Desempenho Esportivo no Judô Olímpico Brasileiro: o Talento é Precoce?
Por Marcelo Massa (Autor), Rudney Uezu (Autor), Maria Tereza Silveira Bohme (Autor), Luiz Roberto Rigolin da Silva (Autor), Jorge Dorfman Knijnik (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 18, n 1, 2010. Da página 5 a 10
Resumo
O judô brasileiro é uma modalidade que possui tradição olímpica. Entretanto, sobre o processo de formação de judocas brasileiros, não se conhece o momento em que o talento se manifesta na modalidade. Tal problemática não é exclusiva do judô e se estende ao contexto popular, no qual ainda é comum a crença de que o talento pode ser observado precocemente numa criança. O objetivo do presente estudo foi analisar a manifestação do talento em judocas olímpicos brasileiros. Para tanto, se utilizou uma amostra de seis judocas, pertencentes a seleção brasileira olímpica nos Jogos Olímpicos de Atenas, 2004. A pesquisa foi constituída através de um delineamento qualitativo, que utilizou como instrumento uma entrevista composta por uma pergunta aberta, elaborada para explorar o contexto de iniciação esportiva no judô. Para a análise dos resultados foi utilizado o “Discurso do Sujeito Coletivo”. Os discursos indicaram que a maioria dos judocas olímpicos brasileiros analisados (83,3%) não foram talentos precoces, fortalecendo a idéia de que não há, em regra, uma relação de estabilidade entre o desempenho inicial e o desempenho futuro. Em outras palavras, selecionar precocemente com base no desempenho inicial é um risco para o processo de promoção de talentos.