Educação física escolar no Brasil e proposições teórico-metodológicas:um olhar para as relações étnico-raciais
Por Luziangela de Carvalho Barbosa (Autor), Iury Crislano de Castro Silva (Autor), Luciana Venâncio (Autor), Luiz Sanches Neto (Autor).
Em IX Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana
Resumo
Este trabalho é fruto de um projeto de pesquisa que objetiva analisar a fundamentação teórica das quinze proposições teórico-metodológicas – compreendidas epistemologicamente como aproximações ou abordagens – da Educação Física Escolar (EFE) brasileira. A investigação tem a finalidade de buscar em cada proposição os referenciais teóricos que dialoguem com questões da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER), e que diretamente venham orientar uma prática pedagógica mais inclusiva e socialmente justa. Entretanto, salientamos que é notória a lacuna da invisibilidade histórica dos referenciais acerca da cultura negra nessas proposições. Historicamente, a Educação Física (EF) possui influências europeias e privilegia os/as estudantes mais habilidosos/as, seus referenciais teóricosmetodológicos voltam-se à branquitude, sendo construídos pela branquitude para beneficiar a própria branquitude. Assim, a pesquisa tem como objetivo externar para o mundo acadêmico, e principalmente aos/às professores/as de EFE, o quão estamos distantes de uma educação antirracista e que valorize a negritude no ambiente escolar. A iniciação científica emergiu a partir de uma ação afirmativa promovida pelo Grupo de Trabalhos Temáticos sobre Educação para as Relações Étnico-Raciais (GTT-ERER), instituído no CBCE ao final de 2021. Esta é uma ação afirmativa que contempla e incentiva estudantes negros/as e indígenas dos cursos de graduação em EF de diversas regiões do Brasil a participarem de eventos científicos promovidos pelo CBCE.