Bom dia a todos!! Li essa reportagem e duas questões me vieram à cabeça: - O que, de fato, caracteriza uma situação de tortura psicológica? - É possível intervir/tratar/reabilitar com o atleta sem antes pensarmos nele como sujeito? Abraços!   04/05/2013 - 03h10 Jogador do Vasco sofreu tortura psicológica em favela, diz delegado

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DO RIO

 

O delegado José Pedro da Silva, que investiga o caso da suposta tortura contra o jogador Bernardo, do Vasco, em uma das favelas do Complexo da Maré, disse que o jogador sofreu "torturas psicológicas".

Ainda de acordo com o delegado, se não fosse o jogador Charles, meio-campo do Palmeiras, que também estava na comunidade da zona norte do Rio, Bernardo "ia ser morto".

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A tortura teria ocorrido no dia 21 de abril, causada pela suspeita do traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, de que o jogador mantinha um relacionamento com sua namorada, Dayana Rodrigues.

  Divulgação-1.dez.2011/Vasco.com.br  
 
Bernardo, do Vasco, foi sequestrado e torturado no Complexo da Maré, zona norte do Rio, no último domingo (21)

O delegado afirmou que Bernardo foi colocado dentro de um carro e levado para um barraco. No caminho, Menor P ameaçava o jogador com uma máquina de choque.

Ao chegar ao local, Dayana já esperava por eles cercada por traficantes.

Em nota, Bernardo negou ter sido torturado e conhecer Dayana. O jogador Charles e o Palmeiras informaram que não iriam falar sobre o assunto.

Comentários

Por Patrick Ramon Stafin Coquerel
em 7 de Maio de 2013 às 13:10.

Prezado Rafael,

Não me considero apto atualmente para definir e/ou conceituar tortura psicológica. Este ponto ficará para depois de muita leitura estudo.

Com relação ao fato de ser ou não possível intervir, reabilitar e tratar um paciente vítima de tortura psicológica, acredito que posso compartilhar algo.

Primeiro é necessário pontuar que acredito nos paradigmas mais contemporâneos, olísticos e contextuais no que diz respeito as intervenções com seres humanos, como sendo os mais oportunos e adequados. Por isso, considerar o ser humano como sujeito é fundamental.

No entanto, há intervenções agudas, que mesmo sendo um tanto superficiais, podem trazer alguns resultados na atenuação do sofrimento psíquico. Se considerarmos estas estratégias como parte de um processo de tratamento multiprofissional e interdisciplinar, não percebo motivos para deixar de utilizar fármacos, biofeedback, entre outras abordagens.

Desde que seja possível desenvolver um diagnóstico e um prognóstico suficientemente adequado, intervenções transversais e agudas podem ser muito profícuas quando pertencerem a um processo de tratamento mais complexo, quando considera-se a pessoa e sua totalidade objetiva e subjetiva.

Ao meu modesto ver, todas as escolas psicológicas clássicas possuem o seu valor, até a de cunho behaviorista. O que não se pode deixar de admitir é a evolução do pensamento e dos processos.

Att.

Patrick R. S. Coquerel.

Docente do DEF da UFRN.

motriz@ufrnet.br

 

 


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