Resumo
Nas últimas décadas, o acelerado processo de urbanização e industrialização ocorrido no Brasil vem contribuindo para mudanças nos perfis de morbi-mortalidade da população, caracterizado, inicialmente, pelos elevados índices de doenças infecciosas e, atualmente, pelo predomínio das doenças crônico-degenerativas (MONTEIRO, 1995). O panorama atual do país, semelhante ao encontrado nos países desenvolvidos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005), identifica o colesterol total elevado, hipertensão arterial, obesidade, diabetes e sedentarismo, entre outros, como alguns dos fatores de risco para as doenças crônicas. Estudos têm evidenciado a importância da atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas (WHO, 2003). O estilo de vida ativo em todas as idades é fortemente influenciado por fatores psicológicos, comportamentais, sociais e ambientais. Entre os adolescentes, os hábitos apresentados e estabelecidos na família, escola e amigos, podem contribuir para a prática atual e futura de atividades físicas (NELSON & GORDON-LARSEN, 2006; SALLIS et al., 2001). Uma vez que hábitos de atividade física são formados em períodos precoces da vida e tendem a se manter ao longo da fase adulta (AZEVEDO et al., 2007), a identificação das barreiras à prática de atividades físicas em adolescentes pode subsidiar o planejamento de estratégias de intervenção capazes de reduzir a prevalência de sedentarismo não só nessa faixa etária, como ao longo da vida.