Estamos investigando o modo de produção e o lazer, a partir da constituição do Banco da Dados ARELB - Levantamento em Banco de Dados Eletronicos referentes aos estudos do lazer no Brasil sob a coordenação da professora Dra. Elza Peixoto da UEL. Nos interessa principalmente a questão da realidade e possibilidade na transição do modo do capital organizar a existencia humana para a tranbsição comunista.
Comentários
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Paulo Roberto Falcao
em 8 de Setembro de 2009 às 15:14.
Do que se trata o projeto?
poderia ser mais claro para possamos contribuir.
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Katia Brandão Cavalcanti
em 9 de Setembro de 2009 às 12:28.
Gostaria muito de conhecer pelo menos um trabalho de intervenção no campo do lazer no Brasil que esteja de fato empenhado na existência humana e na melhoria da condição de vida no planeta. Que respeite verdadeiramente a condição humana do Ser, a diversidade cultural do existir. Sobretudo, que mostre o envolvimento desse educador-pesquisador com a sua própria autoformação humana. Seria muito importante começar a conhecer em profundidade algum projeto dessa natureza em que o profissional esteja de fato implicado nessa perspectiva de evolução humana. Pelo que acompanho do lazer esportivo desde a década de 70 no Brasil, só posso constatar um grande retrocesso. Do analfabetismo esportivo evidente naquela época com leigos (voluntários) no campo de atuação profissional, identificamos hoje um outro tipo de analfabetismo com profissionais graduados e até mesmo com título de Mestre e Doutor. A farsa acadêmica que foi tão denunciada nos anos 80 no interior da Educação, hoje se vê claramente nos ambientes de pesquisa que se dedicam ao esporte e ao lazer...É lamentável! Entretanto, ainda não perdi a esperança que a mudança é possível, porém quando for considerada necessária. Portanto, o faz-de-conta vai prosseguir até que se torne insuportável...
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Evanir Pinheiro
em 10 de Setembro de 2009 às 20:44.
Realmente é lamentável constatar essa realidade. O Esporte é uma atividade humana milenar que ainda revela seu paradoxo desumano antes mesmo das sangrentas lutas dos teatros de Arena, em que gladiadores se matavam para divertir seus senhores, Imperadores e a um público alienado em troca de uma fama de 15 minutos... Hoje, será que essa história mudou? As cenas são diferentes, mas o sentido me parece ainda mais assustador. As arenas são os espaços esportivos que se tornaram âmbitos de interesses capitalistas ao invés do lazer e da celebração da vida e da paz. Os atletas em sua maioria "se matam" em função de fama, dinheiro e status. Seus técnos investem em treinos intensos e super vitaminas para superar os limites das suas condições humanas. A repetição exaustiva, a racionalidade predomina no controle das emoções e do corpo, que precisar se tornar uma "máquina" de medalhas e de produção capitalista dos empresários e marqueteiros que se enriquecem às custas desse "herói" que não sabe, que na verdade, é um objeto com prazo limitado de validade, pois tem uma filha infinita de jovens a espera de sua queda para estar em seu lugar. Essa é a visão de esporte que temos. Basta visualizar as imagens das olimpíadas, das copas de futebol e das corridas de fórmula 1. Se olharmos com atenção o que está nas entrelinhas das imagens, poderemos ver além disso tudo, que nós educadores-pesquisadores temos uma grande parcela de responsabilidade diante dessa realidade. A pesquisa em educação precisa humanizar-se em função da vida e do homem, para liberta-se das amarras com o tecnismo e a máquina capitalista. Temos que sair do plano do discurso de uma educação de qualidade, para vivenciar uma educação humanescente e libertadora na prática diária da formação dos educadores em todas as áreas, em especial, nas Artes e na Educação Física,que formam aqueles que irão intervir como mediadores das competências expressivas e estéticas da ludicidade e da cultura humana.
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Katia Brandão Cavalcanti
em 11 de Setembro de 2009 às 07:34.
Vamos contribuir com a pesquisa-ação-reflexão sobre o projeto humano do lazer e a construção da história no Brasil? Sugerimos reinterpretar a nossa autoformação humana com o lazer para ressignificá-la. Algo bem concreto, da vivência de cada educador, pesquisador ou profissional que está envolvido com o humano e a vida...
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Evanir Pinheiro
em 11 de Setembro de 2009 às 07:53.
Creio que podemos contribuir bastante nesse foco, se tivermos metas claras e compromisso de lutar por elas, pois as barreiras são muitas e começam no interior de cada um de nós. Temos que buscar a partir do autoconhecimento histórico-social de nossos conceitos de vida e lazer, para descobrir algumas possibilidades e limitações de implementar esse Projeto em nosso exercício da Prática educativa e sobretudo, na vida pessoal.
