Resumo

Introdução: As técnicas de terapias manuais, apesar de apresentar diferenças na cinesiologia e artrocinemática parecem ser mediadas por mecanismos neurofisiológicos que, por consequência, induzem a respostas locais e não-locais similares. Objetivo: Comparar diferentes técnicas de terapias manuais sobre os efeitos prolongados de amplitude de movimento (ADM) de flexão e extensão de tornozelo, quadril e ombro. Materiais e Métodos: Dezesseis homens, idosos e fisicamente inativos (Tempo semanal de atividade física = 114,40 ± 48.23 minutos) realizaram quatro sessões, sendo uma para controle (CON), sem aplicação de terapia manual e três experimentais, sendo uma de mobilização de Maitland, uma de massagem manual (MM) e uma de alongamento estático (AE) contendo três séries com 120 segundos de aplicação. A mobilização de Maitland foi realizada no tornozelo e tanto o MM quanto AE foram realizados nas musculaturas posteriores da perna. Cada sessão foi realizada após uma familiarização dos protocolos e em dias consecutivos, respeitando intervalo de 24 horas entre elas. A fim de verificar os efeitos prolongados, as medidas de ADM foram realizadas no repouso e durante 30 minutos após a intervenção. O teste de Shapiro-Wilk não rejeitou a normalidade dos dados. Uma ANOVA de duas entradas (5 momentos x 4 protocolos) foi usada para comparar a ADM de tornozelo (flexão plantar e dorsiflexão), quadril (flexão e extensão) e ombro flexão e extensão). O post-hoc de Bonferroni foi utilizado para pontuar as diferenças significativas entre os protocolos. A fim de garantir que as medidas da ADM fossem maiores que o erro de medição, foram calculadas as pontuações mínimas de mudança detectável. Todos os testes estatísticos foram realizados no software SPSS (V.21), sendo adotada uma significância de 5% (p<0,05). Resultados: Nenhuma diferença significativa foi encontrada na CON para nenhum momento, bem como na comparação de interprotocolos. Foi observado aumento significativo intragrupo para ADM de flexão plantar para todos os protocolos experimentais (Maitland, MM e AE) (p<0,05) com efeito perdurando por até 20 minutos após a intervenção. Resultados similares foram observados para ADM de dorsiflexão, permanecendo aumentada por 30 minutos após intervenção (p<0,05). Para a ADM de flexão de quadril foi observado aumento significativo intragrupo (p<0,05) com efeito perdurando por 10 minutos (MM) e 20 minutos (Maitland e AE) após a intervenção. Similarmente, foi observado aumento significativo na ADM de extensão de quadril (p<0,05) com efeito perdurando por 10 minutos (MM) e 20 minutos (Maitland) após a intervenção. Por fim, foi observado aumento significativo na ADM de flexão de ombro (p<0,05) com efeito imediatamente após (AE) e perdurando por até 20 minutos (Maitland e MM) após a intervenção. Adicionalmente, foi observado aumento significativo na ADM de extensão de ombro (p<0,05) com efeito perdurando por 10 minutos (MM), 20 minutos (Maitland) e 30 minutos (AE) após a intervenção. Conclusão: Em conclusão, todas as técnicas de terapia manuais testadas aumentaram a ADM local e não-local, o que pode ter implicações práticas tanto para o desempenho quanto, principalmente, para a reabilitação.

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