Análise Documental dos Pecs de Educação Olímpica Certificados Pelo Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin
Por Leonardo Perovano Camargo (Autor), Leonardo José Mataruna dos Santos (Autor), Otávio Guimarães Tavares da Silva (Autor).
Parte de Anais do Fórum de Estudos Olímpicos 2021 e III Simpósio Latino-americano Pierre de Coubertin . páginas 58
Resumo
P artindo do princípio da existência de uma influência mútua entre as manifestações esportivas e os valores que as sociedades carregam, tem-se que o esporte, enquanto fenômeno socializador, porta alguma concepção de valor. Isto permite pensar a legitimação histórica das práticas esportivas enquanto metalinguagens axiológicas. Os temas educacionais do olimpismo são a alegria do esforço; o jogo limpo; o respeito pelos outros; a busca pela excelência; e o equilíbrio entre corpo, vontade e mente. Esses valores podem ser ensinados a partir da educação formal (escolar), educação informal (o ambiente onde se vive) ou ainda, na educação não formal (iniciativas não-escolares de ensino). A experiência mostra que de forma geral, programas de educação olímpica podem ser classificados como “educação não formal” (atividades educativas com algum grau de intencionalidade e sistematização, não regidas pelas leis da educação nacional). No Brasil, os programas de educação olímpica certificados pelo Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin - Estação Conhecimento (EC) – núcleo Cidade Continental, em Serra/ES – e a Fundação Tênis (FT) – seis núcleos em SP e oito núcleos em RS - podem ser classificados como iniciativas de educação não formal. Porém ainda não temos conhecimento suficiente sobre estes programas. Assim, este trabalho teve por objetivo identificar, descrever e analisar suas categorias teóricas. O método adotado foi o da pesquisa documental. Além dos documentos digitais escolhidos (sites oficiais e postagens em redes sociais relacionadas), recolheu-se como “documentos físicos tradicionais” o Projeto Final Aprovado, as Ações para o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, e a Proposta Pedagógica de Esporte da Estação Conhecimento e o Estatuto da Fundação Tênis. Os dados foram analisados a partir das categorias de inclusão social sistematizadas por Richard Bailey e da tipologia de projetos sociais esportivos descrita por Geoff Nichols. A partir das análises feitas nos documentos, classifica-se, em relação à tipologia de nível de risco dos participantes, como “secundária”, pois os dois projetos trabalham com crianças e adolescentes em situações consideradas vulneráveis. Pode-se classificar o mecanismo de ação dos projetos, a partir do relatado em seus documentos, como o de “desenvolvimento pró-social”. No entanto, apesar dos objetivos e metas proclamados, não se percebeu formas de avaliação dos componentes da inclusão social ou sobre os temas da educação olímpica.