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Márcia Fontoura
em 11 de Setembro de 2009 às 14:37.
O importante é acreditar!
Sabemos que a maoiria das escolas públicas brasileiras não dispõem de espaços adequados para a aprendizagem das atividades como:lazer,ginásticas, danças e esportes com qualidades necessárias para sua aplicação. Esperar algum dia pela situação ideal,pelos espaços adequados,significa uma geração de alunos sem as atividades de esportes e lazer.Diante da situação,ainda o que prevalece é a boa vontade e criatividade do professor.Embora desacreditado e sem energias para realizar suas tarefas vivenciais.Como solução imediata sem pensar em determinadas situações é adaptar outros espaços que a escola oferece,quer seja no pátio da escola,na própria sala de aula ou em algum terreno disponível.Dividindo a turma em grupos com atividades diversas.O importante é ir a luta.Sucesso a todos.Fontmar.
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Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 14 de Setembro de 2009 às 11:48.
Katia, demais:
fizemos aqui no CEFET-MA... inclusive com a produção de textos recuperando essas brincadeiras e jogos tradicionais... já coloquei à disposição alguns artigos anteriores...
Leopoldo
27 de maio
comemoração do Dia do Brincar no CEFET-MA
O Dia Internacional do Brincar, 27 de maio (terça feira), o CEFET-MA se enche de atrações para todas as idades. A ordem é brincar pra valer.
Os professores dos Cursos Técnicos da Área de Design ( Pedagoga e professores da área específica e do médio com destaque para os educadores físicos) e alunos, farão acontecer na sede do CEFET-MA atrações e brincadeiras – não podia ser diferente – para todas as idades. Jogos de tabuleiro, cantigas de roda, pintura a dedo, peteca, rouba bandeira, cabo de guerra, queimada, e outras, como também exposição de brinquedos educativos projetados pelos alunos do curso, oficinas de brinquedos com material reciclado monitoradas pelos alunos de Design, enfim o pátio interno do CEFET-MA e as quadras esportivas serão palco das mais diversas brincadeiras hoje tão esquecidas.
A idéia é incentivar o brincar e a ressuscitar tradicionais diversões, além de estimular a atividade e mostrar que brincar não é necessariamente adquirir um brinquedo, mas sim elaborar, explorar se divertir.
Dia do Brincar no CEFET-MA
Dia 27 de maio - das 09:55h às 12h; das 16:15 ás 18h.
Pátio interno e quadras esportivas.
Clientela: Alunos, Servidores Administrativos, Professores, Diretores.
Material Necessário:
1. Corda de junco grossa = 3m
2. Corda de junco fina =12m
3. Plástico fino colorido = 50cm vermelho, 50cm verde, 50cm azul, 50cm amarelo, 50cm branco.
4. colka de isopor = 10 vd
5. cola quente com pistola = 10 unid.
6. estilete grande com laminas de reposição = 5 unid.
7. estilete pequeno com laminas de reposição = 5 unid.
8. Tesoura grande = 2 unid.
9. varinhas de bambu de 50cm = 10 unid.
10. bola de meia = 1 unid.
11. Corda de varal = 20 unid.
12. Tinta para artesanato cores variadas = 20 potes.
13. Tinta guache cores variadas = 30 tubões,
14. Papel Flip Chart = 500 fls
15. petecas coloridas de vidro 100 unid.
16. tabuleiros de xadrez, dama, ludo = 5 de cada
17. Domino = 10 unid.
18. Aparelho de som com microfone
19. camisetas alusivas ao evento para os organizadores e monitores = 60unid. ( conforme projeto da euipe)
Obs.: não haverá prêmios, o objetivo é brincar, interagir, divertir, socializar.
Obs2: os alunos não deverão saber com antecedência para não esvaziar, bem como devem acreditar que haverá aula a seguir, o diretor de ensino após o horário do intervalo é que anunciará a continuação ate as 12 ou 18 horas.
Obs3.: Podemos associar ao evento coletas de brinquedos e livros infantis para doação a escolas comunitárias.
O material permanente que for adquirido para o evento ficará sobre a guarda do DDE para outras atividades e/ou utilização nos projetos dos alunos.
Tayce Maria Saenz Artioli Costa
Professora da Área de Design
Coordenadora do Projeto
Por
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 14 de Setembro de 2009 às 11:52.
