Resumo
Este trabalho apresenta uma viagem na busca de identificar qual a visão de corpo presente tanto na história vivida como no discurso dos docentes que atuam na formação profissional em Educação Física nas Universidades ou Faculdades Brasileiras e que, atualmente, são alunos do Programa de Pós-Graduação, tanto em nível de Mestrado como de Doutorado, da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas. Para esta viagem, o roteiro foi dividido em duas partes. Na primeira, denominada "Do Corpo no Tempo: A Ciência", a partir de uma pesquisa bibliográfica, verificou-se a presença do corpo, desde a Antigüidade até o Século XX, em quatro áreas cientificamente tradicionais: a filosofia, a antropologia, a biologia e a psicologia, intuindo mergulhar na história, relacionando-a com a possibilidade de repensar ou alterar situações relativas ao corpo, presentes no dia a dia, que o afetam e o incomodam. Como pressuposto, este momento vasculhou, nas diferentes épocas, a inter-relação estabelecida dentro da complexidade da unidade corpo, dando ênfase a alguns pontos e excluindo outros, constatando que, em cada etapa, tanto a imagem de homem como a de mundo são correspondentes e, quando uma se altera, necessariamente a outra sofre conseqüências desta modificação. Na segunda parte, denominada "O Tempo do Corpo: A Formação Profissional em Educação Física", a partir da abordagem metodológica na perspectiva fenomenológica, com base na Análise do Fenômeno Situado, proposto por Giorgi (1978) e Martins (1989), foram entrevistados vinte e um sujeitos que são professores de Universidades e hoje fazem Pós-Graduação na Faculdade de Educação Física da Unicamp, com as seguintes perguntas geradoras: Corpo, o que é isto para você? e Na ação profissional, qual a sua visão de corpo? Associando a questão teórica à pesquisa, chegou-se às seguintes considerações: 1- Os sujeitos participantes da pesquisa têm uma visão de corpo que ultrapassa a idéia reducionista de estrutura física, estética e perfeita. 2- Eles compreendem corpo como um sistema de relações consigo mesmo, com o outro e com o meio, independente do tempo e do lugar. 3- Ampliando este quadro, colocam que corpo é tudo, impregnado de questões sociais, afetivas, emocionais, sendo também uma forma de identidade. 4- Ao mesmo tempo reconhecem que falar de corpo é complicado, como algo ainda distante do cotidiano, necessitando um ?tempo? para discutir. 5- Identificam a concepção de corpo totalizante também na ação profissional, onde o corpo, como um sistema, estabelece relações, estando presente em diferentes espaços. 6- Poucos sujeitos admitem corpo distante de si, de forma impessoal ou como forma de utilidade, sendo que a maioria destes considera o corpo perfeito apenas o biológico... Observação: O resumo, na íntegra, poderá ser visualizado no texto completo da tese digital