Resumo

Este estudo desenvolve reflexões a respeito da prática da aula de Educação Física, tendo como fundamento teórico a perspectiva Kohlberguiana de desenvolvimento moral. Partindo do pressuposto de que o desenvolvimento moral pode ser "ensinado" e as atividades de Educação Física podem e devem ser utilizadas no processo de formação moral dos alunos, procuramos desvelar o modo de produção do sentido que a aula de Educação Física tem para alunos de segundo segmento do 1º grau de escolas do Município do Rio de Janeiro, com relação à prática da Educação Física em suas escolas. O estudo se desenrola a partir das representações desses alunos em relação ao processo de desenvolvimento moral, onde a prática pedagógica se constitui em meio propiciador de autonomia ou heteronomia, no contexto de formação geral do sujeito. Emergindo daí a possibilidade de construção de noções de regras sociais fundamentadas no princípio de justiça dentro das relações dos homens entre si e entre seus bens simbólicos. Através dos depoimentos dos alunos, e utilizando como técnica de análise dos dados coletados a Análise de Discurso, na perspectiva de Eni P. Orlandi, buscamos compreender os sentidos implícitos e explícitos de suas formulações discursivas, dentro do contexto histórico em que foram produzidos, e suas relações com a perspectiva de desenvolvimento moral proposta por Kohlberg. Por suas peculiaridades, o ensino da Educação Física, tem um papel importante a desempenhar, do ponto de vista educacional e social, na perspectiva de contribuições efetivas ao desenvolvimento do sujeito moral. Com base nos resultados do estudo, concluímos ressaltando que essa contribuição passa necessariamente pela estratégia da inclusão, como elemento fundante do sentimento de justiça.

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