Assim como junto à cadeira de Sociologia, trabalho sobre cultura popular - abordando o Bumba-meu-Boi - esse o texto produzido para estudo dos alunos e orinetação para observação dessa ’brincadeira’ aqui do Maranhao;
DESENHOS E ENCANTOS DO BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Professor de Educação Física – DCS
Mestre em Ciência da Informação
“Cheguei, dona,
Cheguei, dona,
Abra a porta
De seu bangalô,
Cheguei com meu
Batalhão superior,
Com a carta
Que você me chamou”
Apresentamos ao Prof. Jorge Leão um primeiro texto[1] para estudo dos alunos da cadeira de Sociologia dos cursos de segunda série de Design do CEFET-MA, para dar início a uma discussão, dentro de sua proposta de um Projeto Interdisciplinar que tem como eixo temático a ‘Cultura e Manifestações folclóricas’, e por tema: ‘Desenhos e Encantos do Bumba-Meu-Boi no Maranhão’, envolvendo as Disciplinas: Sociologia, História, Educação Física, Geografia, Artes, Design.
Naquele texto apresentamos que os grupos de Bumba-meu-Boi do Maranhão [2] são subdivididos comumente em sotaques (estilos) característicos, sendo os mais conhecidos: matraca [3], zabumba [4], orquestra [5], baixada [6] e costa de mão[7].
Essa classificação dos sotaques aparece em REIS (1986, 1999) [8]; CARVALHO (1995) [9]; LIMA (1998; 2003) [10], além de se repetirem nos informes dos sítios oficiais do estado do Maranhão[11], e vários trabalhos acadêmicos de conclusão de cursos de mestrado e doutorado. Mas há quem não aceite essa classificação...
“Vaqueiro,
Vaqueiro, vai procurar meu boi,
Que eu não sei onde está.
Ele é um touro bem prendado da fazenda,
Que eu quero que vá chegar”
Américo AZEVEDO NETO em seu já clássico “Bumba-meu-Boi no Maranhão” [12] – para falar de sotaque (p. 24-25) – afirma já ter sido dito que, no Maranhão, existem quatro a cinco sotaques[13], o que se constitui uma precipitação. Prefere falar em “grupos”, “subgrupos” e de “sotaque”, sendo:
· “Grupo é a influência maior e primeira – nos instrumentos utilizados, na batida básica da bateria, na idéia central do guarda-roupa e no baiado[14].”
· “Subgrupos são as várias derivações dos grupos, cada uma apresentando alterações, pequenas ou grandes, dentro daquele conjunto de características, em obediência às influências de sua região de origem. É o estilo de uma determinada região. Subgrupo é o estilo regional”.
· “Sotaque é a deturpação do subgrupo. É o estágio em que algumas características principais (grupos) ou secundárias (subgrupo) foram alteradas: por imposições econômicas ou estéticas do dono do boi. Finalmente: sotaque é o estilo individual de cada conjunto.”
Conclui (partindo da idéia de que as características do ritmo, do guarda-roupa e dos instrumentos utilizados é que determinam o agrupamento de bois num mesmo sotaque), então “... que cada conjunto é um sotaque, uma vez que não existem bois exatamente iguais” (p. 25). Sotaque, assim, não é o estilo de vários bois. Sotaque é a característica individual de cada boi (p. 26):
“Por exemplo: o chamado sotaque de Zabumba não é sotaque. É subgrupo, pois reúne bois que têm diferenças suficientes para que sejam considerados como de sotaques distintos, embora tenham, praticamente, o mesmo ritmo e o mesmo quarda-roupa.
“Um caso concreto: os bois de Lauro e Leonardo dizem-se do mesmo sotaque. Nunca! São, na verdade, de um mesmo subgrupo (Guimarães), mas de sotaques distintos. Se é certo que a batida da bateria, basicamente, é a mesma, varia a concepção do auto e significativa parte do guarda-roupa e seus ritmos têm sensíveis diferenças. São da mesma região, do mesmo ramo e, por conseguinte, sofreram, nas origens, influências comuns, tanto primárias (grupo) como secundárias (subgrupo. São similares, o que é suficiente para reuni-los num mesmo subgrupo, mas não são inteiramente iguais, o que, também, é bastante para separá-los em sotaques”. (p. 26)
Azevedo Neto (1997) caracteriza os grupos segundo suas raízes, claras e incontestáveis. Em uns aparece a influência indígena no ritmo, nos instrumentos, no guarda-roupa e no baiado – é o Grupo Indígena. Em outros, o ritmo, o baiado e os instrumentos são negros, assim como a influência maior no guarda-roupa – é o Grupo Negro. E, vindos de um passado recente, um grupo onde a coreografia, o guarda-roupa e os instrumentos são tipicamente brancos: é o Grupo Branco (p. 31).
