Resumo

Essa pesquisa trata de tendências para a mídia esportiva a partir da implantação da TV digital no Brasil, bem como para os processos educacionais informais que ocorrem no bojo dessas relações. Para tanto, coloco-me diante de duas questões orientadoras: quais são as tendências para a mídia esportiva brasileira quando se consideram os desafios da TV digital? Que possibilidades de educação informal se abrem na mídia esportiva com a digitalização do sinal? Os pressupostos teóricos da pesquisa apoiaram-se em 4 grandes dimensões: a comunicação como um processo dialógico onde símbolos, códigos, denotação e conotação aceleram e multiplicam as formas de se relacionar, onde assumo os estudos culturais como a possibilidade para a contemporaneidade; a mídia, especificamente, a esportiva, como uma instituição formadora de opinião e mercadorização de cultura; a TV digital como um processo relevante para a conquista de uma educação emancipadora mas que teve em seu processo de implantação, um jogo de interesses políticos e econômicos que comprometeram as conquistas sociais; e por fim, o conceito de análise do discurso, como um procedimento de análise de dados que permite capturar o não-dito e as formulações discursivas que ocorrem no bojo da publicidade. A partir daí, foram realizadas entrevistas com representantes das diversas instâncias que compuseram o cenário da mídia esportiva e da TV digital (emissoras, universidades e engenheiros), além de selecionar o pronunciamento do Presidente da República na ocasião do lançamento da nova TV e os decretos que legalizaram esse processo para que essas vozes participassem do constructo teórico. Por fim, foram analisados os discursos de duas campanhas publicitárias: a que divulgou a TV digital e outra que divulgava os jogos Pan Americanos de 2007. Concluí que as tendências que estão postas para a mídia esportiva brasileira são de disputas pelo poder representado pelo domínio de símbolos e imagens, já que esse é o melhor que a TV brasileira pode oferecer, expropriando o homem da sua condição de produção de conhecimento em troca do seu potencial de consumo.

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