Resumo

O Programa de Atividade Física Adaptada – PROAFA/UEM é um projeto de extensão vinculado ao curso de Educação Física, cuja finalidade está centrada na inclusão, valorização social, saúde e qualidade de vida para pessoas com deficiência. O projeto oferece práticas e treinamentos de onze modalidades: 1. Bocha paraolímpica; 2. Basquetebol em cadeiras de roda; 3. Artes cênicas adaptada; 4. Goalball; 5. Handebol em cadeiras de roda; 6. Handebol para deficientes intelectuais; 7. Natação adaptada; 8. Voleibol sentado; 9. Tênis de mesa; 10. Esgrima em cadeiras de roda; e 11. Tênis de campo. Embora o projeto de extensão PROAFA/UEM caracteriza-se como um facilitador da inclusão esportiva para pessoas usuárias de cadeiras de roda, também pode ser compreendido numa perspectiva para/no lazer, ao postularmos que tais práticas esportivas podem ser vivenciadas no tempo livre dos atletas, sem o interesse de treinamento (tempo formal), mas como um momento propiciador de ludicidade, entretenimento e prazer (tempo informal), indo ao encontro dos preceitos estabelecidos por Dumazedier (1979) no que se referem os interesses culturais do lazer. Especificamente neste recorte, trataremos das especificidades resultantes dos treinamentos de Basquete/Handebol para usuários de cadeira de rodas. Embora Rittner (2009) elucide o esporte como fator de integração e inclusão social, é perceptível que práticas esportivas transcendam o caráter físico/esportivo, pois, em momentos destinados para/no lazer, estas mesmas modalidades podem ser praticadas a partir de adaptações quanto às regras, atendendo a demanda local e público alvo. Neste aspecto, os participantes do Projeto PROAFA/UEM referenciam a voluntariedade da prática, o prazer lúdico, a descontração, o entretenimento, entre outras características vinculadas diretamente com o lazer destes indivíduos. Frente as primeiras colocações, o objetivo do estudo consistiu em discutir a relação do lazer advindas das práticas paradesportivas ofertadas aos atletas do projeto de extensão PROAFA/ UEM. Tomou-se como ponto de partida o estudo descritivo de cunho qualitativo. Especificamente no projeto de extensão PROAFA/UEM, há uma demanda de atletas que se mostram interessados pelas modalidades e procuram pelos treinos. Esse mesmo grupo também utiliza seu tempo livre para socializar com outros deficientes em partidas de basquete sem o intuito competitivo. Não se pode negar que ações voltadas às especificidades esportivas com cadeiras de rodas possibilitam a integração/sociabilização de deficientes praticantes de HCR e Basquetebol nos diferentes papeis sociais. Assim, pode-se concluir que a eficácia dos treinos não se fortalece apenas na melhoria dos aspectos sociais, intelectuais e físicos por meio do esporte de auto rendimento, mas principalmente na valorização do sujeito e as relações que frutificam por meio do lazer. 

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