Para que se considere como surgimento de um subgrupo, deve-se atentar para as alterações que o boi original sofreu conforme os locais aonde os conjuntos iam se formando: novos instrumentos incluídos, alterando o som; intensificação ou lentidão das batidas, com o surgimento de variações rítmicas; criação ou supressão de peças do guarda-roupa, em obediência às condições locais e aos gostos predominantes no conjunto. Mas essas alterações se mantiveram próximas as raízes, havendo mudanças, mas não posição. O grupo vai se subdividindo, mas mantém as suas características básicas (p. 31).
“A verdade é que todos os bois, em princípio, foram fundados tendo por alicerce as tradições de um subgrupo. Ninguém, ao organizar um conjunto, tentou criar estilo inteiramente novo. A brincadeira é por demais sedimentada para que alguém se atreva a inovar gratuitamente. Mas, uma fez organizado o brinquedo, o líder determina mudanças: inclusões ou exclusões; marca o conjunto com sua personalidade; imprime-lhe os seus gostos pessoais; impõe sua noção própria de estética e – enfim – omite ou acrescenta isso ou aquilo, em razão do maior ou menor poder aquisitivo. Aí, dentro de um subgrupo, surge um outro sotaque.” (p. 31-32).
O autor apresenta, então, sua classificação para os Bumba-meu-Boi do Maranhão. Faz a ressalva de que essa classificação corresponde à realidade dos últimos dez anos – década de 1970 -. Lembra ainda ser natural que nos 15 anos decorridos entre as publicações da primeira edição (1983) e esta segunda (1997) - que tomamos por base -, o quadro abaixo reunido tenha sofrido numerosas transformações. Conjuntos surgiram, desapareceram ou adotaram novas orientações. No período compreendido entre as duas edições, o grupo que mais cresceu foi o de orquestra:
QUADRO DE GRUPOS, SUBGRUPOS E SOTAQUES DE BUMBA-MEU-BOI DO MARANHÃO – DÉCADA DE 1970.
B U M B A - M E U - B 0 I
D O
M A R A N H Ã O |
GRUPO AFRICANO |
Subgrupo de Zabumba ou da zona de Guimarães (Bois de Guimarães) |
Sotaque de Leonardo – De Canuto – De Antero – De Laurentino - De Newton – De Lauro |
Subgrupo da zona de Itapecuru |
Sotaque de Coroatá – De Caxias – De Codó – De Itapecuru |
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Subgrupo de Cururupu |
|
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Subgrupo do Mearim |
Sotaque de Pedreiras – De Bacabal |
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Subgrupo de Penalva |
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GRUPO INDÍGENA |
Subgrupo da Ilha (Bois da Ilha ou bois de Matraca) |
Sotaque de Madre Deus – De Iguaíba – De São José de Ribamar – de Maracanã – De Matinha – De Maioba |
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Subgrupo da Baixada (Bois da Baixada) |
Sotaque de Pindaré – De Viana – De São João Batista |
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GRUPO BRANCO |
Subgrupo de Orquestra (Bois de Orquestra) |
Sotaques de Rosário – de Axixá |
Fonte: AZEVEDO NETO (1997), p. 32
“- Urrou! Urrou!
Urrou que ouvi!
Boi mais bonito que este
Garanto que nunca vi!
Urrou! Urrou!
Urrou fama reá!
Boi de fama como este
No sertão não haverá!”
Tarefas
- Nome do Conjunto
- Procedências (relacionadas ao subgrupo): município de origem do conjunto e, se for da ilha de São Luís, o bairro de procedência.
- Ritmo, figurino, instrumentos e baiado: busquem na literatura as características de cada conjunto e os classifique segundo a classificação de AZEVEDO NETO (1997)
- Grupo: (Africano, Indígena, ou Branco)
- Subgrupo:
Subgrupo de Zabumba ou da zona de Guimarães (Bois de Guimarães) |
Subgrupo da zona de Itapecuru |
Subgrupo de Cururupu |
Subgrupo do Mearim |
Subgrupo de Penalva |
Subgrupo da Ilha (Bois da Ilha ou bois de Matraca) |
Subgrupo da Baixada (Bois da Baixada) |
Subgrupo de Orquestra (Bois de Orquestra) |
- Sotaque:
Sotaque de Leonardo – De Canuto – De Antero – De Laurentino - De Newton – De Lauro |
Sotaque de Coroatá – De Caxias – De Codó – De Itapecuru |
Sotaque de Pedreiras – De Bacabal |
Sotaque de Madre Deus – De Iguaíba – De São José de Ribamar – de Maracanã – De Matinha – De Maioba |
Sotaque de Pindaré – De Viana – De São João Batista |
Sotaques de Rosário – de Axixá |
Caso o Conjunto não esteja relacionado entre os identificados acima, procure enquadrá-lo e apresentar um novo quadro,
- Observar as toadas e os seus temas, quais os elementos presentes nas letras e nas melodias (cenas históricas, problemas sociais, contexto político da cidade, devoção religiosa, toadas de amor, toadas de pique – provocação a outros cantadores).
