Prezados,
depois de uma experiência desastrosa escrevi este texto.
Espero que seja válido para uma reflexão.
Abraços, Mariana
Do que minha compreensão não alcança.
Que o Brasil (e não só o Brasil) é corrupto, injusto e exagerado todos nós sabemos... mas mesmo assim prefiro acreditar que há cidadãos que não seguem esse caminho (mesmo que a certeza de que o contrário é mais comum viva me atropelando).
Gosto de conversar e entender sobre os mais diversos assuntos; desde História dos tempos de escola até Geologia.
Isso é bom para qualquer ser humano! Movimenta o cérebro, aguça a curiosidade, amplia conhecimento e vocabulário. Mas de maneira alguma isso faz com que sejamos especialistas em qualquer área.
Parece óbvio e clichê, não?
Não.
Ainda é possível encontrar aqueles que adoram sair por ai transformando cursos livres em graduação e cursos de 36 horas em especialização.
Sou psicóloga e atuo na área esportiva, sempre tomo cuidado com essa definição; o fato de ATUAR em determinada área, não faz com que eu seja ESPECIALISTA nesta. Para que eu possa me definir como “psicóloga esportiva” , além da graduação em Psicologia com duração de 5 anos, as duas formas de obtenção do título de especialista que conheço (me corrijam se estiver errada, por favor) são: prova do Conselho Federal de Psicologia ou curso de 2 anos do Instituto Sedes Sapientiae (São Paulo), único que cumpre a carga horária exigida para tornar-se especialista em Psicologia do Esporte.
Mas ainda tem aqueles que saem por ai batendo no peito e vendendo para os times/clubes (grandes clubes...) um currículo recheado de "CONTOS DA CAROCHINHA", ou melhor, um currículo de psicólogo esportivo valendo-se apenas dos cursos livres e/ou de 36 horas. Além disso, saem por ai “fazendo treinamento mental” até com vendedores de loja... pobres atletas.
Por que?
Porque em um país corrupto, injusto e exagerado é prática comum não exigir documentação que comprove e valide a prática real das experiências ditas. Mágica? Não! Basta ser amigo, primo ou esposa de Fulano de Tal que sua vaga está assegurada, seu salário garantido e sua índole reprovada, mas isso não vem ao caso! Quem se importa?
Eu não acharia normal se alguém ao acordar, decidisse por conta própria que é biólogo marinho e se dirigisse para uma das unidades do Projeto Tamar para cuidar de suas adoráveis tartarugas... sendo assim não acho normal que alguém ao acordar, decida por conta própria que é psicólogo esportivo e se dirija para um grande time/clube para “cuidar” de seus adoráveis atletas.
Na minha humilde opinião aqueles que sem qualquer legalidade, conteúdo e responsabilidade saem por ai intitulando-se psicólogos esportivos e por consequência “fazendo treinamento mental” precisam na verdade de um bem conduzido TRATAMENTO MENTAL.
Mariana Moura
Comentários
Por
Abraao Gomes dos Santos
em 19 de Fevereiro de 2011 às 01:33.
seja bem vinda ao nosso site , precisamos de pessoas com senso critico e que sabe se valorizar profissionalmente,um bom profissional se firma numa profissão deixa sua marca com competencia, mas sempre que podemos é importante se especializar, o unico beneficiado é o profissional e seus clientes onde nós trabalhamos e ai o curriculo vai se ampliando, não podemos achar que determinadas coisas que sabemos que não é correta seja banalizada,precisamos educar as pessoas desde cedo para não castigar quando adultas, um abraço
Por
Rafael Moreno Castellani
em 23 de Fevereiro de 2011 às 10:35.
Bom dia Mariana, Abraao e demais colegas!
Mariana, concordo com vc. Acima de tudo pela compreensao da necessidade de realizar um curso de especialização em psicologia do Esporte ou uma avaliação que comprove a competência para se legitimar como especialista. Como atestou no final do seu texto, acredito que LEGALIDADE, CONTEÚDO e RESPONSABILIDADE são fundamentais para garantir a qualidade e o rigor na nossa prática profissional. Acrescentaria ainda a palavra ETICA! Essa, no meu entendimento, é a chave para acabarmos, ou ao menos minizarmos, com o quadro que vc retratou e que tanto nos incomoda!
No entanto, sabemos que a questão da permissão para desempenhar certas práticas profissionais e regulamentadas pelos sindicatos ainda é motivo de muita discussão. Acredito que os sincatos sao importantes nesse processo, mas acho que o mercado possui tambem capacidade de se auto-regular e grandes condições de selecionar os melhores profissionais. Um simples titulo não garante a qualidade da nossa intervenção profissional. Haja visto a característica de vários cursos formadores e qualidade dos profissionais que estão entrando no mercado.
O mais importante é, assim como nos disse o Abraao, que tenhamos na nossa comunidade - e não somente nela - pessoas com senso crítico e capazes de estimular boas discussões, a fim de aprimorar nossa formacao e prática profissional!
Estamos no caminho certo!
Abs
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