysis of 12 major tracts produced general factors for fractional anisotropy (FA) and mean diffusivity. Atrophy, gray and normal-appearing white matter (NAWM) volumes, and WML load were assessed using computational image processing methods; atrophy and WML were also assessed visually.Results: A higher level of physical activity was associated with higher FA, larger gray and NAWM volumes, less atrophy, and lower WML load. The physical activity associations with atrophy, gray matter, and WML remained significant after adjustment for covariates, including age, social class, and health status. For example, physical activity (standardized [beta] = -0.09, nonstandardized [beta] = -0.09, p = 0.029) and stroke (standardized [beta] = 0.18, nonstandardized [beta] = 0.69, p = 0.003) each had an independent effect on rated WML load. Leisure activity was associated with NAWM volume, but was nonsignificant after including covariates.Conclusions: In this large, narrow-age sample of adults in their 70s, physical activity was associated with less atrophy and WML. Its role as a potential neuroprotective factor is supported; however, the direction of causation is unclear from this observational study.GLOSSARY: FA: fractional anisotropyFLAIR: fluid-attenuated inversion recoveryICV: intracranial volumeIQR: interquartile rangeLBC1936: Lothian Birth Cohort 1936MMSE: Mini-Mental State ExaminationNAWM: normal-appearing white matterPCA: principal components analysisPNT: probabilistic neighborhood tractographyWML: white matter lesion(C)2012 American Academy of Neurology

 

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 31 de Outubro de 2012 às 02:48.

Aqui no Japão existem academias que fazem ressonância magnética no cérebro para os alunos idosos, e todas as academias medem o índice de massa corporal dos alunos e outras medidas também.

Depois de um período de exercícios, eles fazem um avaliação e os resultados saem em gráficos para facilitar o entendimento.

Acho que o cérebro como um músculo precisa de atividade física para se fortalecer. Não sei se cientificamente já existem provas da intensidade com que se deve praticar esses exercícios, mas o que vejo na prática é que os trabalhos aeróbicos deixam o idosos mais espertos.

O ganho de massa muscular melhora a postura e ajuda nos movimentos como andar e correr, além de preencher a pele que tende a ficar flácido. A academia que frequente tem aproximadamente 70% de alunos acima dos 60 anos e os que praticam exercícios com mais intensidade são mais ágeis fisica e mentalmente. Estão sempre mais dispostos e parece que se adoecem menos.

Logicamente que escrevo tudo isso sem nenhuma base científica. É apenas uma observação informal do que vejo diariamente nesses últimos vinte anos. Os idosos que praticam o triatlo são ainda mais ágeis mentalmente do que aqueles que fazem apenas um tipo de atividade.

É tudo no "olhômetro", mas acho que deve ter algum fundamento.


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