- observar a evolução do conjunto no terreiro (se há um baiado espontâneo ou se foi feita alguma coreografia).
- Observar o couro do Boi e os elementos presentes na composição do mesmo: motivação religiosa, exaltação da natureza, ou a lembrança do município / comunidade de onde se originou o conjunto.
- Observar se há um traço folclórico no confronto entre “festa” e “representação”.
- Observar a influência da indústria cultural (mídia), empresas, durante a apresentação dos conjuntos nos arraiais.
[1] DESENHOS E ENCANTOS DO BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO – texto 1, pesquisa efetuada pelo Prof. Leopoldo Gil Dulcio Vaz, do DCS, apenas para servir de base. Não é um estudo original, pois se trata de colagem de material retirado da Internet, indicando-se as fontes. Original, apenas a abordagem...
[2] In http://www.angelfire.com/or/rosangela/bumbameuboi.html;
CARVALHO, Michol. O Bumba-meu-boi do Maranhão. São Luís: SUPERINTENDÊNCIA DE CULTURA POPULAR, 2006. In http://www.culturapopular.ma.gov.br/artigos2.php?id=2
[3] Sotaque de Matraca ou da Ilha - mais aberto ao grande público, fácil de identificar musicalmente pela presença de pandeirões e das matracas em grande quantidade. É característico da Ilha de São Luís, tendo como principais instrumentos as matracas (duas tábuas de madeira geralmente enceradas) e os pandeiros (grandes rodas de arco de madeira cobertos de couro de cabra). Tem um ritmo acelerado, sob o som estridente de dezenas de matraqueiros, formando grandes batalhões, aonde o pessoal da percussão vem todo à paisana. Na frente acha-se o cordão de rajados, no qual chama atenção os cablocos de pena com o seu forte bailado, ao lado das tapuias.
[4] Sotaque de Zabumba - que se marca pela presença retumbante da percussão rústica sentida profundamente por seus adeptos como se fosse um rufar dos tambores africanos que se ouvem à noite nos terreiros-de-mina, em todo o Estado, aqui enraizados, num relance cronológico que lembra os cultos afros originais. Advindo do município de Guimarães e circunvizinhanças, sua percussão é marcada pelo ritmo socado de grandes tambores - as zabumbas - levados numa vara e tocados com uma maceta, juntamente com pandeirinhos e maracás. As roupas dos seus brincantes trazem golas e saiotas de veludo preto bordado com primor e chapéus formando uma guirlanda, com numerosas fitas multicoloridas, que na evolução do brincante chegam quase a cobrir seu rosto
[5] Sotaque de Orquestra - onde se sobressaem instrumentos sonoros como pistões, sax, clarinetes, banjos, entre outros, acompanhados de percussão mais suave que sotaque de Zabumba. Com o berço na região do Munim apresenta um ritmo alegre, faceiro e cambriolante. O cordão é formado por brincantes trajados com peitilho ou colete e saiote de veludo bordados com miçangas e canutilhos, que, com um maracá na mão, suscitam o balanceio do boi, embalado pela sua envolvente musicalidade.
[6] Sotaque de Pindaré ou da Baixada - que se caracteriza pelo toque mais leve e suave, tanto dos pandeiros quanto das matracas, ambos menores que os da ilha (São Luís) além de sua riqueza ornamental na exuberância dos seus chapéus. No seu guarda-roupa exuberante destacam-se os chapéus dos vaqueiros, com grandes testeiras de veludo preto bordado, cercados de pena de ema. Um personagem característico deste sotaque é o Cazumbá - de caráter místico, mistura de homem e bicho, que usa bata comprida de pano rústico pintado ou veludo bordado e máscara de madeira, em formato de animais, de pano ou isopor (mais comuns no interior, formando verdadeiras esculturas).
[7] Sotaque De Costa De Mão - Da região de Cururupu tem as roupas (casacos e calções) de seus brincantes de veludo todo bordado, além de chapéus em formados de cogumelo afunilado, com fitas coloridas e grinaldas de flores, no alto. Seus pandeiros pequenos são tocados com as costas das mãos, num ritmo cadenciado, que conta também com caixas e maracás.
