Resumo

No transcorrer de seu complexo devir histórico o ser humano se deparou com diversas problemáticas e perplexidades que dizem respeito a sua própria existência. Uma delas, talvez a mais paradoxal de todas, é a episteme de ser humano fundada na cisão corpo/mente. A educação física, como parte da educação escolar, historicamente teve como função, a partir dessa episteme dualista, o cuidado para com o corpo – res extensa. A partir dessa perspectiva a presente pesquisa teve como principal objetivo: Compreender de que forma nas diversas práxis de educação física se articulam a episteme fundada na cisão corpo/mente. A preocupação em se estabelecer tal pesquisa se deve ao fato de deduzirmos haver em tal episteme a origem de vários problemas da educação física. Reconhecemos nela também uma desumanização, sobretudo como realidade histórica da condição humana. Condição esta que tem e teve, nas práxis das várias ciências que as sustentaram e disseminaram sua humanidade, até certo ponto roubada. Deste modo nossa pesquisa se orientou sob o seguinte pressuposto: A episteme de cisão corpo/mente – construída historicamente – articula-se nas práxis de educação física através de jogos de poder/saber, regimes de verdade, símbolos culturais e imaginários sociais subjetivando e objetivando os sujeitos contribuindo assim para a manutenção e reprodução do sistema de produção econômica. Percebeu-se através da pesquisa a existência de técnicas, táticas e práxis que se estruturam e se perpetuam a partir desta episteme de cisão. Assim apresentamos: a mente como alvo no processo de ensino/aprendizagem; o condicionamento da mente, a imobilização e o controle do corpo no ambiente escolar; a episteme de cisão corpo/mente: o desporto e a biologização da educação física; a biologização humana e o homem máquina na educação física; bem como a (in)exclusão e a episteme de cisão corpo/mente. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa que abordou o tema sob o viés de um estudo bibliográfico.

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