[8] REIS, José Ribamar. FOLCLORE MARANHENSE (Informes). 2 ed. São Luís, 1986
REIS, José Ribamar Sousa dos. FOLCLORE MARANHENSE (Informes). 3 ed. São Luís, 1999
[9] CARVALHO, Maria Michol Pinho de. MATRACAS QUE DESAFIAM O TEMPO: É O BUMBA-BOI DO MARANHÃO. São Luís: (s.n.), 1995
[10] LIMA, Carlos de. O UNIVERSO DO BUMBA-MEU-BOI DO MARANHÃO. São Luís: Boletim da CMF, 1998.
LIMA, Carlos de. O Universo Do Bumba-Meu-Boi Do Maranhão. In NUNES, Izaurina de Azevedo (org.). OLHAR, MEMÓRIA E REFLEXÕES SOBRE A GENTE DO MARANHÃO. São Luís: Comissão Maranhense de Folclore, 2003, p. 73-76.
[11] http://www.culturapopular.ma.gov.br/artigos2.php?id=2
[12] AZEVEDO NETO. Américo. BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO. 2 ed. Aum. São Luís: ALUMAR/AML, 1997
[13] Para esse autor, ‘sotaque’ é, entre os brincantes de boi, sinônimo de ritmo, num primeiro sentido; e por extensão, define-se sotaque como estilo de bumba-meu-boi. Para ser de um mesmo sotaque, os bois devem ter características absolutamente iguais. (Azevedo Neto, 1997, p. 24)
[14] Baiado – coreografia dos brincantes e do boi; a dança (AZEVEDO NETO. Américo. Pequeno dicionário de Bumba-meu-Boi do Maranhão. In BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO. 2 ed. Aum. São Luís: ALUMAR/AML, 1997, p. 121-138.
Por
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 14 de Setembro de 2009 às 11:57.
Segue o Projeto...
PROJETO DE PESQUISA INTERDISCIPLINAR
Disciplinas envolvidas:
SOCIOLOGIA, DESIGN, EDUCAÇÃO FÍSICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA,
ARTES, LÍNGUA PORTUGUESA, METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA.
Título:
DESENHOS E ENCANTOS DO BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO
Eixos temáticos
1 - Cultura e Manifestações folclóricas
2 – Memória Histórica e Social
3 – Espaço Social: Centros de Cultura, Comunidade, Ruas e Becos, Arraiais
4 – Manifestações Culturais
5 – Aproveitamento Sustentável: Turismo cultural e lazer
6 – Mercantilização da Cultura Popular
EQUIPE:
SOCIOLOGIA
Prof. Jorge Leão
DESIGN
Profa. Tayce
EDUCAÇÃO FÍSICA
Prof. Leopoldo Gil
HISTÓRIA
GEOGRAFIA
ARTES
LÍNGUA PORTUGUESA
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
Roteiro de Atividades:
1 - Visitas ao Centro Histórico de São Luís (pelo menos duas);
2 - Estudos sobre História do Maranhão (Séculos XIX - XX ,e atualmente)
3 - Estudo sobre Cultura, Tradição e Memória.
4 - Entrevistas com cantadores de Bumba-meu-Boi (que deverão ser gravadas para nosso documentário).
5 - Visitas aos arraiais de São Luís, com as tarefas dadas pelos professores em sala de aula.
6 - Exposição dos trabalhos produzidos pelas turmas 204 e 205 e o vídeo no teatro do CEFET-MA, em agosto, seguido de uma apresentação de um grupo de bumba-meu-boi, no pátio da escola,
7 - Confraternização, com avaliação e momento cultural envolvendo todos os que participaram do projeto DESENHOS E ENCANTOS DO BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO
Roteiro da Pesquisa
1. O Contexto Histórico
1.1 O Apogeu econômico do Maranhão (meados do século XVIII até 1894) abrangendo dois períodos:
- o ciclo do algodão (até 1868);
- o ciclo do açúcar (1868 a 1894)
1.2 A Guerra de Secessão nos EUA
1.3 Os primeiros grupos de Bumba-meu-boi no Maranhão
1.3 A influência cultural dos grupos étnicos na formação da manifestação folclórica
1.4. O ciclo do Bumba-meu-boi
2. O vocabulário do Bumba-meu-boi
2.1 O Auto do Bumba-meu-boi
2.1.1 A relação do Auto, do enredo e dos personagens com os aspectos sociais, políticos e econômicos no contexto maranhense.
2.1.2 A crítica social presente no Auto do Bumba-meu-boi
3. O conceito de Cultura
3.1 Cultura popular
3.2 Cultura de massa
3.3 A Indústria Cultural no contexto do Bumba-meu-boi
3.4 Tradição e Modernidade, impasses e embates.
3.5 A Mercantilização da Cultura Popular
4. Tarefas (a serem executadas pelos alunos nos arraiais)
4.1 Identificar nos grupos:
- Ritmo, figurino, instrumentos e bailado.
- Observar as toadas e os seus temas, quais os elementos presentes nas letras e nas melodias (cenas históricas, problemas sociais, contexto político da cidade, devoção religiosa, toadas de amor, toadas de pique – provocação a outros cantadores).
- Nome do grupo
- Procedências (relacionadas ao sotaque), ao município de origem do conjunto e, se for da ilha de São Luís, o bairro de procedência.
- observar a evolução do conjunto no terreiro (se há um bailado espontâneo ou se foi feita alguma coreografia).
- Observar o couro do Boi e os elementos presentes na composição do mesmo: motivação religiosa, exaltação da natureza, ou a lembrança do município / comunidade de onde se originou o conjunto.
- Observar se há um traço folclórico no confronto entre “festa” e “representação”.
- Observar a influência da indústria cultural (mídia), empresas, durante a apresentação dos conjuntos nos arraiais.
4.2 Apresentação de Relatórios crítico-descritivos (onde os alunos deverão se posicionar criticamente diante do que foi observado).
4.3 Texto escrito a ser apresentado e socializado em sala de aula
4.4 Avaliação do Projeto com Professores, alunos envolvidos e serviço de orientação pedagógica.
O RELATÓRIO FOI APRESENTADO EM FORMA DE VIDEO PRODUZIDO PELOS ALUNOS..,.
Por
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 14 de Setembro de 2009 às 11:59.
Por
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 14 de Setembro de 2009 às 12:02.
O Roteiro de vista à cidade obedece a um projeto que desenvolvemos desde 1994, com alunos de minha mulher - Liceu Maranhense - e meus - CEFET-MA...
Sao 30 paginas, visitando todo o centro Histórico e leva 5 horas, e sao necessarios dois dias para se ver tudo... 10 horas no total...
VISITAÇÃO A SÃO LUÍS DO MARANHÃO -ROTEIRO HISTÓRICO-TURÍSTICO PARA OS ALUNOS DE DESIGN DO CEFET-MA [1]
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ [2]
DELZUITE DANTAS BRITO VAZ [3]
INTRODUÇÃO:
Durante o congresso “Patrimônio Histórico e Cidadania: o direito à memória” [4], realizado em São Paulo, em 1991, foi proposto que os princípios do Direito à Memória sejam incorporados às práticas desenvolvidas quotidianamente pelas instituições de preservação, compreendendo - como dimensão fundamental da cidadania - a reformulação das relações entre a preservação e a educação formal, especialmente no que diz respeito à informação dos profissionais das escolas de primeiro e segundo graus.
Cabe à escola integrar em seus currículos e programas formas de incentivar ações concretas nessa área, incorporando atividades no campo da história oral, do contato com acervos culturais ou museológicos e com a paisagem urbana, de modo a vivenciar uma relação democrática com as diferenças do passado e do presente. (SÃO PAULO, 1992).
O objetivo deste “Roteiro histórico - turístico por São Luís do Maranhão” é ”percorrer” as ruas da cidade, destacando-se os fatos históricos nos locais onde ocorreram, para melhor compreensão do conteúdo da disciplina História, em especial do Maranhão, além de alertar sobre a importância da preservação do patrimônio histórico.
Ainda, dentro do Planejamento de Atividades de diversas disciplinas dos Cursos de Designe – de Produtos e Gráfico - proposta para Coordenadoria de Desenho Industrial, a interdisciplinaridade é buscada. Diante da proposta de se trabalhar com a icnografia maranhense (Profa. Tayce) e aspectos da cultura maranhense (Prof. Leão) apresentou-se a dificuldade de falta de conhecimentos, por parte dos alunos, de aspectos da cultura e da história do Maranhão, para melhor compreenderem do que se estava falando e de como transformar esses conhecimentos em projetos profissionais, dando sentido ao “ser maranhense” ou ser “do Maranhão”, ao pertencimento a um povo rico de conhecimentos, de história(s) e tradições.
A Fundação do Maranhão
Credita-se a Cristóvão Colombo a descoberta da América, em 12 de outubro de 1492 e a Pedro Álvares Cabral o “achamento” do Brasil em 21 de abril de 1500. Mas quem “descobriu” o Maranhão?
- Diogo de Teive, em 1452?
- Gonçalo Fernandes Távire e João Vogado, em 1453?
- João Coelho, se verdadeira sua viagem, em 1493?
Com certeza, sabe-se que os ESPANHÓIS chegaram antes que os PORTUGUÊSES, pois
· ALONSO DE OJEDA com Juan de Las Casas e Américo Vespúcio esteve por aqui em 1497; ou com
· Juan de Vergara e Garcia de Ocampo, em 1499;
· VICENTE PINZÓN visitou o Maranhão em Janeiro de 1500 – e vendo-se aquém da Linha de Tordesilhas, portanto em terras portuguesas, retorna; e
· DIOGO DE LEPE também visita-nos em Março de 1500.
Em qualquer hipótese, o Maranhão já era conhecido antes do pretendido descobrimento casual do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 1500. Mas o Maranhão passou todo o século XVI praticamente fora da história política de Portugal. (MEIRELES, 1980).
A Ilha do Maranhão – Upaon-Açú – é invadida pelos franceses em 1612, que aí tentam fundar uma colônia – La France Equinoxiale. Em 1615, os franceses são expulsos e a região é incorporada aos domínios lusitanos durante a união das Coroas Ibéricas – 1580/1640.
Essa reconquista das terras do norte do Brasil é o ponto de partida para o avanço do sistema colonial português. A colonização foi iniciada por ilhéus açorianos chegados em duas levas, nos anos de 1620 e 1621, dando a São Luís uma feição de burgo, transformando o simples posto militar avançado em uma povoação de colonos a que se precisaria dar uma administração civil.
A imensa extensão territorial e o isolamento daquelas áreas levaram a coroa a separá-la da administração central do Brasil – Bahia era a sede do Governo Geral - criando o Estado Colonial do Maranhão, tendo como sede a vila de São Luís, cuja jurisdição estendia-se às terras atualmente ocupadas pelos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Piauí, Ceará, Mato Grosso e Tocantins.
Constituía-se de duas Capitanias Gerais – Maranhão e Grão-Pará -, as quais tinham sob sua tutela onze capitanias subalternas: a Capitania Geral do Maranhão compreendia as capitanias do Ceará, do Itapecurú, do Icatú, do Mearim, todas as quatro da Coroa, e mais as de Tapuitapera, de Caeté e de Vigia, estas três de donatários. A Capitania Geral do Grão-Pará estendia sua jurisdição às capitanias secundárias do Gurupá (da Coroa) e às de Joanes, de Cametá e do Cabo do Norte, estas de donatários.
Essa divisão administrativa perduraria até 1652, quando pela Carta Régia de 25 de fevereiro de 1652 foi extinto o Estado do Maranhão, agora sob a denominação de Maranhão e Grão-Pará; em 1651 o Pará passou a ser cabeça do Estado, denominando-se do Grão-Pará e Maranhão. A Carta Régia de seis de agosto de 1653 repartiu-o em quatro capitanias – São José do Piauí; Maranhão; Grão-Pará; e São José do Rio Negro – todas sujeitas a um governador e capitão-general, e tinha como sede a cidade de Belém.
Em 1772, a região recebeu nova organização administrativa, repartindo-se em dois estados: o Estado do Grão-Pará e Rio Negro, e o Estado do Maranhão e Piauí. Até 1811, o Piauí ficou subordinado ao Maranhão.
Com a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, e a conseqüente elevação da colônia lusa da América à condição de Reino Unido ao de Portugal e Algarves, em 1815, o Maranhão passou a ser uma Província, subordinada ao Rio de Janeiro. Dessa maneira, alcançaria a Independência. (CAVALCANTI FILHO, 1990).
Esse nome Maranhão
[1] Este Roteiro tem sido apresentado – pelo menos duas vezes ao ano - aos Alunos da Disciplina “História”, do Liceu Maranhense, desde 1996, pelos Autores. A cada ano, são incluídas novas informações sobre a História do Maranhão e novas visitas a pontos interessantes, disponibilizados desde então pela administração estadual e municipal. Outras instituições, como a UFMA – UNIT e COLUN -, SESC, têm solicitado aos Autores passeios desse gênero. Foi feito um roteiro semelhante para os alunos do CEFET-MA, da disciplina Educação Física, ministrada pelo Prof. Leopoldo, disponível em www.cefet-ma.br. Esta versão, de 2008, foi prepara exclusivamente para os alunos da Coordenação de Desenho Industrial.
[2] Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação
[3] Professora de História do CEM "Liceu Maranhense"; Especialista em Metodologia do Ensino Superior;
[4] SÃO PAULO (cidade). Secretaria Municipal de Cultura. Departamento de Patrimônio Histórico. O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: DPG, 1992.
Por
Zacarias
em 30 de Setembro de 2009 às 14:12.
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